Operada e devolvida ao útero, menina que nasceu duas vezes hoje 'acorda sorrindo toda manhã':betmotion wikipedia

Margaret com o marido, Lynlee e o médico que a operou
Legenda da foto, Margaret e seu marido recorreram ao médico Oluyinka Olutoye para salvar a vidabetmotion wikipediasua filha | Foto: Texas Children's Hospital

betmotion wikipedia Um bebê pode nascer duas vezes?

Não é o caso da absoluta maioria das crianças, mas foi assim para a pequena Lynlee Boemer.

Em outubrobetmotion wikipedia2015,betmotion wikipediamãe, Margaret Boemer, descobriu que estava grávidabetmotion wikipediagêmeos. Ela sofreu um aborto espontâneo, mas um dos bebês sobreviveu.

Com dez semanasbetmotion wikipediagestação, ela e o marido descobriram que teriam uma menina. "Fiquei bem feliz. Já tinha duas meninas. Mais uma seria divertido", disse Margaret, que escolheu o nomebetmotion wikipediaLynleebetmotion wikipediahomenagem às avós da menina.

Mas essa alegria seria interrompida algumas semanas depois, quando ela fez um ultrassom.

"Ficamos animadosbetmotion wikipediaver nossa filha se mexendo, mas eu e meu marido notamos algo estranho. Parecia haver uma cabeçabetmotion wikipediaoutro bebê na imagem. A técnica apenas disse que o coração dela estava bem, mas falou que precisava chamar o médico."

Lynlee tinha um teratoma sacrococcígeo crescendo nabetmotion wikipediacoluna, na região do cóccix. Esse tipobetmotion wikipediatumor é o mais comum encontradobetmotion wikipediabebês, mas ainda assim é bastante raro, ocorrendobetmotion wikipediauma 1 a cada 35 mil gestações. Sua causa é desconhecida, e é quatro vezes comumbetmotion wikipediameninas quebetmotion wikipediameninos.

O tumor estava competindo com Lynlee por sangue e elevando seu riscobetmotion wikipediater uma falência cardíaca. "O médico disse que era sério, porque o tumor já podia ser visto com apenas 16 semanasbetmotion wikipediagestação. Normalmente ele só é identificado mais tarde ou depoisbetmotion wikipediao bebê nascer", disse Margaret. "Como era muito grande, fomos aconselhados a abortar."

Uma solução nada simples

Lynlee ainda bebê
Legenda da foto, Com oito diasbetmotion wikipediavida, Lynlee passou por uma segunda cirurgia | Foto: Texas Children's Hospital

Ela conta ter ficado "destruída" por já ter sofrido um aborto na mesma gravidez. Também já havia passado por complicações médicas quandobetmotion wikipediafilha mais velha ainda era bebê. "A gente já havia tido um milagre com umabetmotion wikipedianossas bebês. Ficamos nos perguntando por que aquilo estava acontecendo conosco."

Mas, pesquisando na internet sobre esse problema, o casal descobriu uma alternativa, que não seria nada simples: fazer uma cirurgia fetal.

A bebê seria retirada do útero para ter a maior parte possívelbetmotion wikipediaseu tumor removida. Lynlee seria então colocadabetmotion wikipediavolta. Margaret conta que havia quatro hospitais nos Estados Unidos capazesbetmotion wikipediarealizar o procedimento. Um deles era o Hospital Infantil do Texas, Estado americano onde a família vive.

Foi ali que o casal se encontrou pela primeira vez com o médico nigeriano Oluyinka Olutoye, especializadobetmotion wikipediacirurgia fetal. Passadas 20 semanasbetmotion wikipediagestação, o tumor tinha 8 cm, quase o mesmo tamanho da própria Lynlee.

"Sem uma intervenção, ela provavelmente morreria", disse Olutoye. "Esse tipobetmotion wikipediaprocedimento é sempre arriscado, porque você opera duas pessoas ao mesmo tempo e pode perder ambas."

