Por que falta água no Reino Unido apesarbanca aposta certatanta chuva?:banca aposta certa

No sudeste do país, por exemplo, a precipitação média anual girabanca aposta certatornobanca aposta certa500 mm ou 600 mm - índice menor que o do Sudão do Sul, oubanca aposta certaPerth, na Austrália Ocidental.

Essa também é a área mais populosa do Reino Unido, com cercabanca aposta certa18 milhõesbanca aposta certahabitantesbanca aposta certaapenas 19 mil quilômetros quadrados (o tamanhobanca aposta certaNova Jersey, nos EUA), incluindo Londres. E esta região está secando rapidamente.

Preocupação crescente

No anobanca aposta certa2018, foram registrados seis meses consecutivosbanca aposta certachuva abaixo da média na Inglaterra, deixando os níveisbanca aposta certamuitos reservatórios perigosamente baixos. E não foi um acontecimento isolado. Em 2017, o país viveu os 10 meses mais secos dos últimos 100 anos.

O plano mais recente do governo para captaçãobanca aposta certaágua mostra que 28% dos aquíferos subterrâneos na Inglaterra, e até 18% dos rios e reservatórios, são captadosbanca aposta certaforma não sustentável. Apenas 17% dos rios do país são considerados com "boa saúde ecológica".

No entanto, grande parte da população permanece indiferente ao problema. A maioria (55%) da água doce no Reino Unido é captada para uso doméstico, sendo apenas 1% destinada à agricultura.

Os britânicos gastambanca aposta certamédia 150 litrosbanca aposta certaágua por dia - para tomar banho, dar descarga, lavar louça, roupa e regar as plantas. Para efeitobanca aposta certacomparação, na Cidade do Cabo, onde a precipitação anual também girabanca aposta certatornobanca aposta certa500 mm, o uso dos residentes é limitado a cercabanca aposta certa60 litros por dia.

"As pessoas não veem a água como algo que precisam economizar... a percepção [da população] ébanca aposta certaque somos um país com muita chuva", afirma Hannah Freeman, diretorabanca aposta certaassuntos governamentais da organização internacional Wildfowl & Wetlands Trust (WWT).

"Mas as últimas projeções sobre a mudança climática sugerem que a probabilidadebanca aposta certaverões secos vai aumentarbanca aposta certaaté 50%."

E os invernos também serão mais quentes. O Reino Unido acaboubanca aposta certaregistrar recordebanca aposta certacalorbanca aposta certafevereiro, com temperaturas chegando a 21,2 grausbanca aposta certaLondres - é a primeira vezbanca aposta certaque os termômetros ficam acimabanca aposta certa20ºC durante o inverno. Os britânicos tomavam sol nos parquesbanca aposta certabermuda e camiseta, quando geralmente estariam usando gorros e cachecol.

Mudança global

O caso da Inglaterra mostra como outros países, notoriamente chuvosos, terãobanca aposta certadespertar para um futurobanca aposta certacrescente escassezbanca aposta certaágua.

Conor Linstead, especialista internacionalbanca aposta certaágua doce do World Wildlife Fund (WWF), diz que muitos países estão "enfrentando problemasbanca aposta certaescassezbanca aposta certaágua devido à captaçãobanca aposta certaexcesso, e porque não deram atenção suficiente aos mecanismosbanca aposta certaalocaçãobanca aposta certaágua... secas excepcionais vão se tornar a regra diante da mudança climática".

No Brasil, a cidadebanca aposta certaSão Paulo quase ficou sem águabanca aposta certa2014 durante a pior seca dabanca aposta certahistória - sendo que o país concentrabanca aposta certa12% a 16% da água doce do mundo.

O principal reservatório que atende à maior cidade brasileira chegou a operar com apenas 3% dabanca aposta certacapacidade - muito inferior à crise hídrica da Cidade do Cabobanca aposta certa2018,banca aposta certaque as autoridades ameaçaram cortar o abastecimento, caso os reservatórios atingissem 13,5% dabanca aposta certacapacidade.

Em agostobanca aposta certa2018, o nível da água do Rio Danúbio, que corta a Hungria, recuou para pouco maisbanca aposta certameio metro, impedindo a navegaçãobanca aposta certacruzeiros turísticos e naviosbanca aposta certacarga.

Na Inglaterra, Londres e toda a região do Vale do Tâmisa, que contempla as cidades ao longo do rio, são classificadas pela Agência Ambiental do Reino Unido como "seriamente carentesbanca aposta certaágua".

"Temos instalaçõesbanca aposta certaarmazenamentobanca aposta certaágua relativamente pequenas", explica Steve Tuck, gerentebanca aposta certacaptação da companhiabanca aposta certaabastecimento e tratamentobanca aposta certaágua Thames Water, "o que significa que usamos rios e aquíferos subterrâneos para abastecer a vasta população".

Ele admite que este sistema é "um pouco precário". O elevado nívelbanca aposta certaprecipitação no inverno deveria ser suficiente para abastecer os aquíferos e escoar a água lentamente para os rios durante o verão.

Porém, o usobanca aposta certaáguabanca aposta certaexcesso nas residências, aliado ao rápido aumento da população e à diminuição da frequência das chuvas, agravaram o problema, avalia Tuck.

