Por que Israel e o Estado Islâmico não se atacam?:as melhores bancas de apostas
- Pablo Esparza
- BBC Mundo

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as melhores bancas de apostas "Estamos chegando mais perto a cada dia. Não pense que nos esquecemosas melhores bancas de apostasvocês. Deus fez os judeus do mundo se reuniremas melhores bancas de apostasIsrael e, portanto, a guerra contra eles é fácil (...). A Palestina será seu cemitério."
As declaraçõesas melhores bancas de apostasAbu Bakr al Baghdadi, líder do grupo autointitulado Estado Islâmico (EI), registradasas melhores bancas de apostasvídeoas melhores bancas de apostasdezembro do ano passado, são um exemplo da retórica ameaçadora que ressurgeas melhores bancas de apostastemposas melhores bancas de apostastempos contra Israel pelo grupo extremista que controla grandes partes do Iraque e da Síria.
Mas, até agora, o EI não atacou o Estado judeu.
E, para alémas melhores bancas de apostasacordosas melhores bancas de apostascooperaçãoas melhores bancas de apostasinteligência, Israel tampouco participouas melhores bancas de apostasqualquer ofensiva contra o EI no Iraque e na Síria.
Em outras palavras, embora a distância ideológica pareça torná-los "inimigos naturais", Israel e o Estado Islâmico não se atacaram.
O que explica isso?

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Distância geográfica
Shlomo Brom, autoras melhores bancas de apostasum relatório sobre a relação entre Israel e o Estado islâmico e pesquisador do Institutoas melhores bancas de apostasEstudosas melhores bancas de apostasSegurança Nacional ─ centroas melhores bancas de apostaspesquisaas melhores bancas de apostasdefesa sediadoas melhores bancas de apostasTel Aviv ─ diz que parte da resposta está na geografia.
"A maior parte do território sob controle do Estado Islâmico está longeas melhores bancas de apostasIsrael. O único lugar relevante é uma pequena área adjacente à fronteira com a Síria, nas chamadas Colinasas melhores bancas de apostasGolã. Essa região é controlada por uma organizaçãoas melhores bancas de apostasrebeldes sírios que jurou lealdade ao EI", diz Brom à BBC Mundo, o serviçoas melhores bancas de apostasespanhol da BBC.
"Portanto, não há como o EI causar danosas melhores bancas de apostasIsrael sem uma fronteira comum", acrescenta.
Outros especialistas ouvidos pela reportagem concordam que o fator geográfico é importante para explicar a faltaas melhores bancas de apostasconfrontos diretos.

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"A parcela do território controlada pelo EI na fronteira é muito pequena se comparada a outras áreas na Síria e no Iraque", diz Ofer Zalzberg, analista da ONG International Crisis Groupas melhores bancas de apostasJerusalém.
"O grupo tem recursos limitados e está muito mais focadoas melhores bancas de apostascombater tanto as forças leais ao governo sírioas melhores bancas de apostasBashar al-Assad quanto outros grupos que atuam naquele país, como a Frente al-Nusra (grupo associado à al-Qaeda na Síria e no Líbano)."
"Neste sentido, Israel não é uma prioridade (para o EI). Na verdade, eles (EI) se aproximaram da fronteiraas melhores bancas de apostasIsrael para se proteger dos ataques do governo sírio. Isso porque Assad age com cautela com medoas melhores bancas de apostasque uma ofensiva malsucedida possa respingaras melhores bancas de apostasIsrael e desestabilizar a região", ele diz a BBC.
E os ataques?
Mas se a distância geográfica explicaas melhores bancas de apostasparte a ausênciaas melhores bancas de apostasum conflito direto, por que Israel não foi alvoas melhores bancas de apostasataques nos moldes dos ocorridosas melhores bancas de apostasParis ouas melhores bancas de apostasNice, ataques organizados pelo EI que deixaram centenasas melhores bancas de apostasmortos?
Entre as razões citadas pelos especialistas está o maior controle da inteligência israelense sobre seu território.
Mas não é só isso.
"Em Israel, estamosas melhores bancas de apostasum ambiente diferente do da Europa", diz Mouin Rabbani, coeditor da revista eletrônica Jadaliyya, publicada pelo Institutoas melhores bancas de apostasEstudos Árabes. "A base social que poderia recrutar militantes do EI é muito menor e aqui é composta quase que exclusivamente por palestinos",
"É diferente da França, por exemplo, onde há uma misturaas melhores bancas de apostasnacionalidades", acrescenta.

