Por que o decretoappbetfairarmasappbetfairBolsonaro pode acabar sendo derrubado:appbetfair

Pistola com tambor aberto

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O decreto pode acabar sendo derrubado por questões jurídicas

Nesta sexta-feira (10), a ministra Rosa Weber, do STF, resolveu dar oportunidade para o presidente explicar o decreto antesappbetfairdecidir sobre a ação que pede a anulação do documento, pedida pela Rede Sustentabilidade. Ela também vai ouvir o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e a Advocacia-Geral da União (AGU).

Ou seja, o decreto está sob questionamentoappbetfairduas frentes: ele pode acabar sendo suspenso total ou parcialmente pelo STF, ou pode ser derrubado pelo Congresso Nacional, que também tem instrumentos legais para fazê-lo.

Bolsonaro assinou novo decreto para flexibilizar regras sobre armas nesta terça

Crédito, WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL

Legenda da foto, Bolsonaro assinou novo decreto para flexibilizar regras sobre armas no dia 7appbetfairmaio

Argumentos técnicos

Mas afinal, quais seriam os motivos para isso?

A ação da Rede diz que o decreto é inconstitucional porque o presidente extrapolou seus poderes ao tentar contrariar as leis já existentes. Essa é também a conclusão do parecer da Câmara, que destaca diversas ilegalidades no decreto. Especialistasappbetfairdireito constitucional ouvidos pela BBC News Brasil concordam com essas avaliações.

"Não há dúvida nenhumaappbetfairque o decreto é escancaradamente ilegal. E por ser ilegal ele é inconstitucional", diz Marcos Perez, professor da FaculdadeappbetfairDireito da USP (UniversidadeappbetfairSão Paulo).

Ele explica: o Brasil já possui uma lei sobre armamento e o presidente tem o poderappbetfairfazer um decreto para regulamentá-la, ou seja, especificar detalhes que são tratadosappbetfairmaneira ampla na lei e terminar como ela será aplicada. Mas seu decreto não pode contradizer essa lei, porque a Constituição determina uma hierarquiaappbetfairnormas: um decreto (criado pelo presidente) está abaixoappbetfairuma lei, (criada pelo Congresso).

Ou seja, ao ter ilegalidades, o decreto é automaticamente inconstitucional.

"Ao tentar contrariar as leis com um decreto, o presidente não está apenas regulamentando, ele está extrapolando", afirma Luiz Guilherme Arcaro Conci, professorappbetfairDireito Constitucional da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica). Segundo ele, essa atitude fere a separaçãoappbetfairpoderes. "Mudar uma lei é algo que não pode ser feito por decreto"

A ilegalidade mais evidente, apontam os constitucionalistas, é o trecho que facilita porte para certas profissões (advogados, caminhoneiros, políticos eleitos, entre outros).

"O Estatuto do Desarmamento, que é a lei vigente, estabelece a possibilidadeappbetfairporte para profissionais que comprovarem efetiva necessidade", explica Ponci. "Ao facilitar o porte para toda uma categoria, você elimina a exigênciaappbetfaircomprovar necessidade, o que é ilegal."

Bolsonaro durante campanha a Presidência

Crédito, Reprodução/YouTube

Legenda da foto, Facilitar o porteappbetfairarmas foi uma das principais bandeiras do presidente durante a campanha

"Isso cria uma presunçãoappbetfairnecessidade, está avançando o sinal", afirma Marcos Soares, da ComissãoappbetfairSegurança Pública da OAB-SP. "Independentementeappbetfairser a favor ou contra [o porteappbetfairarmas], é preciso respeitar a questão da hierarquia da lei a separação dos Poderes."

Segundo ele, criar uma nova políticaappbetfairrelação às armas contrária a lei existente é algo que necessariamente precisaria ser feito pelo Legislativo. Ou seja, o governo deveria propor um projeto ao Congresso e articular para aprová-lo.

"Um decreto não pode contrariar a própria lei que pretende regulamentar", diz Ponci.

"Se você tem uma lei federal cujo objetivo é restringir o acesso, você não pode ampliá-lo por decreto. Isso precisaria ser discutido pelo Legislativo, a lei teria que ser revogada. Hoje você tem muitos projetosappbetfairlei que pretendem alterar o Estatuto do Desarmamento", diz ele.

