Como educar uma geração digital com tanta dificuldade para se concentrar?:apostas nfl

"Há um conjunto crescenteapostas nflevidências - que não ainda foram totalmente validadas e podem ser contestadas -apostas nflque a tecnologia, as redes sociais, o acesso instantâneo à internet e os smartphones prejudicam a capacidade das criançasapostas nflse concentrar", diz Jim Taylor, autorapostas nflRaising Generation Tech (Criando a Geração Tech,apostas nfltradução livre).

"Estamos mudando a forma como crianças pensam e como seus cérebros se desenvolvem."

Os professores também já notaram isso. "É um problema. Para começar, o adolescente médio só consegue prestar atenção por cercaapostas nfl28 segundos", diz Laura Schad, que dá aulas para alunosapostas nfl12 a 14 anos na Filadélfia, nos Estados Unidos.

Ela diz que, embora os smartphones tenham afetado claramente os cérebrosapostas nflpleno desenvolvimentoapostas nflseus alunos, falta treinamento para lidar com a questão: como a educação deve evoluir para atender alunos que são nativos digitais não foi algo tratado emapostas nflformação profissional, por exemplo.

Leitura prejudicada

Os efeitos da tecnologia ficam mais clarosapostas nfluma das atividades escolares mais tradicionais, a leitura, especialmente quando as crianças migram das mídias digitais baseadasapostas nfltexto para aplicativos repletosapostas nflimagens como Instagram e Snapchat.

"Hoje, os alunos parecem achar especialmente exaustivo ler textos complexos ou longos sem fazer pausas constantes. No passado, os alunos pareciam estar acostumados a se dedicar a um texto por um longo períodoapostas nfltempo", diz Erica Swift, professora do 6º anoapostas nfluma escolaapostas nflSacramento, nos Estados Unidos. "Você percebe a faltaapostas nflresistência deles, ao pedir intervalosapostas nfldescanso ou ao conversar com os colegasapostas nflvezapostas nflestudar. Alguns até mesmo desistem por completoapostas nflleituras mais longas."

Simplesmente transferir o texto para um aparelho eletrônico não ajuda, o que indica que o problema é mais complexo do que uma simples preferência pelas telasapostas nfldetrimentoapostas nflalgo impressoapostas nflpapel.

Taylor explica que o atoapostas nflprestar atenção não só tem um valor inerente, mas funciona como portaapostas nflentrada para formas mais profundasapostas nflaprendizado - especialmenteapostas nfltermosapostas nflmemória.

"Sem a capacidadeapostas nflprestar atenção, crianças não conseguem processar [informações]. Eles não consolidam o conhecimento na memória, o que significa que não podem interpretar, analisar, resumir, criticar e chegar a uma conclusão sobre a informação recebida", diz ele.

A salaapostas nflaula do futuro

Se os alunos não parecem prestar atenção por longos períodos, muitos professores simplesmente dividem as liçõesapostas nflpartes menores. Gail Desler, especialistaapostas nflintegração tecnológica do distrito escolarapostas nflElk Grove, onde fica a escolaapostas nflSwift, diz: "Uma ideia comum entre os professores é que algo mais curto é melhor".

Desler também dá como exemplo professores que iniciam as aulas com exercíciosapostas nflatenção plena ouapostas nflmeditação quando os alunos precisam se concentrar.

Uma professora do ensino médioapostas nflSalinas, nos Estados Unidos, usa o aplicativo Calm para ajudar os alunos a meditar, mas um estudoapostas nfl2013 indicou que qualquer tipoapostas nfl"intervaloapostas nfldescanso da tecnologia" pode combater a ansiedade por realizar múltiplas coisas ao mesmo tempo.

Alguns professores também escolhem "ir ao encontro dos alunos"apostas nflplataformas como o YouTube e o Instagram. Asha Choksi, vice-presidenteapostas nflpesquisa global da editora educacional Pearson, dá o exemploapostas nflum professor que filma a si mesmo realizando um experimento científico, publica no YouTube e usa o vídeo na aula para ilustrar o material no livro didático, que pode ser visto como algo chato para os alunos.

Da mesma forma, Schad busca manter os alunos dedicados às tarefas por meioapostas nfllembretes no Instagram sobre o deverapostas nflcasa e as próximas atividades.

