Como o estilojogo cachetavida dos ricos está acelerando as mudanças climáticas:jogo cacheta

Mulher com um champanhe na mão, ao ladojogo cachetauma janelajogo cachetaavião

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"Quanto maior for seu rastrojogo cachetacarbono, maior será o seu dever moral", escreveu Thunberg no The Guardianjogo cacheta2019.

Nas últimas décadas, o foco tem sido a desigualdade global. Eventos e catástrofes como a crise financeirajogo cacheta2008, a pandemiajogo cachetacovid-19 e os impactos cada vez mais severos das mudanças climáticas tendem a atingir os mais pobres primeiro, e com mais força.

Masjogo cachetadebates sobre como resolver a desigualdade, o consumismo é frequentemente deixadojogo cachetalado.

Elite poluidora

Bill Gates

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Legenda da foto, Bilionário e defensorjogo cachetacausas ambientais, Bill Gates viajoujogo cachetaavião 59 vezesjogo cacheta2017

"Cada unidade que você emite a mais significa que alguém precisa abrir mão [de fazer algo]", diz Lewis Akenji, diretor-gerente do Hot or Cool Institute, um grupojogo cachetaestudos baseadojogo cachetaBerlim. Como resultado, as enormes pegadasjogo cachetacarbono da elite econômica consolidam a desigualdade e ameaçam a capacidade do mundojogo cachetaprevenir mudanças climáticas trágicas.

As estatísticas são impressionantes. Os 10% mais ricos do mundo foram responsáveis ​​por cercajogo cachetametade das emissões globaisjogo cachetacarbonojogo cacheta2015,jogo cachetaacordo com um relatóriojogo cacheta2020 da Oxfam e do Stockholm Environment Institute. O 1% mais rico foi responsável por 15% das emissões, quase o dobro dos 50% mais pobres do mundo — parcela responsável por apenas 7%, mas que sofrerá o peso das mudanças climáticas mesmo tendo a menor responsabilidade sobre elas.

Outro problema é que os ricos "comem" o "orçamentojogo cachetacarbono" restante (que é a quantidade máximajogo cachetagases do efeito estufa para nos manter o aquecimentojogo cachetaaté 1,5ºC).

"Os mais ricos não estão cedendo espaço aos 50% mais pobres, que precisam aumentar suas emissões para realmente atender às suas necessidades", diz Emily Ghosh, cientista da equipe do Instituto Ambientaljogo cachetaEstocolmo.

Dario Kenner, autorjogo cachetaDesigualdadejogo cachetaCarbono: O Papel dos Mais Ricos nas Mudanças Climática, cunhou o termo "elite poluidora" para descrever a parcela mais rica da sociedade que investe pesadamentejogo cachetacombustíveis fósseis e mantém um estilojogo cachetavida que causa forte impacto no clima.

Pessoasjogo cachetajato particular

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Legenda da foto, A aviação é um dos setores econômicos mais poluentes do planeta

Do jeito que está, a maioria das pessoas nos países ricos consomejogo cachetauma maneira que está acelerando a catástrofe climática. Quando as emissõesjogo cachetaprodutos importados são levadasjogo cachetaconsideração, um cidadão médio no Reino Unido emite 8,5 toneladasjogo cachetacarbono por ano,jogo cachetaacordo com o Hot or Cool Institute. Esse número sobe para 14,2 toneladas no Canadá, o país que virou alvo do estudo produzido pelo instituto.

Para o aquecimento global pararjogo cachetaum aumentojogo cacheta1,5°C, esses números precisam ser drasticamente reduzidos para 0,7 toneladas por pessoa até 2050.

Quanto dependejogo cachetacada um?

O consumo individual é uma questão espinhosa. O tema pode rapidamente se transformarjogo cachetaum debate banal sobre se o combate à mudança climática dependejogo cachetaações individuais ou maisjogo cachetaações sistêmicas por partejogo cachetagovernos e corporações. "Esta é uma falsa dicotomia", disse Akenji. "Os estilosjogo cachetavida não existem no vácuo, os estilosjogo cachetavida são moldados pelo contexto."

