Animais são capazesjogo de freecellsonhar como seres humanos?:jogo de freecell

Nas pessoas, o REM ocorre quando acontece a maioria dos sonhos, principalmente os mais vívidos. Isto leva a uma questão intrigante: se as aranhas têm sono REM, será que os sonhos também se desenrolam nos seus cérebros do tamanhojogo de freecelluma sementejogo de freecellpapoula?

Rößler e seus colegas estudaram sobre as aranhas que movimentam os olhosjogo de freecell2022. Com câmerasjogo de freecell34 aranhas, eles descobriram que as criaturas tinham breves comportamentos semelhantes ao REM a cada 17 minutos.

O revirarjogo de freecellolhos era algo específico desses episódios: não aconteciajogo de freecellmomentos da noitejogo de freecellque as aranhas saltadoras se mexiam, se espreguiçavam, reajustavam seus fiosjogo de freecellseda ou se limpavam com o roçarjogo de freecelluma perna.

Embora as aranhas fiquem imóveis antes desses episódios do tipo REM, a equipe ainda não provou que estão dormindo. Mas se esse for o caso – e se o que parece ser REM é realmente REM – sonhar é uma possibilidade real, diz Rößler.

Ela acha fácil imaginar que as aranhas saltadoras, como animais altamente visuais, possam se beneficiar dos sonhos como formajogo de freecellprocessar as informações que captaram durante o dia.

Rößler não é a única pesquisadora a pensar sobre essas questõesjogo de freecellanimais distantesjogo de freecellnós.

Hoje, cientistas estão encontrando sinaisjogo de freecellsono REM numa gama mais amplajogo de freecellanimais do que nunca:jogo de freecellaranhas, lagartos, chocos (um tipojogo de freecellmolusco marinho) e peixes-zebra. O número crescente faz com que alguns pesquisadores se perguntem se o sonho, um estado que antes se pensava ser limitado aos seres humanos, é muito mais difundido do que se pensava.

O sono REM e os animais

O sono REM é geralmente marcado por um conjuntojogo de freecellcaracterísticas além dos movimentos rápidos dos olhos: paralisia temporária dos músculos esqueléticos (aqueles responsáveis pela postura e movimento), espasmos corporais periódicos e aumento da atividade cerebral, respiração e frequência cardíaca.

Observadojogo de freecellbebês dormindojogo de freecell1953, o REM logo foi identificadojogo de freecelloutros mamíferos, como gatos, ratos, cavalos, ovelhas, gambás e tatus.

Os eventos no cérebro durante o REM foram bem caracterizados, pelo menosjogo de freecellhumanos.

Durante os períodos não REM, também conhecidos como sono tranquilo, a atividade cerebral é sincronizada. Os neurônios disparam simultaneamente e depois ficam quietos, especialmente no córtex cerebral, produzindo ondasjogo de freecellatividade conhecidas como ondas lentas.

Durante o REM, por outro lado, o cérebro apresenta explosõesjogo de freecellatividade elétrica que lembram a vigília.

Diferentes tiposjogo de freecellsono

Mesmo entre os mamíferos, o sono REM não parece todo igual.

Mamíferos marsupiais chamados equidnas apresentam característicasjogo de freecellsono REM e não REM ao mesmo tempo.

Relatórios sobre baleias e golfinhos sugerem que eles podem nem ter experiência REM. Os pássaros têm sono REM, que vem com espasmos no bico e nas asas e perdajogo de freecelltônus nos músculos que sustentam suas cabeças.

Ainda assim, os pesquisadores começam a encontrar estadosjogo de freecellsono semelhantesjogo de freecellmuitos ramos da árvore da vida animal.

Em 2012, por exemplo, pesquisadores relataram um estado semelhante ao do sonojogo de freecellchocos, bem como um curioso comportamento semelhante ao REM durante esse suposto estadojogo de freecellsono: periodicamente, os animais moviam os olhos rapidamente, contraíam os tentáculos e alteravam a coloraçãojogo de freecellseus corpos.

