A pressão sobre as mães para perder a ‘gordura da gravidez’:casa de aposta cadastre e ganhe

  • Amanda Ruggeri – @amanda_ruggeri
  • BBC Worklife
Pessoa segurando criança

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Retorno ao corpocasa de aposta cadastre e ganheantes do parto é algo impossível para muitas mulheres

casa de aposta cadastre e ganhe Depois que nasce o bebê, mães enfrentam a pressãocasa de aposta cadastre e ganheretornar aos corpos que tinham antes da gravidez. As consequências são enganosas e, às vezes, perigosas.

Logo depois que Sharon Oakley teve seu bebêcasa de aposta cadastre e ganhe2018, seus conhecidos rapidamente a felicitaram pelacasa de aposta cadastre e ganheaparência. "Oh, você está muito bem. Como você emagreceu!" era o que ela ouvia meses depois do parto.

Ela talvez parecesse ter "voltado ao normal", mas a realidade era diferente. Embora tivesse perdido a maior parte do peso ganho durante a gravidez, fisicamente ela estava sofrendo.

A canadense Oakley, que moracasa de aposta cadastre e ganheYorkshire, no Reino Unido, é uma ávida corredora que adorava correr com seu filho no carrinhocasa de aposta cadastre e ganhebebê,casa de aposta cadastre e ganheuma rotina que ela manteve por seis meses depoiscasa de aposta cadastre e ganhedar à luz. Mas ela sofria perda urinária por todo o caminho. E, ao voltar ao trabalho, ela começou a sofrer escapes da bexiga também no escritório.

Após uma busca complicada pelo diagnóstico, que incluiu uma esperacasa de aposta cadastre e ganheseis meses por uma indicaçãocasa de aposta cadastre e ganhefisioterapeuta, Oakley descobriu que sofriacasa de aposta cadastre e ganheretocele e prolapsos da bexiga e do útero. Esta condição ocorre quando os órgãos pélvicos não são mantidos adequadamente no lugar porque o assoalho pélvico foi enfraquecido e eles deslizam dacasa de aposta cadastre e ganheposição normal.

Quatro anos depois,casa de aposta cadastre e ganhecondição melhorou, mas ela ainda tem escapes ocasionais. Ela sempre carrega calcinhascasa de aposta cadastre e ganhereserva quando saicasa de aposta cadastre e ganhecasa e fica preocupada quando sai para correr. Houve uma épocacasa de aposta cadastre e ganheque ela pensou que precisaria demitir-se do emprego.

"É uma parte muito estranha da nossa cultura avaliar o período pós-partocasa de aposta cadastre e ganheuma mulhercasa de aposta cadastre e ganhetermos dacasa de aposta cadastre e ganheaparência e não como ela está se sentindo", afirma Oakley. "Eu pareço estar bem, mas tenho essas lesões do parto que ainda estou enfrentando todos os dias."

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Histórias como acasa de aposta cadastre e ganheOakley são muito mais comuns do que se imagina.

Embora nem sempre seja sintomático, somente o prolapso dos órgãos pélvicos afeta até 90% das mulheres após o parto. Já a incontinência urinária, que também pode ser causada pela rigidez excessiva do assoalho pélvico, cicatrizes dos tecidos ou lesões nervosas, atinge cercacasa de aposta cadastre e ganheum terço delas.

E existe a diástase abdominal,casa de aposta cadastre e ganheque os músculos abdominais que se separam para abrir espaço para que a barriga cresça ainda não se uniramcasa de aposta cadastre e ganhevolta. Esta condição pode fazer com que a barriga pareça inchada e causar dores, prisãocasa de aposta cadastre e ganheventre e escapescasa de aposta cadastre e ganheurina, alémcasa de aposta cadastre e ganhedificuldades para andar ou levantar-se. Ela afeta 60% das mulheres após o parto.

