Quem foi São Longuinho, o santo baixinho que 'ajuda' a encontrar coisas perdidas:bonus lampions bet

bonus lampions bet Para quem fala português, parece até piada que um santobonus lampions betnome Longuinho tenha sido um homem reconhecido comobonus lampions betbaixa estatura. E com dificuldadebonus lampions betlocomoção. É o que se acredita a respeitobonus lampions betSão Longuinho, aquele para o qual a tradição popular dedica o atobonus lampions betdar três pulinhos e — surpresa! — ele ajuda a se encontrar um objeto perdido.

Masbonus lampions betidentidade, contudo, é bastante controversa. Longinus, seu nome latino, provavelmente seja uma referência à lança comprida que, segundo relatos bíblicos, o soldado romano teria utilizado para perfurar o peitobonus lampions betJesus na cruz, para ter a certezabonus lampions betque ele estava morto.

"São Longuinho é dos santos mais populares da Igreja, ebonus lampions betdevoção remonta aos tempos da igreja primitiva. O nome 'Longuinho' é um derivaçãobonus lampions bet'Longinus', termo latino que designa um tipobonus lampions betlança romana", explica o escritor e teólogo J. Alves, pesquisadorbonus lampions bethistóriasbonus lampions betsantos.

"Existem poucos relatos históricos sobre a vida desse personagem, mas é interessante pensarbonus lampions betseu nome como, lendariamente, essa associação à lança", pontua o estudiosobonus lampions bethagiologias Thiago Maerki, pesquisador da Universidade Federalbonus lampions betSão Paulo (Unifesp) e associado da Hagiography Society, dos Estados Unidos.

Segundo o Evangelhobonus lampions betJoão, os judeus não queriam que os corpos dos executados ficassem expostos na cruz durante o sábado, por conta da Páscoa. "Pilatos ordenou, então, que os soldados lhes quebrassem as pernas e os retirassem da cruz. Como Jesus já estava morto, um dos soldados abriu-lhe o lado com um golpebonus lampions betlança", diz Alves.

"A tradição popular identifica São Longuinho como esse soldado romano, o centurião Cássio, que teria traspassado o ladobonus lampions betJesus com a lança,bonus lampions betonde saiu sangue e água", completa o pesquisador Alves.

Nos evangelhos canônicos, não há menção ao nome do soldado. "Mas há uma referência a Longuinho no livro apócrifo dos Atosbonus lampions betPilatos, que foi produzido por volta do século 6 ou 7 depoisbonus lampions betCristo", diz Maerki.

"Concretamente o que se sabe originalmente dele é o registro no Martirológio [o livro com o nome dos santos católicos]: 'Em Jerusalém, a comemoraçãobonus lampions betSão Longino, venerado como o soldado que abriu com a lança o lado do Senhor pregado na cruz'", pontua José Luís Lira, fundador da Academia Brasileirabonus lampions betHagiologia e professor na Universidade Estadual Vale do Acaraú, no Ceará.

Lira ressalta que a Bíblia, "o texto sagrado, não lhe atribui nome, nem seus feitos, mas a tradição o registra".

Na Legenda Áurea, conjuntobonus lampions betnarrativas hagiográficas reunidas por voltabonus lampions bet1260 pelo arcebispobonus lampions betGênova, Jacopobonus lampions betVarazze (1229-1298) há a mençãobonus lampions betque Longuinho tenha sido "um dos centuriões que vigiavam a cruz do Senhor por ordembonus lampions betPilatos" e que teria sido ele "quem perfurou o flanco do Senhor com a lança, mas vendo os prodígios que então aconteceram" teria se convertido.

Depois da cruz

Pela tradição, quando o soldado acertou Jesus com a lança, o sangue teria espirrado nos olhosbonus lampions betLonguinho, curando-obonus lampions betuma doença ocular que o deixava quase cego. "Dizem que isso se deveu ao fatobonus lampions betalgumas gotas do sanguebonus lampions betCristo terem escorrido pela lança e caídobonus lampions betseus olhos, até então turvados por doença ou por velhice, e que imediatamente passaram a ver com nitidez", diz Lira.

Segundo Alves, "diante desse fato miraculoso e vendo os acontecimento que sucederam com a mortebonus lampions betJesus", o soldado se converteu, deixou o exército romano e teria fugido para a Capadócia, onde acabou sendo preso e martirizado.

Maerki analisa essa cura da cegueira como algo metafórico. "Significa que naquele momento, os olhos dele, físicos, carnais, se abriram para uma verdadebonus lampions betfé. Que ele conseguiu abrir seus olhos e enxergar por meiobonus lampions betuma fé cristã", comenta.

No livro apócrifo, a sinabonus lampions betLonguinho é narrada. "Ele teria sofrido uma perseguição muito grande por ter transpassado o corpobonus lampions betJesus, condenado a ficarbonus lampions betuma caverna onde, todas as noites, um leão aparecia e o despedaçava até o amanhecer. Depois, seu corpo se regenerava e ele voltava ao normal,bonus lampions betuma espéciebonus lampions betpadrão que se repetiria até o fim dos tempos", narra Maerki. "É uma tradição lendária. São tradições construídas na Idade Média."