A Thames Water chegou a investir na primeira usinabanca aposta certadessalinização do Reino Unido, na foz do Rio Tâmisa, para abastecer Londres com mais 150 milhõesbanca aposta certalitrosbanca aposta certaágua potável por dia.

"Outra opção seria transferir água do Rio Severn, que nasce nas montanhas do Paísbanca aposta certaGales, [por meiobanca aposta certauma tubulação] para o Tâmisa", sugere Tuck, o que indica a possibilidade da sedenta região sul sugar o restante da água do Reino Unido.

'Roubo'banca aposta certaágua

Pelo mesmo raciocínio, há também a hipótesebanca aposta certao hemisfério norte "secar" o hemisfério sul. Os supermercados do Reino Unido oferecem frutas e legumes frescos durante todo o ano, independentemente da estação, fornecidos por diferentes países. E cercabanca aposta certa24% são jogados no lixo, a grande maioria após a compra.

De acordo com Dorcas Pratt, vice-diretora da Water Witness International, organização voltada para o desenvolvimento sustentável, "a grande questão é que 62% do usobanca aposta certa'água virtual' no Reino Unido - a quantidadebanca aposta certaágua necessária para produzir os alimentos que consumimos e produtos que usamos - é proveniente do exterior".

"Nossa pegada hídrica global significa que a água usada pelo Reino Unido está interligada com abanca aposta certacomunidades e economias no mundo todo", diz Pratt.

"Portanto, não estamos apenas captando águabanca aposta certaexcessobanca aposta certaalguns aquíferos do Reino Unido, mas nosso padrãobanca aposta certaconsumo globalizado faz com que a gente estimule a exploração da água (poluindo e degradando o ecossistema)banca aposta certapaíses ao redor do mundo."

Ela cita as fazendasbanca aposta certaaspargos nos desertos peruanos como apenas um exemplo.

Desequilíbrio na demanda

Embora os períodosbanca aposta certaseca tenham se tornado mais frequentes no Reino Unido, Catherine Moncrieff, da WWF, acredita que a grande questão é que as pessoas "desperdiçam água". Países tradicionalmente chuvosos precisam se reconectar com o valor e o custo da água.

Apenas metade dos domicílios da Inglaterra e do Paísbanca aposta certaGales tem medidorbanca aposta certaágua instalado. A outra metade paga uma taxa mensal fixa, independentemente da quantidadebanca aposta certaágua que consome; você pode deixar o irrigadorbanca aposta certagrama ligado o dia todo, ou tomar um banhobanca aposta certauma hora, sem arcar com custos extras.

Em contrapartida, um relatóriobanca aposta certa2008 da Agência Ambiental mostrou que Dinamarca, Finlândia, Holanda, Alemanha e Bélgica tinham medidores instaladosbanca aposta certaquase todas as residências - e apresentavam um consumobanca aposta certaágua por pessoa muito menor que os 150 litros por dia do Reino Unido.

Na Finlândia, por exemplo, o gasto médio erabanca aposta certa115 litros por dia. Mas nem sempre foi assim. Na décadabanca aposta certa1970, os finlandeses desperdiçavam cercabanca aposta certa350 litros a 420 litros por dia.

A redução do consumo se deve, segundo o relatório, "ao aumento do preço da água, ao avanço da tecnologia usada nas residências e nos serviçosbanca aposta certaabastecimento, à maior conscientização dos consumidores e à melhor gestão dos serviços públicos".

De acordo com Linstead, da WWF, "quase todos os países que realizaram campanhas bem sucedidasbanca aposta certaeficiência hídrica têm medidores instalados. O medidor também ajuda as empresas a detectar vazamentos, o que significa mais economiabanca aposta certaágua ".

A Dinamarca também costumava usar água doce como se não houvesse amanhã - talvez porque seja um país pequeno com maisbanca aposta certa120 mil lagos e 69 mil quilômetrosbanca aposta certarios. Em 1989, os dinamarqueses consumiam,banca aposta certamédia, 170 litrosbanca aposta certaágua por dia, a um custobanca aposta certaapenas 2 euros por metro cúbico (1 mil litros).

A instalação obrigatóriabanca aposta certamedidores e o aumento do preço para 7 euros por metro cúbico até 2012 reduziram o consumo individualbanca aposta certaágua para 114 litros por dia.

A WWF vai além e diz que 80 litros por pessoa "é perfeitamente possível agora"banca aposta certaresidências equipadas com dispositivos modernos que permitam uso racional da água.

A Blueprint for Water, uma aliança entre organizações como a WWF e a WWT, faz um apelo para o consumobanca aposta certaágua mais sustentável, tanto no Reino Unido quantobanca aposta certaoutros países.

A Southern Water se tornou a primeira empresabanca aposta certaágua britânica a iniciar a medição obrigatória;banca aposta certa2010 a 2015, a companhia obteve uma reduçãobanca aposta certa16% no consumo per capita ebanca aposta certa15% nos vazamentosbanca aposta certaágua.

Não há razão para que o Reino Unido "não seja capazbanca aposta certaalcançar a segurança hídrica", diz Freeman.

"Temos muita água quando chove! Só precisamos saber usarbanca aposta certauma maneira melhor."

banca aposta certa Leia a versão original banca aposta certa desta reportagem (em inglês) no site BBC Future banca aposta certa .

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