Os efeitos das viagensrobo aposta esportivaavião sobre nosso cérebro:robo aposta esportiva

Recentemente, uma grande companhia aérea chegou a emitir o que chamourobo aposta esportiva"alertasrobo aposta esportivasaúde emocional" para advertir seus clientes sobre as consequências do entretenimento a bordo.

Teorias

Há muitas teorias sobre por que voar pode deixar os passageiros com as emoções mais à flor da pele - a tristezarobo aposta esportivadeixar para trás entes queridos, a empolgação sobre a viagem que está por vir, a saudaderobo aposta esportivacasa. Mas há também cada vez mais provasrobo aposta esportivaque o próprio atorobo aposta esportivavoar também seja responsável por isso.

Uma pesquisa indica que voar a 35 mil pés (10 km) acima do solo dentrorobo aposta esportivauma caixarobo aposta esportivametal selada pode provocar reações estranhasrobo aposta esportivanossas mentes, alterar nosso humor, mexer com nossos sentidos e até nos fazer sentir mais coceira.

"Há poucas pesquisas realizadas sobre o assunto porque para pessoas saudáveis isso não apresenta um grande risco", diz Jochen Hinkelbein, presidente da Sociedade Alemãrobo aposta esportivaMedicina Aeroespacial e diretor-assistenterobo aposta esportivamedicinarobo aposta esportivaemergência na Universidaderobo aposta esportivaColônia, na Alemanha. "Mas precisamos lembrar que a viagemrobo aposta esportivaavião se tornou mais barata e popular; sendo assim, pessoas mais velhas e menosrobo aposta esportivaforma estão viajando mais. Isso está despertando mais interesse no assunto."

Hinkelbein é um dos pesquisadores que vêm analisando como nosso corpo é afetado durante um voo.

Não há dúvidarobo aposta esportivaque o interior dos aviões é um dos lugares mais peculiares onde nós, seres humanos, podemos estar. Trata-serobo aposta esportivaum ambiente estranho, onde a pressão do ar é semelhante à do toporobo aposta esportivauma montanharobo aposta esportiva2,4 mil metros. A umidade é mais baixa do querobo aposta esportivaalguns dos desertos mais secos do mundo, enquanto que o ar bombeado para dentro da aeronave chega a temperaturas inferiores a 10°C,robo aposta esportivaforma a contrabalançar o excessorobo aposta esportivacalor gerado por todos os corpos e eletrônicos a bordo.

A redução da pressão do ar durante um voo também pode reduzir a quantidaderobo aposta esportivaoxigênio no sangue dos passageiros entre 6% e 25%, queda que,robo aposta esportivacondições normais, levaria muitos médicos a administrar oxigênio suplementar a seus pacientes.

Embora isso não seja um problema para quem é saudável, o mesmo não se pode dizer para idosos e pessoas com dificuldades respiratórias.

Estudos indicam, contudo, que até níveis relativamente baixosrobo aposta esportivahipoxia (deficiênciarobo aposta esportivaoxigênio) podem alterar nossa capacidaderobo aposta esportivapensar com clareza. Em locais com altitude acimarobo aposta esportiva3,6 mil metros, onde o nívelrobo aposta esportivaoxigênio é baixo, adultos saudáveis podem começar a sentir alterações emrobo aposta esportivamemória, bem como emrobo aposta esportivacapacidaderobo aposta esportivarealizar cálculos e tomar decisões.

Essa é a razão pela qual as autoridadesrobo aposta esportivaaviação insistemrobo aposta esportivaque os pilotos usem máscarasrobo aposta esportivaoxigênio suplementares se a pressão do ar da cabine chegar àrobo aposta esportivaaltitudes superiores a 12,5 mil pés.

A pressão do ar a altitudes acimarobo aposta esportiva7 mil pés (2,1 mil metros) acaba por atrasar o temporobo aposta esportivareação - má notícia para quem gostarobo aposta esportivabrincar com jogos eletrônicos durante o voo.

Há também algumas pesquisas que mostram que, quando estamos a altitudes acimarobo aposta esportiva8 mil pés (2,4 mil metros), similar àrobo aposta esportivaum avião, nosso desempenho cognitivo e nosso raciocínio podem ser parcialmente afetados.

