Por que a demência afeta mais mulheres que homens:caça niquel mundo rural

No Brasil, o númerocaça niquel mundo ruralpessoas com Alzheimer ultrapassa 1,2 milhão, segundo a Associação Brasileiracaça niquel mundo ruralAlzheimer. Mas não há dados mais específicos sobre as mulheres.

"Isso não pode ser sustentado por nenhum sistemacaça niquel mundo ruralsaúde - é demaiscaça niquel mundo ruraltermoscaça niquel mundo ruralnúmeros", diz Antonella Santuccione-Chadha, médica especialistacaça niquel mundo ruralAlzheimer e baseada na Suíça. "E conforme mais e mais mulheres sofrem a doença, precisamos investigar as diferenças nas especificidades entre homens e mulheres".

Boa parte da diferençacaça niquel mundo ruralgênero está ligada a um dos maiores fatorescaça niquel mundo ruralrisco da demência: idade. Quanto mais velho você é, maior a propensãocaça niquel mundo ruraldesenvolver Alzheimer. Mulheres tipicamente vivem mais que os homens, então mais mulheres sofrem demência.

Mas pesquisas recentes apontam que seria errado assumir que Alzheimer é uma doença inevitável. Resultadoscaça niquel mundo ruraldois grandes estudoscaça niquel mundo ruralFunções Cognitivas e Envelhecimento (CFAS, na siglacaça niquel mundo ruralinglês) sugerem que, ao longo dos últimos 20 anos, novos casoscaça niquel mundo ruraldemência no Reino Unido caíramcaça niquel mundo rural20% - principalmente por causa da queda na incidência da doença entre homens com maiscaça niquel mundo rural65 anos.

Especialistas dizem que pode ser por causa das campanhascaça niquel mundo ruralsaúde pública sobre doenças cardíacas e fumo. Ambos são fatorescaça niquel mundo ruralrisco para o Alzheimer. Mas porque os homens tendem a ter doenças do coração mais cedo e fumam mais que as mulheres, essas campanhas também podem ajudar a diminuir esses fatorescaça niquel mundo ruralrisco mais entre os homens do que entre as mulheres.

Enquanto isso, outros fatorescaça niquel mundo ruralrisco da doença afetam mais as mulheres que os homens. Por exemplo, mais mulheres sofrem depressão - e a condição foi ligada ao acometimentocaça niquel mundo ruralAlzheimer. Outros fatorescaça niquel mundo ruralrisco afetam apenas as mulheres, como menopausa cirúrgica e complicaçõescaça niquel mundo ruralgravidez como a pré-eclâmpsia, ambos problemas ligados ao declínio cognitivo na fase mais avançada da vida.

Tarefas sociais como cuidar do outro também podem aumentar a chancecaça niquel mundo ruraldesenvolver demência. Algumas pesquisas mostram que ser uma cuidadoracaça niquel mundo ruralsi é um riscocaça niquel mundo ruralsofrer Alzheimer, diz Annemarie Schumacher, uma psicóloga. No Reino Unido, entre 60 e 70% das pessoas que cuidamcaça niquel mundo ruralpessoas com demência sem ser pagas são mulheres.

"A prevenção específicacaça niquel mundo ruralgênero pode começar com ter mais informações sobre fatorescaça niquel mundo ruralrisco específicos entre as mulheres", diz Maria Teresa Ferretti, uma pesquisadora biomédica especializada na doençacaça niquel mundo ruralAlzheimer da Universidadecaça niquel mundo ruralZurique.

Essa ideia está ganhando força. O grupo Projeto Cérebro das Mulheres (WBP, na siglacaça niquel mundo ruralinglês), cofundado por Santuccione-Chadha, Ferretti e Schumacher além da química Gautam Maitra, recentemente publicou um relatório analisando uma décadacaça niquel mundo ruralliteratura científica sobre Alzheimer, que revisou dados existentes e pedindo a cientistas que estratificassem os resultados por sexo pela primeira vez.

"As diferenças mais óbvias que tiramos da literatura estão na exposição e progressãocaça niquel mundo ruralsintomas cognitivos e psiquiátricos entre homens e mulheres com doençacaça niquel mundo ruralAlzheimer. Com base nesses novos estudos, podemos desenhar novas hipóteses e descobrir novas formascaça niquel mundo ruralmelhorar tratamentos para pacientes", diz Ferretti.

Atualmente, por exemplo, o malcaça niquel mundo ruralAlzheimer é detectado na busca por duas proteínas tóxicas que ficam acumuladas no cérebro. Evidências sugerem que não há diferença nos níveis dessas proteínas, ou "biomarcadores" (indicadores mensuráveis da severidade ou da presençacaça niquel mundo ruralalgum estadocaça niquel mundo ruraldoença), entre homens e mulheres com Alzheimer. Mas as mulheres apresentam maior declínio cognitivo.