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"Além disso, se você olhar para os palestinos, incluindo os palestinos residentesas melhores bancas de apostasIsrael, eles já têm uma causa identificável e um projeto nacional. Sendo assim, é menos provável que se envolvamas melhores bancas de apostascausas transnacionais, como atentados na Europa ou nos Estados Unidos", explica ele.
Uma exceção à regra tenha sido talvez o ataqueas melhores bancas de apostasjunho deste anoas melhores bancas de apostasTel Aviv, no qual quatro israelenses foram mortos.
Dois dos agressores eram palestinos. Durante o julgamento, eles disseram que haviam "se inspirado na propaganda do EI".

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Além disso, há divergências políticas e religiosas entre o grupo palestino Hamas, que controla a Faixaas melhores bancas de apostasGaza, e o Estado Islâmico e essas também limitaram o alcance da influência do grupo extremista sobre os territórios palestinos.
"Eles são adversários. Teologicamente, não só o Hamas, mas também a Irmandade Muçulmana (no Egito), criticam o EI ao dizer que o grupo defende uma interpretação errada do Islã", explica Zalzberg.
"Por outro lado, há uma questão política: o EI está tentando acabar com os Estados árabes e as facções que já existem. Trata-seas melhores bancas de apostasum projeto político diferente do da Irmandade Muçulmana ou do Hamas, por exemplo", acrescenta o especialista.
Os analistas também apontam para razões estratégicasas melhores bancas de apostascaráter geopolítico para explicar a faltaas melhores bancas de apostasconfrontos diretos entre Israel e o EI.
A guerra na Síria, por exemplo, é, atualmente, o principal fatoras melhores bancas de apostasdesestabilização na região. E Israel não está interessadoas melhores bancas de apostasse envolver nesse conflito.

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"Os adversários neste conflito são ambos indesejáveis para Israel. Seria como escolher entre 'o ruim e o horrendo'", diz Zalzberg.
"Dessa forma, Israel escolheu não tomar nenhum dos lados, até ser atacadoas melhores bancas de apostasseu território. Isso sim geraria uma retaliação imediata", acrescenta o especialista.
O papel e os interesses israelenses na guerra da Síria não se limitam ao EI.
Diferentementeas melhores bancas de apostaspaíses árabes vizinhos, como o Egito ou a Jordânia, Israel e a Síria nunca firmaram um acordoas melhores bancas de apostaspaz. As colinasas melhores bancas de apostasGolã, por exemplo, um enclave estratégico reivindicado por Damasco, permanecem sob controle militar israelense e são consideradas um "território ocupado" pela ONU.
Além disso, o governoas melhores bancas de apostasBashar al-Assad está ligado a dois dos principais inimigosas melhores bancas de apostasIsrael na região: o Irã eo grupo xiita libanês Hezbollah, que o próprio Exército israelense já atacouas melhores bancas de apostasterritório sírio.
"Pode-se dizer que a prioridadeas melhores bancas de apostasIsrael no conflito sírio é ver o regimeas melhores bancas de apostasAssad enfraquecido, mas também que a Síria ─ enquanto sociedade, Estado e capacidade militar ─ também saia enfraquecida", afirma Rabbani.

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Estratégia do EI
Por outro lado, a decisão do EIas melhores bancas de apostasnão atacar diretamente Israel, que identifica entre seus inimigos, se deveas melhores bancas de apostasparte à "faltaas melhores bancas de apostascapacidade operacional".
Além disso, uma ofensiva contra o Estado judeu não é "prioridade" na agenda do grupo, explicam os especialistas.
"O EI tem uma frente principal, que é a Síria e Iraque. Uma segunda frente é colocar-seas melhores bancas de apostaspéas melhores bancas de apostaspaíses altamente instáveis, como a Líbia, ou realizar e promover ataques terroristas com aas melhores bancas de apostasmarca", afirma à BBC Mundo Mariano Aguirre, diretor do Centro Norueguês para a Construção da Paz (NOREF), com sedeas melhores bancas de apostasOslo.
"Assim, não faz sentido para eles, militarmente falando, enfrentar um inimigo muito poderoso na região, como Israel", acrescenta.

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Rabbani concorda que, para o EI, a prioridade neste momento se concentraas melhores bancas de apostasseus inimigos mais próximos.
"Pode-se dizer que a Al-Qaeda está mais preocupada com o inimigoas melhores bancas de apostasfora, especialmente os EUA e seus aliados, enquanto que o EI é muito mais preocupado com o inimigoas melhores bancas de apostasdentro, que são os regimes da região", explica o analista.
"Para este grupo extremista, a prioridade não é atacar Israel e "palestinos moderados". Nem mesmo derrubar o regimeas melhores bancas de apostasDamasco. Sua prioridade é a consolidação e a expansão do território sob seu controle", conclui.











