COP26: Por que Brasil é crucial para evitar efeito catastrófico das mudanças climáticas:sharks poker

Crédito, REUTERS/Adriano Machado
A grande maioria das emissões vem do desmatamento, seguida pela poluição energética.
Sem Amazônia, metas desandam

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Além do impacto climático por ser um grande emissorsharks pokercarbono, o Brasil, por causa da Amazônia, tem uma importância crucial para o sucesso ou fracasso da meta do Acordosharks pokerParissharks pokermanter o aquecimento globalsharks poker1,5°C.
Um aquecimento maior do que esse tornaria diversas áreas do planeta inabitáveis, contribuiria para eventos climáticos extremos, significaria a extinçãosharks pokerespécies e ameaçaria o fornecimentosharks pokeralimentos no mundo, segundo cientistas.
Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, explica que algumas áreassharks pokeralta absorçãosharks pokercarbono da atmosfera, como a Amazônia e as geleiras do Ártico, podem derrubar por si só as metassharks pokercontrole climático, se deixaremsharks pokerexistir ou sofrerem muita degradação.

A floresta Amazônica ajuda a equilibrar o clima do planeta, ao capturar e estocar quantidades enormessharks pokerdióxidosharks pokercarbono (CO2), um dos principais gases do efeito estufa. Quando árvores são derrubadas, parte desses gases são liberados para a atmosfera e novas absorções deixamsharks pokerocorrer. Também é da Amazônia que vem 70% das chuvas que irrigam as áreas agricultáveis do Centro Oeste, Sul e Sudeste do Brasil, destaca Astrini.
"Existem hotspots (focossharks pokerinteresse)sharks pokeremissões no planeta que, se acionados, colocam a perder a metasharks poker1,5°C. São os oceanos, a Groenlândia, o Ártico e a Amazônia", diz o secretário-executivo do Observatório do Clima.
"A Amazônia estoca o equivalente a cinco anos das emissões globais. Junta todo o carbonosharks pokercinco anossharks pokeremissões do mundo, isso está estocando na Amazôniasharks pokerformasharks pokerárvore e no solo. Se a gente perde a floresta, a gente perde a corrida pela manutenção do clima."
Mas por que a Amazônia estoca tanto carbono?
Por ser composta emsharks pokermaioria por floresta primária, a Amazônia tem uma capacidade maiorsharks pokerabsorçãosharks pokerCO2 que áreas replantadas e reflorestadassharks pokeroutras regiões do Brasil e do mundo.
As florestas primárias são aquelas que se encontramsharks pokerseu estado original — não afetadas, ou afetadas o mínimo possível, pela ação humana. Por serem mais antigas, elas têm mais diversidadesharks pokerespécies e guardam mais carbono.

Crédito, Getty Images
É lá que vivem árvoressharks pokercentenas ou milharessharks pokeranossharks pokeridade, que cumprem um papel essencial na batalha contra as mudanças climáticas, porque agem como um enorme armazémsharks pokerdióxidosharks pokercarbono.
Uma pequena parte do CO2 que as árvores absorvem no processosharks pokerfotossíntese é emitidasharks pokervolta para a atmosfera durantesharks pokerrespiração. A outra parte é transformadasharks pokercarbono e usada na produção dos açúcares que a planta necessita para seu metabolismo.
A quantidadesharks pokercarbonosharks pokeruma árvore é medida pela espessura do tronco, onde o gás é armazenadosharks pokerformasharks pokerbiomassa. Por isso, quanto mais antiga uma árvore, mais carbono ela costuma armazenar. Porsharks pokervez, a derrubadasharks pokeruma árvore milenar vai provocar uma liberação maiorsharks pokercarbono que a mortesharks pokeruma árvore jovem.
Parte da floresta já emite mais carbono que absorve