Como resultado, os biomarcadores "podem ter um valor previsível diferentecaça niquel mundo ruralhomens e mulheres", diz Ferretti: "nós talvez tenhamos que fazer um ajustamento na representação visualcaça niquel mundo ruralbiomarcadores bioquímicos e neuropsicológicoscaça niquel mundo ruralhomens e mulheres, ou encontrar biomarcadores específicos para cada gênero".

Outra questão para os pesquisadores é por que a doença avança mais rápido nas mulheres do que nos homens após o diagnóstico. Uma linhacaça niquel mundo ruralpensamento sugere que o estrogênio protege o cérebro das mulheres quando elas são mais jovens, mas que esses benefícios acabam, assim como o estrogênio, com uma certa idade.

Outra pesquisa sugere que as mulheres desempenham melhor nos testes iniciais usados, o que pode levar a erroscaça niquel mundo ruraldiagnóstico na etapa inicial, o que também pode levar médicos a subestimar a severidade da doença. Se esse for o caso, examescaça niquel mundo ruraldiagnóstico precisarão ser mudados para refletir as diferenças neuropsicológicascaça niquel mundo ruralhomens e mulheres.

Outro desafio tem sido a maneira como testes clínicos para os medicamentoscaça niquel mundo ruralAlzheimer são feitos. Caros e longos, eles tendem a usar tanto homens quanto mulheres, apesarcaça niquel mundo rurala doença afetar mais mulheres que homens.

Para outros problemas, como depressão e esclerose múltipla, a "prevalência é geralmente refletida", diz Santuccione-Chadha. "Se mais mulheres são afetadas por essas doenças, mais mulheres geralmente são incluídas nos testes". Essa estratégia parece ter funcionado: "Temos vistos medicamentos bem-sucedidos nas áreas dessas doenças", diz ela. Já no caso dos medicamentos para Alzheimer, a maioria dos testes falhou na última década.

Comparada a outras doenças, a pesquisa sobre demência continua a ter menos fundos que outras. Historicamente, no Reino Unido, 8 centavoscaça niquel mundo rurallibra são gastoscaça niquel mundo ruralpesquisascaça niquel mundo ruralnovos tratamentos para demência para cada 10 libras (R$ 45) gastas no tratamentocaça niquel mundo ruralpessoas com a doença, segundo uma pesquisa da Universidadecaça niquel mundo ruralOxford. Já no caso do câncer, gasta-se 1,08 libracaça niquel mundo ruralpesquisas para cada 10 librascaça niquel mundo ruraltratamentos.

A discrepânciacaça niquel mundo ruralfundos é repetidacaça niquel mundo ruraloutros lugares:caça niquel mundo rural2017, nos EUA, dados dos Institutos Nacionaiscaça niquel mundo ruralSaúde (NIH na siglacaça niquel mundo ruralinglês) sugerem que cercacaça niquel mundo ruralU$ 3,03 bilhões (R$ 11 bi) foram gastoscaça niquel mundo ruralpesquisas sobre o Alzheimer e doenças relacionadas, enquanto U$ 9,87 bilhões (R$ 34 bi) foram destinados a pesquisas sobre câncer.

Os investimentoscaça niquel mundo ruralpesquisa, entretanto, estão aumentando, graças a iniciativascaça niquel mundo ruralimpacto como a recente doaçãocaça niquel mundo ruralU$ 50 milhões (R$ 185 milhões) feita por Bill Gates.

Mas ainda "há muito o que fazer para acompanhar", diz Hilary Evans, CEO do centrocaça niquel mundo ruralpesquisa sobre Alzheimer do Reino Unido. "Nós devemos ver mudanças significativascaça niquel mundo ruralinvestimentos para garantir que tenhamos os mesmos avanços para pessoas com demência do que os que vemos para câncer e doenças cardíacas nos últimos anos".

Quanto a Brenda, ela consegue se virar com a ajudacaça niquel mundo ruralum rastreador com GPS comprado após uma viagem no trem errado, e com post-its com lembretes grudados pela casa pelo seu marido, Stephen. Ambos dizem que planejam continuar envolvidoscaça niquel mundo ruraldiscussões e pesquisas sobre a doença.

O envolvimentocaça niquel mundo ruralcasais como Brenda e Stephen é essencial. Pesquisas feitas levandocaça niquel mundo ruralconsideração o gênero já estão trazendo novas possibilidades para como detectamos, tratamos e cuidamos do número crescentecaça niquel mundo ruralpessoas vivendo com a doença. Detectar qualquer diferença pode ajudar a resolver um dos maiores mistérios medicinais do nosso tempo - uma chance que seria uma grande tolice desperdiçar, segundo especialistas.

*Esta matéria faz parte da Health Gap, uma série especial da BBC sobre como homens e mulheres experienciam o sistemacaça niquel mundo ruralsaúde - ecaça niquel mundo ruralprópria saúde -caça niquel mundo ruralmaneiras distintas.