Quem foi Maomé, a figura-chave do islã:roleta brasileira da evolution
- Edison Veiga
- De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil

Gravura otomanaroleta brasileira da evolutionautor desconhecido representa Maomé com o rosto vendado, justamente para não "representá-lo"
roleta brasileira da evolution Líder religioso e político do Oriente Médio, Abul Al-Qasim Muhammad ibn Abd Allah ibn Abd Al-Muttalib ibn Hashim (571-632) entrou para a história como Maomé — ou Muhammad, com preferem seus seguidores —, o fundador do islã.
"Sabe-se que ele foi um líder que fez uma revolução muito significativa no território que hoje majoritariamente pertence à Arábia Saudita", resume o cientista da religião Atilla Kus, pesquisador e mestre pela Pontifícia Universidade Católicaroleta brasileira da evolutionSão Paulo (PUC-SP), e autor do livro A Constituiçãoroleta brasileira da evolutionMedina.
"Ele nasceuroleta brasileira da evolutionMeca e, aos 40 anos, começou a pregar uma nova religião que foi denominada, no livro sagrado Alcorão, como 'islam' - islã, como se costuma dizer no Brasil."
O pesquisador é enfático: "Não há registros que indiquem que ele não existiu". E diz que, como acontece com outros fundadoresroleta brasileira da evolutionreligiões, o próprio fatoroleta brasileira da evolutionque tantos passaram a seguir o que foi deixado por ele também é um indicativo que, sim, ele existiu.
Kus diz que os 1,8 bilhãoroleta brasileira da evolutionadeptos do islã são "a maior evidênciaroleta brasileira da evolutionque ele existiu e liderou um movimento religioso na primeira metade do século 7 da era comum".
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Há documentos antigos, escritos pouco tempo após a morte dele, chamadosroleta brasileira da evolution"sira" e que são considerados, por muçulmanos e também por alguns estudiosos do islã, como as biografiasroleta brasileira da evolutionMaomé. Segundo a antropóloga Francirosy Campos Barbosa, professora na Universidaderoleta brasileira da evolutionSão Paulo (USP-Ribeirão Preto) e autora do livro 'Hajja, hajja: a experiênciaroleta brasileira da evolutionperegrinar', "muito do que sabemos sobre a vida" dele é devido a esses registros.

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Maomé é o fundador do Islã
Ela ressalta que pesquisadores não muçulmanos também costumam se apoiar nesses escritos, como é o caso da historiadora da religião Karen Armstrong, ex-freira, graduada na Universidaderoleta brasileira da evolutionOxford, que lecionou na Universidaderoleta brasileira da evolutionLondres. Entre seus livros, estão títulos como 'Muhammad: a Biography of the Prophet' e 'Muhammad: Prophet For Our Time'.
"Muhammad tornou-se profeta aos 40 anos. E o que se sabia é que ele era um membro do Hachemita, nome que vem da linhagemroleta brasileira da evolutionseu pai Hashim, e dos Coraichitas, grupo influenteroleta brasileira da evolutionMeca", relata Barbosa. "Sobre a infância e adolescência, sabemos que ele perdeu seus pais ainda criança, e foi criado por seu tio, Abu Talib. Tornou-se mercador como muitos homensroleta brasileira da evolutionsua época."
Aos 25 anos, ele se casou com Khadija, vivendo com ela até se tornar viúvo, com 50 anos. Khadija era uma comerciante 15 anos mais velha do que Maomé. Tiveram vários filhos. "Mas vários deles também morreram. Uma das suas filhas mais conhecidas é Fátima", comenta Barbosa.
"Na época, Meca já era uma cidade importante, um caminhoroleta brasileira da evolutiontrocas comerciais, por onde passavam grandes caravanasroleta brasileira da evolutionmercadores", acrescenta a antropóloga. O local já era pontoroleta brasileira da evolutionperegrinação para quem visitava a Caaba, local considerado sagrado por tribos beduínas da região mesmo antes do islã — e depois ressignificado com o advento da nova religião.
