Quem foi São João, o profeta que teria batizado Jesus:bônus sem depósito bet
- Edison Veiga
- De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil

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João Batista,bônus sem depósito betpinturabônus sem depósito betBartolomé Gonzalez
bônus sem depósito bet É um caso peculiar dentro do cristianismo: um santo festejado tanto por seu nascimento,bônus sem depósito bet24bônus sem depósito betjunho, quanto porbônus sem depósito betmorte, 29bônus sem depósito betagosto. Normalmente, os católicos celebram a morte do santo como aquele diabônus sem depósito betque eles "nascem" para a Deus.
João Batista foi o homem que,bônus sem depósito betcerta forma, abriu as portas para a missãobônus sem depósito betJesus. Pregador itinerante nascido na Judeia, ele se tornou líder religiosobônus sem depósito betum grupobônus sem depósito betjudeus da época, exaltando a importânciabônus sem depósito betvalores como retidão e da prática da virtude. No intuitobônus sem depósito betpurificar as almas, lançava mão do batismo — realizadobônus sem depósito betcursos d'água,bônus sem depósito betcerimônias epifânicas.
O batismo não foi uma invençãobônus sem depósito betJoão, pois já era praticado na época. A novidade trazida por ele foi o fatobônus sem depósito betque ele não restringia a participação aos judeus, permitindo também que o ritual servisse para a conversão dos considerados pagãos — e isso motivou polêmicasbônus sem depósito betseu meio.
De acordo com os textos bíblicos, João era parentebônus sem depósito betJesus. Ele era filhobônus sem depósito betZacarias, um sacerdote, ebônus sem depósito betIsabel, uma primabônus sem depósito betMaria, a mãebônus sem depósito betJesus. Segundo a literatura sagrada, Jesus inicioubônus sem depósito betmissão evangelizadora somente após ter sido ele próprio batizado pelo primo nas águas do Rio Jordão.
Para muitos, João é exaltado como o maior dos profetas.
Como costumava acontecerbônus sem depósito betgrupos religiosos daquela época — a exemplo do próprio Jesus —, as pregaçõesbônus sem depósito betJoão passaram a incomodar o poder estabelecido. Preso por dez meses, provavelmentebônus sem depósito betalgum momento entre o ano 26 e o ano 28 da era cristã, João acabou condenado à morte pelo governante Herodes Antipas (20 a.C - cercabônus sem depósito bet39 d.C). Não se sabe exatamente a idade que João tinha quando foi morto, mas é certo que era mais velho do que seu primo Jesus.
Por muito tempo, pairavam controvérsias sobre a historicidadebônus sem depósito betJoão Batista. O principal documento, contudo, que atesta abônus sem depósito betexistência é o livro Antiguidades Judaicas, escrito pelo historiador romano Flávio Josefo (37-100) provavelmente no anobônus sem depósito bet94.
"João Batista é um personagem bíblico, mas para além dessa referência também há um historiador muito importante, Flávio Josefo, que se refere a elebônus sem depósito betsuas obras. É um historiador que tem uma visão muito isenta, porque não é ligado à tradição cristã", pondera o estudiosobônus sem depósito bethagiografias Thiago Maerki, pesquisador da Universidade Federalbônus sem depósito betSão Paulo (Unifesp) e associado da Hagiography Society, dos Estados Unidos.
"Por muito tempo houve a controvérsia se João Batista existiubônus sem depósito betfato ou se seria uma construção lendária, literária. Tudo indica que existiubônus sem depósito betfato, por contabônus sem depósito bettestemunhos externos à Igreja. E talvez este [o livrobônus sem depósito betJosefo] seja o mais importante", acrescenta Maerki.
O pesquisador ressalta que Josefo "se refere a João Batista" como alguém "que costumava reunir uma multidãobônus sem depósito bettorno dele para ouvirbônus sem depósito betpregação". "Havia, portanto, muitos seguidores. E isso teria incomodado Herodes", narra Maerki. "Temia-se que João pudesse iniciar uma rebelião. Suas pregações incomodavam o poder. Por isso acaba sendo preso e mortobônus sem depósito betseguida."