E, mesmo na ausênciacasa de aposta cadastre e ganhelesões específicas da gravidez ou do parto, o corpo sofre alterações fisiológicas drásticas durante a gravidez, o parto e o período pós-parto. Elas são causadas pelos hormônios que dizem ao corpo que mantenha as gorduras armazenadas, pela pressão sobre o assoalho pélvico e pelos nutrientes que são retirados da alimentação da mãe para sustentar o feto ou um bebêcasa de aposta cadastre e ganhelactação. Tudo isso significa que a recuperação e a cura são demoradas.

Mas muitas mulheres descobrem que, depois que o bebê nasce, a mensagem que elas recebem da sociedade não é que elas devem repousar e recuperar-se, mas sim que elas devem "voltar ao normal", para os corpos e comportamentos que elas tinham antescasa de aposta cadastre e ganheficarem grávidas.

A imprensa examina os corpos das celebridades após o parto para saber se elas perderam peso ou não, com pouco ou nenhum conhecimentocasa de aposta cadastre e ganheoutras condições que aquelas pessoas podem estar enfrentando.

Existem inúmeros programascasa de aposta cadastre e ganhedieta e exercícios dedicados às mães, mas relativamente poucos deles são elaborados por especialistascasa de aposta cadastre e ganhesaúde pós-parto. Os amigos, a família e até os colegas fazem comentários frequentes sobre a aparência físicacasa de aposta cadastre e ganheuma mãe.

E, enquanto os homens com "pneuzinhos" — ou seja, com físico "médio" — atualmente estão sendo celebrados, as mulheres que realmente dão à luz raramente recebem a mesma consideração.

Para algumas mães, a pressão para perder peso rapidamente, aliada à assistência médica e cuidados pós-parto inadequados, pode ser uma mistura tóxica e até perigosa. Ela pode piorar as lesões do parto e dificultar a cura.

E pode também prejudicar a saúde física e mentalcasa de aposta cadastre e ganheum dos períodos emocionalmente mais turbulentos e vulneráveis, e com maior privaçãocasa de aposta cadastre e ganhesono, da vidacasa de aposta cadastre e ganheuma pessoa.

Mudanças inevitáveis

Tornar-se mãe significa mais do que entrarcasa de aposta cadastre e ganheuma nova etapa da vida. É uma transformação da vida, da mentalidade e até da identidadecasa de aposta cadastre e ganheuma pessoa.

Para muitas mulheres, esta provavelmente é a primeira vezcasa de aposta cadastre e ganheque elas foram totalmente responsáveis por um ser humano pequeno e vulnerável, que precisa delascasa de aposta cadastre e ganheforma praticamente constante. E pode ser também a primeira vezcasa de aposta cadastre e ganheque elas não trabalham ou são financeiramente dependentes do parceiro.

Barrigacasa de aposta cadastre e ganhemulher após gestação ao ladocasa de aposta cadastre e ganhemãocasa de aposta cadastre e ganheuma criança

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A atenção constante ao corpo das celebridades durante e após a gravidez pode trazer muita pressão para as mulheres, que se espelhamcasa de aposta cadastre e ganhepadrões que não são realistas

Podem surgir preocupações financeiras, principalmentecasa de aposta cadastre e ganhepaíses que não oferecem licença-maternidade ou políticascasa de aposta cadastre e ganhecreche adequadas. E, se ou quando elas retomam suas carreiras, as mães frequentemente sentem a pressãocasa de aposta cadastre e ganheprojetar a imagemcasa de aposta cadastre e ganheque a maternidade não as mudou - muitas vezes para evitar a "penalidade da maternidade", que prejudica os salários e as perspectivas profissionais das mulheres.

Tudo isso ocorre, mesmo sabendo que a maternidade afeta não só as prioridades (fazendo com que, por exemplo, seja mais difícil ficar até tarde da noite no escritório), mas chega até a mudar o cérebro das pessoas.

Para piorar a situação, tudo isso acontececasa de aposta cadastre e ganheuma épocacasa de aposta cadastre e ganheque muitas mulheres estão mais exaustas do que nunca. Elas estão se recuperando fisicamente da gravidez e do parto. E maiscasa de aposta cadastre e ganheum quarto delas sofrecasa de aposta cadastre e ganheproblemascasa de aposta cadastre e ganhesaúde mental, como a depressão pós-parto ou estresse pós-traumático após darem à luz.

