Os brasileiros que mudambetfair cariocanome no Japão para evitar preconceito:betfair carioca

Legenda do áudio,

"A minha linhagem é totalmente nipônica, mas só pelo nome ficaria aquele estigmabetfair cariocaque é estrangeiro."

Ele aboliu o Antoniobetfair cariocaseu nome e, agora, se chama Kotaro Hayata.

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Esse tipobetfair cariocamudança é comum entre brasileiros e outros estrangeiros que decidem se naturalizar japoneses.

Hoje, 3,41 milhõesbetfair cariocaestrangeiros vivem no país, o maior númerobetfair cariocatodos os tempos, e representam 2,7% do total da população,betfair cariocaacordo com dadosbetfair cariocadezembrobetfair carioca2023, os mais recentes disponíveis, da Agênciabetfair cariocaServiçosbetfair cariocaImigração.

O totalbetfair cariocanaturalizados também tem crescido: foibetfair carioca7.059betfair carioca2022 para 8.800 no ano seguinte.

Sombrabetfair cariocameninabetfair cariocabalanço

Crédito, Getty

Legenda da foto, Crianças com nomes estrangeiros enfrentam dificuldadesbetfair cariocaescolas japonesas, diz pesquisadora
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Os brasileiros, que chegarambetfair cariocagrande número a partir dos anos 1990, foram o quarto grupo mais numerosobetfair cariocaestrangeiros a adquirirem a cidadania japonesa, entre 2021 e 2023, segundo o Ministério da Justiça do Japão, atrás apenasbetfair cariocacoreanos, chineses e vietnamitas.

Ao se naturalizar, muitos trocam o nome e o sobrenome original por algum japonês, para fugir do preconceito histórico que dificulta na horabetfair cariocaalugar apartamento e conseguir emprego, alémbetfair cariocaevitar manifestações ou discursosbetfair cariocaódio, explica Angelo Ishi, professor do departamentobetfair cariocamídia e sociologia da Universidade Musashi.

"Existe discriminação baseada no nome pessoal, isso é fato comprovado, especialmente no que se refere à procurabetfair cariocaemprego", diz Ishi, ressaltando que isso é ainda mais intenso para os coreanos, que são o maior grupo dentre os estrangeiros que se naturalizam japoneses.

Essa formabetfair cariocadiscriminação veio à tona recentemente quando um japonês teve o currículo recusado por uma redebetfair cariocafast food durante o processobetfair cariocarecrutamento porque tinha um nome que parecia estrangeiro.

O jovem tem mãe japonesa e pai alemão, e não havia mencionadobetfair cariocanacionalidade nem enviado foto.

Após a repercussão negativa nas redes sociais, a empresa pediu desculpasbetfair cariocauma assembleia geralbetfair cariocaacionistas. A companhia disse que é muito difícil para um estrangeiro conseguir vistobetfair cariocatrabalho, e por isso o responsável pelo recrutamento recusou o candidato pelo nome.

Encurtando o nome

O artigo 3 da Leibetfair cariocaNormas Trabalhistas do Japão diz que não deve haver discriminação por parte do empregadorbetfair cariocarazão da nacionalidade, religião ou status social do funcionário. Porém, a regra serve mais como orientação, pois a lei não prevê puniçãobetfair cariocacasobetfair cariocatransgressão.

Outro caso que ganhou as redes sociais ocorreubetfair cariocamaio com uma universitáriabetfair carioca20 anos, filhabetfair cariocapai nigeriano e mãe japonesa, criada no Japão e que nunca esteve na Nigéria.

Embora seja cidadã japonesa, ela foi recusada por uma empresabetfair cariocaconsultoria que, com basebetfair cariocaseu nome, alegou não contratar estudantes internacionais.

"É muito difícil dizer isso, mas nossa empresa não está recrutando estrangeiros", dizia parte da mensagem enviada à jovem. "Para começar, sou japonesa", escreveu a estudantebetfair cariocaresposta.

Como não havia informadobetfair cariocanacionalidade, ela entendeu que a empresa a julgou apenas por seu nome, que começa com katakana (símbolobetfair cariocaescrita usado para grafar palavras e nomes estrangeiros) e sobrenome do pai nigeriano.

"Quero que fique claro que é muito rude fazer suposições sobre a nacionalidadebetfair cariocauma pessoa apenas com base no nome", escreveu a estudante, compartilhandobetfair cariocafrustração nas redes sociais.

