Golpe ou revolução: como guerra1x bet sign up bonusversões persiste 60 anos depois1x bet sign up bonustomada1x bet sign up bonuspoder pelos militares?:1x bet sign up bonus

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) apurou violações cometidas durante a ditadura militar e reconheceu a morte ou desaparecimento1x bet sign up bonus434 pessoas durante o período que foi1x bet sign up bonus1964 a 1985, quando a democracia foi restabelecida no país.

Passados 60 anos, porém, o debate1x bet sign up bonustorno do termo a ser usado para designar o que aconteceu no dia 311x bet sign up bonusmarço parece estar tão vivo quanto no ano1x bet sign up bonus1964.

A BBC News Brasil ouviu historiadores, linguistas e sociólogos sobre os critérios técnicos que definem o que é um golpe ou uma revolução e os motivos pelos quais, seis décadas depois, esse guerra1x bet sign up bonusnarrativas continua a mobilizar parte da opinião pública no Brasil.

Eles afirmam que a disputa sobre o termo a ser usado para designar o que aconteceu1x bet sign up bonus1964 é uma batalha pela "memória" do país que ganhou nova força1x bet sign up bonusmeio ao aumento da polarização política e que não há sinalização1x bet sign up bonusque a polêmica vá arrefecer nos próximos anos.

Também apontam que a permanência desse debate é resultado do fato1x bet sign up bonusque o Brasil não julgou ou puniu integrantes do regime militar que cometeram crimes, ao contrário1x bet sign up bonuspaíses como a Argentina e o Chile, o que poderia levar a uma posição mais uniforme da sociedade brasileira sobre o episódio.

Putsch, golpe e revoluções

O professor emérito1x bet sign up bonusSociologia na Universidade1x bet sign up bonusCambridge, David Lane, se dedica, entre outros assuntos, a estudar e classificar momentos1x bet sign up bonusmudança política, como a que ocorreu1x bet sign up bonus1964 no Brasil.

Ele desenvolveu uma classificação com três principais formas1x bet sign up bonusmudança política: putsch político; golpe1x bet sign up bonusEstado; e revolução. Antes1x bet sign up bonusexplicar os termos, ele faz uma ressalva.

"Todos esses acontecimentos são ilegais1x bet sign up bonusalguma forma, uma vez que eles não são legítimos1x bet sign up bonusacordo com os termos e as normas da sociedade", disse o professor à BBC News Brasil.

"Um putsch significa simplesmente que um grupo1x bet sign up bonuspessoas substitui outro grupo1x bet sign up bonusforma ilegal. Ele não tem ou tem poucas formas1x bet sign up bonusparticipação popular e as intenções do novo grupo são, simplesmente, mudar o governo que eles podem avaliar como ineficiente ou corrupto", disse.

"A tentativa dos líderes comunistas estabelecidos, nos últimos dias da União Soviética,1x bet sign up bonusderrubar o então líder Mikhail Gorbachev e as suas reformas é um exemplo1x bet sign up bonusputsch. Embora o putsch tentativa tenha falhado, ele acabou levando a um golpe1x bet sign up bonusestado eficaz, liderado por Boris Yeltsin, que, com outros líderes regionais, desmembrou efetivamente a União Soviética", explicou Lane.

O professor também explicou1x bet sign up bonusdefinição1x bet sign up bonusgolpe1x bet sign up bonusEstado.

"Um golpe1x bet sign up bonusEstado envolve um grupo1x bet sign up bonuselite ou contra-elite que quer renovar uma forma1x bet sign up bonusgoverno. O golpe quer trazer novos atores para a elite política, quer mudar alguns dos parâmetros1x bet sign up bonusgoverno [...], os golpes têm um apoio popular relativamente pequeno", explicou Lane.

Finalmente, o professor classificou o que é uma revolução.

"Uma revolução acontece dentro do sistema político, mas tem um alto nível1x bet sign up bonusparticipação popular. Em outras palavras, grupos da população estão,1x bet sign up bonusgeral,1x bet sign up bonusfavor das ações revolucionárias [...] E o objetivo1x bet sign up bonusuma revolução não é apenas mudar o governo, mas mudar a natureza da sociedade", detalhou o professor.

Lane explicou ainda que as revoluções podem ser1x bet sign up bonusdois tipos. A primeira é a revolução política, que leva a mudanças apenas no sistema político. Um exemplo citado por ele foi a chamada Revolução Americana, quando os Estados Unidos entraram1x bet sign up bonusguerra com o Reino Unido por1x bet sign up bonusindependência e implantaram o regime republicano no país.

