Como sobreviver ao frio extremo:como usar o pixbet

Sem umidade no ar, quando ele respirava, estava perdendo fluido vital dos pulmões. É por isso que sai aquela fumacinha (na verdade, vapor d’água condensado) da boca quando está muito frio.

Mas o frio também parece atenuar nossa sensaçãocomo usar o pixbetsede, o que significa que muitas pessoas não ingerem água suficiente. Se você estiver se esforçando para se aquecer e ficar com a respiração ofegante como resultado, isso pode te levar rapidamente à desidratação.

"Você costuma ver muitos problemas no frio agravados pela desidratação", diz Mike Tipton, professorcomo usar o pixbetfisiologia da Universidadecomo usar o pixbetPortsmouth, no Reino Unido.

Mas, como encontrou água fresca, a desidratação não foi o maior dos problemas enfrentados por Friðþórsson. As roupas molhadas estavam piorando rapidamentecomo usar o pixbetcondição, colocando-ocomo usar o pixbetriscocomo usar o pixbethipotermia, que ocorre quando a temperatura corporal fica abaixocomo usar o pixbet35°C.

Enquanto se exercitava, ele conseguia manter a temperatura interna alta. Mas, como parou para beber água,como usar o pixbetfontecomo usar o pixbetcalor – gerada pelo movimento dos músculos – havia sido interrompida. Se ainda tinha calorias para queimar, ele precisava continuar se movimentando.

"Um homem no frio não é necessariamente um homem com frio", diz Tipton.

"Se você continuar se movendo e estiver minimamente isolado, produzirá calor suficiente para se aquecer."

"E quando você se exercita com intensidade razoavelmente alta, pode fazer issocomo usar o pixbetbermuda e camiseta no frio", acrescenta.

No entanto,como usar o pixbetaltitudes elevadas, as pessoas podem ter mais dificuldade para se exercitar. De acordo com Tipton, os alpinistas conseguem dar apenas um passo a cada 10 segundos no Everest. A produçãocomo usar o pixbetcalor nesse ritmocomo usar o pixbetexercício é mínima — portanto, se manter aquecido é muito difícil.

Há inúmeros registroscomo usar o pixbetalpinistas que sucumbiram ao friocomo usar o pixbetaltitudes elevadas, muitas vezes porque a comunicação via rádio só é mantida até que caiam inconscientes.

Em 1974, os momentos finaiscomo usar o pixbetum grupocomo usar o pixbetalpinistas presos no Pico Lenin durante uma nevasca foram transmitidos para o acampamento base. O grupo, liderado por Elvira Shatayeva, pretendia ser o primeiro formado só por mulheres a escalar a montanha, no atual Tajiquistão.

À medida que o frio aumentava, seus pensamentos ficavam cada vez mais desorientados, e elas contaram o quão fracas estavam se sentindo:

"Outra (alpinista) morreu", Shatayeva comunicoucomo usar o pixbetumacomo usar o pixbetsuas últimas mensagens.

"E eu não tenho forças para apertar o botão do transmissor."

Embora haja evidênciascomo usar o pixbetque o calor extremo afeta as habilidades cognitivas das pessoas, é menos claro o que o frio extremo pode fazer com a mente humana.

Em um estudo, os participantes que mergulharamcomo usar o pixbetágua com temperaturacomo usar o pixbet2°C a 3°C por três minutos (tempo suficiente para que alguém desenvolva e se recupere do choque térmico) apresentaram declínio na memóriacomo usar o pixbetcurto prazo, mas melhoracomo usar o pixbetoutras áreas, como no estadocomo usar o pixbetalerta.

Já outra pesquisa mostrou que pessoas que chegaram muito perto da hipotermia (com temperatura corporal a 35,5°C) não sofreram nenhum declínio na função cognitiva.

Ao que parece, nosso cérebro lida muito melhor com o frio do que com o calor. Isso acontece porque as estratégiascomo usar o pixbetsobrevivência do nosso organismo se concentramcomo usar o pixbetmanter nossos órgãos vitais funcionando às custascomo usar o pixbetoutras partes do corpo consideradas menos essenciais.

A mais importantecomo usar o pixbettodas, é claro, é o nosso cérebro. Quando Shatayeva e suas colegas alpinistas começaram a apresentar problemas cognitivos, provavelmente outros órgãos já estavam falhando.

Nosso corpo é muito eficazcomo usar o pixbetreduzir o fluxo sanguíneo nas mãos e nos pés, por meiocomo usar o pixbetum processo chamado vasoconstrição, para preservar a temperatura corporal. Mas, ao fazer isso, deixa as extremidades mais frias.

O tecido humano congelacomo usar o pixbettornocomo usar o pixbet-0,5°C. À medida que o fluidocomo usar o pixbetnossos tecidos começa a congelar, as paredes celulares se rompem, podendo levar à necrose ou morte das células. Este fenômeno é conhecido como "frostbite".