Para a maioriarobo aposta esportivanós, no entanto, é improvável que isso atrapalhe nosso fluxorobo aposta esportivapensamento.

"Uma pessoa saudável não deve ter problemas cognitivos a essa altitude", diz Hinkelbein. "Mas, naqueles que não estão com a saúderobo aposta esportivadia, a hipoxia pode diminuir a saturaçãorobo aposta esportivaoxigênio, tornando os déficits cognitivos mais visíveis", acrescenta.

Mas tal condição não afeta apenas aqueles com doenças pré-existentes. Podemos sofrer as consequências da redução do oxigênio quando voamos gripados, por exemplo, lembra o especialista.

Cansaço

De forma geral, segundo Hinkelbein, a hipoxia gera efeitos mais facilmente reconhecidosrobo aposta esportivanossos cérebros: ficamos cansados.

Estudos já mostraram que a exposição a altitudes acimarobo aposta esportiva10 mil pés (3 mil metros) pode aumentar a fadiga.

Mas,robo aposta esportivaalgumas pessoas, os efeitos podem começarrobo aposta esportivaaltitudes mais baixas.

"Sempre que estou sentadorobo aposta esportivaum avião após a decolagem, fico cansado e acabo adormecendo com facilidade", explica Hinkelbein. "Não é a faltarobo aposta esportivaoxigênio que me faz perder a consciência, mas a hipoxia é um fator que contribui para isso".

Se você consegue manter seus olhos abertos por tempo suficiente para ver a tripulação reduzir as luzes no interior da aeronave, então você pode experimentar outro efeito da pressão mais baixa. A visão noturna humana pode se deteriorarrobo aposta esportiva5% a 10%robo aposta esportivaaltitudesrobo aposta esportivaapenas 5 mil pés (1.500 metros). Isso ocorre porque as células fotorreceptoras da retina necessárias para enxergamos no escuro precisamrobo aposta esportivamuito oxigênio e funcionamrobo aposta esportivaforma menos eficazrobo aposta esportivaaltas altitudes.

Voar também provoca danosrobo aposta esportivanossos outros sentidos. A combinaçãorobo aposta esportivabaixa pressão do ar e umidade pode reduzir a sensibilidaderobo aposta esportivanossas papilas gustativas ao sal e ao docerobo aposta esportivaaté 30%. Um estudo realizado pela companhia aérea alemã Lufthansa também mostrou que o sabor salgado do sucorobo aposta esportivatomate melhora durante um voo.

Flatulências

O ar seco também pode nos roubar a maior parte do nosso olfato, deixando a comida menos interessante. É por isso que muitas companhias aéreas adicionam tempero extra aos alimentos servidos durante um voo. Talvez até tenhamos sorterobo aposta esportivaque nosso olfato seja reduzido durante um voo, pois a mudança na pressão do ar nos deixa mais propensos a flatulências.

Mas se o odor dos gases emitidos pelo seu vizinhorobo aposta esportivapoltrona não fosse o pior dos males, um estudo realizadorobo aposta esportiva2007 mostrou que, após cercarobo aposta esportivatrês horasrobo aposta esportivaaltitudes acimarobo aposta esportiva8 mil pés, as pessoas começam a se queixarrobo aposta esportivadesconforto.

Soma-se a isso a baixa umidade, não causa surpresa que tenhamos dificuldaderobo aposta esportivaficarmos quietos por longos períodosrobo aposta esportivatempo no ar. Um estudo realizado por cientistas austríacos revelou que um voorobo aposta esportivalonga distância pode secar nossa pelerobo aposta esportivaaté 37% e aumentar a sensaçãorobo aposta esportivacoceira.

Baixos níveisrobo aposta esportivapressão e umidade do ar também podem ampliar os efeitos do álcool e da ressaca.

E para aqueles que têm medorobo aposta esportivaviajarrobo aposta esportivaavião, as notícias ainda podem ficar piores.

"Os níveisrobo aposta esportivaansiedade podem aumentar com hipoxia", explica Valerie Martindale, presidente da Associação Médica Aeroespacial da Universidade King's College,robo aposta esportivaLondres.