Lynlee tinha 50%betmotion wikipediachancesbetmotion wikipediasobreviver.

Corrida contra o tempo

O médico explicou ainda que, àquela altura, o corpobetmotion wikipediaum feto ainda é muito gelatinoso, o que torna mais delicados procedimentos como incisões e suturas. Seria necessário esperar para que a bebê estivesse mais madura para suportar a operação.

Mas era uma corrida contra o tempo: conforme Lynlee crescia, o mesmo ocorria com seu tumor. "Estávamos fazendo o nosso melhor para dar uma chancebetmotion wikipedianossa bebê sobreviver", contou Margaret.

O casal fez uma campanhabetmotion wikipediafinanciamento coletivo para arrecadar dinheiro para custear os cuidados médicos. Também usou suas economias, fez um bazar e pediu ajuda aos pais.

Com 23 semanas, o casal foi fazer um novo check-up. Seu objetivo era chegar até a semana seguinte para fazer a cirurgia, mas o tumor havia crescido rapidamente, e o estadobetmotion wikipediaLynlee, se agravado. Os médicos decidiram operá-la imediatamente.

Margaret com Lynlee no colo e as duas filhas ao lado
Legenda da foto, Margaret conta que Lynlee é hoje uma bebê muito alegre | Foto: Texas Children's Hospital

Margaret se despediu das duas filhas e foi para a salabetmotion wikipediacirurgia, onde 20 médicos a aguardavam. Depoisbetmotion wikipediafazer uma incisãobetmotion wikipediaseu abdômen e usar um ultrassom para evitar lesionar a placenta, o que comprometeria a gestação, os médicos conseguiram fazer uma incisão no útero para ter acesso à Lynlee.

Apenas a parte inferior do corpo da bebê foi exposta para que fosse removida parte do tumor e, então, colocá-labetmotion wikipediavolta. Ela ainda era muito pequena - tinha apenas 11 cm e pesava 530 gramas. Foi necessário usar lentesbetmotion wikipediaaumento para operá-la. Também foi preciso interromper a operaçãobetmotion wikipediadado momento para fazer uma transfusão para Lynlee - caso contrário ela não sobreviveria.

'Mães são heroínas'

Ao fim, a operação foi um sucesso. "Foi um privilégio e uma honra estar envolvidobetmotion wikipediaalgo que as pessoas nem sabem que é possível", disse o médico. "Mas,betmotion wikipediacasos assim, as mães é que são as verdadeiras heroínas, porque colocam seu corpobetmotion wikipediariscobetmotion wikipedianomebetmotion wikipediasuas crianças."

Margaret ficoubetmotion wikipediarepouso pelo restante da gestação. A meta era chegar à 38ª semana, mas,betmotion wikipedianovo, foi necessário adiantar os planos. Em 6betmotion wikipediajunhobetmotion wikipedia2016, Lynlee nasceu com 36 semanas e 5 diasbetmotion wikipediauma cesariana.

"Foi emocionante ouvi-la chorar, segurá-la e beijá-la. Havíamos passado por muita coisa para chegar até ali."

Com oito diasbetmotion wikipediavida, Lynlee passou por mais uma cirurgia para remover o que restava do tumor.

Hoje, com 1 anos e 8 meses, ela está "muito bem", contoubetmotion wikipediamãe. "As operações não foram o fim. Essa é uma questão para o restobetmotion wikipediasua vida, porque o tumor pode voltar, então, precisamos monitorar", disse Margaret.

Mas Lynlee hoje é brincalhona e ativa: "corre por todo o lado e não gostabetmotion wikipediaficar parada", disse.

"Ela sempre foi uma bebê muito feliz. Toda manhã, ela acorda sorrindo. Gosta muitobetmotion wikipediabrincar, ama música. É uma alegria ver ela. Não sabia que isso seria possível."