E, como se não bastassem todos esses fatorescasa de aposta cadastre e ganhetensão, as mães ainda lutam contra a pressão para "voltar ao normal".

Muitas culturas, especialmente no Ocidente, colocam uma pressão imensa sobre as mulheres após o parto. Elas precisam voltar a agir como se a gravidez, o parto e a maternidade nunca tivessem acontecido - e rápido.

"Muitas novas mães sentem que precisam se esforçar para provar quecasa de aposta cadastre e ganhegravidez não causou alterações a elas, nem aos seus corpos", segundo a ginecologista, obstetra e especialistacasa de aposta cadastre e ganhelactação Jennifer Lincoln,casa de aposta cadastre e ganhePortland, no Estadocasa de aposta cadastre e ganheOregon (EUA). Trata-secasa de aposta cadastre e ganheuma "realidade inatingível para muitas", afirma ela, mas as mulheres, ainda assim, internalizam essa pressão - e, às vezes, forçam seus corpos ao máximo,casa de aposta cadastre e ganheformas perigosas.

"Já vi pessoas que começaram a exercitar-se apenas uma semana após o parto e, depois, tiveram problemas com prolapso uterino e da cervical por se exercitarem demais, alémcasa de aposta cadastre e ganhesofrerem maior sangramento", afirma Lincoln, que também é autora do livro Let's Talk About Down There: An OB-GYN Answers All your Burning Questions... Without Making You Feel Embarassed for Asking ("Vamos falar sobre lá embaixo: uma ginecologista-obstetra responde a todas as suas perguntas ardentes, sem deixar você constrangida por perguntar",casa de aposta cadastre e ganhetradução livre).

"Também já tive mães que amamentavam, mas reduziram suas caloriascasa de aposta cadastre e ganheforma tão drástica que seu volumecasa de aposta cadastre e ganheleite diminuiu", ela conta.

Mesmocasa de aposta cadastre e ganhecasoscasa de aposta cadastre e ganhegravidez e parto saudáveis e sem complicações, o corpo sofre grandes alterações. Muitas das mudanças psicológicas significam que a retomadacasa de aposta cadastre e ganheexercícios vigorosos ou cortescasa de aposta cadastre e ganhecalorias precisam ser analisados com cautela. Outras transformações físicas podem chegar para ficar, tornando a volta ao normal um objetivo impossível.

Em primeiro lugar, naturalmente, existe o ganhocasa de aposta cadastre e ganhepeso.

"Quando você está grávida, você tem um aumentocasa de aposta cadastre e ganhetodos aqueles hormônios que nos dizem para manter o peso porque precisamos dele", explica Jenna Perkins, enfermeira especializadacasa de aposta cadastre e ganhesaúde da mulher e distúrbios do assoalho pélvico da regiãocasa de aposta cadastre e ganheWashington DC, nos Estados Unidos. "Nós precisamoscasa de aposta cadastre e ganhetoda essa gordura armazenadacasa de aposta cadastre e ganhevolta da nossa barriga para proteger nosso útero sensível e o bebê que está crescendo dentro dele."

Enquanto isso, os músculos abdominais e o assoalho pélvico são estirados na espessuracasa de aposta cadastre e ganheuma folhacasa de aposta cadastre e ganheum papel. Carregar um feto e o estresse do parto vaginal colocam mais peso e pressão sobre o assoalho pélvico.

Até os ossos se movem: durante a gravidez, a pélvis se inclina e fica,casa de aposta cadastre e ganhemédia, cercacasa de aposta cadastre e ganhe2,5 cm mais larga.

Muitas mulheres também sofrem os procedimentos e lesões comuns que podem resultar da gravidez e do trabalhocasa de aposta cadastre e ganheparto. E não apenas o prolapso dos órgãos pélvicos e a diástase abdominal, mas a cura do corte da cesariana ou do rasgo do períneo, por exemplo.

