Por que a América Latina é a 'região mais desigual do planeta':freebet lucro

Crédito, Tuca Vieira
Os 10% mais ricos da América Latina concentram uma parcela maior da renda do que qualquer outra região (37%), afirmou o relatório. E vice-versa: os 40% mais pobres recebem a menor fatia (13%).

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Muitos têm apontado essa desigualdade como uma das explicações para a ondafreebet lucroprotestos que varreu recentemente alguns países da América Latina, como Chile, Peru e Bolívia.
Apesar dos avanços econômicos e sociais nos primeiros anos deste século, a América Latina ainda é "a região mais desigual do planeta", alertou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal)freebet lucrovárias ocasiões.
A questão, então, é por que esse cenário ainda continua.
A resposta, segundo historiadores, economistas e sociólogos, começa alguns séculos atrás.
"Pode-se dizer que o passado colonial criou as condições para a desigualdade", diz à Joseph Stiglitz, Prêmio Nobelfreebet lucroEconomia, à BBC News Mundo, serviçofreebet lucronotíciasfreebet lucroespanhol da BBC.
Uma história antiga
Segundo Stiglitz, a exploração dos colonizadores semeou a desigualdade na América Latina, bem como a distribuição desigualfreebet lucroterras nas economias agrárias contribuiu para "a criaçãofreebet lucroalgumas famílias muito ricas e muitas famílias muito pobres".
Em vários países da América Latina, assim como nos Estados Unidos, um grande elemento racial desempenhou um papelfreebet lucropelo menos uma dimensão da desigualdade", diz o ex-economista-chefe do Banco Mundial e atual professor da Universidadefreebet lucroColumbia,freebet lucroNova York.
E isso parece longefreebet lucroser apenas uma questão do passado.
Na América Latina, a incidênciafreebet lucropobreza é ainda maior nas áreas rurais, e entre indígenas e negros, afirmou a Cepalfreebet lucrorelatóriofreebet lucro2019 sobre o cenário social da região.

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De acordo com o documento, embora tenha havido uma leve redução recente, a taxafreebet lucropobreza dos indígenasfreebet lucro2018 foifreebet lucro49%, o dobro do registrado para a população não indígena nem negra. E a taxafreebet lucroextrema pobreza alcançou o triplo (18%).
No México, os indígenas representam aproximadamente 15% da população, e quase três quartos deles vivem na pobreza. Um estudo da organização Oxfam indicou,freebet lucroagosto, que 43% dos indivíduos que falam um idioma nativo não concluíram o ensino fundamental, e apenas 10% têm trabalho formal ou é empregador.

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Círculo vicioso
Existem outros fatores por trás do abismo social na América Latina, que carrega a reputaçãofreebet lucroregião "mais desigual" desde os anos 1980.
Hoje, a região também é uma das mais urbanizadas do mundo. As rápidas migrações da população rural para as cidades, porém, ocorreram no último meio séculofreebet lucromaneira desordenada.
Em muitas áreasfreebet lucroexpansão das cidades, o Estado não foi eficientefreebet lucropromover serviços públicos como educação ou saúde.
Um estudo publicado pela revista The Lancetfreebet lucrodezembro descobriu grandes diferenças na expectativafreebet lucrovida nas cidades da América Latina. E essas lacunas dependem, por exemplo, do bairro onde as pessoas moram: se ele for mais pobre, a tendência éfreebet lucroque seus moradores vivam menos do que os habitantesfreebet lucroregiões mais ricas.

