Por que Venezuela tem dívida bilionária com Brasil — e quem paga a conta:casas de apostas online
Crédito, EPA
Após oito anos, Nicolás Maduro veio ao Brasil para encontro com Lula e reunião com outros líderes sul-americanos
Bolsonaro revogou a portaria um dia antescasas de apostas onlinedeixar o cargocasas de apostas onlineuma negociação com o governocasas de apostas onlinetransição para abrir a possibilidadecasas de apostas onlineMaduro participar da possecasas de apostas onlineLula, mas o presidente venezuelano acabou não participando da cerimônia.
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Maduro só voltou ao Brasilcasas de apostas onlinefato no último domingo (28/5), quando desembarcoucasas de apostas onlineBrasília para participar da cúpula. No dia seguinte, teve uma reunião bilateral com Lula,casas de apostas onlineque os dois trataram desta dívida ecasas de apostas onlinecomo ela será quitada.
Maduro e Lula foram questionados após o encontro por jornalistas sobre o total da dívida. Lula disse não saber e questionou Maduro: "Você sabe qual é o tamanho da dívida?".
O presidente venezuelano respondeu: "Vai ser estabelecida uma comissão para estabelecer esse tamanho e retomar os pagamentos".
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Maduro pediu que seja criado um grupocasas de apostas onlinetrabalho com o governo brasileiro para consolidar o valor do débito e, a partir daí, reprogramar seu pagamento.
Pelo lado brasileiro, devem participar a Secretaria-Executiva da Câmaracasas de apostas onlineComércio Exterior (Camex), vinculada à Fazenda, a secretaria do Tesouro Nacional e o Banco Nacionalcasas de apostas onlineDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - que é um dos principais interessados no assunto.
Mas, afinal,casas de apostas onlinequanto é essa dívida,casas de apostas onlineonde ela veio e quem vai pagar essa conta?
Qual o tamanho da dívida da Venezuela?
Após o encontrocasas de apostas onlineLula e Maduro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou à BBC News Brasil que o valor da dívida venezuelana totaliza atualmente quase US$ 1,27 bilhão (R$ 6,4 bilhões).
"Os débitos da Venezuela junto ao governo brasileiro soma US$ 1.268.151.276,81, sendo: i) US$ 1.095.002.908,09 referente a valores já indenizados pelo Fundocasas de apostas onlineGarantia à Exportação (FGE); ii) US$ 53.987.162,42, referentes a indenizações a serem pagas pelo FGE".
O Fundocasas de apostas onlineGarantia à Exportação é um fundocasas de apostas onlinenatureza contábil vinculado ao Ministério da Fazenda. Ele foi criadocasas de apostas onlinesetembrocasas de apostas online1997 para cobrir operações amparadas pelo Segurocasas de apostas onlineCrédito à Exportação (SCE).
O Segurocasas de apostas onlineCrédito à Exportação é um mecanismocasas de apostas onlinegarantia oferecido pela União para proteger as exportações brasileirascasas de apostas onlinebens e serviçoscasas de apostas onlinepotenciais riscos comerciais, políticos e extraordinários e, assim, evitar calotes às empresas nacionais.
Caso haja inadimplênciacasas de apostas onlinequem comprou os bens e serviços, o FGE indeniza o financiador e busca recuperar o valorcasas de apostas onlineatraso do devedor.
O BNDES é o principal financiador públicocasas de apostas onlinelongo prazo para operaçõescasas de apostas onlinecomercializaçãocasas de apostas onlineexportações.
De onde vem a dívida da Venezuela?
Segundo o MDIC, os débitos da Venezuela são referentes a uma inadimplência relativa a exportações brasileirascasas de apostas onlinebens e serviços para o país vizinho que contrataram o Segurocasas de apostas onlineCrédito à Exportação.
"As operações foram financiadas emcasas de apostas onlinemaior parte pelo BNDES, porém havendo operações com financiadores estrangeiros", disse a pastacasas de apostas onlinenota.
O BNDES, que era vinculado ao então Ministério da Economia durante o governocasas de apostas onlineBolsonaro e passou a fazer parte do MDIC sob Lula, atua como principal instrumentocasas de apostas onlineexecução da políticacasas de apostas onlineinvestimentos do governo federal.