De acordo com as narrativas antigas, foi morto por decapitação. E tevebônus sem depósito betcabeça apresentadabônus sem depósito betuma bandeja.
"Ele viveu na Galileia no reinadobônus sem depósito betHerodes e possuiu muitos seguidores, pregava aos judeus e fazia do batismo símbolobônus sem depósito betpurificação da alma. Ele era filhobônus sem depósito betZacarias, sacerdote, ebônus sem depósito betIsabel, primabônus sem depósito betMaria Santíssima. Alémbônus sem depósito betprimobônus sem depósito betJesus. Sua mãe, Isabel, era primabônus sem depósito betMaria, João ainda no ventre da mãe celebrou Jesus também no ventrebônus sem depósito betMaria como vemosbônus sem depósito betLucas. Foi também ele o precursorbônus sem depósito betJesus ebônus sem depósito betmensagem salvífica", acrescenta o hagiólogo José Luís Lira, fundador da Academia Brasileirabônus sem depósito betHagiologia e professor da Universidade Estadual Vale do Aracaú, do Ceará.
"Não bastasse tudo isso, ele batizou Jesus. Então, não só o cristianismo, mas, diversas religiões o celebram. De um modo geral, João Batista é mártir. Morreubônus sem depósito betdefesa da fé. E já os discípulosbônus sem depósito betJesus o tratavam com reverência. No martirológio romano encontramos duas celebrações a ele, no nascimento e no martírio", diz ainda o hagiólogo.
Simbolismosbônus sem depósito betJoão
Embora existisse essa reverência ao personagem desde os primeiros cristãos, Maerki lembra que oficialmente o cristianismo só oficializou uma solenidade à natividadebônus sem depósito betSão João no século 4, "conforme indícios". "Depois essa celebração foi se difundindo nos séculos seguintes e, já no século 6, houve um aprimoramento da festividade, precedidabônus sem depósito betum jejum solene, com missabônus sem depósito betvigília e tal. Na Idade Média, há o históricobônus sem depósito betcelebrações com três missas para a data", contextualiza. "Era uma festa das mais importantes, das mais cultivadas e das mais populares da época. E isso é importante porque ainda hoje a gente sabe que João Batista é dos santos mais populares, mais venerados,bônus sem depósito bettradição muito forte que remonta ao período medieval."
Claro que há simbolismos, e a escolhabônus sem depósito betdatas assim, provavelmente definidas a posteriori, não foi à toa. "João Batista teria sido concebido no equinóciobônus sem depósito betoutono e teria nascido no solstício do verão europeu. Isso é importante. Santo Agostinho, depois, vê nisso uma espéciebônus sem depósito betconfirmação cósmica do versículo bíblico que diz que é necessário 'que ele cresça e eu diminua'. Agostinho interpretou esse versículo como uma referência indireta ao nascimentobônus sem depósito betJoão Batista", afirma Maerki.

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João Bastista,bônus sem depósito betobrabônus sem depósito betAnton Raphael Mengs
"Alguns teólogos ainda apontam para um certo paralelismo com o Natalbônus sem depósito betJesus, que acontece no inverno europeu, quando analisam o natalbônus sem depósito betJoão, verão europeu", complementa o pesquisador. "Isso teria dado origem a manifestações folclóricas, inclusive os fogosbônus sem depósito betSão João que representam e simbolizam o nascimento do santo. É o nascimento mas também ébônus sem depósito betreferência ao início do verão. São relações curiosas que, certamente surgiram por meios populares e foram se enraizando. Depois acabaram aceitas e cultivadas inclusive pela Igreja", diz o pesquisador.