O segundo tipo1x bet sign up bonusrevolução, explica o professor, é a revolução social. Neste tipo, ele explica, não apenas o sistema político é trocado, mas aspectos mais profundos do funcionamento da sociedade1x bet sign up bonusque ela ocorre. A Revolução Russa foi um caso assim, segundo Lane, porque não apenas pôs um fim à monarquia que governava o país, mas implantou um modelo1x bet sign up bonussociedade totalmente novo: o socialismo.

Lane explicou à BBC News Brasil que este debate é complexo porque, muitas vezes, esses três tipos1x bet sign up bonusmudança podem acontecer1x bet sign up bonusforma alternada, ou seja: é possível que um putsch leve a um golpe e que um golpe possa levar a algum tipo1x bet sign up bonusrevolução.

E quanto ao Brasil?

Lane disse que não é especialista no cenário político brasileiro, mas com base em1x bet sign up bonusclassificação, ele diz que o que houve no Brasil1x bet sign up bonus1964 pode ser enquadrado como um golpe1x bet sign up bonusEstado que pode ter levado a uma revolução política.

"Na minha avaliação, vocês tiveram um sistema no qual houve um golpe1x bet sign up bonusEstado1x bet sign up bonusalgum tipo e, talvez, isso se moveu para uma revolução política", afirmou o professor.

Lane explica que, em1x bet sign up bonusavaliação, o que aconteceu no Brasil "certamente" não foi uma revolução social, aquela que, segundo ele, traz mudanças profundas na sociedade e tem amplo apoio da população.

"Certamente não foi uma revolução social porque a natureza da propriedade [privada] e os vínculos do Brasil com a ordem política mundial mudaram apenas marginalmente. Eles não mudaram significativamente", disse o professor.

A disputa dos significados

Os historiadores e linguistas ouvidos pela BBC News Brasil apontaram para os motivos pelos quais o debate sobre se o que houve1x bet sign up bonus311x bet sign up bonusmarço foi um golpe ou revolução permanece vivo.

O doutor1x bet sign up bonusLinguística e professor da Universidade do Estado e Minas Gerais (UEMG) Samuel Ponsoni é co-autor1x bet sign up bonusum artigo, junto com Tamires Bonani, sobre as narrativas propagadas1x bet sign up bonustorno do 311x bet sign up bonusmarço1x bet sign up bonus1964.

Ele argumenta que as pessoas formam seus discursos com base1x bet sign up bonussuas vivências acumuladas e1x bet sign up bonussuas visões1x bet sign up bonusmundo. Dessa forma, elas tendem a interpretar o mundo a partir dessas "lentes".

Ponsoni explica que a persistência do debate sobre se foi golpe ou revolução se deve à carga semântica (significado) que os dois termos carregam.

De acordo com o Dicionário Michaelis, revolução é o "movimento1x bet sign up bonusrevolta, súbito ou generalizado,1x bet sign up bonuscaráter político e social, por meio do qual um número significativo1x bet sign up bonuspessoas procura conquistar, pela força, o governo1x bet sign up bonusum país, a fim1x bet sign up bonusdar-lhe nova orientação".

Já um golpe1x bet sign up bonusEstado, por outro lado, é "o ato1x bet sign up bonusse apoderar, pela força, do governo estabelecido para implantar um novo sistema governamental, sem aprovação do povo".

Para Ponsoni, quem escolhe o termo golpe tem uma opinião negativa sobre o que aconteceu.

"Ao fazer essa escolha, eu me posiciono sobre uma certa perspectiva político-ideológica no mundo. Se eu identifico isto como um golpe, então (eu interpreto) que os golpistas não respeitam os direitos do povo e depois participaram1x bet sign up bonusum conjunto1x bet sign up bonusatrocidades políticas, torturas, desaparecimentos e mortes", disse o professor.

Do outro lado, quem defende que o que aconteceu foi uma revolução vai sustentar uma outra visão sobre o assunto, diz Ponsoni.

"Os que dizem que foi uma revolução vão dizer que ela veio para mudar a ordem vigente. Que mudaram para salvar o Brasil1x bet sign up bonusJoão Goulart. Eles dizem: 'por que não vamos chamar aquilo1x bet sign up bonusgolpe? Porque eu e meu grupo salvamos o Brasil da perdição comunista. Então, isso só pode ter sido uma revolução'", afirmou o professor.