"Essa cidade-estado era controlada pelos Coraichitas. No entanto, muitos moradores da península arábica eram adoradoresroleta brasileira da evolutiondeuses e faziam seus cultos na Caabra", contextualiza a pesquisadora. "Muhammad era conhecido pelaroleta brasileira da evolutionbondade desde criança, seu tratamento justo com as pessoas,roleta brasileira da evolutionhonestidade que sempre se destacava. Ele tinha o hábitoroleta brasileira da evolutionse afastar para o Monte Hira para rezar e estar mais pertoroleta brasileira da evolutionDeus."

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Em 2015, milharesroleta brasileira da evolutionmuçulmanos protestaram contra caricaturaroleta brasileira da evolutionMaomé pela revista satírica francesa Charles Hebdo
Foi numa dessas idas à montanha que Maomé viveu a epifania que daria origem ao seu papel religioso. Ele teria sido surpreendido pelo anjo Gabriel. "Que disse a ele: Iqra, ou seja, leia!", pontua Barbosa.
"Lê,roleta brasileira da evolutionnome do teu Senhor Que criou; Criou o homemroleta brasileira da evolutionalgo que se agarra. Lê, que o teu Senhor é Generosíssimo, Que ensinou através do cálamo, Ensinou ao homem o que este não sabia", diz o trecho do Alcorão.
"A partir dessa experiência, o profeta passa a conduzir aroleta brasileira da evolutionvida espiritualmente. Se por um lado trouxe muitos seguidores, também trouxe muitos que os perseguiram, passando a ser considerado um subversivo religioso", comenta a pesquisadora.
"Ele pregava a existênciaroleta brasileira da evolutionum só Deus e isso provocava imensamente a população da época, que adorava vários. Durante 23 anos o Alcorão foi revelado ao profeta, uma parteroleta brasileira da evolutionMeca e a outra parteroleta brasileira da evolutionMedina, para onde teve que imigrar devido a perseguições que sofria do povoroleta brasileira da evolutionMeca. Aos poucos Muhammad foi se tornandoroleta brasileira da evolutionlíder carismático a um líder político. A própria Constituiçãoroleta brasileira da evolutionMedina é um exemplo daroleta brasileira da evolutionforma equilibradaroleta brasileira da evolutiondialogar com muçulmanos e não muçulmanos."
Islã e islamismo
Para os muçulmanos, é importante delimitar a diferença dos termos islã e islamismo. "É muito comum e é um vícioroleta brasileira da evolutionlinguagem se referir ao islã como islamismo, porém é um equívoco, pois islamismo é, academicamente, a nomenclatura que se usa para referenciar o movimento político que se sustenta no islã", explica Kus. "O nome da própria religião é islam, ou islã - esta como foi feita a adaptação no português brasileiro."
"O termo mais correto é islam, que significa paz. Este é o nome da religião", complementa Barbosa. "É comum usarmos islamismo quando nos referimos a ações político-religiosasroleta brasileira da evolutionalguns grupos muçulmanos."
Outra questão recorrente quando se fala sobre a religião muçulmana é a possibilidade da representação, por meioroleta brasileira da evolutionimagens, do profeta Maomé. Costuma-se dizer que qualquer retrato que aluda a ele seja algo terminantemente proibido. Mas, segundo os pesquisadores, isso não é tão radical como possa parecer.
"A imagem é permitida desde que não seja um objetoroleta brasileira da evolutionadoração", explica Kus. "No islã, o usoroleta brasileira da evolutionfiguras humanasroleta brasileira da evolutiondesenhos e imagens foi proibido por muito tempo porque as pessoas poderiam adotar aquilo como uma divindade. Portanto, [no contexto religioso,] a representação imagéticaroleta brasileira da evolutionMuhammad também é proibida por esse motivo."
