'Rezar para que a guerra acabe': o triste Natalbwin roletaBelém durante o conflito entre Israel e Hamas:bwin roleta

Desde que abwin roletacongregação instalou a manjedoura, a imagem do menino Jesus envolto no lenço palestino circulou amplamente nas redes sociais e o padre Isaac foi inundado com pedidosbwin roletaentrevistas.

"Queremos enviar uma mensagem ao mundobwin roletaque o Natal está assimbwin roletaGaza ebwin roletatoda a Palestina. Isto é Natal no localbwin roletanascimentobwin roletaJesus: crianças assassinadas, casas destruídas e famílias deslocadas", afirma o clérigo.

Se Jesus nascessebwin roletanovobwin roletanossos dias, lamenta, "ele o faria sob os escombrosbwin roletauma casabwin roletaGaza".

Berço do Cristianismo

Cercabwin roleta47 mil cristãos vivem na Palestina, berço do cristianismo, segundo o último censo do Gabinete Centralbwin roletaEstatísticas Palestino, realizadobwin roleta2017. A maioria pertence à Igreja Ortodoxa, embora praticamente todas as linhas estejam representadas nos territórios palestinos.

Os luteranos, credo ao qual Isaac, 44 anos, pertence, somam pouco maisbwin roleta1.500.

Belém tem apenas 30 mil habitantes, mas concentra maisbwin roletacinquenta igrejas e instituições cristãs devido àbwin roletaprofunda importância religiosa. Segundo os evangelhosbwin roletaMateus e Lucas, que registram as "histórias da infância"bwin roletaJesus, foi para lá que Maria e José, seus pais, viajaram vindos da Galiléia e onde nasceu aquele que consideram seu messias.

A cidade abriga grande parte da comunidade cristã palestina na Cisjordânia, juntamente com Jerusalém Oriental e Ramallah, embora haja também uma pequena comunidadebwin roletaGaza.

No dia 19bwin roletaoutubro, uma das igrejas onde a congregação cristã da Faixa se refugia, abwin roletaSão Porfirio, foi atingida por um bombardeio israelense que matou 18 pessoas, incluindo 9 crianças, o que mostra, segundo os religiosos, que "ninguém está segurobwin roletaGaza, qualquer lugar pode ser um alvo."

Munther Isaac estábwin roletaconstante contato com a comunidade cristãbwin roletaGaza, onde tem amigos que vivem com medo: "Cada vez que telefono, eles me lembram que pode ser a última vez que falamos, que aquele pode ser o último dia deles".

"Eles são o nosso povo, são os nossos amigos, os nossos parentes, e a comunidade internacional continua justificando este assassinato, racionalizando-o para enviar a mensagembwin roletaque as crianças palestinas não importam", diz ele por telefonebwin roletaBelém, onde é reitor acadêmico. do Colégio Bíblicobwin roletaBelém.

Pelo menos 18.400 pessoas, incluindo maisbwin roleta7.700 crianças, já morreram na operação militar israelensebwin roletaGaza, segundo o Ministério da Saúde da Faixabwin roletaGaza. Isso começoubwin roleta7bwin roletaoutubro, após o ataque do Hamas a várias cidades do sulbwin roletaIsrael, no qual cercabwin roleta1.200 pessoas morreram e 245 foram sequestradas, segundo as autoridades israelenses.

Os feridosbwin roletaGaza chegam agora a 50 mil, enquanto o seu sistemabwin roletasaúde está à beira do colapso, quase sem medicamentos, com hospitais saturados e profissionaisbwin roletasaúde vivendobwin roletatendas improvisadasbwin roletaplástico às portas dos centros.

Refúgio nas igrejasbwin roletaGaza

Cercabwin roleta900 cristãos se refugiaram nas duas igrejas que ficambwin roletaGaza, segundo o padre Isaac, a Igreja Católica da Sagrada Família e abwin roletaSão Porfírio, ortodoxa grega, e onde se encontrou enterrado aquele que foi o bispobwin roletaGaza no século 5 e que dá nome ao templo.