Isso pode levar mais tempo do que é informado para as mulheres. Seis semanas após a cesariana, a maioria das cicatrizes do corte ainda não terá se curado totalmente e a fáscia abdominal, que mantém os órgãos e os músculos nos seus lugares, terá recuperado menoscasa de aposta cadastre e ganhe60% dacasa de aposta cadastre e ganheresistência original.

Todas essas mudanças e seus possíveis resultados, segundo os especialistas, indicam que a ideiacasa de aposta cadastre e ganheque as mulheres podem retornar fisiologicamente ao mesmo corpocasa de aposta cadastre e ganheantes da gravidezcasa de aposta cadastre e ganhequestãocasa de aposta cadastre e ganhesemanas após o parto é, no mínimo, imprecisa, podendo chegar a ser perigosa.

'Está animada?'

Em Indiana, nos Estados Unidos, Shelby Alley afirma que começou a sofrer a pressão da cultura da volta ao normal antes mesmocasa de aposta cadastre e ganhedar à luz,casa de aposta cadastre e ganhe2022.

"Meu patrão, na época, antes mesmo que eu tivesse o bebê, perguntava: 'você está muito animada para ter o seu corpocasa de aposta cadastre e ganhevolta?'", ela conta. "E era um pensamento tão bizarro para mim porque eu estava literalmente gerando um ser humano. Meu corpo era mais meu do que nunca. Mas foi quando senti essa pressão pela primeira vez."

Ela internalizou a mensagem e, como resultado, mudou a forma como tratava o seu corpo. "Depois que meu filho nasceu, eu senti que, 'OK, não preciso continuar alimentando meu corpo porque não estou mais gerando outro ser humano. Posso começar a limitar minha dieta'", segundo ela.

Imagem da cantora Rihanna quando ela estava grávida

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O foco da sociedade na rápida perdacasa de aposta cadastre e ganhepeso após o parto pode fazer as mulheres se esforçarem demais, colocandocasa de aposta cadastre e ganherisco seus corpos ecasa de aposta cadastre e ganhesaúde

Mas, quando ela começou a reduzir as calorias, a primeira coisa que ela notou foi que seu leite diminuiu.

"Eu pareicasa de aposta cadastre e ganhesuperproduzir (eu conseguia bombear cercacasa de aposta cadastre e ganhe240 ml) e mal gerava o suficiente para meu filho", ela conta. "Ele estava mamandocasa de aposta cadastre e ganhehoracasa de aposta cadastre e ganhehora, não parecia satisfeito."

E ela, que já dormia pouco com a vida com um recém-nascido, sentiu-se ainda mais exausta e seu bom humor desapareceu.

Alley não restringe maiscasa de aposta cadastre e ganhealimentação, mas, às vezes, ainda se sente "culpada" por não ter perdido todo o peso dacasa de aposta cadastre e ganhegravidez. "Foi difícil reconciliar o que o mundo quer que você seja com o que a natureza precisa que você seja", afirma ela.

'Perdi todo esse peso - então, você também pode'

Apesarcasa de aposta cadastre e ganhetoda essa realidade, a mensagem que as mulheres recebem depois do parto é clara: recupere o seu corpo, o mais rápido possível.

A ênfase na perdacasa de aposta cadastre e ganhepeso após o parto decorrecasa de aposta cadastre e ganheuma sériecasa de aposta cadastre e ganhefatores. Mas fundamentalmente, a cultura da "volta ao normal" surgiu das ideias gerais da maternidade moderna, segundo a socióloga especializadacasa de aposta cadastre e ganheestudos da maternidade Sophie Brock,casa de aposta cadastre e ganheSydney, na Austrália. Ela também é apresentadora do podcast "The Good Enough Mother" ("A mãe suficientemente boa",casa de aposta cadastre e ganhetradução livre).

"As mães estão sujeitas a certas normas e expectativas sociais, diferentes das mulheres que ainda não são mães", afirma ela. "A pressão cultural da 'volta ao normal' é um exemplo disso."

"Espera-se que as mães consigam apagar todas as evidências físicascasa de aposta cadastre e ganheterem, algum dia, tido filhos, ao mesmo tempocasa de aposta cadastre e ganheque se dedicam totalmente a eles - tentando atender, ao mesmo tempo, às pressões e exigências do que significa ser simultaneamente uma mãe/esposa/profissional perfeita", explica ela.