De qualquer forma, os próprios textos bíblicos concedem a João uma posição especial. "João é apresentado como o precursor do messias e essa imagem é muito forte, é daquele que prepara o caminho da salvação", pontua Maerki. "Há todo um caráter messiânico. Ele vai ser apontado como o profeta que indicoubônus sem depósito betCristo o 'cordeiro enviado para expiar os pecados do mundo', aquele que primeiramente teria vistobônus sem depósito betJesus o caráter daquele que teria sido enviado por Deus. E a partir daí teria iniciado um novo momento na pregaçãobônus sem depósito betJoão, não sóbônus sem depósito betanunciar que o messias estava próximo mas que esse messias seria o próprio Jesus, uma tradição bíblica que depois a igreja aprofunda, desenvolve e festeja."
O Evangelhobônus sem depósito betMateus, por exemplo, apresenta João Batista como alguém muito maior do que um profeta, como o profeta dos profetas. "Porque, diferentemente dos profetas que falavam do futuro, ele indicou o messias no presente. Isso é muito forte na tradição religiosa. Ele é alguém que não anuncia um futuro distante, ele anuncia um messias que está presente, que se faz presente no momentobônus sem depósito betque ele fala", comenta o hagiólogo. Essa primazia é uma interpretação comum a muitos teólogos e estudiososbônus sem depósito bettextos sagrados.
Rivalidade fraterna
Por outro lado, enquanto a Igreja consolidou essa visãobônus sem depósito betJoão Batista como precursorbônus sem depósito betJesus, pesquisas contemporâneas identificam, sobretudobônus sem depósito betevangelhos apócrifos — aqueles que não são considerados no cânon oficial do cristianismo — mas tambémbônus sem depósito betanálise dos textos que constam da Bíblia, uma certa rivalidade entre os dois líderes da mesma época e da mesma região.
"Havia uma grande polêmica entre os discípulosbônus sem depósito betJoão Batista ebônus sem depósito betJesus, e essa polêmica emerge dos próprios evangelhos. Parece que o próprio Batista não estava muito convencido do carisma proféticobônus sem depósito betJesus, da messianidadebônus sem depósito betJesus", aponta Maerki. "Tanto que quando ele estava preso, ele enviou algunsbônus sem depósito betseus seguidores, os que mais confiava, para perguntarembônus sem depósito betseu nome se Jesus era aquele que haviabônus sem depósito betvirbônus sem depósito betfato ou se ele devia esperar outro."
"Isso revela, indiretamente, uma dúvidabônus sem depósito betJoão Batista, ou seja, a Igreja sempre aceitou João Batista como esse grande profeta mas talvez nem o próprio João Batista acreditasse nisso", analisa o pesquisador.
Para Maerki, outro fato que corrobora essa tese é que mesmo que o relato bíblico aponte que, no episódio do batismobônus sem depósito betJesus, João e os demais presentes souberam, por uma voz, que estavam diante do filhobônus sem depósito betDeus, "o eleito", ele não decidiu dissolver seu grupo,bônus sem depósito betescolabônus sem depósito betpregação, tampouco se unir aos seguidoresbônus sem depósito betJesus. "Ele continuavabônus sem depósito betcaminhada, paralelamente à caminhadabônus sem depósito betJesus. Isso é muito significativo", comenta.

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Ilustração do século 18 que representa o historiador Flavio Josefo
Nesse sentido, há o entendimentobônus sem depósito betque os seguidoresbônus sem depósito betJoão Batista poderiam respeitar e considerar Jesus um grande mestre, mas não um messias. E que,bônus sem depósito betúltima análise, essa posição poderia ser a mesmabônus sem depósito betJoão, uma vez que ele manteve suas pregações.
"Depois que Batista foi executado, formou-se um grupobônus sem depósito betseguidores que inclusive passaram a defendê-lo como o verdadeiro messias", conta Maerki. "Ele se transformoubônus sem depósito betuma espéciebônus sem depósito betrivalbônus sem depósito betJesus. Isso não é comentado na bíblia canônica, mas aparecebônus sem depósito bettexto apócrifos."
