Coletorcassino penaltylixo cria legiãocassino penaltyatletas no sertão da Bahia ao investir do próprio bolsocassino penaltycorridascassino penaltyrua:cassino penalty

Alémcassino penaltypercorrer cercacassino penalty10 km correndo atrás do caminhão e coletando maiscassino penalty3 toneladascassino penaltylixo por dia, ele treina diariamente cercacassino penalty20 km na zona leste paulista, onde mora.

O resultado tem vindocassino penaltydezenascassino penaltyvitórias e boas colocaçõescassino penaltytradicionais provascassino penaltyrua: só neste ano, ele diz ter vencido 44 troféuscassino penaltyprovas atléticas, incluindo um segundo lugar nos 10 km do Troféu da Independência. Na São Silvestre do ano passado, Ivanildo ficoucassino penalty27º lugar, entre 30 mil inscritos, ecassino penaltyhistóriacassino penaltysuperação já rendeu reportagens na imprensa (a BBC News Brasil publicou um perfilcassino penaltyreportagemcassino penalty2016).

Corridascassino penaltyrua anuais

A premiaçãocassino penaltydinheirocassino penaltyalgumas provas Ivanildo poupa para uma destinação especial: incentivar nova legiãocassino penaltycorredores emcassino penaltycidade natal na Bahia.

Ele criou, há 13 anos, uma corridacassino penaltyrua que leva o seu nome e que virou atração entre os cercacassino penalty8 mil habitantescassino penaltyLagoa do Meio e região.

"É uma corrida tanto para a molecada como para os adultos", explica ele à BBC News Brasil. "Faço provascassino penalty100 metros para os pequenos,cassino penaltymil metros para as criançascassino penalty12 anos ecassino penalty6 km para quem tem 17 anos ou mais."

Por ano, Ivanildo diz investir R$ 9 mil do próprio bolso e do que ganhacassino penaltypatrocinadores para financiarcassino penaltyprópria viagem à Bahia e para distribuir lanches, camisetas e prêmios da corrida, que vão desde brinquedos até chequescassino penaltyaté R$ 300 para os mais bem colocados.

"Minha mãe morreu dois anos atrás, então só viajo para a Bahia por causa dessa corrida. E sofro muito quando vou daqui (SP) para lá. Afinal, quem ainda está me esperando lá? Mas tem essa molecada, e prometi que ia fazer a corrida para elas por toda a minha vida."

A tradição criada pelo atleta acabou impactando a vidacassino penaltymuitas pessoascassino penaltyseu povoado, onde até então a única opçãocassino penaltyesporte era o futebolcassino penaltyvárzea.

"São criançascassino penaltyclasse média muito baixa mesmo, elas ficam na expectativa pela corrida", conta Joelton Diascassino penaltyJesus, 34, que participa das provas adultas desde o início e se diz seu "maior vencedor": já ganhou sete vezes nas categoriascassino penaltyque competiu.

Acabou sendo apadrinhado por Ivanildo, que o trouxe a São Paulo e arrumou-lhe um emprego também como coletorcassino penaltylixo da empresa Ecourbis - alémcassino penaltypagarcassino penaltyinscrição para a última edição da São Silvestre.

"Era o meu sonho participar da São Silvestre. Acabei ficando aqui (em SP) por causa da corrida e do emprego", diz Joelton, que assim como Ivanildo treina diariamente "correndo atrás do caminhãocassino penaltylixo".

"A corrida virou uma paixão para mim; é saúde e é lazer."

Seu filho,cassino penalty7 anos, também participa regularmente das provascassino penaltyIvanildo, e ficoucassino penaltyprimeiro lugar na corrida do ano passado. Joelton torce para que um dia ele também corra a São Silvestre.

Grupocassino penaltycorridas

O ânimo gerado pelas provas deu origem, há cinco anos, ao grupocassino penaltycorridas "Flash Sport", que reúne algumas das dezenascassino penaltycorredores amadorescassino penaltyMonte Santo e região para compartilhar dicascassino penaltytreino via WhatsApp, alémcassino penaltyfazer vaquinha para dividir os custoscassino penaltytransporte para as provascassino penaltyrua regionais.

O grupo também levou à criaçãocassino penaltymais uma corridacassino penaltyrua na região, esta no povoadocassino penaltyLagoa do Saco, a 20 kmcassino penaltyLagoa do Meio.

"A gente ouvia falar das corridascassino penaltyLagoa do Meio e quisemos fazer uma aqui. E o público só aumenta, desde crianças até gente da terceira idade", conta o guarda municipal José Raimundo Andradecassino penaltyBrito, o Magrão, organizador do Flash Sport.

"Na próxima corrida daquicassino penaltyLagoa do Saco, esperamos que passecassino penalty200 inscritoscassino penaltyoito cidades", prossegue Magrão.

"E tem gente que busca não só pódio, mas mais saúde. Aqui a maioria dos empregos é na prefeitura - professores, profissionais da saúde -, e muita gente vai do trabalho pro sofá e do sofá pra casa. Então correr incentiva o pessoal a sair do sedentarismo."

É o casocassino penaltyMarina Eunicecassino penaltySouza, 41, que passava o dia inteiro sentada no mercadinho onde trabalha com o marido. "Fiquei com vontadecassino penaltyparticiparcassino penaltyuma das corridas porque aqui quase não tem esporte para mulheres", diz ela, que há dois anos participa do grupocassino penaltyMagrão e perdeu seis quilos com a atividade física.

"E foi muito bom para mim. Eu faço mais caminhada do que corrida, mas minha saúde melhorou bastante. Eu estava precisando mesmocassino penaltyum esporte."

Mas, entre que competem com Magrão no Flash Sport, tem gente com expectativa maior do que apenas manter a boa forma: o lavrador Fabio Jesus Correia, 18 anos, até pensacassino penaltyse profissionalizar no atletismo, depoiscassino penaltyobter boas colocaçõescassino penaltyprovascassino penaltyrua do interior baiano.

"Neste ano já corricassino penaltyquatro provas da região; fiz 7 kmcassino penalty18 minutos", conta. "Hoje faço provascassino penalty6 km, mas quero correr maratonas. Se conseguir apoio, quero virar corredor."

Fabio participa das corridascassino penaltyIvanildo desde os 11 anos - e chegou a correr descalço nas primeiras provas.

"Eu não tinha condições nemcassino penaltycomprar sapato, e o Ivanildo me ajudou." Hoje, o planocassino penaltyIvanildo é trazer Fábio para trabalharcassino penaltySão Paulo, assim como fez com Joelton.

Fabio treina três vezes por semana, entre 10 km e 12 km por vez, bem cedo pela manhã, antescassino penaltyseguir para roça para trabalhar.

"Temos alguns meninos como o Fábio, que podem ter futuro na corrida", argumenta Magrão. "Eles treinam bastante e conseguem pódiocassino penaltyquase toda a corridacassino penaltyque participam por aqui. Se alguém investir neles, essas sementinhas (plantadas) pelo Ivanildo podem dar fruto."

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