Por que filhosaposta no esportepais gays enfrentam limbo legal na Itália :aposta no esporte

O governoaposta no esportedireita da Itália instruiu a Prefeituraaposta no esporteMilão a pararaposta no esporteregistrar os filhosaposta no esportepais do mesmo sexo, reacendendo um debateaposta no esportetorno da agenda conservadora da primeira-ministra, Giorgia Meloni.

Famílias, ativistas e opositores políticos protestaram contra a proibiçãoaposta no esporteMilão neste sábado (18/3).

"Explique ao meu filho que não sou a mãe dele", dizia uma placa erguidaaposta no esportemeio a um maraposta no esportebandeirasaposta no esportearco-íris que enchiam uma das praças centrais da cidade.

Meloni, que lidera o partidoaposta no esporteextrema-direita Irmãos da Itália, fez da retórica anti-LGBT um dos pilaresaposta no esportesua campanha eleitoral, prometendo proteger os valores tradicionais.

"Sempre fomos uma família, mas sermos reconhecidos oficialmente como tal pelo nosso próprio prefeito nos fez sentir bem-vindos", diz Maria Silvia Fiengo. "Hoje, vendo o que o governo está fazendo e sabendo que outras famílias não poderão ter a mesma oportunidade, nos sentimos desanimados".

A Itália legalizou as uniões civis entre pessoas do mesmo sexoaposta no esporte2016 sob um governoaposta no esportecentro-esquerda.

No entanto, a forte resistênciaaposta no esportegrupos católicos e conservadores fez com que a lei não concedesse direitosaposta no esporteadoção também a casais do mesmo sexo. Os opositores disseram que isso encorajaria a barrigaaposta no esportealuguel, que ainda é ilegal na Itália.

Isso deixou um vácuo regulatórioaposta no esportetornoaposta no esportevários aspectos da vida familiar LGBT, incluindo a adoção. Soluções para contornar entraves burocráticos foram alcançadas individualmente, à medida que os casos iam para a Justiça.

Algumas autoridades locais, incluindo o prefeitoaposta no esportecentro-esquerdaaposta no esporteMilão, decidiram que os filhosaposta no esportecasais do mesmo sexo seriam registradosaposta no esporteforma independente.

Mas Sala anunciou que foi forçado a interromper a prática depois que recebeu uma carta do Ministério do Interior. Ele citou uma decisão da Suprema Corte da Itália exigindo a aprovação do tribunal para o reconhecimento legal do status parental.

"É um claro retrocesso, política e socialmente, e me coloco no lugar daqueles pais que pensaram que poderiam contar com essa possibilidadeaposta no esporteMilão", disse o prefeitoaposta no esporteseu podcast diário Buongiorno Milano, acrescentando que não tinha outra escolha senão cumprir a ordem da Justiça.

Crianças a quem é negado o direitoaposta no esporteter ambos os pais reconhecidos emaposta no esportecertidãoaposta no esportenascimento são deixadasaposta no esporteum limbo legal.

Suas famílias enfrentam uma sérieaposta no esportedesafios. No cenário mais extremo, se o pai legalmente reconhecido morrer, os filhos poderiam ficar sob a tutela do Estado e enfrentar a perspectivaaposta no esporteficarem órfãos.

Na comunidade LGBT da Itália, isso levou a um crescente sentimentoaposta no esportefrustração e ansiedade, enquanto a abordagem hostil do governoaposta no esporteMeloni aos direitos LGBT exacerbou ainda mais o problema.

"As crianças acabam tendo acesso limitado a serviços e benefícios essenciais, como assistência médica, herança e pensão alimentícia", diz Angelo Schillaci, professoraposta no esportedireito da Universidade Sapienza,aposta no esporteRoma.

"Atualmente, apenas um dos pais é reconhecido pela lei, o outro é um fantasma. Na vida real, pais e filhos brincam juntos, cozinham juntos, praticam esportes e saemaposta no esporteférias juntos. Mas, no papel, eles estão separados; o Estado não os vê. É uma situação paradoxal", acrescenta o acadêmico.

Giorgia Melonia, a primeira-ministra da Itália, eleitaaposta no esportesetembro passado, tem sido uma defensora da família tradicional e dos valores cristãos, fazendo campanha contra o que ela chamaaposta no esporte"ideologiaaposta no esportegênero" e o "lobby LGBT".

Meses antesaposta no esportechegar ao poder, ela propôs uma lei que transformaria a barrigaaposta no esportealuguelaposta no esportecrime universal, e isso ainda está na agendaaposta no esporteseu partido.

"Já existem meninos e meninas com duas mães e dois pais na Itália, a primeira-ministra Meloni deveria entender isso", diz Alessia Crocini, presidente da associação Rainbow Families,aposta no esporteapoio a famílias LGBT.

"Devemos garantir aos nossos filhos os mesmos direitos que seus pares."

"Nos sentimos atacadas como pais", diz Angela Diomede, que participou do protestoaposta no esporteMilão comaposta no esporteesposa eaposta no esportefilhaaposta no esporteseis anos.

"Não entendo essa obsessão do governoaposta no esportevisar crianças, não leva a lugar nenhum."

O Senado da Itália também rejeitou esta semana uma proposta para um certificadoaposta no esportepaternidade europeu padronizado que seria reconhecidoaposta no esportetodos os 27 estados-membros da União Europeia.

Para as crianças, significaria provaaposta no esportepaternidade, e para os pais, a garantiaaposta no esporteserem reconhecidosaposta no esportetodo o bloco, protegendo direitos como herança e cidadania.

Mas para o ministro da infraestrutura da Itália, Matteo Salvini,aposta no esporteextrema direita, foi um passo longe demais.

"Bruxelas (sede do Parlamento Europeu) não pode nos impor o conceitoaposta no esportefamília: uma criança precisaaposta no esporteuma mãe eaposta no esporteum pai. Filhos não se compram, não se alugam, não se escolhem na internet", disse.

Riccardo Magi, um parlamentar da oposição a favor do certificado europeu, rebateu: "O mundo vai para um lado, o governo [italiano] vai para outro."

O debate está sendo acompanhadoaposta no esporteperto da cidadeaposta no esporteUdine, no nordeste do país, por Stefano Zucchini e seu marido, Alberto.

Eles têm dois gêmeosaposta no esporteseis anos, nascidos no Estado americano da Califórnia por meioaposta no esportebarrigaaposta no esportealuguel, e esperam ser legalmente reconhecidos como uma família um dia.

Nos EUA, ambos são reconhecidos como pais. Mas, na Itália, Stefano é considerado pai solteiro, e esse status legal torna a vidaaposta no esportefamília complicada.

"Mesmo coisas que são normais para a maioria das pessoas, como levar as crianças ao jardimaposta no esporteinfância ou a uma consulta médica, podem se tornar um desafio", diz ele à BBC.

"Eles não nos veem, mas nosso amor continua forte como sempre. Isso, com certeza, existe."