Câncer: as diferenças entre tratamentos no SUS e na rede privada:aposta para presidente na bet365
- André Biernath
- Da BBC News Brasilaposta para presidente na bet365Londres
'Não existe câncer público e câncer privado. Por que o tratamento é tão diferente no SUS?'
aposta para presidente na bet365 O engenheiro Thiago Brasileiro,aposta para presidente na bet36543 anos, e a influenciadora digital Lucileneaposta para presidente na bet365Lima,aposta para presidente na bet36541, possuem históriasaposta para presidente na bet365vida que são, ao mesmo tempo, parecidas e diferentes.
Ambos foram diagnosticados com leucemia mieloide crônica, um tipoaposta para presidente na bet365câncer que afeta a medula óssea — aquele "tutano" que temos no interior dos ossos e é responsável por fabricar as células do sangue, como as hemácias e os leucócitos.
Em 2017, Brasileiro começou a sentir uma dor no abdômen e um cansaço muito grande. Ele foi então a um hospitalaposta para presidente na bet365Belo Horizonte, cidade onde mora. Lá, rapidamente recebeu o diagnóstico e o tratamento.
"Assim que a biópsia definiu o tipoaposta para presidente na bet365tumor, os médicos prescreveram uma das três quimioterapias orais disponíveis e,aposta para presidente na bet365cercaaposta para presidente na bet36510 dias, eu já estava com o remédioaposta para presidente na bet365mãos", relata.
Lima, por outro lado, demorou quase um mês para buscar o pronto-socorro desde o início dos sintomas que experimentou, como o aparecimentoaposta para presidente na bet365manchas na pele e um emagrecimento rápido.
Quando finalmente marcou uma consulta, a moradoraaposta para presidente na bet365Diadema, na Grande São Paulo, passou por três unidadesaposta para presidente na bet365saúde diferentes antesaposta para presidente na bet365saber qual era a verdadeira origem daqueles incômodos.
"A investigação médica começouaposta para presidente na bet365dezembroaposta para presidente na bet3652012 e só fui iniciar o tratamentoaposta para presidente na bet365abrilaposta para presidente na bet3652013. Foram quatro mesesaposta para presidente na bet365espera", lembra.
Mas qual a diferença fundamental entre os dois? Brasileiro tem convênio médico e realiza todo o acompanhamentoaposta para presidente na bet365clínicas e hospitais privados. Lima não possui esse tipoaposta para presidente na bet365seguro e depende do Sistema Únicoaposta para presidente na bet365Saúde (SUS) para lidar com a enfermidade.
Além da demora para ter o primeiro acesso aos fármacos, Lima aponta a dificuldadeaposta para presidente na bet365recebê-los todo mês — o tratamento da leucemia mieloide crônica costuma ser feito com um entre três quimioterápicos disponíveis (imatinibe, dasatinibe e nilotinibe), administrados por meio da ingestão diáriaaposta para presidente na bet365comprimidos.
"Com o passar do tempo, você cria laços com outros pacientes. Recentemente, me contaram que os remédios estavam faltando na Bahia, no Rioaposta para presidente na bet365Janeiro,aposta para presidente na bet365Minas Gerais, no Pará, no Rio Grande do Norte…", lista.
"Só no ano passado, eu mesma fiquei sem receber a dose certaaposta para presidente na bet365julho, agosto, setembro, outubro e dezembro", complementa.
Lima afirma não ter condiçõesaposta para presidente na bet365custear o tratamento, cujo preço varia entre R$ 12 mil e R$ 18 mil por mês. "Uma vez ou outra, até dá pra se virar e pedir ajuda financeira para alguém próximo", diz.
"Mas, às vezes, precisamos recorrer aos familiaresaposta para presidente na bet365um paciente que acabouaposta para presidente na bet365morrer para que eles doem a medicação que sobrou."
Brasileiro, que coordena gruposaposta para presidente na bet365pacientes na Associação Brasileiraaposta para presidente na bet365Linfoma e Leucemia (Abrale), também afirma lidar com relatos do tipo com mais frequência do que gostaria.
"Não existe câncer público e câncer privado. Por que o tratamento é tão diferente no SUS?", questiona.
Imbróglio profundo

Crédito, Agência Brasil
Desafios na gestão do câncer na rede pública demandam mudanças estruturais, apontam especialistas
Histórias como aaposta para presidente na bet365Brasileiro e Lima são um retrato do que acontece todos os dias com pessoas diagnosticadas com câncer, a segunda principal causaaposta para presidente na bet365morte no país, atrás apenas das doenças cardiovasculares.
