Oito fantásticas ilusõesbet luva de pedreiroótica do mundo das artes:bet luva de pedreiro

O resultado é um quadro ao mesmo tempo divertido e profundo, que leva o observador a refletir sobre a perecibilidade da vida e sobre como nossa existência física é composta, materialmente, do frágil mundo que nos cerca.

Aposento do casal do Palácio Ducalbet luva de pedreiroMântua ('circa' 1465-74), Andrea Mantegna

Aposento do casal do Palácio Ducalbet luva de pedreiroMântua ('circa' 1465-74), Andrea Mantegna

Crédito, Wikimedia Commons

Legenda da foto, Aposento do casal do Palácio Ducalbet luva de pedreiroMântua ('circa' 1465-74), Andrea Mantegna

Do centro do aposento do casal do Palácio Ducalbet luva de pedreiroMântua, na Itália, é possível olhar para cima e sentir como se o teto estivesse se abrindo.

Um lindo pedaçobet luva de pedreirocéu azul surge atravésbet luva de pedreirouma abertura redonda, à beira da qual pousam figurasbet luva de pedreiroanjos.

A barreira do teto parece ter se dissolvido, revelando uma arquitetura invisível que nos aproxima do Paraíso. Esse efeito se deve à pintura à mão feita pelo italiano Andrea Mantegna, um gênio da perspectiva e da técnicabet luva de pedreirocriar figuras que parecem estar sendo observadasbet luva de pedreirobaixo para cima.

Mategna via na superfície planabet luva de pedreirouma tela oubet luva de pedreirouma parede uma oportunidade para levar o olhar e a alma do observador a uma viagem para dentro, para cima e para fora.

Acredita-se que ele foi o primeiro artista desde a Antiguidade a utilizar esse efeito como uma dimensão para a decoraçãobet luva de pedreirointeriores, trazendo um novo soprobet luva de pedreirovida religioso a um truque pagão.

'Tudo é Vaidade' (1892), Charles Allan Gilbert

'Tudo é Vaidade' (1892), Charles Allan Gilbert

Crédito, Wikimedia Commons

Legenda da foto, 'Tudo é Vaidade' (1892), Charles Allan Gilbert

Aproxime-se deste desenhobet luva de pedreiropreto-e-branco e ele parecerá ser nada mais do que um retratobet luva de pedreirouma típica cena doméstica: uma mulher sentada embet luva de pedreiropenteadeira, olhando-se no espelho.

Mas dê um passo atrás, e a imagem sombriamente perde seus pequenos detalhes e se transformabet luva de pedreirouma grande caveira, sorrindo desde as sombras.

Uma vez que as duas imagens sobrepostas são registradas na mente do observador, os olhos passeiambet luva de pedreirouma para a outra - cada uma lutando para chamar mais a atenção.

Invenção do ilustrador Charles Allan Gilbert, o desenho ofereceu aos leitoresbet luva de pedreirouma revista americana do século 19 um ângulo desconcertante para a convenção do memento mori ("Lembre-sebet luva de pedreiroque você é mortal") na história da arte - tradicionalmente, as caveiras eram inseridasbet luva de pedreiroalguma partebet luva de pedreirouma pintura para lembrar o observadorbet luva de pedreirosua mortalidade.

'Drawing Hands' (1948), M. C. Escher

'Drawing Hands' (1948), M. C. Escher

Crédito, Dominio publico

Legenda da foto, 'Drawing Hands' (1948), M. C. Escher

Quando usadabet luva de pedreiromaneira eficiente, uma ilusãobet luva de pedreiroótica momentaneamente obriga o observador a repensar a relação entre o mundo real e aquele que está sendo mostrado na obra.

Ninguém entendeu melhor o poder penetrante da ilusão do que o artista gráfico holandês M. C. Escher.

Neste hipnotizante desenho, Escher cria magicamente sob a superfície da obra um circuito fechado no qual uma mão desenha a outra, desafiando os limites dos desenhos bidimensionais.

Apanhado na rotação sem fim criada por Escher, o olhar do observador é obrigado a andarbet luva de pedreirocírculos.

Um obcecado pela matemática dos padrões repetitivos, Escher foi admirado por grandes médicos e filósofos contemporâneos.

'Galateia das Esferas' (1952), Salvador Dalí

'Galateia das Esferas' (1952), Salvador Dalí

Crédito, Alamy

Legenda da foto, 'Galateia das Esferas' (1952), Salvador Dalí

À primeira vista, esta dinâmica pintura parece capturar a propulsãobet luva de pedreiroínúmeros átomos coloridosbet luva de pedreirodireção ao espectador - como se estivessem suspensosbet luva de pedreirouma explosão dentro da água.

