O argumentobet 360 apostamuseu da Austrália para defender mostra que 'discrimina' homens:bet 360 aposta

Quem visita o museu, se depara com um enorme cubo verde esmeralda.

Lá dentro, as paredes são cortinasbet 360 apostaseda. Um lustrebet 360 apostacascata paira sobre um sofábet 360 apostaveludobet 360 apostaformabet 360 apostafalo e um pisobet 360 apostamármore xadrez. O esplendor do ouro realça tudo — desde a arte emoldurada nas paredes até os móveis.

As mulheres são convidadas a entrar, e mordomos "que vivem para servi-las" oferecem champanhe a elas. Mas eles são os únicos homens no recinto, os demais tiveram que dar meia volta na entrada.

O Ladies Lounge pega o conceitobet 360 apostaum antigo pub australiano e colocabet 360 apostaponta cabeça.

Sóbet 360 aposta1965 que as mulheres conquistaram o direitobet 360 apostabeber nos bares do país. Anteriormente, elas eram relegadas a anexos sombrios, se é que eram admitidas, e muitas vezes cobravam preços exorbitantes por suas bebidas.

E assim, a exposição — que contém algumas das obras mais aclamadas do museu,bet 360 apostaPicasso a Sidney Nolan — foi concebida como uma obrabet 360 apostaarte interativa, destinada a proporcionar um local seguro para as mulheres desfrutarem da companhia umas das outras, ao mesmo tempo que destaca a exclusão que enfrentaram durante décadas.

A artista Kirsha Kaechele, autora da instalação, classifica a mostra como um "espaço essencial para perspectiva e redefinição deste mundo estranho e desconexobet 360 apostadominação masculina".

E é algo que agora está sendo ameaçado por um homem.

Jason Lau, morador do estadobet 360 apostaNova Gales do Sul, acusa o museubet 360 apostadiscriminação ilegal.

Nesta semana, a acusação culminoubet 360 apostauma audiência judicial — repletabet 360 apostadrama e teatralidade.

Reparação ou discriminação?

A terça-feira (19/3) começou com um grande grupobet 360 apostamulheres vestidas com ternos azul-marinho, pérolas e batom vermelho marchando para a audiênciabet 360 apostaapoio a Kaechele.

Lau,bet 360 apostacontrapartida, participou por meiobet 360 apostauma chamadabet 360 apostavídeo.

Ele visitou o Mona — conhecido porbet 360 apostaarte provocativa — durante uma viagem à Tasmâniabet 360 apostaabril do ano passado e, segundo ele, comprou o ingressobet 360 aposta35 dólares australianos (aproximadamente R$ 115) para ter acesso a todo o museu.

“Fiquei bastante surpreso quando me disseram que não poderia ver uma exposição, o Ladies Lounge”, afirmou.

Representando a si mesmo, Lau argumentou que isso viola a Lei Antidiscriminação do Estado.

“Qualquer pessoa que compre um ingresso esperaria uma prestação justabet 360 apostabens e serviçosbet 360 apostaacordo com a lei.”

O museu concorda que a exposição realmente discrimina. Mas argumentou que Lau não perdeu nada — ele vivenciou a obrabet 360 apostaarte exatamente como previsto.

“Parte da experiência é negar algo que é desejado”, disse a advogada do Mona, Catherine Scott, segundo o jornal local The Mercury.

As mulheres têm sido frequentemente marginalizadasbet 360 apostaposiçõesbet 360 apostapoder ou prestígio, e a exposição foi inspiradabet 360 apostacorrigir um desequilíbrio que existia no Mona, diz Kaechele, cujo marido é dono do museu.

“Isso exclui os homens, e eu estaria mentindo se dissesse que não achei excitante”, afirmou ela na audiência,bet 360 apostaacordo com o The Mercury.

À medida que as partes discutiam, as apoiadoras do museu estavam,bet 360 apostacerta forma, roubando a cena. Houve momentosbet 360 apostacompleta quietude e silêncio, antesbet 360 apostadarem início a uma coreografia discreta — cruzando as pernas e apoiando a cabeça nos punhos, apertando o coração ou abaixandobet 360 apostaleve os óculos. Uma delas ficou, inclusive, folheando textos feministas sugestivamente — e fazendo anotações.

Aparentemente inabaladas, ambas as partes continuaram discutindo.

Em última análise, Scott disse que o Mona tem uma defesa legal. A lei — tal como está escrita — permite a discriminação se "concebida para promover a igualdadebet 360 apostaoportunidades para um grupobet 360 apostapessoas desfavorecidas ou com necessidades especiais devido a um atributo prescrito".

De acordo com o sitebet 360 apostanotícias Nine, quando solicitada pelo vice-presidente do tribunal, Richard Grueber, a explicar como a obrabet 360 apostaarte faz isso, Kaechele respondeu:

“Peguei algo que era usado para reprimir as mulheres e transformeibet 360 apostaum espaço triunfante para [elas]."

Mas Lau argumenta que este trecho da lei foi concebido para permitir uma “discriminação positiva”, e não uma “discriminação negativa”.

Ele quer que a exposição seja fechada ou admita a entradabet 360 apostahomens. Como alternativa, ele sugere que os homens deveriam pagar menos do que as mulheres pelo ingresso — algo que o museu diz que não vai levarbet 360 apostaconsideração.

Depois que Grueber afirmou quebet 360 apostadecisão seria anunciadabet 360 apostauma data posterior, ainda a ser marcada, o grupobet 360 apostamulheres que apoia o museu saiubet 360 apostamaneira tão ostensiva quanto entrou — fazendo um trenzinho e dançando para fora do prédio, enquanto Simply Irresistible,bet 360 apostaRobert Palmer, tocava no celularbet 360 apostauma delas.

A arte imita a vida

Em conversa com a BBC no dia seguinte à audiência, Kaechele disse que era como se a arte ganhasse vida.

Segundo ela, a exposição deveria gerar debate, sim, mas tem o espíritobet 360 apostauma brincadeira inofensiva.

"Traz à tona conversas muito sérias e interessantes, mas também há algo mais descontraído. As mulheres se deleitam, e a maioria dos homens, eu acho, gosta. Eles acham engraçado."

Kaechele diz que se diverte — mas não fica surpresa — com os homens que estão genuinamente chateados, mas se apressabet 360 apostaacrescentar que Lau tem sido agradável e impressionante.

“Acho que as pessoas podem querer fazer dele um vilão, mas, na verdade, ele é adorável.”

Mas o que este processo diz sobre os temas que o Ladies Lounge invoca, como a questão do patriarcado?

“Acho que fala por si só”, diz ela.

Kaechele indicou que vai levar o caso até ao Supremo Tribunal, se for necessário, mas afirma — ironicamente — que talvez nada possa reforçar mais o argumento da obrabet 360 apostaarte do que ter que fechá-la.

"Se você olhasse apenas do pontobet 360 apostavista estético, ser forçada a fechar seria muito poderoso."