As pessoas vivem suas vidas dentro dos sistemas políticos e econômicos, que não são sustentáveis. Mas, sem abordar os estilosjogo cachetavida dos mais ricosjogo cachetanossas sociedades e o poder que eles têm, não seremos capazesjogo cachetaenfrentar as mudanças climáticas. "Os ricos definem o tomjogo cachetaconsumo que todos aspiram. É aí que estão os efeitos tóxicos", acrescenta Halina Szejnwald Brown, professora eméritajogo cachetaciência e política ambiental na Clark University, nos Estados Unidos.

Considere a aviação, por exemplo. "Quando você começa a viajarjogo cachetaavião, você passa a pertencer a uma elite mundial", diz Gössling. Maisjogo cacheta90% das pessoas nunca voaram e apenas 1% da população mundial é responsável por 50% das emissões dos voos.

Da elite corporativa que viaja pelo mundo às celebridades que tornaram as viagens partejogo cachetasuas marcas pessoais, esse comportamento ajudou a tornar um estilojogo cachetavida com alta emissãojogo cachetacarbono algo desejável, diz Gössling.

Os carros SUV, por exemplo, transportam presidentes, empresários, celebridades e artistas, alémjogo cachetacada vez mais famíliasjogo cachetaclasse média. O modelo tornou-se símbolojogo cachetastatus, apesarjogo cachetaseu alto impacto ambiental. Os SUVs, que representaram 42% das vendas globaisjogo cachetacarrosjogo cacheta2019, foram o único setor automotivo a registrar um aumento nas emissõesjogo cachetacarbonojogo cacheta2020. O aumento do númerojogo cachetacompradoresjogo cachetaSUVs no ano passado anulou efetivamente os ganhos climáticos dos carros elétricos.

Domicílios grandes são outro problema. "Opçõesjogo cachetamoradia significam prestígio e status social", escreve Kimberly Nicholas, cientistajogo cachetasustentabilidade na Lund University, alémjogo cachetaoutros co-autores,jogo cachetaum estudo recente sobre o papel das pessoas ricas nas mudanças climática.

Na Europa, quase 11% das emissões residenciais são produzidas por 1% dos emissores, que possuem inúmeras e grandes casas.

Primeiras mudanças perceptíveis

Nos últimos anos, as normas sociais começaram a mudar. Na Suécia, o ativismojogo cachetaThunberg ajudou a inspirar o "flygskam" (palavra sueca para "vergonhajogo cachetavoar"), um conceito que levou as pessoas a se perguntarem o quanto deveriam viajarjogo cachetaavião.

O movimento gerou uma quedajogo cacheta4% no númerojogo cachetapassageiros nos aeroportos da Suéciajogo cacheta2018, algo rarojogo cachetaum momentojogo cachetaque o númerojogo cachetapassageiros estava aumentando no mundo. A pandemia, que reduziu drasticamente as viagensjogo cachetanegócios, provou que as videochamadas podem substituir as reuniões presenciais. Uma pesquisa da Bloomberg descobriu que 84% das empresas planejam gastar menosjogo cachetaviagensjogo cachetanegócios após a pandemia.

As pessoas também começaram a considerar o impacto da proteína animal, gerando um boom nos negóciosjogo cachetacarnes e laticínios à basejogo cachetavegetais. "Isso não vemjogo cachetaum decreto ou exigênciajogo cachetapolítica governamental", disse Peter Newell, professorjogo cachetarelações internacionais da Universidadejogo cachetaSussex. "Ou seja, as empresas veem onde o mercado está mudando."

Mulheres comendo hambúrguer

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Legenda da foto, O consumo excessivojogo cachetacarne vermelha tem sido questionado cada vez mais por parte dos consumidores

Mas essas mudanças são lentas demais para a emergênciajogo cachetaque nos encontramos, diz Kenner. "Estamos passando por pontosjogo cachetainflexão climática, várias espécies estãojogo cachetaextinção."