"O nome pode funcionar como um barômetro para a tolerância, empatia e aceitaçãobetfair cariocaoutras culturas", diz Lilian Terumi Hatano, professora aposentada da Universidade Kindai.

"E, nesse sentido, a sociedade japonesa ainda tem muito a aprimorar e mudar, e entender que nem sempre a aparência física corresponde com a nacionalidade ou a origem da pessoa."

Hatano explica que, no país, quem tem raízes estrangeiras costuma enfrentar situações constrangedoras por causabetfair cariocaseu nome e fisionomia.

Ela é autorabetfair cariocaum livro que cita a questão do usobetfair cariocanomes pessoais, principalmente por crianças brasileiras e peruanasbetfair cariocaescolas públicas japonesas, publicado pela primeira vez há 15 anos.

Livrarias oferecem varios titulos para escolha do nome

Crédito, Fátima Kamata

Legenda da foto, Nas livrarias é possível encontrar uma variedadebetfair cariocalivros com sugestõesbetfair cariocaescritasbetfair cariocanomesbetfair cariocajaponês

Hatano diz acreditar que pouca coisa tenha mudado desde então. "São raros os casosbetfair cariocaestrangeiros que não tenham tido experiênciabetfair cariocanegociar, corrigir ou reclamar do jeito como escrevem o seu próprio nome", diz a pesquisadora.

Durante a pesquisabetfair cariocacampo, ela reuniu vários casosbetfair cariocamuito descuido, insensibilidade ou descaso, como nomes transcritos com erro para o alfabeto japonês ou cortados no meio, sob alegaçãobetfair cariocahaver espaço para comportar apenas dois nomes.

"Eu tenho uma anedota para esses casos: quando vamos comprar um parbetfair cariocasapatos, escolhemosbetfair cariocaacordo com o tamanho do pé. Mas sempre tinha a impressãobetfair cariocaque, aqui (no Japão), temos que cortar os dedos para adaptá-los ao tamanho do sapato."

No casobetfair cariocauma criança estrangeira, o impacto disso é sentidobetfair cariocavários níveis, desde deixarbetfair cariocareconhecer seu nome completo, ter receio ou medobetfair cariocaque seus colegas descubram que não é japonesa a até mesmo esconder que um dos pais é estrangeiro.

"É preciso ter cuidado e sensibilidade, pois a formação da identidade é uma parte importante do crescimento da criança, e logicamente o nome traz muitas informações importantes diretamente relacionadas a ela", afirma Hatano.

De acordo com o Ministério do Trabalho, Saúde e Bem-Estar Social, cercabetfair carioca2% dos bebês nascidos no Japão têm ambos ou um dos paisbetfair cariocaorigem estrangeira. Em 2022, do totalbetfair carioca770.759 recém-nascidos, 15.271 eram mestiços - 315 deles com um dos pais brasileiro e a outra parte japonesa.

Ter um nomebetfair cariocaaspecto diferente neste país largamente homogêneo indica que se é estrangeiro, e isso desperta curiosidade e pode gerar transtornos.

Foi pensando principalmentebetfair cariocaimpedir que os filhos sofressem discriminação na escola que o casalbetfair cariocabrasileiros Eline e Cleiton Haguiwara,betfair carioca39 e 42 anos e há duas décadas vivendo no Japão, passaram algum tempo pesquisando nomes para registrar os três filhos, todos nascidos no Japão.

Foi assim que Lívia (12), Lorena (10) e Logan (5) passaram a ser chamadosbetfair cariocaYuna, Aika e Keito na escola. Cada um deles também ganhou um ideograma próprio.

Conhecidos como kanji, os caracteres são um dos três sistemasbetfair cariocaescrita da língua japonesa — os outros são o hiragana, o alfabeto básico, e o katakana, empregado para grafar palavras estrangeiras.

A escolha dos ideogramas é importante, porque os símbolos são dotadosbetfair cariocasignificados por si só, e muitos podem ter várias leituras.

Kotaro Hayata

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Antonio Kotaro Hayata,betfair carioca53 anos, decidiu se naturalizar japonês e aboliu o 'Antonio'betfair cariocaseu nome.

O comum é os pais selecionarem caracteres que representam suas expectativas e desejos.

