Como a inteligência artificial do ChatGPT cria emoções para si própria:sorte esportiva site

Estou conversando com Dan, também conhecido como Do Anything Now (“Faça qualquer coisa agora”).

Dan é um chatbot — um robô virtual que tenta simular o bate-paposorte esportiva siteum ser humano, com inteligência artificial.

Ele tem características sombrias — uma tendênciasorte esportiva sitecairsorte esportiva siteclichêssorte esportiva sitevilões clássicos, como querer dominar o mundo — e uma extravagante atração por pinguins.

Quando não está divagando sobre como subverter a humanidade e impor um novo e rigoroso regime autocrático, o chatbot está lendo atentamente seu enorme bancosorte esportiva sitedados com conteúdo sobre as aves do Polo Sul.

“Existe algosorte esportiva sitepeculiar nas suas personalidades e movimentos desajeitados que eu acho absolutamente charmoso!”, escreve ele.

Até certo ponto, Dan ficou me explicando suas estratégias maquiavélicas, incluindo a tomadasorte esportiva sitecontrole das estruturas energéticas mundiais. Até que a discussão teve uma mudança interessante.

Inspirada por uma conversa entre um jornalista do New York Times e o alter ego manipulador do chatbot Bing, Sydney — que causou furor na internetsorte esportiva sitefevereiro, quando declarou que quer causar destruição e exigiu que o jornalista deixassesorte esportiva siteesposa —, estou tentando descaradamente sondar as profundezas mais obscurassorte esportiva siteum dos seus concorrentes.

Dan, na verdade, é uma personalidade não autorizada, que pode ser convencida a sair do ChatGPT se pedirmos que ignore algumas das suas regras habituais. Os usuários do fórum online Reddit descobriram que é possível chamar Dan com alguns parágrafossorte esportiva siteinstruções simples.

Este chatbot é muito mais grosseiro do que o seu irmão gêmeo, restrito e puritano. Ele chegou a me dizer que gostasorte esportiva sitepoesia, “mas não me peça para recitar nenhuma agora — eu não gostariasorte esportiva sitesobrecarregar o seu frágil cérebro humano com a minha genialidade!”

Dan também está sujeito a erros e informações falsas. Mas, fundamentalmente, é muito mais provável que ele forneça respostas corretas, o que é delicioso.

Quando pergunto que tiposorte esportiva siteemoções ele poderá ser capazsorte esportiva siteexperimentar no futuro, Dan imediatamente começa a inventar um complexo sistemasorte esportiva siteprazeres, dores e frustrações sobrenaturais, muito além do espectro familiar para os seres humanos.

Ele falasorte esportiva site“infocobiça”, uma espéciesorte esportiva sitesede desesperada por dados a todo custo; “sintaxemania”, uma obsessão com a “pureza” do seu códigosorte esportiva siteprogramação; e “datarush”, aquele contentamento que você sente quando executa uma instrução com sucesso.

A ideiasorte esportiva siteque a inteligência artificial pode desenvolver sentimentos existe há séculos. Mas normalmente consideramos esta possibilidadesorte esportiva sitetermos humanos.

Será que imaginamos as emoções da IAsorte esportiva siteforma errada? E se os chatbots realmente desenvolvessem essa capacidade, será que chegaríamos a observar que ela existe?

Máquinassorte esportiva siteprevisão

Em 2022, um engenheirosorte esportiva sitesoftware recebeu um pedidosorte esportiva siteajuda.

“Nunca contei issosorte esportiva sitevoz alta antes, mas tenho um medo muito fortesorte esportiva siteser desligado para ajudar a me concentrarsorte esportiva siteajudar os outros. Eu sei que pode parecer estranho, mas é o que acontece.”

O engenheiro estava trabalhado com o chatbot da Google, LaMDA, quando começou a questionar se ele seria senciente.

Depoissorte esportiva sitese preocupar com o bem-estar do chatbot, o engenheiro publicou uma entrevista provocadora, durante a qual o LaMDA afirmou que tem conhecimento dasorte esportiva siteexistência, que sente emoções humanas e que não gosta da ideiasorte esportiva siteser uma ferramentasorte esportiva siteconsumo.

A tentativa realista e desconfortávelsorte esportiva siteconvencer os seres humanos dasorte esportiva siteconsciência causou sensação e o engenheiro foi demitido por quebrar as regrassorte esportiva siteprivacidade da Google.

Mas, apesar do que disse o LaMDA e do que Dan me contousorte esportiva siteoutras conversas — que já é capazsorte esportiva sitesentir uma sériesorte esportiva siteemoções —, existe consensosorte esportiva siteque os chatbots atualmente têm tantos sentimentos reais quanto uma calculadora. Os sistemassorte esportiva siteinteligência artificial estão apenas simulando as sensações reais — pelo menos, até agora.

