Conheça o menor parque nacional do mundo:roleta vivo
- Anthony Ham
- BBC Travel

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Antes um local deserto e esquecido, a reserva ecológica paradisíaca da ilharoleta vivoMoyenne é um registroroleta vivocomo eram as ilhas Seychelles antes da chegada dos turistas
roleta vivo Alguém que compra uma ilha tropical normalmente estároleta vivobuscaroleta vivoluxo. Mas Brendon Grimshaw era diferente, assim como Moyenne, a ilha no arquipélago das Seychelles comprada por ele.
Grimshaw chegou pela primeira vez às Seychelles — um arquipélago composto por 115 ilhas no Oceano Índico, das quais apenas oito são permanentemente habitadas —roleta vivo1962,roleta vivoférias.
Na época, ele trabalhava como editor para alguns dos maiores jornais do leste africano. Era uma época empolgante na África e, como parte do seu trabalho, ele mantinha boas relações com o novo e carismático líder que se tornaria presidente da Tanzânia, Julius Nyerere.
Mas Grimshaw procurava algo mais do que apenas férias. A Tanzânia havia declarado independência no ano anterior. Um ano depois, seria a vez do Quênia. E Grimshaw, que era inglês, sabia que empregos como o seuroleta vivobreve passariam para os habitantes locais.
Sabendo que logo ficaria desempregado, Grimshaw procurou um novo rumo pararoleta vivovida, que o levasse para mais perto da natureza. Ele sonhavaroleta vivocomprar terras nas ilhas Seychelles — mas o ideal seria comprarroleta vivoprópria ilha.

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A ilharoleta vivoMoyenne é um pontinho com 0,099 quilômetros quadrados perto da costa da maior ilha das Seychelles, Mahé
Nas suas primeiras semanas nas Seychelles, Grimshaw começou a imaginar se precisaria mudarroleta vivoplanos. Não havia muitas ilhas à venda, e os preços das poucas existentes eram extremamente altos.
No penúltimo dia das suas férias, um jovem aproximou-se dele na capital das Seychelles, Vitória, e, do nada, perguntou se Grimshaw queria comprar uma ilha. Eles viajaram juntos para Moyenne — um pontinhoroleta vivo0,099 quilômetros quadrados a 4,5 km ao norte da costa da maior ilha das Seychelles, Mahé.
Grimshaw apaixonou-se imediatamente pelo silêncio e pelo emaranhadoroleta vivovegetação selvagem do local. Mais tarde, ele diria que era perto o suficiente para ter fácil acesso à ilha principal do arquipélago, mas ainda ficava a um mundoroleta vivodistância.
"Era totalmente diferente. Uma sensação especial", disse ele à equiperoleta vivofilmagem que produziu ali um documentárioroleta vivo2009. "Este é o lugar que eu estava procurando."
Faltando quatro minutos para a meia-noite do último dia das suas férias nas Seychelles, Grimshaw assinou o contratoroleta vivocompraroleta vivoMoyenne por 8 mil libras (cercaroleta vivoR$ 57 mil). A ilha era dele. Mas comprar Moyenne acabaria sendo uma tarefa mais fácil que cuidar da ilha.
A recuperação da ilha
Exceto por uma famíliaroleta vivopescadores que vivia por lá, Moyenne estava abandonada há décadas. Com o turismo começando a decolar nas Seychelles, parecia apenas questãoroleta vivotempo até que alguém limpasse o terreno para construir ali um hotel cinco estrelas.