A questão é a velocidade das mudanças, e isso requer ações governamentais, explica. Impostos específicos sobre consumo poluente, como voos frequentes e consumo excessivojogo cachetacarne, podem ajudar as pessoas a adotar comportamentosjogo cachetabaixo carbono mais rapidamente, diz Newell.

Para ele, as punições a comportamentos poluentes deveriam ser adotadas junto a investimentos que beneficiem a população como um todo.

Por exemplo, a receitajogo cachetaum imposto por passageiro frequente poderia ser investidajogo cachetaum sistemajogo cachetatransporte público mais barato ou mesmo gratuito; e o dinheirojogo cachetaum "imposto sobre mansões" poderia ser usado para instalar energia elétricajogo cachetalocais onde há escassez do recurso.

O problema, entretanto, é se os mais ricos podem simplesmente absorver esses custos e tudo continuar como antes. Uma ideia mais radical é uma alocação pessoaljogo cachetacarbono (PCA),jogo cachetaque os indivíduos recebem um limite igualjogo cachetaemissõesjogo cachetacarbono, e essa quantia é negociável ​​entre eles. Se alguém quer emitir mais, ela deve comprar cotas indesejadasjogo cachetaoutras pessoas. Versõesjogo cachetaum PCA foram exploradas na Irlanda, França e Califórnia.

Em 2018, o governo do Reino Unido analisou a viabilidadejogo cachetaum projeto como esse, mas concluiu que um PCA seria muito caro, difíciljogo cachetaadministrar e improváveljogo cachetaser socialmente aceito.

Mas, no contextojogo cachetauma emergência climática ejogo cachetauma pandemia — que obrigou as pessoas a aceitarem restrições individuaisjogo cachetanome do benefício coletivo —, essa pode ser uma política que vale a pena reconsiderar,jogo cachetaacordo com análises recentes.

Um PCA é atraentejogo cachetaalgum nível, diz Newell, "porque torna muito claro quais são nossos direitos per capita".

Mas ele acrescenta: "Essa é uma versão extrema da responsabilidade individual. Ela pode acabar punindo injustamente pessoas que, por exemplo, vivemjogo cachetaáreas com poucas opçõesjogo cachetatransporte público."

Outra ideiajogo cachetapolítica que está ganhando popularidade é a "ediçãojogo cachetaescolha",jogo cachetaque os governos restringem a entrada no mercadojogo cachetaprodutosjogo cachetaalto consumojogo cachetacarbono, como jatos particulares ou megaiates.

A ideia é que as opçõesjogo cachetabaixo carbono, muitas das quais já existem, vão preencher essa lacuna. A escolhajogo cachetaopções pode parecer radical, mas não é nova, diz Akenji. O governo do Reino Unido, por exemplo, usa o sistema por razõesjogo cachetasegurança pública para proibir a vendajogo cachetaarmas ou carros sem cintosjogo cachetasegurança.

Vacas

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Legenda da foto, A Holanda decidiu diminuirjogo cacheta30% o tamanhojogo cachetaseu rebandojogo cachetabovinos

"Desfazer comportamentos que não são sustentáveis ​​é muito mais difícil do que impedir que esses produtos ​​cheguem ao mercado", concluiu um relatóriojogo cachetaabril sobre mudançajogo cachetacomportamentojogo cachetaautoriajogo cachetaNewell.

Risco político

Mesmo com o tempo se esgotando para lidar com a mudança climática, muitos governos resistem a aplicar políticasjogo cachetamudançajogo cachetacomportamento por medojogo cachetaque elas sejam eleitoralmente impopulares, alémjogo cachetadesagradar os mais ricos.

O controle dos mais ricos sobre os governos por meiojogo cachetalobby e grandes doações feitas por eles proporciona a essa parcela da sociedade grande vantagem na diluiçãojogo cachetaações que combatam as mudanças climáticas, alémjogo cachetamoldar as opções disponíveis para todos, explica Kenner. "Existe este outro futuro, este futuro alternativo, que nos está sendo negado diariamente", insiste.

