'Me sinto roubado novamente': vítimasfifa playquadrilhas do Pix lutam para reaver dinheiro com bancos:fifa play

Celular prestes a fazer transferência via Pix

Crédito, Agência Brasil

Legenda da foto, Advogada diz que bancos têm obrigaçãofifa playgarantir a segurança dos clientes e devem devolver o dinheirofifa playcasofifa playfraude

"O Santander informa que todas as transações contestadas foram autorizadas do aparelho do cliente e com validaçãofifa playsuas credenciais. O Banco possui procedimentosfifa playsegurança que foram ativados e validados junto ao Sr. Silvio*, que autorizou os lançamentos. Na tentativafifa playmitigar as perdas, após ter conhecimento do ocorrido, o Santander buscou efetuar recuperaçãofifa playvalores junto ao Banco Favorecido, porém sem sucesso, uma vez que os recursos foram totalmente utilizados. Lamentamos muito o ocorrido, porém, trata-sefifa playum casofifa playsegurança para o qual as autoridades deverão ser acionadas."

Maisfifa playuma semana após ser procurada, a Polícia Civil do Riofifa playJaneiro respondeu que "a investigação estáfifa playandamento na 6ª DP (Cidade Nova), que já identificou três integrantes da quadrilha e representou pela prisão dos acusados junto ao Ministério Público".

A vítima diz que, durante o períodofifa playque estava sequestrado, precisou ligar ao banco para solicitar empréstimos e que dava dicas à atendentefifa playque aquelas transações eram atípicas, sequenciais efifa playhorário incomum aosfifa playcostume.

Os bandidos fizeram uma transação inicialfifa playR$ 1.000 e depois umafifa playR$ 25 mil para zerar a conta. Depois, tentaram fazer uma transaçãofifa playR$ 18 mil, que foi bloqueada, quando ele teve que telefonar.

"Eles mandaram eu ligar, mas eu dei sinais. Eu deixava vazar som ambiente, falava que já era tarde da noite e tinha zerado minha conta e meu cheque especial e que para liberar mais dinheiro, eu deveria ir a uma agência. A atendente dizia que poderia liberar mais dinheiro às 8h e me colocoufifa playrisco novamente, pois os bandidos me fizeram dormir no cativeiro", relata.

Silvio disse que chegou a solicitar os áudiosfifa playque conversou com a atendente do banco para provar que ele deu sinaisfifa playque não queria fazer a transação, mas teve o pedido negado.

A advogada Tatiana Violafifa playQueiroz, especialistafifa playdireito bancário e do consumidor, diz que o banco tem a obrigaçãofifa playfornecer o áudio.

"Se ele não fornecer, aquilo que o cliente está alegando é considerado verdade. O consumidor não tem como ter acesso a essa gravação, então quem tem que fornecer por lei é o banco", afirma.

Sequestrofifa playgrupo

Assim que o representante comercial Willians** chegou até a lojafifa playmateriaisfifa playconstrução onde teria uma reunião na Grande São Paulo, ele foi abordado por um grupofifa playcriminosos e levado para os fundos do imóvel no dia 6fifa playjulho.

Lá, ele ficou surpreso ao perceber que havia cercafifa playoutras dez pessoasfifa playcárcere há pelo menos uma hora.

"Me amarraram com uma fita plástica com os outros reféns. Havia quatro homens, sendo três deles armados (dois com pistolas e um com revólver). Três com máscaras cirúrgicas e um sem", afirmafifa playentrevista à BBC News Brasil.

Ele conta que havia um cofre dentro da loja e que os bandidos estavam dando coronhada nos donos para abri-lo.

"Um cara estava sangrando. Enquanto isso, pegaram meu telefone e foram direto nos aplicativosfifa playbanco. Pediram as senhas e eu não poderia fazer nada diferente a não ser passar. Todas as vítimas ficaram rendidas no fundo da loja e quem passava na frente não percebia o que estava acontecendo. E quem chegava era rendido também. Foram mais três depoisfifa playmim", afirma.

A vítima conta que os bandidos começaram a fazer transações no celular dele. Como o aparelho não funcionava no fundo da loja, eles se dirigiam até a porta e voltavam para pedir informações.

Pessoasfifa playcírculo segurando celulares

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Pessoas ouvidas pela BBC News Brasil disseram que estão há maisfifa play50 dias esperando bancos devolverem dinheiro levado durante sequestro

"Esse trabalho evitou que eles fizessem empréstimos. Mas pegaram minha carteira e passaram os cartões numa maquininha. O sistemafifa playsegurança do Nubank percebeu a fraude e bloqueou uma comprafifa playR$ 10.999 no cartãofifa playcrédito e também devolveu um Pixfifa playR$ 1.321. Não tive transtornos com eles. Ainda roubaram minha aliança, relógio, dois celulares, notebook e mochila", conta Willians.

Ele conta que os assaltantes fizeram uma transferência via Pix no valorfifa playR$ 20 mil e outrafifa playR$ 15 mil. Os bandidos, segundo Willians, ainda fizeram três compras no cartãofifa playcrédito. Umafifa playR$ 20 mil e outrafifa playR$ 15.999. Um totalfifa playR$ 70.999.

Procurado, o Itaú informou por meiofifa playnota que adotou todas as medidas possíveis para tentar impedir as transações e que não vai devolver o dinheiro para Willians.

Com a conta negativadafifa playR$ 35 mil, Willians diz ter sacado R$ 35 mil que ele tinha investidofifa playCDI para cobrir o déficit no cheque especial e evitar que a dívida ficasse ainda maior por contafifa playjuros. No entanto, ele não conseguiu pagar as compras feitas no cartãofifa playcrédito e teve o nome também negativado.