Segundo alguns pesquisadores ouvidos pela BBC News Brasil, é possível observar um enorme descompasso entre o que existeaposta para presidente na bet365mais moderno e eficiente para tratar os tumores e aquilo que é oferecidoaposta para presidente na bet365fato nas unidadesaposta para presidente na bet365oncologia.
"Existe um abismo. Essa é uma das expressões mais concretas das desigualdadesaposta para presidente na bet365saúde no Brasil", constata a médica Lígia Bahia, professora da Universidade Federal do Rioaposta para presidente na bet365Janeiro (UFRJ).
Esse "buraco", aliás, se ampliou ainda mais na última década. Nesse período, foram lançadas drogas que revolucionaram o setor e são capazesaposta para presidente na bet365aumentar a sobrevida ou até curar os pacientes. No entanto, elas são muito caras — não raro, custam uma pequena fortuna por mês.
"Para ter ideia, maisaposta para presidente na bet36595% dos medicamentos oncológicos aprovados para uso no país nos últimos dez anos não estão disponíveis no SUS", calcula o oncologista Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer.
Como medicamento chega ao paciente
Para entender direitinho esse assunto, porém, é preciso dar um passo para trás e explicar como uma nova medicação chega (ou deveria chegar) a quem mais precisa dela.
Vamos supor que o medicamento X apresentou ótimos resultados contra o cânceraposta para presidente na bet365mama.
A farmacêutica responsável por aquela molécula precisa entrar com um pedidoaposta para presidente na bet365aprovação na Agência Nacionalaposta para presidente na bet365Vigilância Sanitária, a Anvisa.
Os técnicos da instituição avaliam o dossiêaposta para presidente na bet365evidências e tomam uma decisão. Se os dados forem suficientemente bons, o remédio está liberado para venda e prescrição no Brasil.
"Esse 'ok' da Anvisa significa que o fármaco está autorizado para ser vendido no país, mas ele não precisa ser necessariamente coberto pelos planosaposta para presidente na bet365saúde ou disponibilizado no SUS", diferencia a psicóloga Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia.
Essa incorporação pelos sistemas público ou privado só acontece após uma nova rodadaaposta para presidente na bet365análises. Só que aqui o processo se bifurcaaposta para presidente na bet365duas instâncias diferentes, ambas vinculadas ao Ministério da Saúde.
Quem é responsável por determinar se o novo tratamento deve fazer parte dos pacotesaposta para presidente na bet365serviços obrigatórios dos convênios é a Agência Nacionalaposta para presidente na bet365Saúde Suplementar, a ANS.
Agora, quem bate o martelo sobre a adoção daquilo no SUS é a Comissão Nacionalaposta para presidente na bet365Incorporaçãoaposta para presidente na bet365Tecnologias no Sistema Únicoaposta para presidente na bet365Saúde, a Conitec.
E aqui as diferenças começam a ficar mais aparentes: por uma sérieaposta para presidente na bet365razões, muitas coisas aprovadas pela ANS não recebem o sinal verde da Conitec.
"Como que existem possibilidadesaposta para presidente na bet365tratamento tão diferentes dentroaposta para presidente na bet365um mesmo país? Esse é um exemploaposta para presidente na bet365como as desigualdades do nosso sistemaaposta para presidente na bet365saúde estão naturalizadas", observa Bahia.
Pra piorar, nem tudo que ganha uma sinalização positiva da Conitec chega efetivamente aos pacientes que poderiam se beneficiar com aquilo.
"Pela lei, a nova opção terapêutica aprovada pela comissão deveria estar à disposição dos pacientesaposta para presidente na bet365180 dias. Mas não é isso que acontece", denuncia Holtz.
A históriaaposta para presidente na bet365um remédio
Para ilustrar esse descompasso entre a decisão técnica e a prática clínica, o oncogeneticista Bruno Filardi, colaborador do Serviçoaposta para presidente na bet365Genética do Hospital das Clínicas da Faculdadeaposta para presidente na bet365Medicinaaposta para presidente na bet365Ribeirão Preto, no interior paulista, cita como exemplo um medicamento chamado gefitinibe.
Após passar por todo o processo burocrático citado nos parágrafos anteriores, esse fármaco recebeu no finalaposta para presidente na bet3652013 a aprovação da Conitec como tratamento principal para um tipoaposta para presidente na bet365cânceraposta para presidente na bet365pulmãoaposta para presidente na bet365estágio mais avançado ou metastático (quando a doença se espalhou para outros órgãos),aposta para presidente na bet365que ocorre uma mutação genética chamada EGFR.