Durante um períodojogo de freecellpesquisa no Laboratóriojogo de freecellBiologia Marinhajogo de freecellWoods Hole, Massachusetts, a bióloga comportamental Teresa Iglesias investigou mais a fundo o fenômeno, recolhendo terabytesjogo de freecellvídeojogo de freecellmeia dúziajogo de freecellchocos.

Todos os seis apresentaram episódiosjogo de freecellatividade semelhante ao REM que se repetiam aproximadamente a cada 30 minutos: explosõesjogo de freecellmovimentos dos tentáculos e movimentos dos olhos, durante os quais a pele deles dava um show, apresentando uma variedadejogo de freecellcores e padrões.

As criaturas emitiram sinaisjogo de freecellcamuflagem e sinais para chamar a atenção, ambos exibidos durante comportamentosjogo de freecellvigília.

Como o cérebro do cefalópode controla diretamente esse padrãojogo de freecellpele, "isso sugere que a atividade cerebral está ficando um pouco agitada", diz Iglesias, agora no Institutojogo de freecellCiência e Tecnologiajogo de freecellOkinawa, no Japão.

Desde então, os pesquisadores observaram um estado semelhantejogo de freecellpolvos.

Se os polvos e os chocos sonham, "isso simplesmente derruba as paredes daquilo que pensamos sobre a humanidade ser tão especial", diz Iglesias.

Pesquisadores também observaram um estágio semelhante ao REMjogo de freecelldragões barbudos (também chamadosjogo de freecellpogonas, um tipojogo de freecelllagarto), registradosjogo de freecellseus cérebros a partirjogo de freecelleletrodos.

Também relataram pelo menos dois estadosjogo de freecellsonojogo de freecellpeixes-zebra com base nas assinaturas cerebrais dos peixes. Em um dos estados, a atividade neural foi sincronizada como acontece no estágio não-REM dos mamíferos.

Em outro estado, os peixes apresentaram atividade neural que lembra um estadojogo de freecellvigília, como acontece no REM. (Os peixes, no entanto, não mostraram movimentos rápidos dos olhos.)

Observando múltiplos estágios do sonojogo de freecellum animal evolutivamente tão distantejogo de freecellnós, os autores sugeriram que os diferentes tiposjogo de freecellsono surgiram há centenasjogo de freecellmilhõesjogo de freecellanos.

Sabe-se agora que as moscas também podem alternar entre dois ou mais estadosjogo de freecellsono. As lombrigas parecem ter apenas um estadojogo de freecellsono.

Sinaisjogo de freecellvigília no sono

Pesquisadores consideram a possibilidadejogo de freecellanimais não humanos sonharem durante o sono tipo REM porque as criaturas apresentam comportamentos semelhantes aos da vigília neste estado – como a mudançajogo de freecellcor dos cefalópodes ou o tremor das fiandeiras das aranhas.

Em pombos, a cientista do sono Gianina Ungurean, do Instituto Max Planckjogo de freecellInteligência Biológicajogo de freecellMunique e da Universidadejogo de freecellMedicinajogo de freecellGöttingen, observou, com colegas, que as pupilas se contraem durante o REM, tal como acontece durante o comportamentojogo de freecellacasalamento.

Isso levanta a dúvida sobre se os pombos estão sonhando oujogo de freecellalguma forma revivendo o que aconteceu durante os momentosjogo de freecellnamoro acordados, diz ela.

O sono REM também tem sido associado à repetiçãojogo de freecellexperiênciasjogo de freecellalguns animais.

Por exemplo, quando pesquisadores observaram a atividade elétrica cerebraljogo de freecellratos adormecidos que já tinham percorrido um labirinto, viram o disparojogo de freecellneurônios que ajudam na navegação e estão ligados à direção da cabeça, mesmo que as cabeças dos ratos não estivessemjogo de freecellmovimento.

Eles também observaram atividadejogo de freecellneurônios associados ao movimento ocular. A combinação sugere que os ratos podem ter tido uma experiência oníricajogo de freecellque examinavam o ambiente, diz Ungurean.

Com todos estes sinais, é justo acreditar que os animais podem estar sonhando, diz Ungurean.

"No entanto, se considerarmos estas razões uma por uma, verifica-se que nenhuma delas é suficiente", pondera a pesquisadora.