Para não errar na combinação, os japoneses recorrem a dicionários específicos e decidem o kanji pelo significado, som e númerobetfair cariocatraços da escrita.

Uma das regras básicas que os japoneses seguem à risca a fimbetfair cariocaevitar preconceitos é não usar ideogramas que representam palavras como mentira, câncer, fezes, cadáver etc.

Mas o cuidadobetfair cariocaEline e Cleitonbetfair cariocaescolher os nomes japoneses e respectivos ideogramasbetfair cariocaseus filhos não foi suficiente para evitar aborrecimentos.

"Achamos que seria uma formabetfair cariocainclusão e que a aceitação seria mais fácil. Nem por isso ficamos livresbetfair cariocaquestionamentos", diz Eline.

"A professora da minha filha me perguntou se o esposo era japonês, porque escrevia o sobrenome com kanji. Somos brasileiros, mas escrevemos com ideogramas por termos linhagem japonesa e também porque a prefeitura nunca fez restrições. Só não usamosbetfair cariocasituações como ao abrir uma contabetfair cariocabanco."

Embora seja muito observado no dia a dia, o emprego do kanji por estrangeirosbetfair cariocanomes e sobrenomesbetfair cariocaorigem japonesa não é oficialmente aceito.

Esse foi um dos motivos que fizeram a esposa do advogado brasileiro Kotaro Hayata acionar a Varabetfair cariocaFamíliabetfair cariocaTóquio 15 anos atrás.

Mesmo sendo japonesa, ela tinha perdido o direitobetfair cariocaregistrar o inkan (carimbo que vale como assinatura) do novo sobrenomebetfair cariocacasada escrito com ideograma, porque na época o marido era estrangeiro.

A restrição também valia para as duas filhas japonesas.

"Não queríamos que elas fossem discriminadas e questionadas sempre que precisassem escrever o sobrenome como se fossem estrangeiras", diz Hayata, que adquiriu o mesmo direitobetfair cariocagrafar todo o nomebetfair cariocakanji quando obteve a nacionalidade japonesa.

Na naturalização, é possível fazer a transliteração para um conjuntobetfair cariocakanji até para permitir a leitura do nome não japonês, e torná-lo oficial.

Foi o que fizeram os ex-jogadoresbetfair cariocafutebol Wagner Lopes (em japonês: Ropesu Waguna), Alex Santos (Santosu Aresandoro) e Túlio Tanaka (Tanaka Marukusu Turio).

Sobrenome Haguiwara escritobetfair cariocaideograma

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Brasileiros foram o quarto maior grupo naturalizado japonês no período recente

Várias combinações

Carlos Shigueyme Toyosumi Teixeira e esposa

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Carlos Shigueyme Toyosumi Teixeira e esposa deixaram o sobrenome dos filhos 'mais japonês'

O baiano Carlos Shigueyme Toyosumi Teixeira,betfair carioca47 anos, vive no Japão desde 1992 e há quatro anos decidiu pedir a cidadania japonesa por causa dos filhos Eric (24), Andressa (17) e Bryan (12), todos nascidos no Japão.

"Quando o mais velho entrou na escola técnica para formaçãobetfair cariocaatorbetfair cariocavoz, o professor perguntou se ele continuaria como estrangeiro, pois, se assim fosse, teria dificuldades para encontrar trabalho", lembra.

Ao ouvir isso, Carlos concluiu que todos os filhos poderiam enfrentar a mesma dificuldade ao buscar trabalho, e tomou a decisãobetfair cariocase naturalizar.

"Assim, automaticamente todos os três seriam japoneses. A aparência não nega que eles são estrangeiros, mas, na cabeça e no coração, pendem para o lado japonês."

Os filhos tiraram o sobrenome da mãe (Yano) e do avô paterno (Teixeira), e adotaram o da avó paterna (Toyosumi). "Isso foi para facilitar a vida deles, e também porque os japoneses não têm nomes compostos", afirma.

Carlos ficou sendo Shigemi Toyosumi, tudo grafadobetfair cariocakanji e já com a correção do prenome que tinha sido registrado com erro na certidãobetfair cariocanascimento no Brasil.

A troca foi oficializada nos documentos do Japão, mas uma coisa não mudou: entre os colegasbetfair cariocatrabalho, ele ainda é o Teixeira-san.