'Fiquei tetraplégico após um mergulho': o preocupante alerta sobre acidentes na água:pino bet

Crédito, Arquivo pessoal
Elder diz que os parentes pensaram, a princípio, que ele estava brincando quando não levantou da água. Porém, pouco depois, os familiares perceberam que algo estava errado. "Não conseguia sentir mais nada no meu corpo", relata o comerciante.
"O meu cunhado, que tem experiênciapino betresgates, me puxou devagar e me levou pra beira do rio. Falei que não sentia o meu corpo. Então, pegaram uma tábua ali perto, me amarrarampino betcima, me levaram para um lugar fora do rio e buscaram por sinal para ligar para o Samu (Serviçopino betAtendimento Móvelpino betUrgência)", conta Elder.
No hospital, os exames apontaram que ele havia sofrido uma grave lesão na medula e tinha perdido os movimentos abaixo do pescoço. "A gente constatou que o Elder estava tetraplégico. Era uma lesão medular completa", explica o neurocirurgião Adalberto Santiago Junior, que acompanhou o comerciante.
Casospino betpessoas que sofrem grave lesão na medula após mergulhar na água — sejapino betrio, mar, cachoeira ou piscina — não são considerados raros. Especialistas consideram que essa situação é recorrente.
Entidades como a Sociedade Brasileirapino betColuna (SBC) apontam o mergulhopino betáguas rasas como uma das principais causaspino betlesão na coluna no país, principalmente durante o verão.
"Esse problema ocorre quando dão aquele salto que chamampino betpulo "de bico" oupino bet"ponta cabeça". Isso ocorre, principalmente, quando a pessoa desconhece completamente a água onde está se jogando. Pode ser um lago, um rio, uma praia ou uma piscina. Se a água for turva, é pior ainda porque a pessoa não enxerga nada", explica o ortopedista e traumatologista Orlando Righesso Neto, um dos coordenadores da SBC.

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'O mundo desabou pra mim'
No hospital, Elder passou por uma cirurgia para fixação da coluna vertebral. "Uma vértebra dele que estava toda fraturada foi retirada e foi colocado algo como se fosse uma gaiola metálica no lugar, como se fosse um substituto para aquele corpo vertebral fraturado, junto com enxerto ósseo, uma placa e mais alguns parafusos para fixação definitiva, como se fosse uma fusão com as outras vértebras para virar um bloco ósseo fixo", explica Adalberto Santiago, que foi um dos responsáveis por realizar o procedimento no comerciante.
O neurocirurgião frisa, porém, que essa cirurgia não significa que o paciente irá retomar os movimentos.
"Mesmo sabendo que ele tinha uma lesão completa e considerada definitiva na medula, a gente fez essa estabilização porque ele tinha uma instabilidade na coluna que não o deixava, por exemplo, manter a cabeça sustentada", diz o médico.
"Quando o paciente tem uma fratura instável na coluna, é preciso que ela seja estabilizada para devolver essa sustentação da cabeça. Embora a gente restabeleça a anatomia, retirando aquilo que comprimia a coluna, a recuperação dos movimentos depende do grau da lesão inicial", acrescenta o especialista.
Depois da cirurgia, Elder notou que, assim como quando foi retirado da água, permanecia sem os movimentos dos braços e das pernas. Logo, foi informado que havia ficado tetraplégico.
"Quando o médico me contou, no dia seguinte à cirurgia, eu pensei: bem, vamos ver o que vem pela frente. Sempre pensei positivamente", diz.

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Naquele momento, o rapaz que se considerava aventureiro e amava viajar começou a rever os objetivos para o futuro.
Ele passou quase duas semanas no hospital. Ao receber alta, o comerciante passou cercapino bettrês meses na casa dos pais. Depois, foi para a cidadepino betque mora com a esposa, Maira Lazarini, 35 anos,pino betNova Andradina (MS).
O retorno para casa é classificado por ele como o momentopino betque "a ficha caiu".
"O mundo desabou pra mim. Ali precisei encarar a realidade e dependerpino betuma cuidadora, uma pessoa que não era da minha família, até mesmo para me alimentar. Eu só queria a minha esposa, mas ela não podia me ajudar tanto porque o nosso filho estava prestes a nascer", diz Elder.

