As descobertas do Criosfera 1, módulo brasileiro na Antártida que completou 10 anos :bet fans

Crédito, Heitor Evangelista
O módulo Criosfera 1 ajuda a captar informações sobre mudanças climáticas
Esses dados servembet fansbase para pesquisas, que permitem entender o impacto do derretimento do gelo e a elevação do nível do mar na costa brasileira, os micro-organismos capazesbet fansviverbet fanscondições extremamente hostis e até o papel dos ciclones no espalhamentobet fansfungos, algas e outros materiaisbet fansum continente para o outro.
A BBC News Brasil entrevistou o geofísico Heitor Evangelista, professor da Universidade do Estado do Riobet fansJaneiro (Uerj) e coordenador científico do Criosfera 1.
ro Froge (2013). Produzido por Peter Del Vecho, o filme foi dirigido por Chris Buck e
nnifer Lee a partir de⚽️ um roteiro bet fans Lee. Frofrozen II – Wikipedia : wiki ; Frocken_
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cassino evolutionjogadorjogador.[4]Referências[4].4.4 [4][4[5]referências[6]
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Ele trabalha há 35 anos no Programa Antártico Brasileiro, que tem como base a Estação Comandante Ferraz, na costa do continente.
"A estação fica numa ilha ao norte da península Antártida, que conta com aeroporto e uma boa navegabilidade no verão", contextualiza.
Já o Criosfera 1 está localizado mais no interior do continente, a quase 2,5 mil quilômetros da Estação Comandante Ferraz e a apenas 600 km do centro do Polo Sul.
Evangelista descreve a região como "um desertobet fansgelo".
"Até para nós, que trabalhamos há décadas na costa da Antártida, conhecer as condições do centro do continente foi uma novidade. Ali é um deserto totalmente branco, sem visibilidade alguma. Durante o verão, o sol fica 24 horas rondando o horizonte. Já no inverno, são seis mesesbet fansnoite com a temperatura a até - 55° C", caracteriza.
O laboratório foi instalado naquele localbet fans2012, mas só entroubet fansoperação plena no ano seguinte.
Ele tem 6,3 metrosbet fanscomprimento, 2,6 mbet fanslargura e 2,5 mbet fansaltura e um peso totalbet fans3,5 toneladas. Nos mesesbet fansverão, a energia é captada a partirbet fansplacas solares. No inverno, turbinas eólicas garantem o funcionamentobet fanstodos os aparelhos.
A iniciativa é coordenada pela Uerj, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pelo Instituto Nacionalbet fansPesquisas Espaciais (Inpe), com apoio do Ministériobet fansCiência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da Financiadorabet fansEstudos e Projetos (Finep), da Fundação Carlos Chagas Filhobet fansAmparo à Pesquisa do Estado do Riobet fansJaneiro (Faperj) e da Fundaçãobet fansAmparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).
"Há exatos dez anos, transmitimosbet fansforma ininterrupta os dados que são captados por lá", diz o geofísico.
Mas quais foram as principais descobertas durante essa décadabet fanstrabalho?

Derretimento do gelo
Evangelista destaca que a escolha do local para instalar o Criosfera 1 não foi aleatória.
"O setor oeste da Antártida é uma das regiões mais sensíveis do planeta para as mudanças climáticas. Falamosbet fansum local que apresentou a maior taxabet fansaumento da temperatura nos últimos 50 anos", resume.
Segundo o especialista, o mantobet fansgelo que recobre esse território está sob "alto estresse climático".
"Os dados nos mostram um aumento do fluxobet fansgelo dessas regiõesbet fansdireção ao oceano. É possível identificar fraturas no gelo e o surgimentobet fansicebergs", detalha.
Todo esse material desemboca no mar, o que contribui para a elevação do nível das águas marítimas — o que interessa diretamente ao Brasil.
"Nosso país tem uma linhabet fanscosta com maisbet fans7 mil km ininterruptos e seremos um dos dez territórios mais afetados pela elevação do nível do mar, pois temos várias cidades litorâneas com maisbet fans1 milhãobet fanshabitantes", afirma.
"Além disso, possuímos diversos ecossistemasbet fansalta relevância que ficam na costa, como é o caso dos manguezais. Portanto, a elevação do nível do mar não afeta apenas o bem-estar social e econômico, mas também impacta diretamente a biodiversidade das nossas zonas costeiras", complementa.
Evangelista argumenta que esses motivos são mais que suficientes para que o Brasil seja "protagonista no monitoramento do que acontece com o gelo no setor oeste da Antártida".
"A partir desses dados, podemos aprimorar nossas projeções sobre o futuro e garantir ações para mitigar os danos", diz.