Um dos efeitos do desmatamento é liberar o CO2 guardado na florestasharks pokervolta na atmosfera, pela queimada ou pela decomposição da madeira cortada — processos que transformam o carbono das árvores novamentesharks pokergás.
Por este motivo, os cientistas temem que a região deixesharks pokerser um armazémsharks pokercarbono e se transformesharks pokerum importante emissorsharks pokerCO2, acelerando os efeitos da mudança climática.
Um estudo publicado na revista científica Nature revelou que, por causa do aumento das queimadas e do desmatamento, a floresta amazônica brasileira liberou 20% mais dióxidosharks pokercarbono na atmosfera do que absorveu entre 2010 e 2019.
Os pesquisadores identificaram uma divisão clara no volumesharks pokeremissões entre a parte leste, mais desmatada, e a parte oeste da floresta, mais preservada.
"A parte leste da Amazônia, que está cercasharks poker30% desmatada, emitiu 10 vezes mais carbono que a região oeste, que está 11% desmatada", explicad a pesquisadora-chefe do estudo, Luciana Gatti, do Instituto Nacionalsharks pokerPesquisa Espacial (Inpe).
"Esse é um impacto enorme. Estamos emitindo mais CO2 para a atmosfera, o que está acelerando as mudanças climáticas, mas também promovendo mudanças nas condições da estação seca, o que deixa as árvores ainda mais vulneráveis e propensas a produzir mais emissões."
Em 2020, segundo anosharks pokergoverno Bolsonaro, o desmatamento na região da floresta foi o maior desde 2008, com uma taxasharks pokerárea desmatadasharks poker10.851 km2, conforme dados do Inpe. Já o númerosharks pokerfocossharks pokerincêndio registradossharks poker2020sharks pokertodo o território nacional foi o mais altosharks pokerdez anos.
'Pontosharks pokernão retorno'
O grande temor dos cientistas é que o desequilíbrio ambiental provocado pelo desmatamento da Amazônia alcance o chamado "pontosharks pokernão retorno" (tipping point,sharks pokeringlês), como é chamado o momentosharks pokerque a degradação,sharks pokerconjunto com as mudanças climáticas e a vulnerabilidade a incêndios, mudarãosharks pokermaneira irreversível o ecossistema tropical da floresta.
Segundo o biólogo americano Thomas Lovejoy e o climatologista brasileiro Carlos Nobre, do Institutosharks pokerEstudos Avançados da USP, esse "pontosharks pokernão retorno" será alcançado quando entre 20% e 25% da floresta original forem desmatados.
Atualmente, pouco maissharks poker18%sharks pokertoda a floresta original foi desmatada,sharks pokeracordo com dados do projetosharks pokermonitoramento Mapbiomas, parceria entre universidades, ONGs, institutossharks pokertodos os territórios amazônicos e o Google.
Segundo as projeçõessharks pokerNobre e Lovejoy, se o desmatamento continuar no ritmo atual, esse "pontosharks pokernão retorno" chegará nos próximos 20 a 30 anos.
"Se chegarmos a esse ponto, aumentará a duração da estação seca e a temperatura da floresta. A partir daí, as árvores começarão a morrersharks pokermaneira acelerada, e isso criará um ciclo vicioso. O que era floresta tropical ficará parecido com o cerrado brasileiro, mas como uma espéciesharks pokersavana pobre, sem a rica biodiversidade do cerrado", disse Carlos Nobre à BBC News Brasil.
Secas prolongadas e escassezsharks pokeralimentos

Crédito, Reuters
O Brasil é um dos países mais vulneráveis à desertificações decorrentes das mudanças climáticas, segundo cientistas. E o contínuo desmatamento na Amazônia contribui para reforçar essa tendência, porque o aumento das emissões impacta o aquecimento da Terra.
O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado no dia 9sharks pokeragosto, aponta que, por causa da mudança do clima, boa parte do Nordeste e o nortesharks pokerMinas Gerais já têm enfrentado secas mais intensas e temperaturas mais altas que as habituais.
Criado na ONU e integrado por 195 países, entre os quais o Brasil, o IPCC é o principal órgão global responsável por organizar o conhecimento científico sobre as mudanças do clima.
"No cenário atual, você tem dois eventossharks pokerseca a cada 10 anos, ou seja uma seca a cada cinco anos. Num cenáriosharks pokeraumentosharks poker4 graus centígradossharks pokertemperatura, você vai ter cinco eventossharks pokerseca a cada dez anos, ou seja, ano sim, ano não vai ter seca", exemplifica Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Hoje, segundo o IPCC, o mundo já teve um aumentosharks poker1,1°C na temperatura médiasharks pokerrelação aos padrões pré-industriais. Sesharks poker2030, a Terra deve alcançar um aumentosharks poker1,5°C,sharks pokervárias regiões do Brasil o aumento será duas vezes maior, com temperaturas batendo a faixa dos 40°Csharks pokervárias partes do Semiárido, conforme o relatório do IPCC.
Nesse contexto, mudança climática e desmatamento na Amazônia se retroalimentam, colocando pressão tanto no Nordeste quanto nas demais regiões do Brasil.
"A retroalimentação estásharks pokerque, no aumento da temperatura, a Amazônia começa a secar. E, ao começar a secar, ela está mais vulnerável ao fogo e ao desmatamento, e aumentasharks pokercontribuição para o aquecimento do planeta, que fica ainda mais severo e ajuda a secar a floresta e a aumentar as estações secas", explica Astrini.
Como 70% das chuvas que irrigam as plantações do Centro-Oeste, Sul e Sudeste brasileiro vêm das águas evaporadas da Amazônia, a degradação da floresta também ameaça a agricultura brasileira e o abastecimentosharks pokeralimentos no mundo, já que o Brasil é um dos maiores produtores.
"Para deixar mais dramática a situação, o Brasil não tem infraestruturasharks pokerirrigação artificial. Só 5% da agricultura tem sistema irrigação. A agricultura brasileira é clima-dependente. Quando muda o clima, muda o regimesharks pokerchuvas, você começa a perdersharks pokertudo: perde economia, fluxo migratório, áreas agricultáveis", destaca Astrini.
"O Brasil é extremamente frágil para questõessharks pokermudanças climáticas. E é um ator crucial no combate ao aumento da temperatura da Terra", completa secretário-executivo do Observatório do Clima.
* Com reportagemsharks pokerCamilla Costa

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