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Houve épocaroleta vivoque a ilharoleta vivoMoyenne tinha tanta vegetação que os cocos que caíam nunca chegavam ao solo
Moyenne é uma das menores ilhas internas das Seychelles. Mede apenas 400 metrosroleta vivocomprimento por 300 metrosroleta vivolargura — e seu litoral tem menosroleta vivo2 km. Seu ponto mais alto eleva-se a apenas 61 metros acima do nível do mar.
A ilharoleta vivoMoyenne possui a mesma areia branca paradisíaca e os penhascosroleta vivogranito característicos da costa das Seychelles, mas também abriga um paredão denso e contínuoroleta vivoárvores que recobrem a ilha, formando uma pirâmide baixa acima do nível da água. É um turbilhãoroleta vivoverderoleta vivocontraste com o céuroleta vivocobalto e o mar azul-safira, parecendo uma minúscula floresta tropical que emerge do oceano.
Apesar do diminuto tamanhoroleta vivoMoyenne, a restauração da beleza natural da ilha foi uma tarefa colossal. Uma combinaçãoroleta vivointervenções humanas violentas seguidas por abandono havia deixado a ilha desordenada e ofeganteroleta vivobuscaroleta vivoar.
Ervas daninhas sufocavam a cobertura vegetal. Dizem que a ilha tinha tanta vegetação que os cocos que caíam nunca atingiam o solo. No emaranhadoroleta vivoervas, observava-se a ausênciaroleta vivopássaros, enquanto ratos se abrigavam na vegetação.
Para ajudar Grimshaw, havia um nativo chamado Rene Antoine Lafortune, filhoroleta vivoum pescador local, então com 19 anos. Os dois tornaram-se inseparáveis e juntos imaginaram como transformar a ilha, limpando o mato, plantando árvores e abrindo caminhos pela vegetação.
O trabalho era meticuloso e exaustivo, mas tornou-se a obsessãoroleta vivoGrimshaw pelo resto daroleta vivovida.
Preservar para as futuras gerações
O objetivo inicialroleta vivoGrimshaw era proteger a ilharoleta vivoMoyenne contra o desenvolvimento excessivo.
A princípio, isso significava revelar a beleza natural da ilha e construir uma pequena casa onde ele pudesse viver o resto dos seus dias.
Mas seu sonhoroleta vivolongo prazo era criar um paraíso natural que sobrevivesse a ele e permanecesse protegido por muito tempo, ao longo das gerações.

Crédito, Marion Kaplan/Alamy
Brendon Grimshaw era um editorroleta vivojornais que se tornou ambientalista
"O seu sonho era deixar uma ilha preservada para as futuras geraçõesroleta vivohabitantes das Seychelles e para o mundo", afirma Suketu Patel, que conheceu Grimshawroleta vivo1976 e virou seu amigo pelo resto da vida.
"Ele queria uma mini-Seychelles. Queria tentar reproduzir o que eram as ilhas Seychelles antes da chegada dos turistas."
Mas nem tudo era trabalho duro. Ao aparar o excessoroleta vivovegetação no canto noroeste da ilharoleta vivoMoyenne, Grimshaw encontrou dois túmulos com a inscrição: "Infelizmente desconhecidos".
Ele estava certoroleta vivoque piratasroleta vivoséculos atrás foram enterrados ali — uma das praias no norte da ilha é conhecida como a Baía dos Piratas.
Reza a lenda que os túmulos pertenciam a dois modestos bucaneiros que foram mortos por dois líderes famosos da pirataria, para que os espíritos dos homens mortos assombrassem a ilha e protegessem o tesouro.
Não se sabe se Grimshaw realmente acreditava nestas lendas.
"Para ele, era engraçado levantar-seroleta vivomanhã e perguntar: 'O que vou fazer hoje? vamos procurar o tesouro'", relembra Patel.
Existem hoje dois locais marcados nos mapas da ilharoleta vivoMoyenne com o símbolo da pirataria, onde Grimshaw e Lafortune tentaram a sorte procurando o tesouro escondido dos piratas, sem nunca encontrá-lo.