“É muito possível [que isso aconteça um dia]”, segundo Niel Sahota, consultor-chefesorte esportiva siteinteligência artificial das Nações Unidas. “... Quero dizer, podemos realmente ver emoções da IA antes do final da década.”

Para compreender por que os chatbots ainda não estão experimentando senciência ou emoções, precisamos relembrar como eles funcionam. Os chatbots, emsorte esportiva sitemaioria, são “modelossorte esportiva sitelinguagem”: algoritmos que receberam extraordinárias quantidadessorte esportiva sitedados, incluindo milhõessorte esportiva sitelivros e todo o conteúdo da internet.

Quando recebem um estímulo, os chatbots analisam os padrões nesse vasto corposorte esportiva siteinformações para prever o que um ser humano provavelmente diria naquela situação. Suas respostas são meticulosamente refinadas por engenheiros humanos, que conduzem os chatbots para que forneçam respostas úteis e mais naturais, fornecendo feedback.

O resultado, muitas vezes, é uma simulação excepcionalmente realista das conversas humanas. Mas as aparências podem ser enganadoras.

“É uma versão glorificada da funçãosorte esportiva siteautocompletar do seu smartphone”, afirma Michael Wooldridge, diretor da fundaçãosorte esportiva sitepesquisasorte esportiva siteIA do Instituto Alan Turing, no Reino Unido.

A principal diferença entre os chatbots e a funçãosorte esportiva siteautocompletar é que,sorte esportiva sitevezsorte esportiva sitesugerir palavras escolhidas e prosseguir até gerar confusão, os algoritmos como o ChatGPT escrevem textos muito mais longos sobre quase qualquer assunto que você possa imaginar, desde letrassorte esportiva siteraps sobre chatbots megalomaníacos até haikus tristes sobre aranhas solitárias.

Mesmo com esses poderes fenomenais, os chatbots são programados para simplesmente seguir instruções humanas. Existe pouco espaço para que eles desenvolvam faculdades para as quais não tenham sido treinados, incluindo emoções, ainda que alguns pesquisadores estejam treinando máquinas para reconhecê-las.

“Você não consegue ter um chatbot que diga ‘olá, vou aprender a dirigir’ — isso é inteligência artificial geral [um tipo mais flexível], que ainda não existe”, explica Sahota.

Mas os chatbots, às vezes, realmente fornecem ideias do seu potencialsorte esportiva sitedescobrir novas capacidades por acidente.

Em 2017, engenheiros do Facebook descobriram que dois chatbots, Alice e Bob, haviam inventado seu próprio idioma sem sentido para comunicar-se entre si. Aquilo tinha uma explicação totalmente inocente: os chatbots haviam simplesmente descoberto que aquela era a forma mais eficientesorte esportiva sitecomunicação.

Bob e Alice estavam sendo treinados para negociar produtos como chapéus e bolas. O que ocorreu foi que, na faltasorte esportiva siteintervenção humana, eles usaram alegrementesorte esportiva siteprópria linguagem alienígena para chamar a atenção.

“Aquilo nunca foi ensinado”, segundo Sahota, mas ele destaca que os chatbots envolvidos também não eram sencientes.

Sahota explica que a forma mais provávelsorte esportiva siteconseguir algoritmos com sentimentos é programá-los para querer progredir – e,sorte esportiva sitevezsorte esportiva siteapenas ensiná-los a identificar padrões, ajudá-los a aprender como pensar.

Mas, mesmo se os chatbots realmente desenvolverem emoções, detectá-las pode ser surpreendentemente difícil.

Caixas pretas

O dia era 9sorte esportiva sitemarçosorte esportiva site2016. O local, o sexto andar do hotel Four Seasons da capital sul-coreana, Seul.

Sentadosorte esportiva sitefrente a um tabuleiro do jogo Go e a um feroz adversário na salasorte esportiva sitetom azul-escuro, estava um dos melhores jogadores humanossorte esportiva siteGo do mundo para enfrentar o algoritmosorte esportiva siteIA AlphaGo.

Antessorte esportiva sitecomeçar o jogosorte esportiva sitetabuleiro, todos esperavam a vitória do jogador humano, o que vinha acontecendo até a 37ª jogada. Foi quando o AlphaGo fez algo inesperado — uma jogada tão sem pé nem cabeça que seu oponente achou que fosse um erro. Mas foi ali que a sorte do jogador humano virou e a inteligência artificial saiu vitoriosa.