No entanto, estar prestes a morrer por hipotermia pode aparentemente pregar algumas peças na mente. Em casos raros, algumas pessoas supostamente sentem calor momentos antescomo usar o pixbetmorrer. Alguns corposcomo usar o pixbetvítimascomo usar o pixbethipotermia são encontrados parcialmente vestidos, ou até mesmo totalmente despidos — o que caracteriza o chamado “paradoxo do desnudamento”.

Pode ser que, nos últimos momentos antescomo usar o pixbetmorrer, o mecanismo que mantém o sangue abaixo da nossa camadacomo usar o pixbetgordura falhe, fazendo com que ele corra para a superfície da pele e provoque a sensaçãocomo usar o pixbetcalor.

Na realidade, as vítimas perdemcomo usar o pixbetrepente uma grande quantidadecomo usar o pixbetcalor. Tirar a roupa apenas acelera a rapidez com que morrem.

A maioria desses casos (67% dos homens e 78% das mulheres) envolve pessoas que consumiram álcool, o que é conhecido por inibir nossa resposta termorregulatória.

Em outros casos atípicoscomo usar o pixbetmorte por hipotermia, as vítimas foram encontradas escondidas atráscomo usar o pixbetarmários ou debaixo da cama. Esse fenômeno é chamadocomo usar o pixbet"síndrome do esconde e morre" ou "escavação terminal", embora os exemploscomo usar o pixbetpessoas que tenham cavado buracos para se esconder sejam extremamente raros.

Assim como no "paradoxo do desnudamento", parece que nos últimos momentos antescomo usar o pixbetmorrer as vítimas são tomadas por uma desorientação. Cercacomo usar o pixbetum quarto dessas pessoas também se despiram antescomo usar o pixbetse esconder.

Em geral, esses indivíduos que morreram congelados e paradoxalmente tiraram as roupas sucumbiram ao frio enquanto voltavam para casa à noite usando trajes inadequados, às vezes bêbados.

Para qualquer pessoacomo usar o pixbetsituaçãocomo usar o pixbetsobrevivência, há três frentescomo usar o pixbetdefesa que protegem contra o frio:

"Roupas ou equipamentos são a primeira linhacomo usar o pixbetdefesa, abrigo é a segunda, e a terceira é o fogo", diz Jessie Krebs, ex-instrutoracomo usar o pixbettreinamento do programa Sobrevivência, Evasão, Resistência e Fuga (Sere) da Força Aérea dos EUA.

"As pessoas pulam direto para o fogo, o que é um erro. Se não tiverem sucesso, morrem tentando iniciar um incêndio."

O americano Tyson Steele,como usar o pixbet30 anos, colocou essa teoria na prática no fimcomo usar o pixbet2019, quando a cabanacomo usar o pixbetque ele morava no remoto Vale Susitna, no Alasca, foi destruída pelo fogo.

Para se proteger do frio, ele dormia enrolado nas cobertas, enquanto o fogo ardia no fogão à lenha da cabana. Mas uma pequena brasa subiu pela chaminé e pousou na lona do telhado, onde ardeu silenciosamente.

Ao sentir a presença do fogo, Steele levantou correndo a tempocomo usar o pixbetver as labaredas saindo do telhado. Dentrocomo usar o pixbetalguns minutos, a cabana inteira estavacomo usar o pixbetchamas.

Foi o começo do que se tornaria uma provaçãocomo usar o pixbettrês semanas para Steele, isolado a 30 quilômetros da cidade mais próxima,como usar o pixbetcondições climáticas abaixocomo usar o pixbetzero, no deserto do Alasca. Nos 20 dias que se seguiram, ele travou uma verdadeira batalha para se manter aquecido e vivo na esperançacomo usar o pixbetser resgatado.

Incapazcomo usar o pixbetse deslocar para muito longe na neve profunda, seu plano foi permanecer no local, o que, naquelas circunstâncias, não era má ideia.

Ele conseguiu salvar alguns alimentos enlatados e cobertores, construiu um abrigo com os escombroscomo usar o pixbetsua cabana, e acendeu uma fogueira.

Naquele momento, a perspectivacomo usar o pixbetSteele era bastante positiva; ele tinha providenciado suas três linhascomo usar o pixbetdefesa na ordem certa. Escreveu então uma mensagemcomo usar o pixbetSOS na neve, ao lado do seu abrigo, e esperou por ajuda.

Enquanto estava na cabana, ele mantinha contato regular com a família e publicava posts nas redes sociais. Quando ele paroucomo usar o pixbetse comunicar, a família ficou preocupada. Para sortecomo usar o pixbetSteele, seu silêncio foi notado e acabou sendocomo usar o pixbetsalvação — e não a mensagemcomo usar o pixbetSOS que escreveu na neve.