Crédito, PhotoStock-Israel/Alamy
A ilharoleta vivoMoyenne parece uma minúscula floresta tropical emergindo do oceano
À medida que o turismo nas Seychelles crescia na décadaroleta vivo1980, e o arquipélago se tornava sinônimoroleta vivoparaíso tropical, investidores voltaram seus olhares gananciosos para a ilharoleta vivoMoyenne.
Grimshaw recebeu ofertasroleta vivoaté US$ 50 milhões (cercaroleta vivoR$ 270 milhões) para vender a ilha, mas resistiu a todas as tentativas.
Enquanto a idaderoleta vivoGrimshaw avançava, ele se conscientizava cada vez mais que lhe restava pouco tempo para proteger o futuro da ilha.
Ele não tinha filhos para quem transferir a custódiaroleta vivoMoyenne e, quando Lafortune morreuroleta vivo2007, decidiu agir.
Com Patel e outros, ele formou um fundo permanente para proteger a ilha e,roleta vivo2009, assinou um acordo com o Ministério do Meio Ambiente das Seychelles que incluiu a ilharoleta vivoMoyenne como parte do Parque Marinhoroleta vivoSaint-Anne, mas com status especial.
Assim nasceu o Parque Nacional da Ilharoleta vivoMoyenne — o menor parque nacional do mundo.
Pode parecer fácil imaginar Grimshaw como uma figura excêntrica. Afinal, ele se mudou sozinho para o outro lado do mundo, comprou uma ilha, acreditavaroleta vivopiratas e passou a vida restaurando um pontoroleta vivoterra aparentemente irrelevante.
Mas muitos habitantes das Seychelles ainda são gratos pelo legado que Grimshaw deixou para a nação que adotou.
"Pessoalmente, não acho que ele fosse maluco", afirma Isabelle Ravinia, da Administração dos Parques Nacionais das Seychelles.
"Ele devolveu a ilha ao país, o que foi um ato nobre. Normalmente, as pessoas tentariam vender a ilha antesroleta vivomorrer para conseguir dinheiro para outra coisa. Em vez disso, ele fez algo incrível."
Grimshaw morreuroleta vivo2012. Seu corpo foi enterrado ao lado do túmulo do seu pai (que foi viver com ele na ilha) e dos dois piratas desconhecidos. Atendendo a seu pedido, o túmuloroleta vivoGrimshaw tem a seguinte inscrição: "Moyenne o ensinou a abrir os olhos para a beleza àroleta vivovolta e agradecer a Deus".
Em seu testamento, ele expressou seu último desejo: "A ilharoleta vivoMoyenne deve ser mantida como um localroleta vivooração, paz, tranquilidade, relaxamento e conhecimento para os cidadãos das Seychelles e para os visitantes estrangeirosroleta vivotodas as nacionalidades, cores e credos."

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Graças ao trabalhoroleta vivoGrimshaw e Lafortune, a ilharoleta vivoMoyenne hoje é cortada por trilhas naturais
A continuidade do trabalhoroleta vivoGrimshaw
A tarefaroleta vivoatender ao desejoroleta vivoGrimshaw agora está a cargo da Fundação Ilharoleta vivoMoyenne, administrada por Patel.
Exceto por um restaurante chamado Jolly Roger, que serve pratos locais como peixe grelhado e frutos-do-mar com curry e molho crioulo vermelho, um pequeno museu dedicado à vidaroleta vivoGrimshaw e dois berçários para filhotesroleta vivotartarugas gigantes, Moyenne permanece preservada.
A ilha não tem porto, e chegar até lá tem uma magia toda especial. Em nenhum outro ponto das ilhas Seychelles você tem a sensaçãoroleta vivodescobertaroleta vivouma ilha deserta como ao desembarcar descalço nas águas rasas da costaroleta vivoMoyenne.
Ao chegar à terra firme e dar os primeiros passos ao longo da trilha levemente inclinadaroleta vivomeio à floresta, as árvores se fecham atrásroleta vivovocê e um novo mundo se abre àroleta vivofrente.
Raiosroleta vivosol coloridos se infiltram pela copa das árvores até o solo, a temperatura é mais baixa, e as 16 mil árvores da ilha — mogno, mangueiras, mamoeiros e palmeiras — plantadas por Grimshaw e Lafortune te rodeiam.
Há uma estimativa que diz que Moyenne tem mais espécies vegetais por metro quadrado que qualquer outro parque nacional do mundo.
De vezroleta vivoquando, você pode ter seu caminho bloqueado por uma das cercaroleta vivo50 tartarugas-gigantes-de-aldabra que vivem livrementeroleta vivoMoyenne. Elas não têm pressa — e nem você deve se apressar enquanto as vê passar.
De volta às águas rasas nas praias da Baía dos Piratas, observe as tartarugas-de-pente que frequentemente visitam o local para desova.

Crédito, Kit Day/Alamy
Cinquenta tartarugas-gigantes-de-aldabra perambulam livremente pela ilharoleta vivoMoyenne
Mesmo durante a alta temporada, dificilmente há maisroleta vivo50 visitantes na ilha ao mesmo tempo — e nunca maisroleta vivo300 ao longoroleta vivoum dia.
Seis ilhas compõem o Parque Marinhoroleta vivoSaint-Anne, mas Moyenne é a única, além da minúscula Ilha Cachée, que não possui hotéis ou outra formaroleta vivopropriedade privada.
E, graças a Grimshaw e seus amigos, Moyenne provavelmente permanecerá assim.
"Existe algo que te conquista quando você vai até lá", afirma Patel.
"Se você acha que tem um grande problema, quando você está na ilha percebe que aquilo, no fim das contas, não é um problema. Moyenne é a vida como deveria ser."
roleta vivo Leia a íntegra desta reportagem roleta vivo (em inglês) no site BBC Travel roleta vivo .

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