Acre | 'Resgatei bebê que podia morrergigasena mega senadengue': a situação caótica com enchentes e doenças:gigasena mega sena
- Vinícius Lemos - @oviniciuslemos
- Da BBC News Brasilgigasena mega senaSão Paulo

Crédito, Corpogigasena mega senaBombeiros do Acre - 7°BEPCIF
Aluno-cabo Leandro Simões resgatou bebêgigasena mega senaquatro meses durante enchente no Acre, na semana passada
gigasena mega sena Na última quinta-feira (18/02), o aluno-cabo Leandro Simões,gigasena mega sena33 anos, trabalhava junto com agigasena mega senaequipe do Corpogigasena mega senaBombeiros quando resgatou um bebêgigasena mega senaquatro mesesgigasena mega senameio a uma enchentegigasena mega senaTarauacá, no Acre.
"A criança estava com muita febre e teve uma convulsão pouco antesgigasena mega senaser resgatada", diz Simões.
Posteriormente, segundo ele, exames confirmaram que a criança estava com dengue. Foi mais um caso da doençagigasena mega senameio a tantos outros registrados nas últimas semanas no Acre.
O Estado vive um duro períodogigasena mega senasurtogigasena mega senadengue, casosgigasena mega senacovid-19gigasena mega senaalta e enchentes que já afetaram cercagigasena mega sena130 mil pessoas, segundo o governo local. Além disso, também enfrenta uma crise migratória.
"Tudo o que tem acontecido traz preocupações. São questões humanitárias", diz o promotorgigasena mega senaJustiça Marco Aurélio Ribeiro, coordenador do Grupo Especialgigasena mega senaApoio e Atuação para Prevenção e Resposta a situaçõesgigasena mega senaemergência ou estadogigasena mega senacalamidade devido à ocorrênciagigasena mega senaDesastres (GRPD) do Acre.
Na semana passada, o Estado decretou situaçãogigasena mega senaemergência nas regiões duramente afetadas pelas enchentes. Nesta segunda-feira (22/02), o governo do Acre aumentou o alerta e decretou estadogigasena mega senacalamidade públicagigasena mega senadez cidades atingidas pelas cheias dos rios.
Nos últimos dias, muitas famílias tiveramgigasena mega senaser levadas para alojamentos improvisadosgigasena mega senaescolas. A medida tomada às pressas pode colaborar para o agravamento da situação da covid-19, porque especialistas apontam que nesses locais é mais complicado seguir medidasgigasena mega senadistanciamento social.
Enquanto os leitosgigasena mega senacovid-19 estão sobrecarregados no Estado, a busca por atendimentos a casosgigasena mega senadengue também aumentou.

Crédito, Corpogigasena mega senaBombeiros do Acre - 7°BEPCIF
Idosagigasena mega sena81 anos sofreu com alagamentos e foi resgatada por bombeiros
As cheias dos rios
As enchentes atingem dez municípios do Estado, incluindo a capital, Rio Branco. Nos últimos dias, o nívelgigasena mega senaáguagigasena mega senaalguns rios começou a diminuir. Apesar disso, autoridades ainda demonstram muita preocupação.
Desde a semana passada, cenas como resgatesgigasena mega senabarcosgigasena mega senaruas alagadas e entregagigasena mega senamantimentos a moradoresgigasena mega senaregiões isoladas pelas águas se tornaram comunsgigasena mega senadiversas regiões do Estado. Milharesgigasena mega senacasas ficaram sem energia elétrica.
Na semana passada, o nível do Rio Acre chegou a 15,77 metros na capital, 2 metros acima do nívelgigasena mega senatransbordamento. Ao menos uma dezenagigasena mega senabairros foi atingida.
Neste mês, alguns municípios do Estado, como Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves, chegaram a registrar as piores marcas durante enchentes ao longo das últimas décadas.
Uma das cidades mais atingidas atualmente pelas cheias no Acre é Tarauacá, a cercagigasena mega sena400 quilômetrosgigasena mega senaRio Branco. Autoridades apontam que a enchente atingiu 90% do município. O nível do Rio Tarauacá chegou a abaixar nos últimos dias, mas logo subiu outra vez.