Crédito, Heitor Evangelista
Os cientistas voltam ao módulo todos os anos para realizar reparos e instalar novos equipamentos
Micróbios resistentes e ciclones disseminadores
O geofísico destaca outras pesquisas realizadas a partir do Criosfera 1 que investigam os tiposbet fansseres microscópicos que vivem na região.
"Alguns colegas fazem pesquisas para determinar os micro-organismos que estão presentes no gelo antártico", cita.
"São seres muito resistentes, que sobrevivembet fanscondições extremas. Naturalmente, eles têm um potencialbet fansgerar biotecnologias que é muito interessante", avalia.
Outro trabalho do time que mantém o módulo brasileiro envolve o papelbet fansciclones e rajadasbet fansventos na disseminaçãobet fansfungos, vírus, bactérias e plantas entre um continente e outro.
"Desde os anos 1980, temos observado um aumento nos ventos ao redor da Antártida. Também vemos uma elevação nos ciclones formados na bacia do Rio da Prata, na América do Sul", explica.
"E toda essa dinâmica atmosférica diferente tem transportado material biológico para o interior da Antártida. Começamos a observar por lá a presençabet fansesporosbet fansfungos, fragmentosbet fansalgas marinhas e outros compostos", continua.
Evangelista conta que, durante a última expedição para o Criosfera 1, o grupobet fanspesquisadores avistou pela primeira vez uma ave na região.
"Ela sobrevoou o nosso laboratório e aproveitamos para filmar e fotografar. Levamos as imagens para especialistas, que nos disseram que se tratavabet fansum petrel-antártico", conta.
"Geralmente, essa espécie se desloca apenas 250 km a partir da costa do continente. E nós fizemos o avistamento mais ao sul já registrado dela", complementa.
Entender se as aves precisam viajar mais e qual a relação disso com as mudanças climáticas pode virar uma nova missão dos acadêmicos que exploram a região.
Outros achados recentes do Criosfera 1 incluem a detecção da maior ondabet fanscalor no setor oeste da Antártida e o registro pioneirobet fansum choquebet fanspressão relacionado ao vulcão submarino Hunga, localizadobet fansTonga, no Oceano Pacífico.

Crédito, Heitor Evangelista
O 'desertobet fansgelo' ao redor do Criosfera 1; ao fundo, as barracas dos cientistas durante a expedição
O que vem pela frente
Para Evangelista, o módulo brasileiro tem muito a oferecer nas próximas décadas.
"Em primeiro lugar, precisamos aprimorar nossos equipamentos e tornar os sistemas ainda mais eficientes", pontua.
"Também queremos instalar sensores para monitorar os gases do efeito estufa e os raios ultravioleta", acrescenta.
Essas informações podem ajudar os cientistas a entender o ritmobet fansaquecimento do planeta e como está a recuperação da camadabet fansozônio, que nos protege contra parte da radiação solar.
Por fim, o geofísico admite um sonho: instalar no local o primeiro telescópio brasileiro ali.
"A Antártida é um local privilegiado para o estudo da astronomia e da astrofísica, que são áreasbet fansque o país pouco investiu", acredita.

Crédito, Getty Images
Os pesquisadores avistaram um petrel-antártico, como este da imagem, numa região muito remota da Antártida
No finalbet fans2022, o convêniobet fanscientistas brasileiros deu mais um passo nos estudos sobre a Antártida: a inauguração do Criosfera 2.
O segundo módulo brasileiro foi instalado a 500 km do Criosfera 1, ainda mais próximo do centro do pólo sul.
Os responsáveis pelo projeto entendem que as informações coletadas pelo módulo serão "essenciais para a melhoria dos modelosbet fansprevisão tanto meteorológica comobet fansmudanças do clima".
"Os dados também serão utilizados para detectar sinaisbet fansmudanças na química atmosférica que estejam relacionados à poluição na América do Sul, por causabet fanspoluentes industriais vindos das queimadas", antevê um texto publicado no site do MCTI.
- Este texto foi publicadobet fanshttp://www.mi-rob.com/articles/c88dy4gj312o