"O sinal SOS é o que a maioria das pessoas conhece, mas o lado negativo é que é muito cheiocomo usar o pixbetcurvas", diz Krebs.

"A maior parte da natureza é curvilínea — são colinas, lagos e córregos arredondados,como usar o pixbetmodo que as curvas se misturam."

Nas forças armadas, Krebs aprendeu a usar a letra "V" para pedir ajuda ou um "X" para solicitar especificamente assistência médica.

As longas linhas retas se destacamcomo usar o pixbetuma encosta. Também leva menos tempo para criar duas linhas retascomo usar o pixbet10 metroscomo usar o pixbetcomprimentocomo usar o pixbetcomparação com dois "S" e um "O", cada um com 3 metros.

O momento do resgatecomo usar o pixbetSteele, filmadocomo usar o pixbetum helicóptero, mostra o americano acenando com os dois braços para o alto, na frente da mensagemcomo usar o pixbetSOS.

Embora acenar com os dois braços seja um sinal amplamente conhecido como pedidocomo usar o pixbetresgate (acenar com apenas um braço pode ser mal interpretado como uma saudação), Krebs diz que a maneira mais eficazcomo usar o pixbetcomunicar que estácomo usar o pixbetapuros é deitar no chão.

Desde que você tenha certezacomo usar o pixbetque o piloto te viu, deitar rapidamente comunica que você está ferido ou doente e, portanto, precisacomo usar o pixbetajuda com urgência.

Outras formascomo usar o pixbetcomunicação incluem o usocomo usar o pixbetespelhos ou sinaiscomo usar o pixbetfumaça — a água presente nos galhos e folhas da vegetação gera uma fumaça branca quando queimada, o que pode ser útilcomo usar o pixbetflorestas escuras.

A queimacomo usar o pixbetborracha oucomo usar o pixbetpneuscomo usar o pixbetcarro pode, porcomo usar o pixbetvez, produzir uma fumaça preta que se destaca da neve. Mas Krebs alerta que tudo isso só é realmente útil se houver uma aeronave na área.

Steele afirmou mais tarde que não tinha treinamento formalcomo usar o pixbetsobrevivência, mas adquiriu algum conhecimento assistindo a vídeos do YouTube.

Alguns fósforos, uma vela e cascascomo usar o pixbetbétula o ajudaram a acender uma fogueira, que ele usou para se manter seco.

Ser capazcomo usar o pixbetmanter as roupas secas é essencial para aumentar suas chancescomo usar o pixbetsobrevivência, diz Krebs. Na pior das hipóteses, roupas molhadas podem ser torcidas.

Mas no casocomo usar o pixbetFriðþórsson, ele já estava muito além desse estágio.

Friðþórsson caiu no mar a leste da penínsulacomo usar o pixbetStórhöfði após um acidente com seu barcocomo usar o pixbetpesca, o Hellisey VE 503. Às 22h, a redecomo usar o pixbetarrasto ficou presa no fundo do oceano, virando a embarcação tão rápido que a tripulação não teve nem tempocomo usar o pixbetenviar um pedidocomo usar o pixbetsocorro.

Os cinco pescadores a bordo foram atirados ao mar. Três deles conseguiram subir na quilha do barco, que estava virada para cima — dois nunca voltaram à superfície.

Os sobreviventes se viram então a 5 km da costa, no meio do mar a uma temperaturacomo usar o pixbet5°C. Uma pessoa normal sobrevive,como usar o pixbetmédia, por cercacomo usar o pixbet75 minutos quando a temperatura da água é menor que 6ºC.

São poucos os relatoscomo usar o pixbetpessoas que sobrevivem por mais tempo. Em testescomo usar o pixbetlaboratório, participantes começaram a sofrer efeitos adversoscomo usar o pixbet20 ou 30 minutos, antescomo usar o pixbetserem retirados da água. Nadar 5 km naquelas condições levaria horas.

A água do mar não é capazcomo usar o pixbetficar tão fria quanto o ar — ela congela a cercacomo usar o pixbet-1,9 °C. Mas na Islândia,como usar o pixbetmarço, o mar está um pouco acima do pontocomo usar o pixbetcongelamento. Em teoria, é possível desenvolver “frostbite” na água fria, mas é muito pouco provável.

Na quilha do barco, no entanto, a temperatura do ar estava gélida. E as roupas molhadas dos pescadores estavam piorando rapidamente a sensaçãocomo usar o pixbetfrio. Ficar parado não era uma opção.

"Quando você sai da água, acontece o resfriamento evaporativo", diz Tipton.

"É uma maneira realmente potentecomo usar o pixbetperder calor do corpo."