"Aqueles que fizeram 1964 se chamam1x bet sign up bonusrevolucionários. Já os que estavam contrários a esse movimento chamam esse movimento1x bet sign up bonusgolpista", disse à BBC News Brasil a professora e historiadora Angela Maria Castro Gomes, co-autora do livro 1964: O golpe que derrubou um presidente, pôs fim ao regime democrático e instituiu a Ditadura Militar no Brasil.

Ponsoni afirmou que, apesar1x bet sign up bonuso debate existir, em1x bet sign up bonusopinião o que aconteceu1x bet sign up bonus1964 foi, sim, um golpe.

"Ele (João Goulart) era um presidente que foi eleito legitimamente e legalmente ocupava aquele lugar".

O papel do apoio popular

Um dos argumentos mais usados por quem defende a ideia1x bet sign up bonusque o que houve1x bet sign up bonus1964 foi uma revolução e não um golpe é o1x bet sign up bonusque a tomada1x bet sign up bonuspoder pelos militares teria amplo apoio1x bet sign up bonussetores da sociedade brasileira.

"Espero1x bet sign up bonusDeus corresponder às esperanças1x bet sign up bonusmeus compatriotas, nesta hora tão decisiva dos destinos do Brasil, cumprindo plenamente os elevados objetivos do Movimento vitorioso1x bet sign up bonusabril, no qual se irmanaram o Povo inteiro e as Forças Armadas", dizia um trecho do discurso do general Castelo Branco ao agradecer pela eleição indireta que o levou à Presidência da República,1x bet sign up bonus111x bet sign up bonusabril1x bet sign up bonus1964.

Historiadores reconhecem que a deposição1x bet sign up bonusJango pelos militares teve, sim, apoio1x bet sign up bonussegmentos importantes da sociedade brasileira.

Um exemplo foi o apoio1x bet sign up bonusalguns dos principais grupos1x bet sign up bonusmídia e empresariais da época, além1x bet sign up bonusmanifestações populares que levaram milhares1x bet sign up bonuspessoas às ruas contra o governo do então presidente, como a Marcha da Família com Deus e pela Liberdade. Ela foi realizada1x bet sign up bonusSão Paulo no dia 191x bet sign up bonusmarço1x bet sign up bonus1964 e estima-se que levou entre 500 mil e 800 mil pessoas às ruas.

Para os especialistas consultados pela BBC News Brasil, esse apoio, no entanto, não seria suficiente para categorizar a ação dos militares como uma revolução.

"Uma pesquisa do Ibope feita entre 20 e 301x bet sign up bonusmarço1x bet sign up bonus1964 avaliou a aprovação do governo João Goulart1x bet sign up bonusSão Paulo e o governo era aprovado por 42% dos paulistanos. Isso era mais que o dobro daqueles que o rejeitavam", afirma Murilo Cleto.

O professor argumenta que também havia apoio popular às chamadas "reformas1x bet sign up bonusbase" propostas por Goulart. Segundo os opositores do então presidente, reformas como a agrária eram radicais e inspiradas no comunismo e que, por isso não deveriam ser implementadas.

"Uma outra pesquisa mostra que apenas 7% dos entrevistados1x bet sign up bonusSão Paulo consideravam essas reformas desnecessárias, enquanto 79% as viam como necessárias, sendo que 40% do total ainda diziam que elas eram urgentes. Outro levantamento, realizado1x bet sign up bonusvárias capitais, assinalou 70%1x bet sign up bonusapoio específico à reforma agrária", disse o professor.

A historiadora Angela Maria Castro Gomes segue pela mesma linha.

"Não se tratava1x bet sign up bonusum poder que estava estabelecido e que estava perdendo1x bet sign up bonuslegitimidade1x bet sign up bonusuma forma muito forte. Da mesma forma que havia grupos que apoiaram os golpistas1x bet sign up bonus1964, havia outros que apoiavam João Goulart. Se o golpe não tivesse dado certo e João Goulart permanecesse no poder, muita gente iria para a rua saudar este resultado", disse a professora.

Gomes cita dois exemplos1x bet sign up bonuscomo Jango tinha apoio popular à época. O primeiro é que,1x bet sign up bonus1961, o vice-presidente era eleito por uma eleição direta e não como integrante da chapa presidencial vitoriosa. Ou seja: ele chegou ao cargo com seus próprios votos.

O segundo é que1x bet sign up bonus1963, a população votou1x bet sign up bonusplebiscito para mudar o regime1x bet sign up bonusgoverno1x bet sign up bonusparlamentarista para presidencialista, o que, na prática, conferia maiores poderes a Goulart.