Durante os governos petistas, tanto nos dois primeiros mandatoscasas de apostas onlineLula quanto noscasas de apostas onlineDilma Rousseff, atual presidente do Novo Bancocasas de apostas onlineDesenvolvimento (NBD, popularmente conhecido como "Banco dos Brics"), houve desembolsos bilionários no banco,casas de apostas onlineparticular para o financiamento à exportação dos bens e serviçoscasas de apostas onlineengenharia brasileiros.
No caso da Venezuela, foi concedido R$ 1,5 bilhão a vários projetoscasas de apostas onlineinfraestrutura realizados por empresas do Brasil.
Como o próprio banco explica em seu site, "nessas operações, assim comocasas de apostas onlinetodas as outras que o banco realiza, o BNDES desembolsa os recursos exclusivamente no Brasil,casas de apostas onlinereais, para a empresa brasileira, à medida que as exportações vão sendo realizadas".
Ou seja, a empresa brasileira que vendeu produtos ou serviços para fora do país recebe um pagamento do BNDES por isso.
Quem fica com a dívida neste caso é a empresa ou país estrangeiro que comprou o bem e serviço, que fica com a responsabilidadecasas de apostas onlinepagarcasas de apostas onlinevolta o BNDES com juros,casas de apostas onlinedólar oucasas de apostas onlineeuros.
Se há inadimplência, o BNDES aciona a estruturacasas de apostas onlinegarantias e é ressarcido por mecanismos como o FGE.
A maior parte das operaçõescasas de apostas onlineexportaçãocasas de apostas onlineserviçoscasas de apostas onlineengenharia beneficiou cinco grandes empreiteiras brasileiras, todas envolvidas na Operação Lava Jato.
Especificamente nessa categoria,casas de apostas onlinefinanciamentos para exportaçãocasas de apostas onlineserviços a outros países, três deram calote - a Venezuela entre eles - "em um valor totalcasas de apostas onlineUS$ 1,09 bilhão acumulado até marçocasas de apostas online2023", segundo o BNDES.
"Outros US$ 518 milhões estão por vencer desses países", informou o banco.
Quem paga essa conta?
Crédito, EPA
Maduro é presidente da Venezuela desde 2013
O governo brasileiro explicoucasas de apostas onlinenota à BBC News Brasil que o FGE "cobriu o calote".
No entanto, segundo o economista e professor do Insper Sérgio Lazzarini, isso é uma "falácia". Ele explica que, por conta das dívidas e dos calotes acumulados, o patrimônio do fundo foi minguando, cujos recursos são provenientes, dentre outras fontes, do orçamento federal.
"Quem paga essa conta é,casas de apostas onlineúltima análise, o contribuinte", diz.
O problema está, segundo Lazzarini, justamente na avaliaçãocasas de apostas onlinerisco dos empreendimentos nesses países.
Ele publicou, ao ladocasas de apostas onlineoutros pesquisadores, um estudo que analisou o custo financeiro incorridocasas de apostas onlinealgumas das operações realizadas pelo BNDES entre 2007 e 2015.
Segundo Lazzarini, o banco emprestou para países "com altíssimo riscocasas de apostas onlinecrédito e isso não foi precificado adequadamente".
"Então, esse fundo, vire e mexe, está tomando calote. Se ele toma muito calote, não há recursos", diz o economista.
"Se estivéssemos emprestando a países com baixo riscocasas de apostas onlinecrédito, o mecanismo funciona. Mas tomamos calote atráscasas de apostas onlinecalote."
Desde 2020, é discutido no âmbito do governo federal um novo modelo para o FGE, mas nada foi decidido até agora.
Em fevereiro, durante a possecasas de apostas onlineAloizio Mercadante como presidente do BNDES, Lula disse ter "certeza" que a Venezuela e outros países inadimplentes quitarão as dívidas com o banco durante seu governo.
"Porque são todos países amigos do Brasil e certamente pagarão a dívida que têm com o BNDES", disse Lula.