Normalmente, você se despiria e vestiria roupas secas. Mas, na ausência dessa possibilidade, uma opção seria se abrigarcomo usar o pixbetum grande saco plástico, como os usadoscomo usar o pixbetkits para sobrevivência, no intuitocomo usar o pixbetreduzir o resfriamento evaporativo e por convenção.

"Se você molhar alguém a 4°C, e a pessoa tiver um litrocomo usar o pixbetágua nas roupas; e se toda essa água evaporar, haverá uma queda na temperatura corporal delacomo usar o pixbet10°C", explica Tipton.

"Considerando o mesmo cenário, se você envolver a pessoacomo usar o pixbetum saco plástico, ela poderia usar o corpo para aquecer a água. Como está contida no saco, não pode evaporar. E essa pessoa perderia meio grau, ou seja, ficaria 20 vezes melhor."

Tipton afirma que uma das grandes vitórias dacomo usar o pixbetequipe na Universidadecomo usar o pixbetPortsmouth foi incentivar a Polícia Montada Real do Canadá a trocar os onerosos cobertores espaciaiscomo usar o pixbetalumínio pelos baratos e resistentes sacoscomo usar o pixbetsobrevivênciacomo usar o pixbetplástico.

Os cobertores espaciais, do tipo que dão a atletas no fimcomo usar o pixbetuma maratona, são bons para proteger contra a perdacomo usar o pixbetcalor por radiação, mas menos eficientes quando se tratacomo usar o pixbetperdacomo usar o pixbetcalor por evaporação, uma vez que não retêm líquido. Em uma situaçãocomo usar o pixbetsobrevivência, uma sacola plástica seria muito mais útil.

Sem uma sacola plásticacomo usar o pixbetsobrevivência, exposto ao ar congelante, e com a água evaporando do seu corpo, Friðþórsson tinha um risco muito altocomo usar o pixbetsucumbir ao frio.

Após uma breve reflexão, os três homens decidiram arriscar nadar. Em 10 minutos, os outros dois morreram — e só restou Friðþórsson, que levou seis horas para nadar até a costa. Mas como ele conseguiu sobreviver por muito mais tempo do que os colegas?

Os primeiros minutos após serem jogados no mar foram críticos. A água fria retira o calor do corpo mais rápido do que o ar na mesma temperatura.

Os pescadores que sucumbiram primeiro provavelmente não conseguiram controlar a resposta ao choque térmico. Ofegante ecomo usar o pixbetpânico, eles devem ter inalado água. Friðþórsson, por outro lado, conseguiu controlarcomo usar o pixbetrespiração.

Mais tarde, ele contou que manteve a lucidez durante todo o trajeto a nado. Decidiu, inclusive, voltar ao mar para nadar até outro ponto da costa, após constatar que o penhasco onde ele havia "aportado" era muito difícilcomo usar o pixbetser escalado. A presençacomo usar o pixbetespírito para fazer isso provavelmente salvoucomo usar o pixbetvida.

Finalmente, Friðþórsson chegou a uma vila e, por volta das 7h da manhãcomo usar o pixbetsegunda-feira, bateu à portacomo usar o pixbetuma casa. Ele foi levado para o hospital, com cortes e desidratação. Não havia sinalcomo usar o pixbetque havia sofridocomo usar o pixbethipotermia.

Friðþórsson, hoje com 58 anos, é um homem grande. Ele tem 1,93mcomo usar o pixbetaltura e pesava 125 kg quando estava na faixacomo usar o pixbet20 anos. Uma camada generosacomo usar o pixbetgordura com cercacomo usar o pixbetdois centímetros e meiocomo usar o pixbetespessura envolvia seu abdômen. A gordura corporal não só o mantinha isolado, como também era uma fonte vitalcomo usar o pixbetenergia.

Mesmo assim,como usar o pixbetcapacidade para se manter aquecido era excepcional. Pesquisadores que realizaram testescomo usar o pixbetFriðþórsson, após a provação, concluíram que ele deve ter sido capazcomo usar o pixbetmanter a temperatura corporal quase normal durante todo o percurso a nado.

Ao contráriocomo usar o pixbetoutros sobreviventescomo usar o pixbetcondições extremas, Friðþórsson não transformoucomo usar o pixbethistóriacomo usar o pixbetum negócio lucrativo. Há apenas um filme islandês independentecomo usar o pixbet2012 sobre acomo usar o pixbetprovação. E as roupas que ele usava na ocasião estão agora expostas no Eldheimar Museum,como usar o pixbetHeimaey,como usar o pixbetuma pequena mostra sobre a história da pesca na ilha — um reconhecimento modesto àcomo usar o pixbethistória extraordinária.

como usar o pixbet Leia a versão original como usar o pixbet desta reportagem (em inglês) no site BBC Future como usar o pixbet .

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