"É o período mais difícil que já passei na corporação até hoje. A enchente bateu recordegigasena mega senanúmerogigasena mega senapessoas atingidas, que agora estão foragigasena mega senasuas casas e tiveram perdas materiais", afirma Simões, que está há seis anos no Corpogigasena mega senaBombeirosgigasena mega senaTarauacá.
Na última sexta-feira (19/02), o Corpogigasena mega senaBombeiros registrou que o nível da água na cidade estava a 11,15 metros — o limitegigasena mega senatransbordamento é 9,5 metros. "A água nunca havia chegado a um nível nas ruas e casas como o atual. É a maior enchente dos últimos tempos", diz o tenente Corrêa, coordenadorgigasena mega senabatalhões da região.
Em 2014, segundo os registros, o nível da água na cidade durante as chuvas atingiu 11,93 metros. "Mas o impacto da enchente atual é bem maior. A medida anterior (para avaliar o nível do rio) era questionável", diz o tenente à BBC News Brasil. "A enchentegigasena mega sena2021 é considerada a maior do períodogigasena mega sena1995 pra cá."
Em meio ao atual período, os bombeiros precisaram resgatar diversos moradoresgigasena mega senaTarauacá. Na semana passada, o aluno-cabo Simões ajudou a levar uma idosagigasena mega sena81 anos, que não conseguia andar, a uma embarcação para que pudesse ser encaminhada a um abrigo. Ele também levou água potável para alguns moradores que estavam isoladosgigasena mega senaáreas alagadas e não queriam deixar suas residências.
Um momento que marcou o aluno-cabo nos últimos dias, e foi fotografado e muito compartilhadogigasena mega senagrupos da região, foi quando ele resgatou um bebêgigasena mega senaseus braços. "A mãe da criança era uma adolescente que estavagigasena mega senaum localgigasena mega senadifícil acesso. O nível da água havia subido muito. A casa da família já havia sido tomada pela água e eles estavam na casagigasena mega senaum amigo", diz o integrante do Corpogigasena mega senaBombeiros.

Crédito, Divulgação/ Secom Acre
Muitos moradores tiveramgigasena mega senadeixar suas casas após locais serem atingidos pelas enchentes
Simões relata que a criança havia tido uma convulsão antes do resgate e estava com febre muito alta. "O bebê tinha sintomasgigasena mega senadengue", diz. Logo que foi resgatadogigasena mega senaum barco, o garoto recebeu atendimento médico. "Se o menino não fosse retirado da enchente naquele momento e recebesse o aparato médico necessário, talvez ele não resistisse", afirma à BBC News Brasil.
O aluno-cabo afirma que ficou comovido com o resgate do bebê e tantos outros que fez nos últimos dias.
Segundo Simões, o bebê passa bem, recebeu alta hospitalar e está com a mãegigasena mega senaum alojamento para vítimas das enchentes. Assim como eles, milharesgigasena mega senapessoas tiveramgigasena mega senadeixar suas casasgigasena mega senarazão dos alagamentos recentes no Estado: alguns conseguiram abrigo com parentes ou amigos, enquanto outros precisaram recorrer a abrigos montados pelo poder público.
O governo do Acre afirma que desde o início das enchentes tem organizado abrigosgigasena mega senaescolas e tendas para acolher as famílias retiradas das famílias das áreas atingidas. Além disso, o Executivo argumenta que tem distribuído alimentos, produtosgigasena mega senahigiene e água potável aos moradores afetados pela situação, alémgigasena mega senafazer monitoramento do sistema elétrico das regiões.
Por meio do decretogigasena mega senacalamidade pública, o Estado reconheceu a necessidadegigasena mega senaajuda financeira do governo federal para enfrentar a situação, como por meiogigasena mega senaauxílio para prestar assistência humanitária às pessoas atingidas pelo transbordamento dos rios.
Covid-19 e dengue
Para o governo do Acre, a atual situação representa o período mais crítico da história da saúde pública do Estado.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Acre, que tem cercagigasena mega sena894 mil habitantes, já registrou 54,9 mil casosgigasena mega senacovid-19 e 968 mortesgigasena mega senadecorrência do coronavírus.