Mas Brock acrescenta que "isso não é possível - as pessoas nos pedem para atender a ideias conflitantes e nunca podemos ser 'suficientes'".

A cultura das celebridades também é um sintoma e uma causa ao mesmo tempo.

Algumas celebridades, como a modelo Emily Ratajkowski, parecem ter barrigas planas poucos dias depois do parto. Já outras estrelas conhecidas publicaram detalhes sobre acasa de aposta cadastre e ganheperdacasa de aposta cadastre e ganhepeso, conseguida graças aos planoscasa de aposta cadastre e ganhedieta e exercícios.

E, quando as celebridades não retornam imediatamente aos seus corposcasa de aposta cadastre e ganheantes do parto, a imprensa muitas vezes destaca essas mulheres como sendo diferentes ou excepcionais. Esse foco constante faz com que os corpos pós-parto permaneçam sendo temacasa de aposta cadastre e ganheconversas - às vezes, tornando-se o centro da atenção do público, independentemente do contextocasa de aposta cadastre e ganheque essas reportagens são apresentadas.

"Você vê Rihanna no momento sendo criticada ou elogiada por não perder o peso do bebê", afirma a apresentadora britânicacasa de aposta cadastre e ganheTV e influenciadora digital Ashley James, que teve seu primeiro filhocasa de aposta cadastre e ganhejaneirocasa de aposta cadastre e ganhe2021. "Por que isso é temacasa de aposta cadastre e ganhediscussão?"

Alguns especialistas acreditam que, embora tenha se originado nas sociedades ocidentais predominantemente brancas, a cultura da volta ao normal tornou-se global. A fisioterapeuta e coachcasa de aposta cadastre e ganhefitness pós-parto Surabhi Veitch,casa de aposta cadastre e ganheToronto, no Canadá, afirma que vem observando cada vez mais a pressão para perder peso, que atinge clientescasa de aposta cadastre e ganhetodas as etnias e nacionalidades.

Veitch afirma que isso "decorre da cultura da supremacia branca, na qual os padrões brancos ou eurocêntricoscasa de aposta cadastre e ganhebeleza são a norma. Vejo isso causando impactos sobre mulheres brancas, asiáticas, indianas e negras".

Veitch nasceu na Índia e afirma que, quando ela era criança, era "melhor ser um pouco maior, mais curvilínea... mas, agora, depois que a Índia absorveu mais esses ideais ocidentais, existe lá essa pressão para sermos magras, com esses abdomens planos".

Ela acrescenta que já observou este mesmo fenômenocasa de aposta cadastre e ganheoutras culturas asiáticas, como as mulheres coreanas, chinesas e japonesas com quem ela trabalha.

'Soluções mágicas'

A publicidade também tem influência no aumento da pressão.

As redes sociais e o Google estão repletoscasa de aposta cadastre e ganheanúncioscasa de aposta cadastre e ganhecursos e planoscasa de aposta cadastre e ganhedieta destinados às mães. Existem até produtos que são apresentados como "soluções" para recuperar os corpos que as mães tinham antes do parto.

A ortopedista e fisioterapeuta do assoalho pélvico Margo Kwiatkowski,casa de aposta cadastre e ganheVentura, na Califórnia (Estados Unidos), destaca o uso popular das cintas modeladorascasa de aposta cadastre e ganhecompressão para o abdômen, que algumas mulheres usam após o parto.

"Elas não irão comprimircasa de aposta cadastre e ganhebarriga", explica ela. Mascasa de aposta cadastre e ganheaversão às cintas vai além desta questão.

"Muitas das cintas modeladoras vendidas online e comercializadas para uso pós-parto são exatamente como um espartilho", explica ela, o que pode agravar o prolapso.

Por mais que uma mulher possa não desejar entrar na cultura do "voltar ao normal", é difícil não ser afetada, segundo Sophie Brock. Ela compara a mensagem onipresente à nossa volta com a vida no "aquário" da maternidade.