A ansiedade não é o único aspectorobo aposta esportivahumor que pode ser afetado pelo voo. Vários estudos mostraram que passar muito temporobo aposta esportivaaltitudes elevadas pode aumentar a tensão, tornar as pessoas menos amigáveis, diminuir seus níveisrobo aposta esportivaenergia e afetarrobo aposta esportivacapacidaderobo aposta esportivalidar com o estresse.

"Mostramos que alguns aspectos do humor podem ser alterados pela exposição a pressões equivalentes a altitudesrobo aposta esportiva6 mil a 8 mil pés", diz Stephen Legg, professorrobo aposta esportivaergonomia da Universidade Massey, na Nova Zelândia, que estuda o impacto da hipoxiarobo aposta esportivabaixo nível nos seres humanos.

Nem choro nem vela

Isso pode explicar,robo aposta esportivacerta forma, por que os passageiros geralmente choramrobo aposta esportivafilmes depoisrobo aposta esportivaalgumas horasrobo aposta esportivavoo, mas a maioria dos efeitos percebidosrobo aposta esportivaestudos científicos parece ocorrer apenasrobo aposta esportivaaltitudes acima das quais um avião comercial pode trafegar. Recentemente, Legg também mostrou que a leve desidratação que se pode esperar durante um voo também pode influenciar o humor.

"Sabemos muito pouco sobre o efeito dessa exposiçãorobo aposta esportivamenor grau na complexidade da cognição e do humor", acrescenta. "Mas sabemos que há uma "fadiga" geral associada à viagem aérearobo aposta esportivalonga distância, então acho que é provavelmente os efeitos combinados dessas exposições múltiplas simultâneas que dão origem ao que chamamosrobo aposta esportiva"jetlag".

Por outro lado, há pesquisas que mostram que altitudes elevadas também podem tornar as pessoas mais felizes.

Mas Stephen Groening, professorrobo aposta esportivacinema e mídia da Universidaderobo aposta esportivaWashington, nos Estados Unidos, diz acreditar que essa felicidade também pode se manifestar na formarobo aposta esportivalágrimas. O tédiorobo aposta esportivaum voo e o alívio proporcionado por um filme, combinados com a sensaçãorobo aposta esportivaprivacidade proporcionada pela pequena tela e pelos fonesrobo aposta esportivaouvido, podem produzir lágrimasrobo aposta esportivaalegria e não tristeza, diz ele.

"A configuração do sistemarobo aposta esportivaentretenimento a bordo gera um efeito da intimidade que pode gerar respostas emocionais mais elevadas", assinala Groening.

Mas Hinkelbein descobriu outra mudança estranha no corpo humano quando estamos no ar.

Um novo estudo (ainda não publicado) realizado por ele junto com colegas da Universidaderobo aposta esportivaColônia mostrou que a exposição por até 30 minutos a condições semelhantes àquelas experimentadasrobo aposta esportivaum voo comercial alterou o equilíbriorobo aposta esportivamoléculas associadas ao sistema imunológico no sanguerobo aposta esportivavoluntários.

A conclusão sugere que a menor pressão do ar pode alterar a forma como nossos sistemas imunológicos funcionam.

"As pessoas costumam pensar que pegaram uma gripe ou resfriado ao viajarem por causa das mudançasrobo aposta esportivatemperatura", diz Hinkelbein. "Mas pode ser que a resposta esteja dentro do avião. Precisamos pesquisar esse assunto com mais detalhes."

Nesse sentido, se os voos alteram nossos sistemas imunológicos, não só ficamos mais vulneráveis a infecções, mas também mais propensos a oscilaçõesrobo aposta esportivahumor. Há, por exemplo, uma correlação entre aumento na inflamação gerada pela resposta imunológica e depressão.

"Uma reação inflamatóriarobo aposta esportivauma vacina pode produzir uma alteraçãorobo aposta esportivahumor que dura 48 horas", diz Ed Bullmore, diretorrobo aposta esportivaPsiquiatria da Universidaderobo aposta esportivaCambridge e que estuda como o sistema imunológico influencia os distúrbios do humor. "Seria interessante (avaliar) se um voorobo aposta esportiva12 horas para o outro lado do mundo causasse algo semelhante".