No texto apócrifo conhecido como Evangelhobônus sem depósito betTomé, Jesus teria dito que "ninguém é tão maior do que João Batista". "Isso é parecido com o Evangelhobônus sem depósito betLucas,bônus sem depósito betque aparece algo assim,bônus sem depósito betque 'entre os nascidosbônus sem depósito betmulher, não há profeta maior do que João Batista, mas o menor no Reinobônus sem depósito betDeus é maior do que ele'", diz o pesquisador.
"Isso talvez seja o panobônus sem depósito betfundo, e essa falabônus sem depósito betJesus seja justamentebônus sem depósito bettorno dessa polêmica, dessa rivalidade existente entre os dois", explica.
Festas juninas
Polêmicas à parte, fato é que João Batista se tornou das figuras mais importantes para o cristianismo, e um santo muito popular. Como personagem, transcende o catolicismo — tornou-se figura folclórica, celebrada, ao ladobônus sem depósito betSanto Antônio e São Pedro, nas famosas festas juninas tão tradicionais nesta época do ano no Brasil.
Algumas lendas ajudam a explicar os elementos típicos da comemoração. "Uma antiga tradição diz que João nasceu no altobônus sem depósito betuma montanha e que uma fogueira foi acesa quandobônus sem depósito betmãe, Isabel, entroubônus sem depósito bettrabalhobônus sem depósito betparto para avisar aos parentes que moravam na planície. Pode ser daí o início das festasbônus sem depósito betjunho, juninas", diz Lira.
"Primeiro se celebra Santo Antonio, jovem na história do cristianismo, depois João e Pedro contemporâneosbônus sem depósito betJesus. As festas brasileiras vieram com o colonizador português e aqui no Nordeste brasileiro têm características bem próprias e animam as noites do sertão e da cidade, incluindo a tradiçãobônus sem depósito betse tomar afilhados, padrinhos, compadresbônus sem depósito betfogueira, com a intercessão do santo."
"Nos locais nos quais João é padroeiro o novenário ébônus sem depósito betnove dias, sendo o dia 24 o principal da festa. Catolicamente é esse o rito, mas, o folclore o celebra com fogueira na véspera e outras tradições. A Igreja celebra do seu modo a festa, mas, não há qualquer tipobônus sem depósito betproibição formal aos outros festejos aos santos. E viva São João", enaltece o hagiólogo.
Arcebispo do Riobônus sem depósito betJaneiro, o cardeal Orani João Tempesta — que tem João como segundo nome justamente porque nasceu na véspera da festabônus sem depósito betJoão Batista,bônus sem depósito bet1950 — também vê com bons olhos as festividades populares.
"O mêsbônus sem depósito betjunho traz para nós, brasileiros, a oportunidadebônus sem depósito betconfraternização, participação e, ao mesmo tempo, alegria", comenta ele. "É tempobônus sem depósito betcomemorar os santos Antônio, João e Pedro e, também, confraternizar com as pessoas juntos, sentir essa proximidade, celebrar a presença na região, na cidade."
"Vemos São João sendo celebradobônus sem depósito bettodo lugar, com tradições, alimentos, bebidas, fogueira, fogos, bandeirinhas… Enfim, cada lugar tem um pouco suas características. Como nasci na vésperabônus sem depósito betSão João, nunca faltou,bônus sem depósito betminha infância a comemoração folclórica da festabônus sem depósito betSão João, com os doces próprios e as comidas típicas", ressalta o cardeal. "Isso faz bem para o povo. Nosso povo necessita desses momentosbônus sem depósito betfolguedo,bônus sem depósito betpodermos estar um pouco mais tranquilos e celebrando uns com os outrosbônus sem depósito betmeio a tantas dificuldades."
Tempesta acredita que tais eventos servem para que todos possam "festejar a nossa esperança e a confiançabônus sem depósito betpoder ver dias melhoresbônus sem depósito betpaz e fraternidade".
'Este texto foi originalmente publicadobônus sem depósito bethttp://www.mi-rob.com/geral-61908026'

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