Função do REM é ainda incerta

A atividade cerebral associada à repetição, como a dos ratos que correm no labirinto, não ocorre apenas durante o REM ou o sono, diz Ungurean. Também pode ocorrer durante o planejamento ou devaneio.

E a ligação entre REM e sonho não é absoluta: os humanos também sonhamjogo de freecellperíodos não-REM, e quando são usados medicamentos para suprimir o sono REM, os participantes humanos do estudo ainda podem ter sonhos longos e bizarros.

Em última análise, as pessoas sabem que estão sonhando porque podem relatar isso, diz Ungurean.

"Mas os animais não podem reportar, e este é o maior problema que temosjogo de freecellestabelecer istojogo de freecellforma puramente científica e robusta."

Ainda há debate sobre para que serve o REM. "Ninguém sabe realmente qual é a função do sono – não-REM ou REM", diz Paul Shaw, neurocientista da Universidadejogo de freecellWashingtonjogo de freecellSt. Louis, nos Estados Unidos.

Uma das ideias mais aceitas é que o REM ajuda o cérebro a formar e reorganizar memórias.

Outras teorias são que o REM dá suporte ao desenvolvimento cerebral, ajuda no desenvolvimento dos sistemasjogo de freecellmovimento do corpo, mantém os circuitos necessários para as atividadesjogo de freecellvigília, para que não se degradem durante o sono, ou aumenta a temperatura do cérebro.

Mas se o REM estiver presentejogo de freecellespécies distantes do reino animal, isso sugere que o seu papel, seja ele qual for, pode ser muito importante, diz Iglesias.

É REM ou não é?

Nem todos os cientistas acreditam que os pesquisadores estão observando REM.

Eles podem simplesmente estar partindojogo de freecellnoções preconcebidasjogo de freecellque todos os animais têm dois estadosjogo de freecellsono e interpretando um deles como REM, diz Jerome Siegel, neurocientista que estuda o sono na Universidade da Califórniajogo de freecellLos Angeles (UCLA, na siglajogo de freecellinglês).

Alguns destes animais – como as aranhas – podem nem estar dormindo, argumenta.

"Os animais podem fazer coisas que parecem iguais [aos humanos], mas a fisiologia não é necessariamente a mesma", diz ele.

Os pesquisadores continuamjogo de freecellbuscajogo de freecellpistas.

A equipejogo de freecellRößler está tentando desenvolver formas que lhes permitam visualizar os cérebros das aranhas atravésjogo de freecellimagens – isso pode revelar ativaçãojogo de freecelláreas que são funcionalmente análogas àquelas que usamos quando sonhamos.

Iglesias e outros implantaram eletrodos nos cérebrosjogo de freecellcefalópodes e capturaramjogo de freecellatividade elétrica durante dois estadosjogo de freecellsono – um que mostra atividade semelhante à da vigília e outro que é um estado tranquilo, com assinaturas neurais semelhantes às observadasjogo de freecellmamíferos.

E Ungurean treinou pombos para dormirjogo de freecelluma máquinajogo de freecellressonância magnética e descobriu que muitas das áreas do cérebro que se iluminam no sono REM humano também são ativadasjogo de freecellpássaros.

Se chocos, aranhas e uma grande variedadejogo de freecelloutras criaturas sonham, isso levanta questões interessantes sobre o que eles vivenciam, diz David M. Peña-Guzmán, filósofo da Universidade Estadualjogo de freecellSão Francisco e autor do livro When Animals Dream: The Hidden World of Animal Consciousness (Quando animais sonham: O mundo oculto da consciência animal,jogo de freecelltradução livre).

Como os sonhos se desenrolam a partir da perspectiva do observador, os animais sonhadores teriam a capacidadejogo de freecellver o mundo do seu pontojogo de freecellvista, diz ele.

Sonhar também sugeriria que eles têm capacidade imaginativa, acrescenta.

"Queremos pensar que os humanos são os únicos que podem realizar aquela ruptura com o mundo [representada pela sonho]", diz ele. "Talvez tenhamos que pensar um pouco mais sobre outros animais."

*Este artigo foi publicado originalmente pela Knowable Magazine e republicado pela BBC Future sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a verão originaljogo de freecellinglês.