Acosta Ñu: a sangrenta batalhacbet practice testque crianças lutaram contra o Exército do Brasil na Guerra do Paraguai:cbet practice test

Batalhacbet practice testTuyutí, uma das muitascbet practice testque o Exército paraguaio foi derrotado pela Tríplice Aliança

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Chamadacbet practice test'Guerracbet practice testla Triple Alianza' no Paraguai, o conflito dizimou metade da população do país

Entre 1865 e 1870, o Paraguai enfrentou os Exércitos do Brasil, da Argentina e do Uruguai.

Calcula-se que,cbet practice test5 anos, tenham morrido entre 200 mil e 300 mil paraguaios, que correspondiam na época à metade da população do país. Do totalcbet practice testmortos, 80% eram homens.

Mas o que aconteceu na Batalhacbet practice testAcosta Ñu para que ela se tornasse, nas palavrascbet practice testChiavenato, o "símbolo mais terrível da crueldade dessa guerra"?

Travadacbet practice test16cbet practice testagostocbet practice test1869, a batalha foi protagonizada, do lado paraguaio, crianças e adolescentes. Seu impacto foi tão forte que a data acabou virando o Dia da Criança no Paraguai.

Em memória aos combatentes e ao aniversáriocbet practice test150 anos do episódio, o governo paraguaio inaugura nesta sexta-feira (16) um monumento na cidadecbet practice testEusebio Ayala.

A 'guerra total'

"O anocbet practice test1869 marca definitivamente o conceitocbet practice testguerra total", diz o historiador paraguaio Fabián Chamorro à BBC News Mundo, serviçocbet practice testespanhol da BBC.

Menino soldado

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Massacrecbet practice testcrianças foi um dos pontos mais horrendos da guerra

Com o Exército paraguaio praticamente exterminado, explica Chamorro, figuras importantes dentro das forças aliadas chegaram a sinalizar que a guerra teria terminado e que seria o momentocbet practice testdeixar o país.

Conforme Chiavenato, uma dessas figuras era o general Luís Alvescbet practice testLima e Silva, futuro duquecbet practice testCaxias, que liderava as tropas brasileiras no Paraguai.

"Quanto tempo, quantos homens, quantas vidas ecbet practice testquantos recursos necessitaremos para terminar a guerra, quer dizer, para transformarcbet practice testfumaça e pó toda a população paraguaia, para matar até os fetos no ventre das mulheres?", argumentou com o imperador Dom Pedro 2º.

A ordem, entretanto, eracbet practice testque a guerra só chegaria ao fim com a morte do presidente do Paraguai, o marechal Francisco Solano López, o que só aconteceriacbet practice test1ºcbet practice testmarçocbet practice test1870.

"Não tinha necessidadecbet practice testfazer toda essa caçada,cbet practice testque a população civil foi a principal prejudicada", ressalta Chamorro.

Enquanto lutava pela própria sobrevivência, Solano López recrutava soldados cada vez mais jovens.

"Primeiro eles tinham 16 anos, depois 14, 13 anos", relata Barbara Potthast, professoracbet practice testHistória Ibérica e Latinoamericana na Universidadecbet practice testColônia, na Alemanha.

Paraguaios

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Mulheres e crianças acabaram integrando o Exército do Paraguai

A historiadora encontrou até registroscbet practice testalistamentocbet practice testmeninoscbet practice test11 anos - que não chegavam a ir para a frentecbet practice testbatalha, mas se dedicavam a outras tarefas, como transportar materiais.

O mesmo acontecia com as mulheres, muitas vezes encarregadas da logística.

"Não era um exército profissional como conhecemos hoje", pontua Potthast. "Como muitos dizem, era o 'povo pegandocbet practice testarmas'."

Escudo humano?

Solano López conseguiu escapar algumas vezes dos aliados. Sua última "fuga milagrosa" aconteceu quatro dias antescbet practice testbatalhacbet practice testAcosta Ñu, quando caiu Piribebuy.

"Em 12cbet practice testagosto (de 1869), as forças paraguaias se dividiramcbet practice testduas: o marechal iacbet practice testuma coluna e,cbet practice testoutra, mulheres, crianças e idosos", conta Chamorro.

O último grupo levava toda a logística do Exércitocbet practice testcarroscbet practice testboi: canhões, armas, vestuário, acessórioscbet practice testcozinha.

Mapa da batalhacbet practice testAcosta Ñu

Crédito, Secretaria Nacionalcbet practice testCultura do Paraguay

Legenda da foto, A batalhacbet practice testAcosta Ñu aconteceu há 150 anoscbet practice testlocal próximo ao que hoje é a cidadecbet practice testEusebio Ayala, no centro do Paraguai

Segundo o historiador, eles foram alcançados pelos aliados - emcbet practice testmaioria soldados brasileiros - e "não tiveram outra opção a não ser lutar".

Já Potthast cita outra teoria. "O que se diz, e não tenho motivos para duvidar, é que nessa batalha a função das crianças e jovens era servir como uma espéciecbet practice testbarreira para o avanço do Exército."

O fato é que Solano López conseguir mais uma vez fugir para o Norte com o restante das tropas, onde continuaram a resistência.

20 mil contra 3,5 mil

A batalhacbet practice testAcosta Ñu aconteceu próximo ao que hoje é a cidadecbet practice testEusebio Ayala, no centro do Paraguai, e foi, nas palavrascbet practice testChamorro, "um verdadeiro massacre".

"De um lado estavam os brasileiros, com 20 mil homens", escreveu Chiavenato. "De outro, os paraguaios, com 3,5 mil soldados entre 9 e 15 anos, alémcbet practice testcriançascbet practice test6, 7 e 8 anos que também acompanhavam o grupo."

