A 'inventoraplay betfairsérie'play betfairAlagoas que é finalista do 'Nobel da Educação' para estudantes:play betfair

Ana Júlia com conchasplay betfairsururu

Crédito, BBC News Brasil

Legenda da foto, Um dos projetosplay betfairAna Júlia transformou a concha do sururuplay betfairtelhas

O prêmio avalia toda a carreira do estudante até chegar às avaliações. É necessário que os trabalhos desenvolvidos tenham impacto positivo ao meio ambiente, justiça, saúde e até mesmoplay betfairformasplay betfairdiminuir ou extinguir a pobreza.

O Nobel da Educação, no entanto, sempre foi direcionado a professores. Somenteplay betfair2021 foi iniciado o processo com estudantes. Alémplay betfairuma premiaçãoplay betfairdinheiro, os alunos do top-50 fazem parteplay betfairuma comunidade que continuará tentando promover essas mudanças.

Mas Ana Júlia nunca imaginou que estaria naquela disputa e muito menos que iria conseguir representar tão bem a regiãoplay betfairque nasceu. Isso porque viveplay betfairum local onde não existiam oportunidades como essa. Aos 12 anos, Ana faria o primeiro esforço para fugir do estudo convencional

Ela queria participar das equipesplay betfairrobótica, mas, pela pouca idade, não conseguia. Resolveu criar um projeto para apresentar à coordenação e aos professores. Entrou para a equipe no ano seguinte.

"Acho que sempre tive essa vontadeplay betfairfazer as coisasplay betfairum jeito diferente, me comunicando. A minha habilidade na robótica foi justamente aplay betfairapresentação. Meus pais estranharam no começo, mas as vitórias abriram o caminho e me deram ainda mais o apoio deles", conta.

Invenções e prêmios

Os títulos nacionais e internacionais vieram aos montes. Pela robótica, ela viajou aos Estados Unidos e ao Uruguai, mas sempre mantinha projetos paralelos que acreditava que seriam os responsáveis por mudar o mundo — embora, se não mudasse o mundo, ficaria felizplay betfairmudar a vidaplay betfairsó uma pessoa.

Maceió é uma cidade cujas regiões mais pobres são delimitadas. A região à beira da Lagoa Mundaú, onde as pessoas moramplay betfairbarracos e têm pouco ou nenhum saneamento básico, é um desses lugares. Lá, a subsistência surgeplay betfairusa maioria pela venda do sururu, mas o descarte das cascas do animal é feito nas ruas, à céu aberto.

Por conta desse material descartado, Ana e eplay betfairequipe despertaram para a possibilidadeplay betfairfazê-lo ser reutilizado. Dali surgiu um dos seus maiores projetos. Com a casca do molusco, foi possível construir telhas.

"É uma coisa bem empreendedora, na verdade. Quem passa perto da Lagoa Mundaú vê a pesca, a caça, mas também percebe que muitas cascas ficam nas ruas. Então, nós desenvolvemos essa telha com o pó como uma formaplay betfairpreservar o meio ambiente e tambémplay betfairdar mais possibilidades a essas pessoas", conta.

Jovens mexendoplay betfaircircuitos eletrônicos

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A robótica foi a portaplay betfairentradaplay betfairAna Júlia para a pesquisa científica

Ao mesmo tempoplay betfairque viajava o país, a estudante também descobriu que precisava fortalecer o seu próprio regionalismo. Apaixonada pelo Brasil e pelo Nordeste, Ana diz que nunca sofreu uma "xenofobia explícita", mas que sentia que as pessoas desacreditavam daplay betfaircapacidade.

"Era feitoplay betfairuma forma muito velada quando íamos ao Sul ou ao Sudeste. As perguntas davam a entender que não éramos inteligentes. Por isso, numa apresentação, toda a nossa equipe resolveu se vestir com roupas típicas do cangaço, misturadas à Ciência. Foi assim que protestamos".

Outro projeto que Ana destaca emplay betfaircarreira é o Sustainable Aerator, com o objetivoplay betfairaumentar a qualidadeplay betfairágua para os animais, ampliando aplay betfairprodução leiteiraplay betfairpaísesplay betfairdesenvolvimento.

"Na verdade, esse projeto é um dos que mais me tocou. Tenho uma boa parte da minha família na zona rural, ou seja, enfrentando esse tipoplay betfairdificuldade com a água. Então, criamos o mecanismo, que serve como uma bomba, para aumentar a qualidadeplay betfairágua que os animais receberão".

Rotina intensa e planos para o futuro

Durante a entrevista, Ana lamenta ter deixado a maior parte das suas "invenções"play betfaircasa, já que passaria o dia inteiro na escola — aulas pela manhã, entrevista à tarde e conversa com os paisplay betfairoutros alunos à noite. Não que o problema fosse a rotina, já que aquele era somente um dia normal.

