'Depressãosmarkets betadolescentes é hoje mais frequente e tem maior riscosmarkets betsuicídio' :smarkets bet

A face mais triste desse fenômeno é o suicídio: maissmarkets bet10 adolescentes tiram a própria vida diariamente na América Latina, aponta o Unicef. É a terceira principal causasmarkets betmortes na faixa etáriasmarkets bet15 a 19 anos.

Leia a seguir a entrevistasmarkets betBriceño, que é autorasmarkets betDepressãosmarkets betadolescentes: como acompanhá-los a enfrentar a doença e as chaves para preveni-la (tradução livre):

smarkets bet BBC - Como se explica o alto númerosmarkets betadolescentes com transtornos mentais hoje?

smarkets bet Ana Marina Briceño - É muito difícil dar uma só razão, porque é um fenômeno multicausal, com vários elementos.

Vimos empiricamente que a pandemia foi muito complexa para os adolescentes, e uma hipótese é que privá-los da interação socialsmarkets betuma idade-chave disso foi algo complexo.

Mas o aumento dos casossmarkets betdepressão começou desde antes da pandemia.

Há evidências associadas às redes sociais,smarkets betcomo a permanente comparação dos jovens com outros - tantosmarkets betvida como seus corpos - aumenta problemas relacionados ao ânimo e à ansiedade.

Vale lembrar que sempre se questiona se a sociedade está hoje mais capazsmarkets betver esses problemas, que antes provavelmente ficavam mais ocultos.

smarkets bet BBC - Se fala tambémsmarkets betque esta é uma "geração deprimida", com cada vez mais usosmarkets betantidepressivos e frequência a terapias.

smarkets bet Briceño - Sim, há quem ache que esta geração é uma das que cresceram mais solitárias, porque seus pais também estão enfiados nas redes sociais, fazendosmarkets betvida, e não estão emocionalmente disponíveis para os filhos.

Além disso, criou-se focosmarkets betuma falsa felicidade,smarkets betque se dá aos filhos tudo o que eles pedem, para não frustrá-los, fazendo com que não tenham ferramentas para lidar com a frustração.

A criação mudou. Não se tratasmarkets betculpar uma ou outra pessoa; são contextos culturais distintos.

smarkets bet BBC - Como identificar que um adolescente sofresmarkets betdepressão?

smarkets bet Briceño - É o mais difícil. Nós, pais, por um lado tentamos entender o que acontece com nossos filhos usando como explicação a própria adolescência. Então é muito fácil que façamos um diagnóstico errado.

E, por outro lado, os jovens ativamente ocultam seus sintomas, ou porque não querem dar problemas ou por medo.

Eu diria que o importante é estarmos atentos a mudançassmarkets betcomportamento. Mas não mudançassmarkets betum ou dois dias, que são transitórias e próprias da adolescência, mas sim as mudanças que vão alémsmarkets betuma ou duas semanas.

É preciso ver também se essas mudanças ocorremsmarkets betmaissmarkets betum ambiente - não sósmarkets betcasa, mas também na escola ou com os amigos. Se o adolescente, por exemplo, abandona seus interesses, e isso abarca diferentes áreas, é preciso dar atenção e provavelmente pedir ajuda.

smarkets bet BBC - E quais são os sintomas mais comuns?

smarkets bet Briceño - Se espera que alguém depressivo não tenha ânimo, não se levante… Mas às vezes sim, se levantam, são capazessmarkets betir a uma festa, mas estão irritáveis durante a maior parte do dia.

E muitas pessoas não sabem que a irritabilidade também é um sintoma da depressão. É muito fácil confundi-la com a adolescência, por questões hormonais.

smarkets bet BBC - E como prevenir?

smarkets bet Briceño - Primeiro, é preciso ter claro que não é aplicando todas as medidas preventivas que vamos assegurar que um adolescente não se deprima. A ideia é poder diminuir os riscos, mas não há risco zero.

Há muitos elementos práticos a se cultivar com crianças pequenas, como hábitossmarkets betsono, refeiçõessmarkets betfamília, estímulo a atividades físicas ou extracurriculares. Também ajudam a luz do sol, a vitamina D, passar tempo longe das telas, na natureza.

E talvez normalizar o pedidosmarkets betajuda - poder falarsmarkets betseus problemas. Saber que às vezes há dias ruins, e está tudo bem com isso.

Por último, acho que é importante acompanhar as crianças e jovens no mundo virtual. É comum que eles ganhem tablets e que seus pais não saibam o que acontece ali.

É como mandá-los ao parquinho sem supervisioná-los.

É preciso conversar sobre o mundo virtual, seus perigos, o que não se deve fazer, o ciber-bullying etc.

smarkets bet BBC - E o que os pais podem fazer para ajudar filhos com algum transtornosmarkets betsaúde mental?

smarkets bet Briceño - A primeira medida, muito importante, é procurar ajuda profissional. É uma doença - e se nosso filho estivesse com apendicite, não pensaríamossmarkets bettratá-losmarkets betcasa.

Mas, dito isso, há coisas que devemos levarsmarkets betconta para não criar problemas: por exemplo, quando a atitude dos pais ésmarkets betpouca compreensão ou empatia, e eles veem isso (a depressão) como uma debilidade, sem entender que poderia acontecer com qualquer um. Ninguém está livre.

smarkets bet BBC - O quanto tem aumentado o usosmarkets betantidepressivos entre jovens?

smarkets bet Briceño - É difícil saber, mas infelizmente tem sido cada vez mais necessário o apoio farmacológico a jovens, devido à gravidade das doenças.