Mulher pedalandocasa de aposta cadastre e ganhebicicleta ergométrica

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"Não podemos 'pular fora', nem ficar imunes a essa influência", afirma ela. "A cultura se manifesta nas nossas famílias, nos relacionamentos, carreiras, instituições, nos meioscasa de aposta cadastre e ganhecomunicação a que somos expostos etc. Por isso, algumas serão capazescasa de aposta cadastre e ganheconstruir/desenvolver/atingir mais 'imunidade' a essas mensagens do que outras."

Uma pessoa que descobriu que essas mensagens são prejudiciais é Lucy Kingsford,casa de aposta cadastre e ganheCambridge, no Reino Unido. Quando seu filho nasceu,casa de aposta cadastre e ganhejaneirocasa de aposta cadastre e ganhe2022, Kingsford passou por uma episiotomia - um procedimentocasa de aposta cadastre e ganheque o períneo é cortado na hora do parto para abrir caminho para o bebê.

Mas, no caso dela, seus pontos ficaram infectados. A dor era lancinante e ela não conseguia sentar-se sem uma almofada inflável.

"Eu não conseguia nem mesmo me deitar direito", ela conta. "Se eu andasse por maiscasa de aposta cadastre e ganhecinco minutos, abriria os pontos. Eu tomei três rodadas diferentescasa de aposta cadastre e ganheantibióticos e precisei pararcasa de aposta cadastre e ganheamamentar porque os remédios estavam deixando meu bebê doente."

Kingsford levou quatro meses para começar a andar novamente, que dirá recuperar o corpo que tinha antes do parto.

Apesarcasa de aposta cadastre e ganhetudo por que passou, ela também sente a pressão cultural para voltar ao normal - uma realidade que a fez sentir-se derrotada, agora que ela usa roupas que são oito números maiores do que antes da gravidez.

"Esses dias logo após o parto, por si só, já são difíceis", afirma ela. "E, então, você tem a imprensa produzindo reportagens e mais reportagens dizendo, 'estas celebridades estão com ótima aparência poucas semanas depois do parto'."

"Mas o pior são as pessoas 'normais', não celebridades, dizendo 'perdi todo esse peso - você também pode'. Eu tive depressão pós-parto muito forte e não acho que ver esses conteúdos no Facebook tenha ajudado", afirma ela.

No casocasa de aposta cadastre e ganheAlley e outras, a cultura da volta ao normal, muitas vezes, chega até elascasa de aposta cadastre e ganhefamiliares próximos, que insistiramcasa de aposta cadastre e ganhecomentar sobre o pesocasa de aposta cadastre e ganheAlley ao longocasa de aposta cadastre e ganhetoda a gravidez.

"Ninguém deveria sentir que precisa voltar ao normal com tanta rapidez depoiscasa de aposta cadastre e ganheter um bebê. Eu sei que fui longe demais, rápido demais", afirma ela. "Acho que, se tivesse uma comunidade que me apoiasse mais, ou uma comunidadecasa de aposta cadastre e ganhefato que me dissesse 'olá, tudo vai ficar bem', acho que teria sido uma mãe melhor, mais cedo."

Outra mulher que se manifestou sobre as consequências da cultura da volta ao normal sobre a saúde mental e física das mulheres foi a influenciadora James. "Eu lembro que pensava 'seis semanas são suficientes, vou pegar a liberação do médico da família e voltar a correr", ela conta.

"Minha fisioterapeutacasa de aposta cadastre e ganhesaúde pélvica disse 'você pode vir me ver antescasa de aposta cadastre e ganhecomeçar a corrercasa de aposta cadastre e ganhenovo?' E foi quando ela me diagnosticou com prolapso. Ela disse que, se eu tivesse começado a correr, teria sido muito perigoso, pois eu teria agravado o prolapso."

James conta que, felizmente, ela já havia trabalhadocasa de aposta cadastre e ganherelação com seu corpo antes da gravidez e depois do parto,casa de aposta cadastre e ganhegrande parte por ter sofrido um período ruim anteriormente, pertocasa de aposta cadastre e ganhe2014, quando teve ataquescasa de aposta cadastre e ganhepânico antescasa de aposta cadastre e ganheeventos, preocupada porque ela parecia "enorme".