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Em Santiago, as mulheres mais pobres vivem quase 20 anos a menos que as mais ricas. Na Cidade do México, os homensfreebet lucrobairros mais pobres morrem 11 anos antes que os mais ricos.
Stiglitz, que escreveu vários livros sobre desigualdade, observa "um círculo vicioso" na região.
"Um alto nívelfreebet lucrodesigualdade econômica cria sistemas políticos que ajudam a perpetuar essa economia", explica. "Então esses sistemas não investem muitofreebet lucroeducação, por exemplo."
Ele também afirma que economias baseadasfreebet lucrorecursos naturais, como as da América Latina, tendem a ser caracterizadas pela desigualdade. "A riqueza do continente vem da renda associada aos recursos naturais", explica. "E, na sociedade, há uma briga por quem recebe a renda."
No entanto, outros países ricosfreebet lucrorecursos naturais, como a Noruega ou a Austrália, escapam dos grandes problemas da desigualdade latino-americana.
A chave nesses casos, dizem os especialistas, é ter instituições que permitam um gerenciamento mais eficiente das receitas para impulsionar o desenvolvimento. E isso também é escasso na América Latina.

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Fim da festa
As evidências mostram que as classes médias latino-americanas pagam mais impostos do que recebemfreebet lucroserviços sociais como educação ou saúde. Em resposta, elas recorrem a provedores privados, o que tende a aumentar a desigualdade, segundo o relatório do PNUD sobre desenvolvimento humano.
"Uma resposta natural seria recolher mais recursos dos mais ricos. Mas esses grupos, embora sejam minoritários, costumam ser um obstáculo à expansão dos serviços universais, usando seu poder econômico e político por meiofreebet lucromecanismos estruturais e instrumentais", diz o documento.
As políticas tributárias são uma fonte fundamental desses problemas.
Comparados a outros paísesfreebet lucrodesenvolvimento, os sistemas tributários latino-americanos tendem a ter uma parcela maiorfreebet lucroimpostos indiretos (sobre consumo), que favorecem menos a igualdade do que os impostos diretos (sobre renda ou propriedade).
Assim, impostos e transferências diretas reduzem muito mais o coeficientefreebet lucrodesigualdade nas economias avançadas do que nas economias emergentes efreebet lucrodesenvolvimento, "incluindo países da América Latina com algumas das maiores desigualdadesfreebet lucrorenda do mundo", alertou no mesmo relatório David Coady, do departamentofreebet lucroassuntos tributários do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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Apesarfreebet lucrotudo isso, cercafreebet lucro100 milhõesfreebet lucrolatino-americanos saíram da pobreza entre as décadasfreebet lucro1990 e 2000, com basefreebet lucroprogramas sociais e políticas salariaisfreebet lucromeio ao boom das commodities.
A desigualdade estrutural nesse período, no entanto, variou muito pouco.
E a disparidadefreebet lucrorendafreebet lucropaíses como Brasil, México, Colômbia ou Chile ofuscou os recentes avanços no índicefreebet lucrodesenvolvimento humano da ONU, que inclui variáveis como expectativafreebet lucrovida ou qualidade da educação. No ano passado, a Venezuela, Nicarágua e Argentina tiveram recuos, mergulhando os países ainda maisfreebet lucrosuas crises políticas e sociais.
Além disso, após o boom econômico, a taxafreebet lucropobreza na América Latina aumentoufreebet lucro28%,freebet lucro2014, para 31% no ano passado, segundo dados da Cepal. Do totalfreebet lucropobres que a região "ganhou" nos últimos cinco anos, 26 milhões sofrem com a pobreza extrema, sendo o Brasil a principal fonte desse retrocesso.
Em meio a esse panorama, a inquietação social foi expressa recentemente atravésfreebet lucrovotos contra os governos atuaisfreebet lucrotodo o subcontinente e, principalmente, com fortes protestosfreebet lucroruafreebet lucropaíses como Chile, Colômbia ou Equador.
"Há um protesto generalizado contra aqueles que estão governando", diz Nora Lustig, professorafreebet lucroeconomia na Universidadefreebet lucroTulane (EUA) e diretora do Instituto do Compromisso com a Igualdade. "Combina-se o fim da festa para todos com uma situaçãofreebet lucroque a distribuiçãofreebet lucrorenda começa a piorar novamente."

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