Atualmente, conforme o Ministério Público do Estado, há casosgigasena mega senapacientes com o coronavírus que aguardam por um leitogigasena mega senaUnidadegigasena mega senaTerapia Intensiva (UTI).
Na semana passada, o governo do Acre reconheceu a possibilidadegigasena mega senaa rede pública hospitalar entrargigasena mega senacolapso.
Há 150 leitos clínicos e 80gigasena mega senaUTI na região da capital, para onde muitos pacientes são encaminhados. Nas outras regiões do Estado, há mais 122 leitos clínicos e 26gigasena mega senaUTI.
"A taxagigasena mega senaocupação dos leitosgigasena mega senaUTI está sempre acimagigasena mega sena90% na região da capital, funcionando no limite. Nas últimas duas semanas, sempre há solicitações pendentes. Recentemente, havia 14 pessoas esperando por uma vagagigasena mega senaUTI, depois o número caiu para 9. É muito dinâmico, mas sempre está no limite", afirma o promotorgigasena mega senaJustiça Gláucio Ney Shiroma, que atua na defesa da saúde na Promotoria do Acre.
Já os leitos clínicos para pacientes com a covid-19 na regiãogigasena mega senaRio Branco, segundo o promotor, estiveram com ocupação entre 80% e 90% nas últimas semanas. No interior do Estado, segundo o membro do Ministério Público, os númerosgigasena mega senaocupação são semelhantes.

Crédito, Marcos Santos/ Agência Pará
Dez cidades do Acre sofrem com alagamentogigasena mega senarazãogigasena mega senachuvas intensas das últimas semanas
"É um retrato da redegigasena mega senasaúde quase no limite. É um cenário muito preocupante", aponta Shiroma à BBC News Brasil.
A situação preocupa ainda mais diante do cenáriogigasena mega senaabrigos improvisadosgigasena mega senaescolas que reúnem milharesgigasena mega senadesabrigados na cidade — segundo a Defesa Civil, há cercagigasena mega sena2.100 famílias desabrigadasgigasena mega senatodo o Estado até o momento.
"Os númerosgigasena mega senadesabrigados podem aumentar, se a situação não melhorar. Os locaisgigasena mega senaque esses desabrigados estão sendo colocados (nas escolas) não possuem o distanciamento adequado. Embora possa haver a preocupação para manter o distanciamento, é muito complicado garantir isso (em um local com diversas pessoas vivendogigasena mega senacondições atípicas)", declara Shiroma.
"Em 2015, por exemplo, houve uma cheia que levou 15 mil pessoas a teremgigasena mega senase abrigar no parquegigasena mega senaexposições (em Rio Branco). Se isso acontecer hoje, durante a pandemia, vai ser um cenáriogigasena mega senatragédia", explica Glaucio,gigasena mega senarazão dos riscosgigasena mega senapropagação da covid-19.
Ainda no cenário da saúde pública, a dengue tem causado bastante preocupação no Acre. Segundo o governo do Estado, neste ano foram registrados quase 1.500 casos confirmados da doença e outros 8.600 suspeitos. E isso aumenta a pressão sobre o sistemagigasena mega senasaúde estadual.
O governo do Acre estima que os casosgigasena mega senadengue correspondem a 80% dos casos que chegam às Unidadesgigasena mega senaPronto-Atendimento (UPAs) no período recente.
A BBC News Brasil questionou o Ministério da Saúde sobre as medidas que têm sido tomadas para auxiliar o Acre, mas não obteve respostas até a conclusão desta reportagem.
Em nota enviada à BBC News Brasil após a publicação desta reportagem, o governo do Acre afirma que as chuvas aumentaram acima do esperadogigasena mega senarazãogigasena mega senacondições climáticas adversas nos últimos meses. Em relação à dengue, diz que as chuvas intensas ajudaram a aumentar os criadouros onde o mosquito se reproduz e também argumenta que a pandemia fez com que açõesgigasena mega senaprevenção e controle fossem suspensas.