"Nós tínhamos um presidente eleito duas vezes, mas não lhe foi dada a possibilidade1x bet sign up bonusgovernar. Ele foi tirado do poder. Num regime democrático, você faz oposição ao presidente que está no poder [...] concorre às eleições, defende o seu projeto político. Se vencer, você irá para o poder. Se perder, tem que reconhecer1x bet sign up bonusderrota", disse.

"Isso é golpe", avaliou a professora.

A 'batalha' pela memória

Para Angela Castro Gomes, a continuidade desse debate 60 anos depois é reflexo1x bet sign up bonusuma espécie1x bet sign up bonus"batalha" pela memória sobre o que aconteceu1x bet sign up bonus311x bet sign up bonusmarço1x bet sign up bonus1964.

"A sociedade está sempre revendo seus processos anteriores numa espécie1x bet sign up bonuscriação1x bet sign up bonusmemória sobre eles. E essa memória não é única e nem fechada. Ela está1x bet sign up bonusdisputa", explicou.

Segundo ela, diferentes grupos disputam a definição sobre o que aconteceu1x bet sign up bonus1964.

O historiador e professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR) Murilo Cleto estuda o fenômeno das novas direitas no Brasil e defende a tese1x bet sign up bonusque o ressurgimento do debate sobre o que ocorreu1x bet sign up bonus311x bet sign up bonusmarço1x bet sign up bonus1964 faz parte1x bet sign up bonusum processo que ele chama1x bet sign up bonus"revisionismo ideológico".

Segundo ele, o revisionismo ideológico ocorre quando uma pessoa ou um grupo delas reinterpreta um fato do passado com base1x bet sign up bonusseus interesses no presente ou no futuro.

Ele sustenta que o revisionismo1x bet sign up bonustorno do regime militar no Brasil coincide com o aumento da presença dos militares na política brasileira.

Por isso, ele diz, haveria mais pessoas neste momento defendendo a ideia1x bet sign up bonusque o que houve1x bet sign up bonus311x bet sign up bonusmarço foi uma revolução justificável e não um golpe1x bet sign up bonusEstado.

"A gente vai observar que crescem os revisionismos ideológicos do regime militar à medida que cresce também a participação das Forças Armadas na política brasileira [...] Até a gente chegar no auge que foi o governo Bolsonaro", disse Cleto.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou notoriedade no início1x bet sign up bonussua carreira política, entre outros motivos, por defender a tomada1x bet sign up bonuspoder pelos militares1x bet sign up bonus1964.

Ele se recusava a chamar o episódio1x bet sign up bonusgolpe e liberou as Forças Armadas a celebrarem o 311x bet sign up bonusmarço como um fato positivo.

O ex-vice-presidente da República e atual senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que é general da reserva do Exército, também classificou o acontecimento como uma revolução. Em texto publicado no jornal Correio Braziliense1x bet sign up bonus2023, ele defendeu a ação dos militares.

"Somam-se ataques às Forças Armadas desfechados nesta semana1x bet sign up bonusmais um aniversário da Revolução1x bet sign up bonus311x bet sign up bonusmarço1x bet sign up bonus1964", dizia o texto.

Em 2018, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, disse que evita usar o termo golpe ou revolução. Em um discurso, ele disse preferir usar a palavra "movimento".

O presidente Lula, por outro lado, que foi preso durante a ditadura militar, já usou o termo golpe para se referir a 311x bet sign up bonusmarço1x bet sign up bonus1964.

Neste ano, porém, seu governo vetou manifestações promovidas pelos ministérios1x bet sign up bonustom crítico à ditadura militar,1x bet sign up bonusum movimento interpretado por analistas políticos como uma forma1x bet sign up bonusnão gerar ruídos com os militares.

O papel da crise política

Murilo Cleto também disse acreditar que outro motivo por trás do reaquecimento da discussão1x bet sign up bonustorno1x bet sign up bonus1964 é a crise política vivida pelo país nos últimos 10 anos.

"Acho que 1964 voltou a ser uma questão porque o Brasil mergulhou na mais grave crise desde que se instalou a Nova República (em 1985). Se você observar os protestos contra o governo federal, sobretudo a partir1x bet sign up bonus2014 e mais ainda 2015, você vai notar um número crescente1x bet sign up bonusmanifestações pela volta dos militares", afirmou o professor.

Em 2013, milhares1x bet sign up bonusbrasileiros foram às ruas1x bet sign up bonusprotestos1x bet sign up bonusdiversas cidades. Boa parte delas protestava contra o governo da então presidente Dilma Rousseff (PT).