Ambas ficam no centro da Cidadebwin roletaGaza, que foi intensamente bombardeado desde o início da guerra e que é cenáriobwin roletacombates ferozes entre o Hamas e as tropas israelenses.

Embora Israel tenha pedido aos residentes que deixassem a área, os cristãos abrigados nas igrejas recusam. "Eles têm medobwin roletaque, se partirem, nunca mais poderão voltar. Se eles vão morrer, dizem, morreremos juntos na igreja. É um pensamento muito triste", reconhece o religioso.

A Faixabwin roletaGaza contava com também com a Igreja Batistabwin roletaGaza, que acabou por deixando esse território palestinobwin roleta2008.

No atual conflito, não foi a primeira vez que a pequena comunidade cristãbwin roletaGaza buscou refúgiobwin roletaseus templos.

Nas guerras passadas, a igrejabwin roletaSão Porfírio e a da Sagrada Família acolheram centenasbwin roletapessoas, cristãos e muçulmanos, dentrobwin roletaseus muros.

Nesta ocasião, afirma Isaac, "os sacerdotes foram muito conscientes desde o princípiobwin roletaque esta seria uma guerra longa, por isso chamou imediatamente todos os cristãos para se abrigarem na igreja".

Ataques militaresbwin roletaBelém

O conflitobwin roletaGaza também é sentido na Cisjordânia, onde aumentaram os ataques dos colonos israelitas contra a população. Desde 7bwin roletaoutubro, maisbwin roleta280 palestinos morreram, incluindo 63 crianças, naquele território.

Belém, localizada a apenas uma dezenabwin roletaquilômetrosbwin roletaJerusalém, está rodeada por assentamentos israelenses e seus habitantes também têm sofrido com o aumento da tensão.

"Os colonos sentem que esta é abwin roletaoportunidade porque não só o foco estábwin roletaGaza, mas ninguém os responsabiliza ou controla. Eles fazem o que querem e o que podem", diz o Padre Munthar Isaac.

Nos últimos dois meses, aumentaram as incursões militares israelitasbwin roletaBelém e muitos residentes têm medobwin roletaviajar entre as cidades porque as estradas são controladas pelo exército e é onde os colonos tendem a ser mais ativos, afirma o religioso.

A cidade, que no Natal costuma viver seu momento mais movimentado com a chegadabwin roletamilharesbwin roletacristãos que desejam visitar a Basílica da Natividade, o templo cristão que tem o uso contínuo mais antigo do mundo, apresenta hoje um aspecto bem diferentebwin roletaoutros anos.

Cancelamentos

A Praça da Manjedoura,bwin roletafrente à Basílica da Natividade, está praticamente vazia, apesar da data.

É aqui que tradicionalmente chegam os peregrinos vindosbwin roletaJerusalém, e onde o Natal é celebrado três vezes por ano: o rito ocidental inicia as celebraçõesbwin roleta24bwin roletadezembro, enquanto as igrejas ortodoxas celebrambwin roleta6bwin roletajaneiro e as armênias,bwin roleta19bwin roletajaneiro.

Os hotéis, restaurantes, lojasbwin roletasouvenirs e fábricas artesanaisbwin roletacruz e outros objetos religiososbwin roletamadeirabwin roletaoliveira, que garantem as finanças da maioria dos habitantes, estão desertos.

Desde 7bwin roletaoutubro, os hotéis têm recebido um cancelamento atrás do outro, tambémbwin roletareservas para o próximo ano, como disse um deles à agência Reuters.

As orações, hojebwin roletadia, estão focadas no fim da guerra, embora Munther Isaac reconheça que é difícil para eles manter a esperança:

"Na nossa manjedoura, Jesus é a nossa esperança, a nossa fé, não a guerra, não o resto do mundo, não os políticos. Desistimosbwin roletaque a comunidade internacional viessebwin roletanosso auxílio. Percebemos que a nossa esperança reside na nossa unidade como povo. Este não é o momentobwin roletaesperar um futuro melhor, este é o momentobwin roletadesejar e rezar para que esta guerra acabe."