"Desde muito nova, eu fico aqui na escola durante dias. Já dormi aqui, já passei 48h acordada para resolver algumas coisas dos nossos projetos. Vinha nas férias, venho sempre, na verdade. E como esse é meu último ano, fico pensando: 'Como vai ser daqui para frente, tendo que enfrentar o mundo quase sozinha?' Mas sei que vai dar certo."

Em um dos momentosplay betfairque a entrevista foi interrompida, Ana se empolgou ao ouvir sobre as possibilidadesplay betfairestudar no exterior. Quando questionada, ela disse com firmeza que esse é seu maior objetivo.

"Eu não vou fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) neste ano. O justo é que as pessoas sejam julgadas pelas suas habilidades e esse não é o meu objetivo. Estou definindo os próximos passos, mas espero conseguir estudar fora do país, sair um pouco da minha bolha, e ganhar a experiência necessária para voltar e mudar a minha realidade".

Os encontros com o prefeito João Henrique Caldas (PSB) e com o governador Renan Filho (MDB) foram proveitosos. Houve diálogo entre a estudante e os políticos, que se mostraram abertos a conhecer as ideias da estudante.

"Esse tipoplay betfaircoisa me faz pensar que a política também pode ser interessante. É bom ter conhecimento e poder integrar diversas áreas. Dialogar com os governantes do meu Estado é importante. Dá para sentir que eu sou uma pessoa que pode fazer mudanças, sim, e há muitas formasplay betfairmudar o mundo", explica.

Ana Júlia com seus prêmiosplay betfairrobótica

Crédito, BBC News Brasil

Legenda da foto, A estudante já ganhou vários prêmios complay betfairequipeplay betfairrobótica

Pedidosplay betfairajuda pelas redes sociais

Esse tipoplay betfairmanifestação positiva chegou às próprias redes sociais da estudante, que sempre tenta responder aos pedidosplay betfairajuda ouplay betfairaconselhamento que passam a chegar cada vez mais. Os pedidos são variados.

"Muita gente está falando comigo. Alguns alunos mais novos veem a minha trajetória e sentem que é possível chegar mais longe. Outras pessoas,play betfaircomunidades mesmo, falam dos problemas e eu passo a tentar procurar soluções. Se estiver mudando pelo menos uma vida, sei que cumpri um propósito."

Com a internet, a fronteiraplay betfairMaceió com as pessoas se tornou um problema mínimo. Ana Júlia é integrante da Academia Latino-americanaplay betfairLiderança (LALA), onde dialoga com líderesplay betfairtoda a região e até recebeu uma mentoriaplay betfairuma funcionária do Google. Hoje, Ana é storyteller e data administrador, responsável por unir líderes, problemas e soluções.

A participação no Global Student Prize, inclusive, não era algo que Ana Júlia pensava que faria com tranquilidade. Ela conta que, inclusive, teveplay betfairentrarplay betfaircontato com a organização para pedir um adiamento na data das inscrições — e o email foi devidamente respondido, com um adiamentoplay betfairprazo.

A prova foi divididaplay betfairfases. Na primeira, eram enviadas redações. Na segunda, fez uma entrevista com os organizadores. E, recentemente, houve a qualificação ao top-50 e top-10play betfairestudantes. As avaliações continuam. Agora, a banca estáplay betfairolho nas atitudes dos estudantes e nas mudanças que estão promovendo com o status adquirido atravésplay betfairsua colocação.

"Eu não imaginava que eu,play betfairAlagoas, seria a única representante da América Latina. Agora as pessoas veem que eu posso mudar o mundo e eu acho que posso ajudá-las. É importante abrir caminhos e os projetos precisam ser aplicados efetivamente."

No fimplay betfair2021, Ana Júlia não será mais estudante da instituição e teráplay betfairseguir a vida sem o apoio do Sesi, que sempre investiu nela eplay betfairoutros alunos para competições e criaçãoplay betfairprojetos.

"Meus pais não teriam como investir nas coisas que eu acabei criando e fazendo. Uma coisa boa é que consegui contatos e um bom network para continuar desenvolvendo as minhas ideias e meus projetos."

Ana conta que, hojeplay betfairdia, dedica cercaplay betfair12h aos estudos relacionados aos projetos que tem. Não é um processoplay betfairque senta e lê livros, mas sim que avalia as habilidades necessárias para aquele projeto e se dedica a elas para conseguir fazê-lo existir.

O resultado do Global Student Prize será divulgado no dia 10play betfairnovembro,play betfairforma remota.

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