E sobre a covid-19, o governo justifica que a propagação do coronavírus aumentou nos últimos mesesgigasena mega senarazãogigasena mega sena eventos como as eleiçõesgigasena mega senanovembro e as festasgigasena mega senafimgigasena mega senaano, que fizeram com que muitas pessoas ignorassem medidasgigasena mega senaisolamento social.
Crise migratória
Em meio às atuais dificuldades relacionadas às enchentes e à saúde pública, o Acre também enfrenta uma crise migratória na cidadegigasena mega senaAssis Brasil, na fronteira com o Peru. Na região, aproximadamente 400 imigrantes, na maioria haitianos, tentam atravessar a fronteira, que está fechada desde março passadogigasena mega senarazão da pandemia.
O objetivogigasena mega senamuitos desses imigrantes, frustrados com a faltagigasena mega senaempregos no Brasil, é migrar para os Estados Unidos. Para isso, precisam fazer o caminho inverso da rota que há uma década serviugigasena mega senaentrada para milhares deles no Brasil.
Segundo o jornal Folhagigasena mega senaS.Paulo, os haitianos que estão na fronteira planejam fazer um roteirogigasena mega senamesesgigasena mega senadireção aos EUA, por meiogigasena mega senaum trajeto perigoso que costuma durar meses e atravessa toda a América Central e o México.
Entre os imigrantes, que estão acampados na fronteira desde 13gigasena mega senafevereiro, há mulheres grávidas, homens e muitas crianças. Segundo o governo federal, a maioria viviagigasena mega senaSão Paulo, Santa Catarina e Riogigasena mega senaJaneiro.
O governo do Acre alertou que a situação pode causar um possível aumentogigasena mega senacasosgigasena mega senacovid-19 na região, que não tem leitosgigasena mega senaUTI nas proximidades.
Em nota, o Ministério da Cidadania afirma que o secretário nacionalgigasena mega senaAssistência Social (SNAS), Miguel Ângelo Oliveira, está na regiãogigasena mega senaAssis Brasil para avaliar a situação e orientar os gestores públicos. "O objetivo é definir a alocação dos recursos que o estado e os municípios já possuem e, caso necessário, solicitar verba emergencial", diz comunicado da pasta.
De acordo com a Prefeituragigasena mega senaAssis Brasil, 150 imigrantes da região estãogigasena mega senaabrigos, com o apoio do Ministério da Cidadania. Outros 100 permanecem acampados na fronteira.
"É uma situação que nos traz preocupações. Há muitas pessoas, inclusive crianças, envolvidas", diz o promotorgigasena mega senaJustiça Marco Aurélio Ribeiro, que acompanha a situação.
Pedidogigasena mega senasocorro
A situação, dizem autoridades, pode ficar ainda pior se não houver medidas para acolhimento das famílias vítimas dos alagamentos. Nas redes, muitos moradores da região ou apoiadoresgigasena mega senauma campanha "SOS Acre" cobram ajuda intensa do governo federal para o Estado.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que planeja ir ao Acre nesta quarta-feira (24/02) para apoiar a população.
O governo federal afirma que tem acompanhadogigasena mega senaperto a situação no Acre. Em nota, argumenta que montará uma coordenação para articular a atuação dos órgãos federais na região para ações como o apoio por meiogigasena mega senarecursos para as populações das áreas atingidas pelas enchentes.
Nos próximos dias, a situação no Estado pode piorar. Isso porque a previsão égigasena mega senamais chuvas intensas. Segundo o Ministério da Cidadania, a Defesa Civil do Acre considera que o volumegigasena mega senachuvas previsto para os próximos dias é alto: cercagigasena mega sena100 milímetros, com possibilidadegigasena mega senaalgumas localidades registrarem até 150 milímetros.
Diante da previsão, autoridades da região permanecemgigasena mega senaalerta. "Pelo histórico pluvialgigasena mega senaanos anteriores, até meadosgigasena mega senamarço deve haver mais chuvas", diz o promotorgigasena mega senaJustiça Marco Aurélio Ribeiro. A situação pode fazer com que mais pessoas tenhamgigasena mega senadeixar suas casas.
"Tudo o que poderia acontecergigasena mega senaruim para agravar a situação (no Estado) está acontecendo. É uma cadeiagigasena mega senaeventos nefastos."

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