"Quando fiquei grávida, fiquei animada, pensando 'que venham as mudanças'", ela conta. "Fiquei com estrias na barriga, onde a pele ficou estirada, mas, na verdade, eu gosto delas... gosto da ideiacasa de aposta cadastre e ganheque o seu corpo é quase que uma tapeçaria feita pela mãe natureza, com todas as pequenas cicatrizescasa de aposta cadastre e ganhediferentes histórias da vida, como ter um filho."

Mas sentimentos como oscasa de aposta cadastre e ganheJames continuam sendo exceções e não a regra.

'Meu marido levou a balança embora'

É claro que existe outra realidade: para muitas mulheres, não importa o quanto elas façam exercício ou sigam dietas. Seus corpos nunca voltarão a ser o que eram antes da gravidez. E Veitch explica que isso é normal.

"Falo frequentemente sobre o pós-parto como a puberdade", explica ela. Nós não passamos pela puberdade esperando que os nossos corpos se pareçam como quando tínhamos nove ou 10 anoscasa de aposta cadastre e ganheidade. Nós sabemos que nossos corpos mudaramcasa de aposta cadastre e ganheforma permanente."

"Na gravidez ou no pós-parto, não estamos mudandocasa de aposta cadastre e ganheforma tão drástica, mas existem imensas alterações", afirma ela. "E a maior parte das mulheres não voltará a ter exatamente a mesma aparência que elas tiveram um dia."

Mas,casa de aposta cadastre e ganheuma cultura que valoriza a volta ao normal e faz com que ela pareça acessível e saudável para todas as mulheres, não ter o corpocasa de aposta cadastre e ganheforma, capazcasa de aposta cadastre e ganhetudo o que fazia antes da gravidez, pode parecer um fracasso.

Até as mulheres que priorizaram a volta ao normal e acham que,casa de aposta cadastre e ganheforma geral, foi positivo apresentam sentimentos contraditórios.

Antescasa de aposta cadastre e ganheficar grávida, Hannah Lucy Galliers,casa de aposta cadastre e ganheGloucestershire, no Reino Unido, sempre manteve os exercícios como "grande prioridade". Mas, entre os lockdowns da pandemiacasa de aposta cadastre e ganhecovid-19, o fechamento das academias e a gravidez, "eu não reconhecia mais quem eu era - eu não reconhecia meu rosto no espelho", ela conta.

E, depoiscasa de aposta cadastre e ganherecuperar-secasa de aposta cadastre e ganheuma cesariana, ela voltou imediatamente para a academia.

"Eu sempre usei o exercício para regular minha saúde mental e voltar ao normal era muito importante para mim", afirma ela. Mas Galliers ressalta que também foi motivada por querer parecer magra. E encontrar um meio-termo feliz não tem sido fácil.

"Quando comecei a ficar preocupada porque meu peso não diminuía ou havia aumentado um pouco, meu marido levou a balança embora, porque ele não queria que eu me deixasse mais doente", recorda ela. "Pode tornar-se algo muito obsessivo, pois vivemoscasa de aposta cadastre e ganheuma sociedade que determina os valores das mulheres pelo número na balança."

James faz parte da resistência à cultura da volta ao normal nas redes sociais, com postagens celebrando as mudanças do seu corpo. Ela destaca que o foco no peso da pessoa pó-parto não é perigoso apenas para a saúde física e mental. É também uma reversão bizarracasa de aposta cadastre e ganhecomo as mulheres costumam ser tratadas durante a gravidez.

"São nove meses criando um bebê, com todos falando como você está radiante e como você está bonita. E, depois, eles ficam um tanto espantados", ela conta. "Acasa de aposta cadastre e ganheaparência externa não deveria ter importância. Deveria ser, 'uau, obrigado por trazer uma vida para este mundo' ou 'você está bem?'"

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) na seção Family Tree do site BBC Worklife

- Este texto foi publicadocasa de aposta cadastre e ganhehttp://www.mi-rob.com/brasil-63381730