Crédito, Getty Images
Remédio para cânceraposta para presidente na bet365pulmão é exemploaposta para presidente na bet365tratamentos que são incorporados, mas não chegamaposta para presidente na bet365verdade aos pacientes
"Os estudos mostraram que o paciente que faz esse tratamento tem um benefício enormeaposta para presidente na bet365termosaposta para presidente na bet365sobrevida", resume o médico.
"Além disso, as análisesaposta para presidente na bet365farmacoeconomia mostraram que oferecer comprimidosaposta para presidente na bet365gefitinibe sairia mais barato na comparação com o tratamento anterior, feito a partir da quimioterapia injetável", completa.
Mas aí vem o problema: o valor mensal por paciente pago pelo SUS para os hospitais que tratam esse cânceraposta para presidente na bet365pulmão não foi alterado até hoje.
Na prática, as instituições recebem R$ 1.100,00 por mês por paciente. Mas o custo mensal do gefitinibe está na casa dos R$ 4 mil.
Ou seja: a conta simplesmente não fecha.
Com isso, muitos hospitais optam por continuar a oferecer o tratamento antigo (a quimioterapia), já que ele se encaixa no orçamento, mesmo que seja menos efetivo, leve a uma expectativaaposta para presidente na bet365vida menor e, no final das contas, custe mais para todo o sistema.
Isso porque o paciente que faz a químio geralmente tem mais recaídas, precisaaposta para presidente na bet365internação, cuidados com os efeitos colaterais... E todos esses procedimentos extras acabam saindo mais caro no final das contas.Ou seja: a quimioterapia sozinha pode até sair mais barata na comparação com o gefitinibe. Mas , alémaposta para presidente na bet365um efeito pior, ela acarretaaposta para presidente na bet365tantas outras coisas que acaba custando mais no finalaposta para presidente na bet365todo o processo.
Vale mencionar que essa diferençaaposta para presidente na bet365valores entre o que a tabela do SUS estipula e o preço real do tratamento aconteceaposta para presidente na bet365vários outros tumores.
O médico Denizar Vianna, professor titular da Faculdadeaposta para presidente na bet365Medicina da Universidade do Estado do Rioaposta para presidente na bet365Janeiro (Uerj), diz que essas diferenças têm a ver com a forma como a rede públicaaposta para presidente na bet365saúde é financiada e dependeaposta para presidente na bet365aportes do Governo Federal, dos Estados e dos municípios.
"A União estipula um valor que será pago por paciente e entende que Estados e municípios devem inteirar o restante", contextualiza o especialista, que também foi secretário do Ministério da Saúde e ajudou na elaboração do planoaposta para presidente na bet365governoaposta para presidente na bet365Ciro Gomes (PDT) e fez sugestões à chapa Lula/Alckmin (PT/PSB).
"Mas isso gera uma iniquidade muito grande, já que alguns Estados, como São Paulo, têm muito recurso e conseguem fazer esse complemento, o que permite o acesso aos tratamentos mais modernos nesses lugares. Enquanto isso, outros não possuem essa mesma capacidade", compara.
'Meu SUS é diferente do seu'
Holtz também chama a atenção para faltaaposta para presidente na bet365padronização nos protocolosaposta para presidente na bet365tratamento contra o câncer na rede pública.
Esse, aliás, foi temaaposta para presidente na bet365uma pesquisa que ela publicouaposta para presidente na bet3652017,aposta para presidente na bet365parceria com outros colegas.
Intituladoaposta para presidente na bet365"Meu SUS é diferente do seu SUS", o projeto analisou como é o tratamento contra os quatro tiposaposta para presidente na bet365câncer mais incidentes na população brasileira: os tumoresaposta para presidente na bet365pulmão, mama, próstata e colorretal.
Foram comparados 52 centros oncológicos. Desses, 18 sequer tinham protocolos terapêuticos para essas doenças.
Entre aqueles que possuíam alguma diretriz, 16 unidades ofereciam um tratamento contra o cânceraposta para presidente na bet365pulmão inferior ao sugerido pelo próprio Ministério da Saúde. O mesmo cenário se repetiuaposta para presidente na bet365oito centros que lidavam com tumoresaposta para presidente na bet365mama.
Vale citar que também foram observados centros que possuíam um padrão terapêutico superior ao preconizado pelo Governo Federal.