Afaste-se, no entanto, e a aparente correria desordenadabet luva de pedreiroesferas se adere ao recatado contornobet luva de pedreiroum busto feminino, combet luva de pedreirocabeça pendidabet luva de pedreiromaneira a lembrar várias das Madonnas do Renascimento.

Este quadro do pintor surrealista espanhol Salvador Dalí foi realizadobet luva de pedreiroum momentobet luva de pedreirointensa ansiedade mundial ante a perspectivabet luva de pedreiroum armagedon nuclear. Ele também revela a própria preocupação do artista com a teoria atômica após os ataques nucleares dos Estados Unidos ao Japãobet luva de pedreiro1945.

A mulher do pintor, Gala Dalí, inspirou este retrato que se compõe e decompõe infinitamente.

'Rotorelief discs' (1923-35), Marcel Duchamp

'Rotorelief discs' (1923-35), Marcel Duchamp

Crédito, Dominio publico

Legenda da foto, 'Rotorelief discs' (1923-35), Marcel Duchamp

Nem toda ilusãobet luva de pedreiroótica da história da arte é lembrada positivamente. Uma das mais hipnotizantes, e desprezadas, tentativasbet luva de pedreirotrespassar o olhar do observador foi criado pelo artista francês Marcel Duchamp, cujo famoso urinol A Fonte provocou um grande escândalo.

Esta obra é composta simplesmente por discosbet luva de pedreirocartolina sobre os quais o artista pintou espirais psicodélicas. Eles passam a girar quando são colocados sobre algum aparelho semelhante a um antigo toca-discos.

Mas, por mais que os Rotoreliefsbet luva de pedreiroDuchamp atraiam o olhar para esse redemoinho, a ideia do artista dadaístabet luva de pedreirotornar os discos um sucesso comercial foi um desastre.

A obra foi amplamente ignorada pelos estudiosos da arte do século 20. Masbet luva de pedreiroambiçãobet luva de pedreirocriar uma experiência vertiginosa para o espectador acabou sendo ressuscitada por uma nova geraçãobet luva de pedreiroadmiradores.

'Cataract 3' (1967), Bridget Riley

'Cataract 3' (1967), Bridget Riley

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, 'Cataract 3' (1967), Bridget Riley

Se o famoso quadro A Balsa da Medusa,bet luva de pedreiroThéodore Géricault, tem o poderbet luva de pedreirofazer o espectador ficar enjoado diantebet luva de pedreirotanta barbárie, a obra Cataract 3, da britânica Bridget Riley, consegue deixar o observador tonto só por abrir seus olhos.

Trata-sebet luva de pedreiroum trabalho aparentemente simples, que consistebet luva de pedreirovárias ondasbet luva de pedreirolinhas que induzem o enjoo. A tela alucinógena mexe com o equilíbriobet luva de pedreiroquem a observa.

Riley foi um dos mais importantes nomes da chamada Op Art (diminutivo para "Optical Art"), movimento que surgiu nos anos 60. Desde cedo, ela era fascinada pelas técnicas óticasbet luva de pedreiroSeurat e dos pontilhistas, com suas teorias que sugerem que o efeitobet luva de pedreirouma obra só se completa na mente do espectador.

Mas enquanto os pontilhistas dependidam dessa imagem na mente do observador, Riley preferiu aproveitar o poder emotivo das formas geométricas minimalistas ebet luva de pedreiropreto-e-branco.

O resultado é um conjuntobet luva de pedreiroobras que têm uma elegância desnorteante que mexe com a mente.

'Varrendo para Debaixo do Tapete' (2006), Banksy

'Varrendo para Debaixo do Tapete' (2006), Banksy

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, 'Varrendo para Debaixo do Tapete' (2006), Banksy

Desde o início da décadabet luva de pedreiro90, o artistabet luva de pedreirorua britânico Banksy procura denunciar as hipocrisias sociais. Em seu famoso painel Varrendo para Debaixo do Tapete, encontrado na regiãobet luva de pedreiroChalk Farm,bet luva de pedreiroLondres, uma arrumadeira olhabet luva de pedreiromaneira inocente enquanto descarta uma pábet luva de pedreirosujeira.

Mas,bet luva de pedreirovezbet luva de pedreirolevantar um tapete, ela parece suspender uma espéciebet luva de pedreiromembrana que separa o mundo da arte urbana (no qual ela existe) do mundo real que se esconde por detrás do muro.

Apesarbet luva de pedreiroalgumas investigações recentes para tentar estabelecer a identidadebet luva de pedreiroBanksy, o artista tem conseguido se manter longe do olhar do público.

Escondido sob um capuz, Banksy prefere ser o mago que manipula nosso olhar a partir dos bastidores.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês), no site da BBC Culture.