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Os riscos dos mergulhos
Enquanto vivia a nova realidade, Elder ficou mais atento às históriaspino betlesões causadas por mergulhopino betágua rasa. Ele passou a notar que seu caso estava longepino betser o único. "Vi vários relatospino betpessoas que passaram por algo assim. Por exemplo, soubepino betum caso que aconteceu três dias após o meu e outro que ocorreu um mês depois", diz Helder.
Segundo a SBC, o país não possui dados específicos sobre lesões causadas por esse tipopino betsituação. Os relatos médicos, conforme a Sociedade Brasileirapino betColuna, apontam que a imensa maioria desses casos envolvem homens.
Os mergulhospino betáguas rasas podem causar grave lesão medular quando a pessoa bate a cabeça ao pular. O trauma ocorre porque esse impacto comprime a coluna, o que causa a lesão que pode ter diferentes níveis — nos casos mais graves pode causar tetraplegia ou até mesmo levar à morte.
"O problema é quando a pessoa se projeta para dentro da águapino betcabeça e desconhece a profundidade. A lesão acontece porque ela acaba atingindo o fundo, o corpo se projeta por cima do crânio e isso impacta a coluna cervical, que é muito frágil porque é composta por ossos pequenos. Dependendo do nível que a coluna fica comprometida, isso pode interromper a respiração espontânea e levar à morte", comenta o traumatologista Orlando Righesso.
Ele menciona que lesões do tipo podem ocorrer tambémpino betacidentes automobilísticos ou quedas. "Tudo isso pode causar lesão cervical quando o pescoço torce", diz o médico.
Nos casos da água, Righesso frisa que outro risco é que a pessoa pode morrer afogada se não receber ajuda com urgência, já que perde os movimentos dos membros após o impacto.
Entre as orientações para coibir acidentes do tipo na água estão conselhos como evitar mergulharpino betágua turva ou desconhecida, não mergulhar após consumir bebidas alcoólicas ou substâncias que atrapalhem os reflexos e não empurrar pessoas para dentro da água.
Os especialistas destacam que caso precise ajudar uma pessoa acidentada, é preciso evitar que ela mexa a cabeça para não piorar a lesão e é fundamental buscar uma formapino betimobilizar o pescoço, alémpino betchamar ajuda médica com urgência.

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'Espero ficar independente o máximo que conseguir'
A tetraplegia, apontam especialistas, costuma ser uma situação irreversível.
"Se for uma lesão parcial ou incompleta da medula, depoispino betmuito tratamento e fisioterapia a pessoa pode voltar a andar com ajudapino betmuleta ou andador. Maspino betcasopino bettetraplegia, quando há a lesão completa da medula, os casos são irreversíveis. Até o momento não existe cura para a tetraplegia, não há nada que possa reverter uma lesão medular completa. Já há testes com células-tronco, mas nada certo até o momento", diz Righesso.
Para tentar evoluir nos movimentos, Elder faz fisioterapia com frequência. Ele comemora que conseguiu, nos últimos anos, controlar um pouco mais o tronco e também parte dos braços.
Mas o comerciante considera que ainda está muito distantepino betseu objetivo. "Espero ficar independente o máximo que conseguir. É difícil precisarpino betalguém para tomar banho, dirigir, me alimentar ou até tomar água. É muito melhor fazer as coisas com as nossas próprias mãos", diz.
Atualmente, Elder retomou a rotinapino bettrabalho na lojapino betroupas que tem junto com a esposa.
Para as atividades do cotidiano, ele recebe o apoiopino betuma cuidadora.
"Levanto cedo e a cuidadora me leva para a loja. Ela chega, me tira da cama, faz a higienização, coloca roupa, me ajuda a tomar café…", detalha.

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Todo o acompanhamento que ele recebe é feitopino betmodo particular. A família considera que o custo com a recuperação dele é uma das maiores dificuldades. "No primeiro ano, a gente passou se desprendendopino bettodo o recurso que juntamos, como carro, para custear o acompanhamento", detalha Elder.
"O mais difícil é a faltapino betamparo. Não recebemos nenhum apoio (do poder público). Foi como se falassem: vai para casa, se virem para arrumar uma cama hospitalar, uma cadeirapino betrodas… A família correu atrás do que dava. Conseguimos pagar fisioterapeuta e o Elder teve um bom acompanhamento. Só conseguimos fazer um planopino betsaúde agora, porque nenhum aceitava a gente após o acidente. Precisamos entrar no Procon para que o plano aceitasse a gente", diz Maira, esposapino betElder.
Para ajudar a custear os gastos, o casal costuma fazer diversas ações nas redes sociais, como rifas.
Apesar dos problemas, Elder considera que as dificuldades foram amenizadas pelo nascimento do filho, hoje com dois anos.
"Ele foi a luz no fim do túnel e a minha alegria. Depois do nascimento dele, aprendi a me adaptar melhor a essa nova realidade", diz.
Mesmo tendo ouvido que dificilmente conseguiria retomar plenamente os movimentos, Elder ainda tem esperançapino betque possa surgir um tratamento que possa ajudá-lo a voltar a andar.
- Este texto foi publicadopino bethttp://www.mi-rob.com/brasil-62217069

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