Principais pontos

A liberaçãoappbetfairporte para várias categorias profissionais pode ser o ponto mais claramente ilegal, mas não é o único, segundos os juristas.

Ponci cita, por exemplo, a facilitaçãoappbetfairporte para "moradoresappbetfairáreas rurais".

"No interiorappbetfairSP, há áreas consideradas ruraisappbetfairque há condomíniosappbetfairluxo. Ter uma chácara a 10 km da cidade é muito diferenteappbetfairser um produtor ruralappbetfairuma área afastada. Não pode haver presunção (de necessidadeappbetfairarmas)appbetfairsituações tão distintas", diz Ponci.

O parecer da Câmara dos deputados também aponta outros trechos do decreto que contrariam a lei vigente.

O decreto não estabelece validade para o porte, nem áreaappbetfairvigência – e a determinação desses dois fatores é exigida pela legislação. O documento da Câmara também aponta que o decreto amplia o porte para todos os praças das Forças Armadas, um assunto que deve ser regulado pela própria Marinha, Exército e Aeronáutica, e não pelo presidente da república.

Feiraappbetfairdefesa no Rio

Crédito, EPA/Antonio Lacerda

Legenda da foto, O decreto não estabelece validade para o porte, nem áreaappbetfairvigência, como exige a legislação

O Senado também elaborou uma nota técnica apontando diversos problemas no decreto. Nela, a Casa destaca que não está questionando "o mérito e a razão" das medidas mas o "extravasamento"appbetfairpoder que o decreto representa – ou seja, o que estáappbetfairdiscussão não é a questão do armamento, mas o possível abusoappbetfairpoder do presidente ao tentar forçar uma decisão contrária à lei sem passar pelo poder Legislativo.

O que acontece agora?

Tanto o Congresso quanto o STF podem derrubar o decreto do presidente.

A ação da Rede no STF é uma ArguiçãoappbetfairDescumprimentoappbetfairPreceito Fundamental (ADPF) –tipoappbetfairaçãoappbetfairinsconstitucionalidade– que pede uma decisão liminar (em caráterappbetfairurgência) parar suspender o decreto. A ministra Rosa Weber deve decidir sobre o pedido depoisappbetfairouvir o presidente Jair Bolsonaro – ele tem cinco dias para explicar o decreto a partir da dataappbetfairreceber a notificação da Corte, o que ainda não ocorreu.

Em um evento na tardeappbetfairsexta (10), Bolsonaro disse que se o decreto "é inconstitucional, tem que deixarappbetfairexistir. Quem vai dar a palavra final vai ser o Plenário da Câmara. Ou a Justiça".

Há alguns caminhos que podem ser seguidos pela ministra Rosa Weber emappbetfairdecisão. Ela pode:

  • Suspender o decreto total ou parcialmenteappbetfairdecisão liminar e encaminhar a ADPF para avaliação pelo plenário do STF
  • Negar a liminar e encaminhar a ADPF para o plenário
  • Encaminhar a liminar para avaliação do plenário (o que os analistas dizem ser improvável)
  • Não acatar a ADPF, casoappbetfairque a ação nem chegaria a ser avaliada pelo colegiadoappbetfairministros

Independentemente da decisão do Supremo, o Congresso também tem mecanismos para suspender o decreto. Como explica Marcos Perez, da USP, seria preciso um decreto legislativo para revogar o ato do presidente.

"É algo relativamente fácil, seria necessário ter maioria simples na Câmara e no Senado", explica Luis Ponci, da PUC.

Os constitucionalistas afirmam que o Executivo extravasar seu poderappbetfairum assunto como essa não é uma questão marginal. "São questões fundamentais para o EstadoappbetfairDireto, a separação do Poder, a hierarquia das leis".

Marcos Soares, da ComissãoappbetfairSegurança Pública da OAB-SP, acredita que o STF deve barrar o decreto, ao menos nas partes que contrariam a legislação. "Editar um decreto que não será efetivo gera uma insegurança, uma confusão na população", diz.

Para Marcos Perez, da USP, a questão exige um debate longo e editar um decreto "que provavelmente será derrubado" é um "desserviço".

"Claro que pode ser um factóide (por parte da Presidência), para dizer 'eu tentei fazer, mas o Congresso e o Supremo não deixaram", diz Perez. "Se as instituições estiverem funcionando, ele será suspenso ao menosappbetfairparte."

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