'Sobrevivi a essa trama macabra': quem é o paciente da Prevent Senior que depôs à CPI:galera bet logo

Crédito, Arquivo pessoal
Tadeu afirma ter sido uma das vítimas da Prevent Senior. Ele conta que chegou a ser medicado com flutamida, remédio usado contra o câncergalera bet logopróstata e que não tem eficácia contra a Covid-19. O advogado diz que, após um mêsgalera bet logointernação, a equipe do hospital indicou que ele passasse a receber somente cuidados paliativos, sob o argumentogalera bet logoque ele era um pacientegalera bet logoestado terminal.
Os cuidados paliativos, adotados para aliviar dores e outros sintomas, têm o objetivogalera bet logomelhorar a qualidadegalera bet logovidagalera bet logopacientes com doenças graves, incluindo aqueles com possibilidadesgalera bet logocura ougalera bet logofase terminal (leia mais aqui).
No casogalera bet logoTadeu, segundo a família dele, uma médica informou que não havia mais alternativas para curá-lo. Por isso,galera bet logoacordo com o relato, encaminhá-lo para cuidados paliativos implicariagalera bet logodeixá-lo sedado, com os aparelhos desligados e sem possibilidadegalera bet logoreanimação se houvesse uma parada cardíaca.
"O aspecto disso tudo é financeiro, não é médico ou muito menos humanitário", diz o advogado.
O que diz a Prevent Senior
Sobre o casogalera bet logoTadeu, a Prevent Senior diz,galera bet logonota à BBC News Brasil, que não pode comentar especificamente sobre o atendimento prestado a ele "por razões legais". Porém, afirma que "todas as condutas médicas foram e continuam sendo tratadas com o paciente ou a família". A empresa argumenta que "jamais o paciente foi submetido a qualquer tratamento para evitar custos".
Desde que as acusações contra a operadora vieram à tona, a Prevent Senior tem negado que tenha cometido qualquer irregularidade nos atendimentos durante a pandemia. Os responsáveis pela Prevent alegam que o dossiê feito por médicos contra a operadoragalera bet logosaúde é frutogalera bet logodados roubados e manipulados.
Em nota no fimgalera bet logosetembro, a empresa afirmou que as denúncias são "sistemáticas e mentirosas" e disse que pediu que o caso seja investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O caso do Tadeu
Os primeiros sintomasgalera bet logoCovid-19galera bet logoTadeu apareceramgalera bet logo24galera bet logodezembro passado, segundo ele.
No dia seguinte, fez uma teleconsulta pela Prevent Senior, plano do qual é cliente há cercagalera bet logooito anos.
"Essa teleconsulta durou uns 10 minutos. Eu falei o que tinha, e a médica disse que iria me mandar um protocolo preventivo. E depois eu recebi o 'kit covid' por um motoboy", relata o advogado.
Nesse "kit covid", segundo ele, havia medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina, sem eficácia comprovada contra a doença, alémgalera bet logovitaminas e proteínas.
"Me receitaram esses remédios mesmo sem diagnóstico preciso. Fiz o exame e tive resultado positivo para a Covid-19 quando eu já estava tomando esses remédios", diz Tadeu.

Crédito, Arquivo pessoal
Ele diz que não viu resultados positivos com o uso dos medicamentos do "kit covid". "Eu só estava piorando", afirma.
Em 30galera bet logodezembro, no quinto diagalera bet logoque estava consumindo os remédios, ele foi a um hospital da rede Sancta Maggiore, da Prevent Senior,galera bet logoSão Paulo (SP).
Tadeu passou por exames que apontaram que, além da doença causada pelo coronavírus, ele estava com uma pneumonia bacteriana associada à Covid-19.
O advogado foi internadogalera bet logouma Unidadegalera bet logoTerapia Intensiva (UTI) e logo foi intubado.
"Quando cheguei ao hospital, já estava com cercagalera bet logo50% da capacidade pulmonar comprometida, segundo a médica", conta.
"Alguns médicos me disseram depois que se eu tivesse sido internado desde o início, se na primeira teleconsulta tivessem me dito para procurar um pronto-socorro e verificassem a pneumonia, talvez eu pudesse até ser tratado com antibióticogalera bet logocasa", diz o advogado.
Ele alega que foi alvogalera bet logotratamento experimental, sem autorização dagalera bet logofamília, com flutamida enquanto estava na UTI.
Conforme médicos que atuaram na Prevent Senior, o uso desse remédio contra a Covid-19 foi cobrado por médicos da direção da operadora.
O dossiê elaborado pelos médicos que atuaram na operadora diz que tratamentos por meio da flutamida, ozonioterapia, heparina inalatório e o "kit covid" eram experimentos nos quais os pacientes com Covid-19 teriam sido usados como "cobaias humanas", mesmo sem terem consentido com essa prática.
A acusaçãogalera bet logouso indevidogalera bet logomedicamentos sem comprovação científica contra a Covid-19 na Prevent Senior faz partegalera bet logouma das investigações do Ministério Públicogalera bet logoSão Paulo (MP-SP), que criou uma força-tarefa para investigar os relatos contra a operadoragalera bet logosaúde.
Desde que o caso veio à tona, a Prevent Senior tem negado as acusações. A empresa afirma que "dá aos médicos a prerrogativagalera bet logoadotar os procedimentos que julgarem necessários, com toda a segurança e eficiência e sempregalera bet logoacordo com os marcos legais, notadamente seguindo as diretrizes do Conselho Federalgalera bet logoMedicina".
Os familiaresgalera bet logoTadeu detalham quegalera bet logo28galera bet logojaneiro, quando havia quase um mês que ele estava na UTI, um médico ligou para eles e informou que o paciente apresentava melhoras.
Masgalera bet logo30galera bet logojaneiro, segundo os familiares do advogado, uma médica informou que o paciente estavagalera bet logoestado gravíssimo e não apresentava melhoras. Em razão disso, passaria a receber cuidados paliativos para "proporcionar mais conforto e dignidade" e disse que "o óbito aconteceriagalera bet logoalguns dias".
"A minha filha não concordou. Ela não sabia muito bem o que eram cuidados paliativos, mas quando disseram que o óbito aconteceriagalera bet logopoucos dias, ela acendeu um sinal vermelho e não aceitou. Ela pediu pra falar com os meus outros dois filhos, mas naquele momento não aceitaria", conta Tadeu.
Os filhos do advogado dizem que a permissão para cuidados paliativos foi colocada no prontuário sem o consentimento deles.
Ainda na tarde do dia 30, a famíliagalera bet logoTadeu fez uma reunião com médicos da Prevent Senior.
Nesse momento, segundo os parentes, os filhos frisaram que não autorizariam o tratamento paliativo proposto pela empresa e disseram que procurariam a Justiça caso o paciente não continuasse na UTI.
Durante a reunião, dizem os familiaresgalera bet logoTadeu, os médicos concordaram que ele permaneceria na UTI com todo o suporte necessário.
Na mesma data, a família dele contratou um médico particular para supervisionar os procedimentos feitos pela Prevent Senior.
"Fizeram isso por medidagalera bet logosegurança, depoisgalera bet logotudo", justifica Tadeu.
Esse médico, conforme o advogado, apontou que não havia qualquer motivo que justificasse que o paciente fosse avaliado como uma pessoagalera bet logofase terminal.
Tadeu conta que ficou internado no hospital da Prevent Senior por quatro meses - sendo cercagalera bet logodois meses na UTI e os outrosgalera bet logouma clínica para recuperação das sequelas da doença.
"Fiz fisioterapia porque não conseguia andar e, aos poucos, fui me recuperando", diz.

