Mosca-da-fruta é arma para desvendar os grandes mistérios da vida:blaze win

Crédito, Nigel Cattlin /Alamy Stock Photo
blaze win A mosca-da-fruta, ou Drosophila melanogaster blaze win , seu nome científico, vem sendo estudada há maisblaze wincem anos.
Sim, moscas-das-frutas gostamblaze winbananas. Você as encontra na cesta quando as frutas começam a estragar.
Mas elas também são um ótimo mecanismo para investigar o tempo ou, mais especificamente, os efeitos do tempo. Isso porque o cicloblaze winvida delas é tão curto que permite estudá-las por gerações e gerações, o que é quase impossível com humanos.

Crédito, Sylvie Bouchard/Alamy Stock Photo
Elas custam pouco e se reproduzemblaze winmaneira extremamente rápida. Em temperatura ambiente, uma fêmea pode botarblaze win30 a 50 ovos por dia duranteblaze winvida. O ciclo reprodutivo é curto,blaze win8 a 14 dias, e essas moscas podem se tornar avós e avôsblaze winapenas 3 a 4 semanas.
Com três milímetrosblaze wintamanho, populaçõesblaze winmilhões desses insetos podem ser mantidasblaze winum laboratório e sustentadas com uma dieta simplesblaze wincarboidratos e proteínas, geralmente farinhablaze winmilho e extratosblaze winlevedura.
Em 1933, Thomas Hunt Morgan ganhou um prêmio Nobel por estudar como a Drosophila recebiablaze winherança uma mutação genética que deixava seus olhos brancos, e não vermelhos.
A pesquisablaze winMorgan levou à teoria sobre genes produzidos pelo DNA serem carregados por cromossomos, que eram transmitidos por gerações. A descoberta preparou o terreno para a genética moderna e o estudo da teoria cromossômica da herança.

Crédito, Nature Picture Library/Alamy Stock Photo
Desde então, estudos conduzidos nessas moscas levaram a cinco premiações no Nobel,blaze win1946, 1995 e 2011. Conhecimento atual sobre como nos desenvolvemos, nosso comportamento, envelhecimento e evolução todos são construídos sobre a base dessas pesquisas com moscas-da-fruta.
E quanto mais as estudamos mais descobrimos que somos parecidos: 75% dos genes associados a doenças humanas têm um correspondente identificável na mosca-da-fruta.
A Drosophila tem quatro paresblaze wincromossomos e cercablaze win14 mil genes. Compare isso com os humanos, que têm cercablaze win22,5 mil genes, e a levedura, com 5,8 mil genes, e somos muito mais parecidos do que você possa imaginar.
Essa proximidade genética relativa significa que experimentos com Drosophila podem ser traduzidosblaze winmaneira efetiva para humanos. Deixamos as moscas bêbadas para estudar o vício ao álcool, investigamos o sono delas e como são afetadas pelo café e descobrimos que moscas mais velhas dormem menos.
Os primeiros genes do "jet lag" foram identificadosblaze winmoscas, e hoje sabemos que também os temos.

Crédito, Martin Shields/Alamy Stock Photo
Milharesblaze wincientistas usam Drosophila como um organismo modelo pelo mundo, e até fora do planeta. Moscas-da-fruta foram os primeiros animais lançados ao espaço e há um laboratório permanenteblaze winmoscas-da-fruta na Estação Espacial Internacional. O espaço serve para estudar coisas como por que astronautas são mais suscetíveis a doenças enquanto estão no espaço.
Por que então, se somos tão próximos geneticamente, somos diferentes das moscas e até das levedurasblaze winum monteblaze winoutras coisas?
'Terceiro segredo' da vida
Peter Lawrence, autor do livro The Making of the Fly (A Construção da Mosca,blaze wintradução livre), descreve isso como o "terceiro segredo da vida".

Crédito, Nature Picture Library/Alamy Stock Photo
Em entrevista à BBC, ele contou que o primeiro segredo é a teoria da evoluçãoblaze winCharles Darwin, que "descreve a gêneseblaze wintodas as plantas e animais,blaze wintudo, desde o começo".
"A segunda é a descoberta do DNA, porque sem entender como essa informação é codificada e armazenada nessa molécula não saberíamos muito sobre o mecanismo que está por trás da vida", afirma.
O terceiro segredo é uma pergunta que Lawrence vê como o maior desafio colocado aos biólogos do futuro.

Crédito, blickwinkel/Alamy Stock Photo
"É algo tão cotidiano que nem pensamos a respeito. O que difere um rinoceronteblaze winum hipopótamo?", ele diz.
"Quando você olha para os genes, não há muita diferença. Então o que produz os padrões e tudo mais? Onde o tamanho do seu nariz está especificado? O que faz as crianças se parecerem com os pais, o que determina o formatoblaze winum rosto? Nós não sabemos. Esse, para mim, é o grande problema sem solução na biologia, e que chamoblaze win'terceiro segredo da vida'."
É um assunto que cientistas já tentaram investigar. Moscas com asas maiores foram analisadas, por exemplo, para tentar isolar os genes responsáveis pelo aumentoblaze wintamanho. Pesquisadores compararam espécies com relação evolutiva semelhante e examinaram as diferenças que conduziram a morfologias distintas.

Crédito, Martin Shields/Alamy Stock Photo
Mas,blaze winacordo com Lawrence, esses estudos são importantes por ajudarem a encaixar peças nesse quebra-cabeça. Só que há ainda um longo caminho até desvendarmos o "grande mistério", e ainda precisamos torná-lo um foco maiorblaze winpesquisa.
"Se você olhar para todo o universo da ciência você uma grande área escura, e se olhar mais perto verá alguns pontos bem iluminados aqui e acolá, eblaze wincada um há pesquisadores discutindo entre si, mas eles não olham para fora dessas janelas para imaginar o que possa estar lá", diz o cientista.
Quaisquer sejam as respostas, afirma Lawrence, elas provavelmente serão descobertas estudando as boas e velhas moscas-das-frutas.
blaze win Leia a versão original desta reportagemblaze wininglês blaze win no site da BBC Earth blaze win .