O que se vê na prática é que hoje a depressão entre adolescentes não só é mais frequente como mais severa, com mais sintomas e mais risco suicida - e, portanto, exige mais apoiosmarkets betfármacos.

Não é que todos os jovens deprimidos precisem (de antidepressivos). Mas se, por exemplo, houve uma tentativasmarkets betsuicídio, já estamos no que se chamasmarkets betuma depressão grave e é muito provável que seja preciso tratá-la com medicamentos.

Ou quando um jovem já está há bastante temposmarkets bettratamento psicológico e não há melhorias. Ou diantesmarkets betsintomas específicos, como insônia.

smarkets bet BBC - Especialistas têm advertido para um aumentosmarkets betlesões autoinfringidas entre adolescentes. É comum, e o que está por trás disso?

smarkets bet Briceño - É algo quesmarkets betfato aumentou exponencialmente.

Quando comecei na psiquiatria, há 20 anos, era algo raro. E hoje é ao contrário: é raro que chegue alguém que não tenha agredido a si próprio.

Antes isso ocorriasmarkets betlaressmarkets betacolhidasmarkets betmenores ou entre adolescentes criadossmarkets betsituaçãosmarkets betmuita vulnerabilidade, mas agora é mais frequente entre adolescentes que não têm esses riscos tão elevados.

Na maioria das vezes, a autoagressão tem um sentidosmarkets betliberar a dor psiquiátrica através da dor física. De transformar uma dorsmarkets betoutra.

Também pode ter um sentidosmarkets betculpa,smarkets betse machucar por se sentir culpado. E também tem um elementosmarkets betvício: os que precisam se autoagredir para se sentirem tranquilos - provoca neles uma sensação parecida às drogas ou o álcool. E esses não conseguem parar.

Se um pai ou uma mãe detecta autoagressõessmarkets betum adolescente, temsmarkets betpedir ajuda profissional. Muitas vezes os pais minimizam isso, mas quando o adolescente chega a esse comportamento é porque o sofrimento é muito intenso.

smarkets bet BBC - E o quanto o riscosmarkets betsuicídio é real nesses casos?

smarkets bet Briceño - As autoagressões se diferenciam do riscosmarkets betsuicídio. É pouco provável que os que se autoagridem queiram se matar desse modo.

Mas o suicídio é um risco real, e qualquer tentativasmarkets betminimizá-lo nos deixa mais vulneráveis.

Acho que muitas vezes os pais entramsmarkets betum estadosmarkets betnegação e acham que os filhos estão tentando chamar a atenção e não veem isso como um desejo realsmarkets betmorrer.

Mas se sabe que toda tentativasmarkets betsuicídio, inclusive as consumadas, há uma parcelasmarkets betintençãosmarkets betmudar o ambiente, mas também uma parcela é desejo realsmarkets betmorrer.

smarkets bet BBC - Foi difícil lidar com a depressão dasmarkets betprópria filha?

smarkets bet Briceño - Muito mais difícil do que eu achei que poderia ser. Depoissmarkets bettantos anos ajudando famílias, eu achava que estaria preparada, mas não foi assim.

Minha principal descoberta foi como (os adolescentes) tentam ocultar ativamente os sintomas. Às vezes os pedidossmarkets betajuda são muito pequenos e sutis.

smarkets bet BBC - E o que foi mais complexo?

smarkets bet Briceño - Enfrentar meus próprios erros, vulnerabilidades e fragilidades.

Pelas circunstâncias, você pode fazer o que não deve, não cuidarsmarkets betforma adequada ou exigir coisas que não deveria exigir.

Cair (nas armadilhas)smarkets betque caem todos os pais e mães, apesarsmarkets betsaber o que não se deve fazer.

smarkets bet BBC - Se você fosse dar um conselho a famílias vivendo uma situação parecida, qual seria?

smarkets bet Briceño - Escutem a todo momento. Fiquem atentos. Muitas vezes há uma dissonância entre o que os pais veem e o que os filhos sentem.

smarkets bet BBC - É comum que os adolescentes superem a depressão?

smarkets bet Briceño - Essas doenças melhoram. Eu sempre soube, porque vi várias vezes, que a minha filha iria melhorar.

As terapias funcionam. E a melhora traz um crescimento e um amadurecimento, graças à experiência. As dificuldades criam recursos psicológicos que vão ser positivos para o resto da vida deles.

Se você olha sob essa perspectiva, uma experiência tão difícil como essa pode ganhar um pouco maissmarkets betsentido.

Onde buscar ajuda?

CAPS e Unidades Básicassmarkets betSaúde (saúde da família, postos e centrossmarkets betsaúde)

UPA 24h

Samu 192

Hospitais

Pronto-socorro

CVV - Centrosmarkets betValorização da Vida (apoio emocional e prevenção do suicídio)

188 (ligação gratuita a partirsmarkets betqualquer linha telefônica fixa ou celular)

www.cvv.org.br (Chat, Skype ou e-mail)

- Este texto foi publicadosmarkets bethttp://www.mi-rob.com/articles/c51jd00z9d2o