Para todas as políticas que visam o comportamento do consumidor,jogo cachetaúltima análise, é muito difícil reduzir as emissões se não houver opções para que as pessoas tenham uma vida com baixo teorjogo cachetacarbono. "Há muito o que fazer para construir uma sociedade mais sustentável e isso vai alémjogo cachetaapenas reduzir o tamanhojogo cachetajatos particulares e iatesjogo cachetaluxo", diz Ghosh.

Alguns governos estão fazendo grandes mudanças. O Paísjogo cachetaGales, por exemplo, suspendeu o investimento na construçãojogo cachetanovas estradas para cumprir as metasjogo cachetaemissões.

Transporte público

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Legenda da foto, Investirjogo cachetatransporte público e acessível é uma das medidas necessárias para ajudar o meio ambiente

A Holanda propôs reduzir o númerojogo cachetaseu rebanhojogo cachetagadojogo cacheta30% para reduzir a poluição.

Já cidades do Reino Unido, como Norwich e Exeter, começaram a construir habitação social com usojogo cachetaenergia limpa.

Outros focam no papel da publicidade na promoção do consumo poluente.

"As pessoas tentam marcar seu lugar na sociedade se diferenciando daqueles que estão abaixo delas", diz Brown. "E a propaganda constroi toda uma indústria com base nessa insegurança."

Em 2021, Amsterdã proibiu anúnciosjogo cachetaprodutos com altas emissões, incluindo SUVs e voos baratosjogo cachetacurta distância, seguindo os passosjogo cachetacidades como São Paulo e Chennai (Índia), que proibiram ou limitaram estritamente a publicidadejogo cachetaoutdoors. "Mas isso realmente não é suficiente, "diz Akenji.

O ritmo é muito lento e o tempo está acabando. Os governos precisam reformar a infraestrutura, colocando a sustentabilidade no centro da política, diz ele.

Isso significa criar redesjogo cachetatransporte público rápidas, extensas e acessíveis; "descarbonizar" a eletricidade; construir casas mais densas e bem isoladas; proibir o usojogo cachetacarros movidos a gasolina e considerar medidas como uma semanajogo cachetatrabalhojogo cachetaquatro dias.

Os governos e os ricos, com seu enorme papeljogo cachetainfluenciar as normas sociais, também podem ajudar a mudar a narrativajogo cachetaque ações para combater as mudanças climáticas causam perda da liberdade individual ejogo cachetaqualidadejogo cachetavida.

"As coisas que se mostraram mais sustentáveis ​​do pontojogo cachetavista ambiental quase sempre são melhores para o nosso próprio bem-estar e coesão social", disse Akenji.

Comer menos carne traz benefícios para a saúde. Ter menos SUVs e carros movidos a gasolina aumentam a qualidade do ar e ajudam a reduzir as mortes por poluição do ar. E uma semanajogo cachetatrabalhojogo cachetaquatro dias poderia permitir um melhor equilíbrio entre vida profissional e familiar, mais tempo para a família e menores custos com cuidados com os filhos para os pais.

"Ninguém se levantajogo cachetamanhã e diz: 'Hoje vou arruinar o meio ambiente.'" diz Akenji.

As pessoas consomem por muitos motivos — para satisfazer suas necessidades, mostrar afeto, se sentir bem ou porque se sentem pressionadas pela publicidade ou expectativas sociais. Poucas pessoas realmente questionam seu consumo, diz Brown. "E essas são perguntas muito profundas: 'Quem sou eu e o que preciso para ter uma vida boa?' Quero dizer, quantas pessoas querem parar para fazer essa pergunta?".

Ações individuais não serão suficientes para lidar com a mudança climática, diz Akenji. Mas nossas escolhas e ações são importantes. "Acho que todos devemos nos tornar ativistas políticosjogo cachetauma forma oujogo cachetaoutra", diz ele. "O que vamos fazer é cobrar decisivamente nossos governantes e exigir que eles cumpram seus compromissos."

Você pode ler este texto, emjogo cachetaversão originaljogo cachetainglês, no site da BBC Future.

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