Crédito, Getty Images
Ele ficou mais 90 diasgalera bet logotratamentogalera bet logocasa. Hoje, diz que se considera recuperado e que a vida voltou ao normal.
"Fiz exames recentes e não tenho sequelas nos pulmões. Na época da Covid, cheguei a fazer maisgalera bet logo10 hemodiálises, mas agora não tenho mais nenhuma sequela nos rins. Agora já consigo caminhar, fazer esteira, dirigir e trabalhar", comenta.
O depoimento na CPI
Tadeu foi ouvido pela CPI da Covid-19 como cliente da Prevent Senior. Ele diz que chegou à comissão após contar ao senador Otto Alencar (PSD-BA), membro da CPI, o que vivenciou com a operadora.
"No princípio, eu não sabia se poderia falar sobre o meu caso na CPI. Mas quando o senador Otto Alencar falou sobre cuidados paliativosgalera bet logorelação à Prevent Senior, tomei vontade e falei que era a hora. A minha filha escreveu sobre a minha história para ele, uma assessora dele me respondeu e começamos a conversar", conta. "Me coloquei à disposição para falar sobre o meu caso", completa o advogado.
Tadeu considera que esse é apenas um dos passos que tomará para atribuir responsabilidade à Prevent Senior.
O advogado conta que denunciou o caso ao MP-SP e encaminhou os documentos dagalera bet logointernação para a força-tarefa do Ministério Público que apura as suspeitas sobre a Prevent Senior. Ele ainda não teve resposta oficial do órgão.
Além da CPI no Senado e do MP-SP, a operadoragalera bet logosaúde também é alvogalera bet logoapurações da Agência Nacionalgalera bet logoSaúde Suplementar (ANS) - que regula o setorgalera bet logoplanosgalera bet logosaúde - e do Conselho Regionalgalera bet logoMedicina do Estadogalera bet logoSão Paulo (Cremesp).
Tadeu espera que as apurações apontem se outras pessoas também foram vítimasgalera bet logosituações semelhantes à sua.
"Acho que muita gente pode ter morrido desnecessariamente. E o pior, morreu com a família achando que estava fazendo o certo, porque ligam falando que vão dar uma morte mais tranquila e dignidade com os tratamentos paliativos. Te matam porque querem economizar dinheiro", diz.
"A sensação que me deu, quando eu me recuperei e soube o que aconteceu, foigalera bet logoque iriam me matar porque eu estava dando prejuízo. Me viram como um problema para o plano", afirma.
Ele diz que entrou no portal da Prevent Senior, após se recuperar, e descobriu a altíssima quantidadegalera bet logoexames a que foi submetido enquanto esteve internado.
"Isso fora procedimentos como intubação e hemodiálise. Olha o prejuízo que é um paciente ficar pelo menos 30 dias na UTI. Então, aí vem a minha conclusão: o paciente nessa pandemia foi visto como uma variávelgalera bet logoalto risco para o plano. Mas banalizar os cuidados paliativos foi uma total faltagalera bet logoética", declara Tadeu.
Na nota enviada à BBC News Brasil, a Prevent Senior afirma que "jamais o paciente foi submetido a qualquer tratamento para evitar custos".

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