'Associar idosos à radicalização e à extrema direita é velhofobia', diz antropóloga:vai de bet investigada

Segundo o Instituto Brasileirovai de bet investigadaGeografia e Estatística (IBGE), os idosos (60 anos ou mais) são, atualmente, 14,7% da população ou 31,23 milhõesvai de bet investigadapessoas. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostravai de bet investigadaDomicílios Contínuavai de bet investigada2021.

Eles foram 3,5% dos presos por invadir as sedes dos Três Poderes no iníciovai de bet investigadajaneiro. Segundo a lista divulgada pela Secretariavai de bet investigadaEstadovai de bet investigadaAdministração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), havia apenas um idoso com maisvai de bet investigada80 anos entre os presos e dois com maisvai de bet investigada70. Ao todo, 40 pessoas tinham entre 60 e 69 anos — 14 delas nascidasvai de bet investigada1962.

Na prática, setevai de bet investigadacada dez presos (765) tinham entre 40 e 60 anos, o que corrobora,vai de bet investigadafato, a percepçãovai de bet investigadaque pessoasvai de bet investigadaidade mais avançada, mas não idosos, foram maioria entre os manifestantes presos. Entre 18 e 30 anos, foram 318 presos.

Isso não significa que idosos não tenham participado dos atos antidemocráticos.

Antes, a Polícia Federal (PF) liberou 684 pessoas detidas acusadasvai de bet investigadaparticiparem das manifestações pró-Bolsonaro. Entre elas, estavam idosos com maisvai de bet investigada65 anos, mulheres que têm filhos pequenos e pessoas com comorbidades graves. Todas estavam no acampamento montadovai de bet investigadafrente ao quartel-general do Exército,vai de bet investigadaBrasília.

Em 9vai de bet investigadajaneiro, saiu da Academia da PF um ônibus lotadovai de bet investigadamanifestantes idosos. De acordo com informações divulgadas pela imprensa, eles vestiam as camisas da seleção brasileira, empunhavam bandeiras verde e amarela, e levavam a bagagem do acampamento.

Outro dado importante: sondagens realizadas pelos principais institutosvai de bet investigadapesquisa no Brasil apontaram, a um mês das eleições, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha, entre os idosos, intençãovai de bet investigadavoto superior àvai de bet investigadaBolsonaro.

Na pesquisa CNT/MDA, divulgada no dia 16vai de bet investigadasetembro, por exemplo, Lula aparecia com 45% da intençãovai de bet investigadavotos entre os jovensvai de bet investigada16 a 24 anos e 47% entre os idososvai de bet investigada60 anos e maisvai de bet investigadaidade. Já Bolsonaro, 36% entre os jovens e 32% entre os idosos.

Na ocasião, José Eustáquio Diniz, um dos mais prestigiados demógrafos do Brasil, escreveuvai de bet investigadaartigo para o site EcoDebate.

"É comum caracterizar a juventude como tendo um espírito participativo, contestatório, esquerdista e até revolucionário, enquanto aos idosos são atribuídas posturas conservadoras, tradicionalistas e posicionamentos mais à direita no espectro político. Mas os dados das intençõesvai de bet investigadavoto nas eleições presidenciais do Brasil,vai de bet investigadasetembrovai de bet investigada2022, não confirmam estes estereótipos da cultura popular, especialmente aquele ditado que diz: 'Uma pessoa jovem sem simpatia pelos ideaisvai de bet investigadaesquerda não tem coração e uma pessoa idosa que continua simpática aos ideaisvai de bet investigadaesquerda não tem razão'".

E,vai de bet investigada2021,vai de bet investigadauma das maiores manifestaçõesvai de bet investigadaapoio a Bolsonaro, no último dia 7vai de bet investigadasetembro, na Avenida Paulista,vai de bet investigadaSão Paulo, pessoas acimavai de bet investigada65 anos eram apenas 8% do totalvai de bet investigadamanifestantes. A maioria (51%) tinha entre 35 e 54 anos, e 19%, entre 55 e 64 anos, estimou um levantamento da Universidadevai de bet investigadaSão Paulo. Na época, a Polícia Militarvai de bet investigadaSão Paulo calculouvai de bet investigada125 mil o númerovai de bet investigadapresentes.

'Puro preconceito'

Na visãovai de bet investigadaGoldenberg, a extrema direita não é alimentada pelos idosos, mas pela "faltavai de bet investigadapropósito, vazio existencial, ociosidade, entre outros elementos" que alguns especialistas, diz ela, "erroneamente" associam aos mais velhos "por puro preconceito".

"Longevai de bet investigadaquerer romantizar os idosos, não podemos classificar essas pessoas necessariamente como eleitoresvai de bet investigadaextrema direta".

"Eles votamvai de bet investigadaalguémvai de bet investigadaextrema direita que é menos ameaçador do que aquele que poderia destruir os valores mais importantes na vida delas. É quase como uma autodefesa".

Goldenberg ressalva, porém, que o "medo" se tornou uma "arma para atrair os idosos ao bolsonarismo".

Mas argumenta que isso não significa que outras faixas etárias, inclusive os mais jovens, não possam ser "radicalizados".

"Existe maior vulnerabilidade dos mais velhos ao discurso que provoca medo e ameaça destruir o mundo que eles conhecem e se sentem seguros e protegidos. O WhatsApp e a mídiavai de bet investigadaextrema direita se tornaram armas poderosas para provocar medo e insegurança nos mais velhos. Eles são mais vulneráveis e sentem muito mais medo com as ameaçasvai de bet investigadadestruição dos seus valores", conclui.

- Este texto foi publicado em http://www.mi-rob.com/brasil-64304691