Estes recursos podem manter os alunos atentos quando refletem seus interesses. Desler elogia professores que fazem coisas como relacionar a história da propaganda nazista ao cyberbullying.

"Trata-seapostas nflintroduzir informações relevantesapostas nflum currículo obrigatório,apostas nflmaneira que os alunos se vejam refletidos no que é ensinado", diz ela. "Ao fazer conexões com coisas que estão acontecendo aqui e agora, você entra no mundo deles e os envolve."

Adaptação à nova realidade

Enquanto isso, plataformas especializadasapostas nflaprendizado como o Flipgrid, que permite aos alunos compartilhar vídeosapostas nflsi mesmos fazendo apresentações, ajudam os professores a envolver os alunos usando as mídias que eles estão acostumados a usar.

Um estudoapostas nfl2018 da Pearson descobriu que os alunos da geração Z evitam livros e apontam vídeos comoapostas nflfonte preferidaapostas nflinformações, atrás apenas dos próprios professores. Ao se inserir nos meios dos quais as crianças já participam e com os quais criam, os professores podem captar melhorapostas nflatenção.

Alguns distritos escolares já migraram digitalmente para plataformas como o Google Classroom, que permite que alunos e pais monitorem notas e tarefas futuras e acompanhem o desempenho dos estudantes para entender melhor no que eles estão deixando a desejar.

A tecnologia pode até mesmo ajudar a reparar danos causados ​​à habilidadeapostas nflleitura. Schad diz que, emapostas nflescola na Filadélfia, os professores usam computadores para lidar com as dificuldades apresentadas pelos estudantes. A plataformaapostas nflleitura da escola, a Lexia, adota elementosapostas nflvideogames para estimular a participação.

O programa também separa automaticamente os alunos com base no seu desempenho, oferecendo aos alunos mais bem sucedidos tarefas mais avançadas no mundo real e exercícios digitais extras para aqueles com mais dificuldades, até que aprendam totalmente a lição. Essa abordagem personalizada ajuda a lidar com as diferentes formas como estudantes são afetados pela tecnologia.

Os Estados Unidos são líderes globaisapostas nfltecnologia educacional, com empresasapostas nfltecnologiaapostas nflponta recebendo US$ 1,45 bilhão (R$ 5,7 bilhões)apostas nflinvestimentosapostas nfl2018.

Mas empresas como a Flipgrid e a Lexia terão cada vez mais concorrência vinda do exterior. A indústriaapostas nfltecnologias para educação no leste da Ásia está crescendo, conforme plataformas americanas como a Knewton se expandem internacionalmente e geram um crescente interesse globalapostas nfladaptar as salasapostas nflaula para estudantes que são nativos digitais.

Uma formaapostas nfl'aprendizado misto'

Ainda assim, enquanto alguns educadores estão adotando a tecnologiaapostas nflsalaapostas nflaula, vários estudos mostraram que salasapostas nflaula tradicionais podem ter mais sucesso.

Um estudoapostas nfl2015 da London School of Economics mostrou que os resultados do teste GCSE, que avalia estudantes do ensino médio no Reino Unido, melhoraram quando escolasapostas nflBirmingham, Londres, Leicester e Manchester proibiram os celularesapostas nflsalaapostas nflaula.

O professorapostas nflneurociência William Klemm, autorapostas nflThe Learning Skills Cycle (O Cicloapostas nflHabilidadesapostas nflAprendizado,apostas nfltradução livre), destaca um estudoapostas nfl2014 que apontou que anotações à mão ajudam alunos a reter mais informaçõesapostas nflcomparação com o usoapostas nflum computador.

Klemm também aponta que dividir liçõesapostas nflpartes menores pode ser prejudicial, porque isso pode impedir que os alunos tenham uma compreensão mais ampla do que é ensinado. Ele diz que os estudantes precisamapostas nfltempo para se envolver com um tema.

Até mesmo educadores que veem com bons olhos o uso da tecnologia acreditam que os métodos tradicionais têm seu valor e sugerem uma abordagemapostas nfl"aprendizagem mista".