A partir1x bet sign up bonus2014, o governo da petista passou a ser alvo1x bet sign up bonusacusações1x bet sign up bonuscorrupção e má-gestão que culminaram1x bet sign up bonusum processo1x bet sign up bonusimpeachment1x bet sign up bonus2016, quando ela foi afastada.

Dois anos depois, o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi preso por condenações da Operação Lava Jato1x bet sign up bonusmeio ao processo eleitoral que,1x bet sign up bonusoutubro daquele ano, resultaria na vitória1x bet sign up bonusJair Bolsonaro.

Lula teve posteriormente1x bet sign up bonuscondenação anulada pelo STF por entender que houve falhas na condução dos processos contra o petista. Com a anulação, Lula recuperou voltou a ser elegível e,1x bet sign up bonus2022, venceu Bolsonaro nas eleições presidenciais.

O resultado que foi contestado por apoiadores do presidente1x bet sign up bonusacampamentos diante1x bet sign up bonusbases militares e na invasão aos prédios dos Três Poderes1x bet sign up bonusBrasília1x bet sign up bonus81x bet sign up bonusjaneiro1x bet sign up bonus2023. Parte desses militantes defendia, entre outras pautas, uma intervenção militar.

"Em momentos1x bet sign up bonuscrise, é muito comum que as pessoas busquem soluções que não são1x bet sign up bonusordem institucional. As pessoas vão buscar no passado referências para elas conseguirem projetar alguma coisa para o futuro que não está diante delas", disse o professor.

A falta1x bet sign up bonusum "ajuste social"

Na avaliação dos especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, o fato1x bet sign up bonuso Brasil não ter julgado os responsáveis pela ditadura militar a exemplo do que fizeram o Chile e a Argentina é uma das razões pelas quais o debate sobre se foi golpe ou revolução continua1x bet sign up bonusalta.

Ao contrário1x bet sign up bonusargentinos e chilenos, o Brasil encerrou o período ditatorial implementando uma lei1x bet sign up bonusanistia que, na prática, impediu que agentes do Estado envolvidos1x bet sign up bonusviolações1x bet sign up bonusdireitos humanos durante o regime militar fossem julgados por seus crimes. A lei foi aprovada1x bet sign up bonus1979, ainda durante a ditadura.

Na Argentina, por outro lado, generais e outros oficiais que participaram da ditadura que governou o país entre 1976 e 1983 foram levados a julgamento e vários foram condenados e presos.

"Lá na Argentina, diferentemente daqui, houve julgamento1x bet sign up bonuspessoas que cometeram crime1x bet sign up bonustortura, por exemplo. Houve um enfrentamento social. O resultado é que Videla foi pro banco dos réus. Você viu o Médici no banco dos réus?", indagou Samuel Ponsoni1x bet sign up bonusreferência a um dos chefes da junta militar que governou a Argentina, o general Jorge Videla, e ao o general Emílio Garrastazu Médici, que comandou o Brasil entre 1969 e 1974, um dos períodos1x bet sign up bonusmaior repressão da ditadura.

Videla foi condenado pela justiça argentina à prisão perpétua por crimes cometidos durante a ditadura no país. Médici não foi processado por seu envolvimento na ditadura brasileira.

"Do ponto1x bet sign up bonusvista linguístico, isso cria uma dúvida sobre que palavras eu vou dar a esse episódio se nada aconteceu e se houve uma impunidade. Não houve um ajuste social", disse Ponsoni.

A historiadora Angela Maria Castro Gomes concorda.

"Essas disputas pela memória voltam porque várias questões não foram enfrentadas. Temos a lei da anistia e também houve uma falta1x bet sign up bonusacesso a documentos produzidos pela ditadura. Esse período ainda não foi enfrentado pela sociedade civil1x bet sign up bonusuma forma aberta", disse.

Em meio a esse contexto, o historiador Murilo Cleto disse acreditar que a guerra1x bet sign up bonusnarrativas1x bet sign up bonustorno dos termos "golpe" ou "revolução" tende a continuar pelos próximos anos.

"Não vejo um horizonte1x bet sign up bonusque a discussão sobre se foi golpe ou revolução vai simplesmente desaparecer da esfera pública num prazo curto1x bet sign up bonustempo porque não vejo que as instituições do país assumiram o compromisso1x bet sign up bonusresgatar uma memória crítica1x bet sign up bonusrelação 1964", disse o professor.