E é também lendária a narrativa sobre seu martírio. Acredita-se que Longuinho tenha feito um trabalhobonus lampions betevangelização na Capadócia e isso veio a incomodar os judeus ali assentados. "Autoridades então relataram o problema a sacerdotesbonus lampions betJerusalém que, porbonus lampions betvez, avisaram Pilatos [o governador romano que, pela tradição, teria sido o juiz da condenaçãobonus lampions betJesus]. Longuinho teria sido então, condenado à morte por traição", diz Maerki.

Dois soldados foram então enviados para encontrá-lo, com a missãobonus lampions bettrazerem para Pilatos a cabeça dele. Quando chegaram a Capadócia, foram pedir informaçõesbonus lampions betuma casa. Era a casa do próprio Longuinho que, como não foi reconhecido, recebeu seus algozes e ofereceu hospedagem. Na hora da despedida, os encarregados da execução disseram que não teriam como agradecer por tamanha hospitalidade.

"E ele teria revelado. Sou Longuinho, a quem vocês estão procurando. E estou pronto para morrer. O maior presente que vocês podem me dar é cumprir as ordensbonus lampions betquem os enviou", diz Maerki.

Outra versão é a que consta da Legenda Áurea. Conforme conta Lira, ali diz que Longuinho renunciou à carreira militar, foi instruído pelos apóstolosbonus lampions betJesus e passou 28 anosbonus lampions betvida monásticabonus lampions betCesareia da Capadócia — atual Caiseri, na Turquia. "Converteu muita gente à fé porbonus lampions betpalavra e seus exemplos", diz o pesquisador.

De acordo com essa versão, ele foi aprisionado e teve os dentes e a língua arrancados, mas mesmo assim conseguia seguir falando. E que quando ele foi condenado à morte, o governador que o sentenciava, estava cego. Longuinho teria dito que logo após abonus lampions betmorte, ele intercederia pelabonus lampions betcurabonus lampions bet"corpo e alma". "No mesmo instante o governador mandou cortarbonus lampions betcabeça. Imediatamente recuperou a vista e a saúde e até o fim da vida praticou boas obras", conta Lira.

Três pulinhos

Em um tempobonus lampions betque não havia processosbonus lampions betcanonizações como hoje, ele acabou se tornando santo por conta do martírio relatado. "A tradição uniu-se ao registro bíblico e isso facilitou seu reconhecimento num tempobonus lampions betque não haviam beatificações, mas, canonizações diretas pelo registro das atas dos martírios que deu origem ao Martirológio", explica Lira. A oficializaçãobonus lampions betsua santidade foi feita pelo papa Silvestre 2o (950-1003) no anobonus lampions bet999.

"Ele é daqueles santos mártires que viveram nos primórdios do cristianismo e deram testemunho da fé, derramando o próprio sanguebonus lampions betnomebonus lampions betJesus", argumenta Alves. "O testemunho da radicalidade do Evangelho, que,bonus lampions betnomebonus lampions betJesus, não teme a morte, como uma lança, afeta o coração do sistema político e religioso do Império Romano e, aos poucos, põebonus lampions betquestão o culto divino ao imperador. É nesse contexto sociopolítico e religiosobonus lampions betuma mudançabonus lampions betera, que devemos situar a vidabonus lampions betSão Longuinho, que é tido, pela tradição popular, como testemunha ocular da crucifixãobonus lampions betJesus."

"No Brasil, há essa camada interpretativa muito comum entre o povo mais simples que se tornou algo forte: os três pulinhos para São Longuinho", comenta Maerki.

Ebonus lampions betonde vem a ideiabonus lampions betele ser aquele que ajuda a encontrar objetos perdidos? Segundo Alves, tudo começou porque Longuinho era um soldado baixinho.

"Tal crença estaria relacionada à baixa estatura dele que, antes da conversão, servia a alta corte romana, durante os banquetes e festas. O fatobonus lampions betser baixinho lhe permitia uma visão privilegiada dos objetos caídos ao chão, por baixo das mesas, os quais eram recolhidos por ele e entregues a seus donos", conta o pesquisador.

E há uma outra explicação, que é relacionada àbonus lampions betprópria canonização, formalizada quase mil anos apósbonus lampions betmorte, pelo papa Silvestre 2o. (950-1003). "Parte da documentação do processo havia sido desviada e o papa teria pedido ajuda ao santo para encontrar tais documentos. Logo, tudo foi reencontrado", afirma Alves.

Ele relata também que há outra tradição que aponta que São Longuinho tinha dificuldadebonus lampions betlocomoção. "Daí a origem dos três pulinhos. Lenda ou não, nada mais atual e necessitante do que a mensagembonus lampions betSão Longuinho, que intercede a Deus pelo resgatebonus lampions betnossa perdas físicas, morais e espirituais, sofridas tanto no âmbito individual e familiar como no âmbito social", diz Alves.

Há ainda uma outra curiosidade a respeito do personagem cristão, segundo uma vertente do espiritismo. No livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, publicadobonus lampions bet1938 pelo médium Chico Xavier (1910-2002) —bonus lampions betalegada psicografia atribuída ao jornalista e escritor Humbertobonus lampions betCampos (1886-1934) —, há a tesebonus lampions betque o imperador dom Pedro 2º (1825-1891) teria sido a reencarnaçãobonus lampions betSão Longuinho.

- Este texto foi publicadobonus lampions bethttp://www.mi-rob.com/geral-62904563

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