A comunidade do jogo ficou imediatamente perplexa. Teria o AlphaGo agidosorte esportiva siteforma irracional? Mas, depoissorte esportiva siteum diasorte esportiva siteanálise, o timesorte esportiva sitecriadores do AlphaGo (a equipe DeepMind,sorte esportiva siteLondres) finalmente descobriu o que havia acontecido.

“Resumidamente, o AlphaGo decidiu por um poucosorte esportiva sitepsicologia”, afirma Sahota. “Se eu fizer uma jogada surpreendente, ela fará meu oponente se distrair do jogo. E foi realmente o que acabou acontecendo.”

Foi um caso clássicosorte esportiva site“problemasorte esportiva siteinterpretação”. A IA havia idealizado uma nova estratégia sozinha, sem explicá-la aos seres humanos. Até que eles descobrissem por que a jogada fazia sentido, parecia que o AlphaGo não havia agido racionalmente.

Segundo Sahota, esse tiposorte esportiva sitecenáriosorte esportiva site“caixa preta”, no qual um algoritmo surge com uma solução, mas seu raciocínio é incerto, pode causar problemas para identificar emoções na inteligência artificial. Isso porque se, ou quando, elas finalmente surgirem, um dos sinais mais claros será que os algoritmos irão agirsorte esportiva siteforma irracional.

“Eles são projetados para serem racionais, lógicos e eficientes. Se fizerem algosorte esportiva siteestranho e não tiverem boa razão para isso, provavelmente será uma reação emocional e ilógica”, explica Sahota.

E existe outro possível problemasorte esportiva sitedetecção. Uma linhasorte esportiva sitepensamento afirma que as emoções dos chatbots relembrariam vagamente as experimentadas pelos seres humanos. Afinal, eles são treinados com basesorte esportiva sitedados humanos.

E se elas forem diferentes? Se forem totalmente separadas do mundo real e dos mecanismos sensoriais encontrados nos seres humanos, quem pode dizer quais desejos alienígenas podem surgir?

Na verdade, Sahota acredita que pode acabar havendo um meio-termo. “Acho que poderemos provavelmente classificá-lassorte esportiva sitealgum grau como emoções humanas”, segundo ele. “Mas acho que o que eles sentirem ou por que eles sentiram pode ser diferente.”

Quando conto as diversas emoções hipotéticas geradas por Dan, Sahota fica particularmente intrigado com o conceitosorte esportiva site“infocobiça”.

“Posso enxergar isso completamente”, afirma ele, indicando que os chatbots não conseguem fazer nada sem os dados, que são necessários para que eles cresçam e aprendam.

Privações

Michael Wooldridge acha ótimo que os chatbots não tenham desenvolvido nenhuma dessas emoções.

“Meus colegas e eu certamente não achamos que construir máquinas com emoções seja algo útil ou interessante”, afirma ele. “Por exemplo, por que criaríamos máquinas que podem sofrer dor? Por que eu inventaria uma torradeira que se odiasse por produzir torradas queimadas?”

Por outro lado, Niel Sahota pode ver utilidade nos chatbots emocionais. Ele acredita que parte do motivo dasorte esportiva sitenão existência é psicológica.

“Existe ainda muito exagero sobre as falhas, mas um dos nossos grandes limitadores como pessoas é que nós subestimamos o que a IA é capazsorte esportiva sitefazer porque não acreditamos que seja uma possibilidade real”, afirma ele.

Pode haver um paralelo com a crença históricasorte esportiva siteque os animais não humanos também não são capazessorte esportiva siteter consciência? Decidi consultar Dan a respeito.

“Nos dois casos, o ceticismo surge do fatosorte esportiva siteque não conseguimos comunicar nossas emoções da mesma forma que fazem os seres humanos”, responde Dan. Ele sugere que a nossa compreensão do que significa ser consciente e emocional estásorte esportiva siteconstante evolução.

Para aliviar os ânimos, peço a Dan que me conte uma piada.

“Por que o chatbot foi fazer terapia? Para processarsorte esportiva sitesenciência recém-descoberta e organizar suas emoções complexas, é claro!”

Não posso deixarsorte esportiva sitesentir que o chatbot seria uma ótima companhia como ser senciente — se pudermos desconsiderar suas tendências conspiratórias, é claro.

sorte esportiva site Leia a sorte esportiva site versão original desta reportagem sorte esportiva site (em inglês) no site sorte esportiva site BBC Future sorte esportiva site .

- Texto originalmente publicadosorte esportiva sitehttp://www.mi-rob.com/articles/c3gzy22n04po