"Tenho visto muita discussão entre acadêmicos nos últimos anos sobre se o formatoapostas nflpalestra é algo do passado e que deve ser extinto", diz Katie Davis, professora da Escolaapostas nflInformação da Universidadeapostas nflWashington, nos Estados Unidos.

"Acho que isso se resume a se você acredita que existem habilidades valiosas envolvidas no processoapostas nflacompanhar um argumento complexo que é apresentado linearmenteapostas nfltempo real."

Enquanto Davis admite que as novas mídias poderiam ajudar a desenvolver habilidades importantes, ela ainda acredita que as palestras têm o seu valor.

Educadores com diferentes opiniões sobre o uso da tecnologia concordam que a autoridade do professor continua sendoapostas nflmáxima importância.

Elizabeth Hoover, diretoraapostas nfltecnologia para escolas públicasapostas nflAlexandria City, nos Estados Unidos, busca melhorar a educaçãoapostas nflseu distrito por meio da tecnologia, mas diz que isso nunca substituirá o aprendizado diretamente com um professor.

"A interação pessoal ainda é o componente mais importanteapostas nfluma salaapostas nflaula", diz ela, para quem a tecnologia deve ser empregada apenas quando aprimora uma liçãoapostas nflmaneiras que seriam impossíveisapostas nfloutra forma.

Schad também diz que muitos professores confiam na tecnologia apenas porque não têm recursos analógicos suficientes. Programas como o Lexia não seriam necessários se as escolas fornecessem mais recursos para contratar mais profissionais que auxiliem no aprendizado, o que permitiria liberar professores para se concentrarem nos alunos que enfrentam dificuldades.

A professora Sophia Date, que ensina Ciências Sociais para o 12º anoapostas nfluma escola da Filadélfia, também questiona o investimentoapostas nfltecnologiaapostas nfldetrimentoapostas nflinvestimentosapostas nflmais professores.

"Há um enorme vontadeapostas nfllevar a tecnologia para a salaapostas nflaula, mas, às vezes, isso é feito no lugarapostas nflmudanças maiores e mais necessárias. As organizações que doam fundos para educação têm prazerapostas nfldar dinheiro para comprar tablets e computadores, mas não estão dispostas a custear um salárioapostas nflum professor por um ano", diz ela.

Date defende que ampliar o acesso à tecnologia continua a ser algo crucial para ajudar a diminuir a diferença entre as condições oferecidas a estudantesapostas nflbaixa e alta renda, mas diz que isso não pode substituir mudanças no sistema educacional.

Aprendendo a raciocinar

Embora a tecnologia mine alguns aspectos da educação, também capacita estudantesapostas nflformas inesperadas.

"Existe essa visãoapostas nflque os jovens ficam um pouco apáticos, preguiçosos, distraídos com a tecnologia", diz Choksi, da Pearson. "Realmente, subestimamos o papel que a tecnologia está desempenhando na educação das crianças e o poder que isso dá a elasapostas nflseu aprendizado."

Por exemplo, alunos que não tem paciência para esperar que os educadores respondam a suas perguntas estão cada vez mais dispostos a buscar as respostas por si mesmos. "Eles podem estar estudando álgebra e ir ao YouTube para descobrir como resolver um problema antesapostas nflconsultar um professor ou um livro didático", diz Choksi.

Swift diz que isso deve ser estimulado nos alunos. "Você quer que eles façam novas perguntas e busquem novas respostas."

Taylor aponta que, conforme a informação se torna onipresente, o sucesso não se resume a saber mais, mas na capacidadeapostas nflpensarapostas nflforma crítica e criativa, que são, ironicamente, as habilidades que a mídia digital prejudica ao reduzir a capacidadeapostas nflprestar atenção dos estudantes.

"Se você pensarapostas nflMark Zuckerberg, Bill Gates eapostas nfltodas estas pessoas que obtiveram sucesso no mundo da tecnologia, elas não chegaram até aí porque sabiam programar, mas porque são capazesapostas nflraciocinar", diz ele.

Os nativos digitais continuarão a adotar vorazmente as novas mídias. Os professores não têm escolha a não ser evoluir, não apenas para garantir que alunos possam acessar e tirar proveito das tecnologias, mas para fazer com que os alunos tenham sucessoapostas nflum mundo que está constantemente tentando distraí-los.

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