Prisioneiro paraguaio e seu captor brasileiro

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Prisioneiro paraguaio e seu captor brasileiro: Guerra do Paraguai durou 5 anos

Ainda que não haja consenso sobre o número - e alguns relatos chegam à cifracbet practice test700 -, os diferentes historiadores e registros destacam a crueldade que marcou a batalha.

As crianças e jovens lutaram ao ladocbet practice testalguns veteranoscbet practice testguerra, um contingente estimadocbet practice testalgo entre 500 e 3 mil, a depender da fonte.

De qualquer forma, existia uma assimetria grande entre os dois exércitos, que não só era númerica e etária, mas também tecnológica.

"As armas usadas pelos paraguaios tinham um alcance máximocbet practice test50 metros", diz Chamorro, enquanto "os rifles Spencer, usados sobretudo pela cavalaria imperial do Brasil, tinha um alcancecbet practice testmaiscbet practice test500 metros."

"Ou seja, para que o paraguaio pudesse confrontar um brasileiro, tinha que encarar dez descargascbet practice testbala. Era impossível", completa.

A isso se soma o fatocbet practice testque os mais novos não tinham nem força física para empunhar as armas, muito menos nas condiçõescbet practice testque estavam, com fome e muitas vezes doentes, acrescenta Potthast.

No campocbet practice testbatalha

A batalha começou pela manhã e terminou cercacbet practice test10 horas depois, com poucas baixas do lado brasileiro e quase nenhum sobrevivente do lado paraguaio.

Monumentocbet practice testAcosta Ñucbet practice testobras

Crédito, Secretaria Nacionalcbet practice testCultura do Paraguay

Legenda da foto, Monumentocbet practice test'honra aos heróis da pátria, os meninos mártirescbet practice testAcosta Ñu' durantecbet practice testconstrução

Os detalhes sobre o confronto, mais uma vez, divergem a depender da fonte.

Potthast afirma que, para que os soldados brasileiros não percebessem que lutavam contra crianças, foram colocadas barbas falsas nos meninos. Já Chamorro argumenta que não haveria tempo naquelas circunstâncias para que se preocupassem com esse tipocbet practice testdetalhe.

Diz-se ainda que os pequenos iam armados com varas que simulavam rifles.

"As criançascbet practice test6 a 8 anos, no calor da batalha, aterrorizadas, se agarravam às pernas dos soldados brasileiros, chorando, pedindo que não os matassem. E eram degoladas no ato", escreveu Chiavenato emcbet practice testobra, conforme a tradução do Portal Guaraní.

À tarde, ele acrescenta, quando as mães recolhiam os corpos dos filhos e ainda havia feridos, os brasileiros teriam queimado todo o lugar.

O general brasileiro Dionísio Cerqueira, entretanto, que participou da batalha, deu outra perspectiva. "Que luta terrível entre a piedade cristã e o dever militar! Nossos soldados diziam que não lhes dava gosto lutar contra tantas crianças."

Crianças paraguaias

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Dia da Criança é comemorado desde 1948 no Paraguai no dia 16cbet practice testagosto

"O campo ficou repletocbet practice testmortos e feridos do lado inimigo, entre os quais nos causava muita pena, pelo número elevado, os soldadinhos, cobertoscbet practice testsangue, com as perninhas quebradas, alguns nem sequer haviam atingido a puberdade", completou.

Potthast, porcbet practice testvez, encontrou relatos que afirmavam que, pelo contrário, os pequenos não choravam, mesmo quando eram feridos.

Nas palavras da historiadora alemã, o único pontocbet practice testcomum entre os observadores e historiadorescbet practice testtodos os lados era o "valor e a coragem da luta dos paraguaios, inclusive dos meninos soldados".

Identidade nacional

Tanto Chamorro quanto Potthast ressaltaram que o conceitocbet practice testinfância no século 19 não era o mesmo que hoje. Ainda assim, a ideia do "menino herói" que morreu defendendocbet practice testnação é parte da identidade nacional paraguaia.

"Essa guerra é o acontecimento mais importante da história do Paraguai", disse a historiadora alemã à BBC News Mundo. "É pedra fundamental do nacionalismo que se desenvolveu no século 20."

Mulhercbet practice testAssunção com bandeira do Paraguai

Crédito, EPA

Legenda da foto, A Guerra do Paraguai é fundamental para entender o nacionalismo hoje no país, diz Potthast

A ideia difundida por uma parte dos acadêmicos e por vários governos, sobretudo militares, foi acbet practice testque os paraguaios "perderam a guerra, mas lutaram com heroísmo, e é desse heroísmo que tiram força", destaca Potthast.

A batalhacbet practice testAcosta Ñu foi usada como uma "excelente propaganda para transformar as criançascbet practice testfuturos soldados", acrescenta Chamorro, que lembra, porém, que o serviço militar no Paraguai é obrigatório.

O decreto quecbet practice test1948 fixou o 16cbet practice testagosto como Dia da Criança no Paraguai destacava a importânciacbet practice test"fomentar por todos os meios a difusão e intensificação do sentimento nacionalista por meio das grandes memórias".

Sobre as crianças especificamente, destacava que elas deveriam ser educadas com base no patriotismo.

"Há trabalhos escolares escritos depoiscbet practice test1948, por exemplo,cbet practice testque se vê um garoto assistindo a um desfile militar e falando para o pai: 'Papai, quero ser soldado'. Ao que ele responde: 'Você já é um soldado'."

Um século e meio depois, o monumento inaugurado neste 16cbet practice testagosto pelo presidente Mario Abdo Benítez é, segundo a Secretaria Nacionalcbet practice testCultura, "em honra aos heróis da pátria, os meninos mártirescbet practice testAcosta Ñu".

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