Essa heterogeneidade foi vista como um grande empecilho pelos pesquisadores.
"A equidade é um dos princípios do SUS, mas o que vemos na prática é que cada centro faz aquilo que bem entende", critica a psicóloga.
"Muitas vezes, é o CEP [Códigoaposta para presidente na bet365Endereçamento Postal] daaposta para presidente na bet365casa que vai definir se você vai ter acesso ao melhor tratamento contra o câncer ou não", resume.
Em outras palavras, se você tiver a sorteaposta para presidente na bet365ser encaminhado para um centroaposta para presidente na bet365referência — como o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e o Instituto do Câncer do Estadoaposta para presidente na bet365São Paulo (Icesp) — pode conseguir acesso a tratamentos mais modernos, enquanto outros brasileiros não terão a mesma oportunidade.

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Acesso aos tratamentos oncológicos varia dentro do próprio SUS — algumas unidades têm remédios mais modernos, enquanto outras oferecem opções ultrapassadas
'Não podemos assumir que o Brasil funciona na média'
Para o médico Nelson Teich, que foi ministro da Saúde entre abril e maioaposta para presidente na bet3652020, no governoaposta para presidente na bet365Jair Bolsonaro (PL), é muito complicado comparar o que acontece com os pacientes com câncer que dependem da saúde pública ou privada no Brasil atualmente.
E isso tem a ver com a faltaaposta para presidente na bet365indicadores que ajudem a entender a real situação do país — ou, preferencialmente, das macrorregiõesaposta para presidente na bet365que o planejamento da saúde deveria ser feito.
"Nós não temos no momento dadosaposta para presidente na bet365qualidade para fazer esse tipoaposta para presidente na bet365avaliação", constata.
"O Brasil é continental, tem 117 macrorregiões e 5.568 municípios. Falta ao país um grande programaaposta para presidente na bet365informaçõesaposta para presidente na bet365saúde", avalia.
Para Teich, esses indicadores sobre o câncer precisam ser divididosaposta para presidente na bet365quatro grandes blocos: primeiro, a expectativaaposta para presidente na bet365novos casosaposta para presidente na bet365cada tumor por ano; segundo, a infra-estrutura necessária para diagnosticar e tratar essa estimativaaposta para presidente na bet365pacientes; terceiro, os resultadosaposta para presidente na bet365desempenho desses serviços; quarto, o financiamento, ou como toda essa estrutura será custeada.
Ainda segundo o especialista, essas análises precisam ser regionalizadas.
"Não podemos assumir que o Brasil funciona na média. Será preciso ter indicadoresaposta para presidente na bet365cada macrorregião e compará-los com lugares próximos, respeitando a cultura e a economia local", propõe.
Os planosaposta para presidente na bet365saúde também têm falhas
Embora o acesso a certos tratamentos seja relativamente mais fácil para quem tem planoaposta para presidente na bet365saúde, isso não quer dizer que todos os convênios são perfeitos e oferecem tudo para os beneficiários, apontam os especialistas.
"O acesso aos tratamentos mais modernos não é igual para todo mundo que tem planoaposta para presidente na bet365saúde. Há muitos casosaposta para presidente na bet365que apenas os seguros mais caros oferecem essas opções", destaca Bahia.
Vianna entende que a principal barreira do sistemaaposta para presidente na bet365saúde privado está na fragmentação dos serviços.
"No SUS, há uma organização determinada,aposta para presidente na bet365que a base é a atenção primária. Daí, o paciente só alcança as unidadesaposta para presidente na bet365atendimentoaposta para presidente na bet365média e alta complexidade se tiver um encaminhamento para isso", explica ele.
"Já na rede privada, o acesso aos especialistas é excessivo. A pessoa consegue rapidamente consultar médicos especialistas, sem passar por um clínico geral antes."
"Isso também não é bom, porque deixa o sistema todo fragmentado. O indivíduo vai num lugar fazer exame,aposta para presidente na bet365outra clínica para receber o remédio, num terceiro lugar para a consulta… Com isso, não existe um alinhamento e uma padronização dos cuidadosaposta para presidente na bet365saúde", aponta.
A BBC News Brasil procurou o Ministério da Saúde e pediu um posicionamento a respeito dos pontos que foram apresentados pelos especialistas. Nenhuma resposta foi enviada até a publicação desta reportagem.
Como desatar esse nó?
Logicamente, um problema tão complexo como esse dependeaposta para presidente na bet365uma enorme mudança nas políticas públicas e na forma como o câncer é encarado no país.