"O Itaú Unibanco lamenta o ocorrido e esclarece que, tão logo tomou conhecimento do fato, acionou a instituiçãofifa playdestino para tentativafifa playbloqueio dos valores, mas, infelizmente, os recursos já haviam sido sacados. O banco reforça que este é um casofifa playsegurança pública e que,fifa playsituaçõesfifa playgolpes e fraudes, os clientes devem contatar o banco para bloqueio temporáriofifa playsenhas, produtos ou serviços e registrar boletimfifa playocorrência,fifa playmodo que as autoridades competentes possam tomar as medidas necessárias."

"Eu não precisava pegar esse dinheiro como limitefifa playcrédito. Pra quê eu pegaria esse valor do limite se eu tenho o dinheiro? Quem foi roubado foi o banco porque ele não teve a capacidadefifa playproteger o patrimônio. O que eu perdi foram meus celulares, notebook, mochila e aliança. Eu pago uma mensalidade para o banco cuidar do meu dinheiro, para eu não deixar ele na minha casa, mas ele libera para o bandido e agora está me cobrando", afirma Willians.

Com o nome na listafifa playcredores do SPC (Serviçofifa playProteção ao Crédito), o representante comercial diz que está psicologicamente abalado desde o dia do sequestro e que se a situação não se resolver vai entrar com uma ação por danos materiais e morais. Está com medofifa playsairfifa playcasa para trabalhar e ser roubado novamente.

"A sensação éfifa playimpotência. Não tem nada que eu possa fazer. Me sinto roubado pelo banco porque estão me cobrando algo que não foi usufruto meu. Eu tinha uma vida financeira estável. Fui na ouvidoria do Itaú e disseram que não acharam indíciosfifa playfraude. Mostrei movimentações fora do perfil, B.O., questionei via Banco Central, que reiterou que não existe indíciofifa playfraude. Já contratei advogado e vou entrar com uma ação", afirma.

A Secretaria da Segurança Públicafifa playSão Paulo informou que "diligências seguemfifa playandamento para a identificação e localização dos autores" e que "detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial''.

Willians alega ainda que jamais fez transações desse volume e que os bancos falharam ao não bloqueá-las.

"Eu nunca usei o limite da minha conta. Nunca fiz uma transaçãofifa playR$ 35 mil. Imagina quanta gente está perdendo pouco dinheiro e nem vai atrás. Eu estou brigando porque o valor é alto. Se fosse R$ 4 mil, eu já teria desistido. Por isso está fácil para o bandido", relata.

A advogada Tatiana Violafifa playQueiroz diz que os bancos devem ressarcir o dinheiro das vítimasfifa playcasosfifa playfraude.

"O banco tem a obrigaçãofifa playconhecer o perfilfifa playtransações do cliente. Qualquer transação atípica, ele precisa entrarfifa playcontato com o cliente para aprovar. E se não conseguir, barra imediatamente. Os bancos também esquecem que isso é um risco do negócio. Assim como lucram pelo serviço prestado, devem arcar com o ônus. É obrigação do banco fornecer um serviço seguro", afirma.

Pessoa acessando aplicativofifa playbanco para fazer transferência via Pix

Crédito, Agência Brasil

Legenda da foto, "Primeiro, deve fazer uma reclamação no SAC da empresa e na ouvidoria. Se o caso não for resolvido, ele pode acionar o Bacen e o Procon. Se não resolver, ele deve acionar a Justiça", orienta advogada a vítimas das Quadrilhas do Pix

A advogada, que atuou por oito anos como advogada da Proteste (Associação Brasileirafifa playDefesa do Consumidor), diz que os clientes que sofrerem esse tipofifa playgolpe e se sentirem lesados, devem procurar os órgãos competentes o quanto antes para ressarcir o dinheiro.

Primeiro, deve fazer uma reclamação no SAC da empresa e na ouvidoria. Se o caso não for resolvido, ele pode acionar o Bacen e o Procon. Se não resolver, ele deve acionar a Justiça.

Se for um valor até 40 salários mínimos, a ação pode ser feita no juizado especial cível. Acima desse valor, apenas na Justiça comum.

"O banco também tem a obrigaçãofifa playverificar a saúde financeira do consumidor. Saber se ele vai arcar com aquele pagamento porque ele está emprestando um dinheiro que não é dele e precisa ter responsabilidade com o patrimônio do investidor ou correntista", diz.

A advogada relata que mesmofifa playsituaçõesfifa playemergência, como o pagamentofifa playuma cirurgiafifa playalto custo num hospital, o banco precisa verificar se não há fraude.

*O nome da vítima foi omitido, a pedido dela, por questõesfifa playsegurança **A reportagem optou por manter no texto apenas o primeiro nome da vítima

- Este texto foi publicado originalmentefifa playhttp://www.mi-rob.com/brasil-62650319

Línea

fifa play Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal fifa play .

fifa play Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube fifa play ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosfifa playautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticafifa playusofifa playcookies e os termosfifa playprivacidade do Google YouTube antesfifa playconcordar. Para acessar o conteúdo cliquefifa play"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdofifa playterceiros pode conter publicidade

Finalfifa playYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosfifa playautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticafifa playusofifa playcookies e os termosfifa playprivacidade do Google YouTube antesfifa playconcordar. Para acessar o conteúdo cliquefifa play"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdofifa playterceiros pode conter publicidade

Finalfifa playYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosfifa playautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticafifa playusofifa playcookies e os termosfifa playprivacidade do Google YouTube antesfifa playconcordar. Para acessar o conteúdo cliquefifa play"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdofifa playterceiros pode conter publicidade

Finalfifa playYouTube post, 3