Os entrevistados pela BBC News Brasil levantaram uma sérieaposta para presidente na bet365sugestões que podem encurtar as desigualdades na oncologia.
Bahia acredita que o primeiro passo está justamenteaposta para presidente na bet365reconhecer a existência do problema.
"Precisamos saber que essas coisas acontecem e nos indignar com isso. Não é normal que falte tratamento para algumas pessoas", diz.
Maluf destaca que o Instituto Vencer o Câncer elaborou uma sérieaposta para presidente na bet365propostas para os candidatos que participaram das eleiçõesaposta para presidente na bet3652022.
"Sugerimos, por exemplo, o aumentoaposta para presidente na bet365impostos sobre alimentos e bebidas que claramente fazem mal à saúde, a criaçãoaposta para presidente na bet365um fundo nacional contra o câncer, a revisão das tabelasaposta para presidente na bet365valores do SUS e dos protocolosaposta para presidente na bet365tratamento oncológico no país", lista.
"Não podemos esquecer da prevenção, até mesmo por meio das vacinas. Os imunizantes contra a hepatite B e o HPV, por exemplo, diminuem drasticamente o riscoaposta para presidente na bet365tumores no fígado e no útero, respectivamente", acrescenta.
Para Filardi, é preciso descentralizar os serviçosaposta para presidente na bet365oncologia no país. "Temos várias clínicas que poderiam atender o SUS e resolver muitos problemas localmente."
O oncogeneticista também acredita que o Brasil deveria ter um programaaposta para presidente na bet365incentivo à produçãoaposta para presidente na bet365biossimilares, medicamentos biológicos parecidos aos anticorpos monoclonais "originais" usados contra alguns tumores.
"É relativamente fácil fazer isso e baratear o preço dos fármacos", detalha.

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Fazer examesaposta para presidente na bet365rastreamento, como a mamografia, e detectar casosaposta para presidente na bet365câncer no início são maneirasaposta para presidente na bet365lidar com a questão
Holtz entende que seria necessário discutir um orçamento público específico para a oncologia e incentivar a realizaçãoaposta para presidente na bet365pesquisas clínicas no país, aquelas que testam novos medicamentos.
"Também precisamos estabelecer uma 'cesta básica padrão', ou um tratamento mínimo contra os cânceres que seja decente, efetivo e igual para todo mundo", conclui.
Vianna indica que centralizar no Ministério da Saúde a negociação para obter insumos e medicamentos pode ser vantajoso.
"O ministério tem um grande poderaposta para presidente na bet365compra, o que naturalmente representa uma vantagem na horaaposta para presidente na bet365negociar os preços", aponta.
"Essa compra centralizada já acontece para algumas drogas específicas, mas pode ser ampliada", crê.
Teich entende que, antesaposta para presidente na bet365pensaraposta para presidente na bet365propostas específicas, é preciso organizar o setor — o que envolve necessariamente a criaçãoaposta para presidente na bet365todo um sistemaaposta para presidente na bet365informações que não existe hojeaposta para presidente na bet365dia.
"Além disso, o grande movimento do Brasil para lidar com o câncer tem que envolver o diagnóstico precoce", propõe o ex-ministro.
A lógica é simples: quanto mais cedo o caso é detectado, maiores a chancesaposta para presidente na bet365tratá-lo e até curá-lo facilmente, sem a necessidadeaposta para presidente na bet365tratamentos complexos e custosos.
"Ao diagnosticar a doença num estágio mais avançado, você invariavelmente precisaaposta para presidente na bet365medicamentos novos, que trazem um melhor resultado, mas são muito mais caros", raciocina.
Por fim, muitas das ideias para trazer mais saúde e qualidadeaposta para presidente na bet365vida para quem tem câncer podem vir dos próprios pacientes, como aqueles que foram citados no início desta reportagem.
Brasileiro acredita que não há solução longe da saúde pública. "Hoje o único caminho é trabalhar, lutar, debater e defender o SUS."
"Só vamos melhorar quando o paciente virar o centro das atenções e dos cuidados", acredita.
Já Lima deseja não precisar mais sofrer com a incertezaaposta para presidente na bet365receber ou não o tratamento que a mantém viva.
"Eu nunca deixaria acabar as medicações. Ficar sem remédio é praticamente uma sentençaaposta para presidente na bet365morte para nós", finaliza.
- Este texto foi publicadoaposta para presidente na bet365http://bbc.co.ukhttp://www.mi-rob.com/brasil-63411668

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