A antropóloga Barbosa ressalta que "a imagemroleta brasileira da evolutiontodo profeta" tem a reprodução proibida dentro do islã. "Não apenasroleta brasileira da evolutionMuhammad. Há maisroleta brasileira da evolution144 mil profetas segundo o islam e nenhum deles pode terroleta brasileira da evolutionimagem reproduzida. Inclusive Jesus, que é um dos profetas da religião."
"Como o islã é uma religião monoteísta,roleta brasileira da evolutioncrençaroleta brasileira da evolutionDeus único, a preocupação éroleta brasileira da evolutionque imagensroleta brasileira da evolutionpessoas importantes para o islã possam virar cultos, o que passem a ser adorados. Isso faz com que o entendimento sejaroleta brasileira da evolutionproibir imagensroleta brasileira da evolutionprofetas e mensageiros", contextualiza ela.
O cientista da religião Kus ressalta que a determinação foi dada pelo próprio profeta, "para que as pessoas posteriormente não adotassem a imagem dele como uma divindade e, assim, caíssem no único pecado imperdoável no islã: oroleta brasileira da evolutionatribuir parceiros a Deus".
"Por outro lado, depoisroleta brasileira da evolutionum certo avanço científico e intelectual, na jurisprudência islâmica permitiu-se a pinturaroleta brasileira da evolutionfiguras humanas", comenta ele. Como exemplo, ele cita a pintura do sultão Mehmed 2º (1432-1481), do Império Otomano, realizada no século 15.

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Representaçãoroleta brasileira da evolutionMaomé ou Muhammad por meioroleta brasileira da evolutionimagens é uma situação muito controversa mesmo dentro do islã
Charlie Hebdo
A representaçãoroleta brasileira da evolutionMaomé ou Muhammad por meioroleta brasileira da evolutionimagens é uma situação muito controversa mesmo dentro do islã. Em 30roleta brasileira da evolutionsetembroroleta brasileira da evolution2005, o jornal dinamarquês Jyllands-Posten publicou 12 caricaturas do profeta muçulmanos e, com isso, desencadeou uma sérieroleta brasileira da evolutionprotestos.
A narrativa da época eraroleta brasileira da evolutionque o órgãoroleta brasileira da evolutionimprensa havia violadoroleta brasileira da evolutionforma proposital o preceito islâmicoroleta brasileira da evolutionnão representação iconográfica do líder religioso. Seguidores do islã no país passaram a exigir um pedido formalroleta brasileira da evolutiondesculpas e pelo menos dois dos cartunistas precisaramroleta brasileira da evolutionresguardo porque passaram a enfrentar ameaçasroleta brasileira da evolutionmorte. Houve protestosroleta brasileira da evolutionmuçulmanosroleta brasileira da evolutionCopenhague e um pedidoroleta brasileira da evolutiondiplomatas muçulmanos para que o cheferoleta brasileira da evolutionestado dinamarquês condenasse publicamente o jornal.
Em janeiro do ano seguinte, o Jyllands-Posten publicou um pedidoroleta brasileira da evolutiondesculpas. Contudo, diversas outras publicações europeias, baseadasroleta brasileira da evolutionprincípios da liberdaderoleta brasileira da evolutionimprensa, decidiram republicar as caricaturas. Houve incidentesroleta brasileira da evolutionembaixadas. Em 4roleta brasileira da evolutionfevereiro, manifestantes muçulamos na Síria incendiaram as sedes locais da Noruega e da Dinamarca. No dia seguinte, seguidores do islã atearam fogo no consulado dinamarquêsroleta brasileira da evolutionBeirute, no Líbano.
Em 7roleta brasileira da evolutionjaneiroroleta brasileira da evolution2015, o alvo foi o jornal satírico francês Charlie Hebdo. Um atentado ocorrido na redação da publicação,roleta brasileira da evolutionParis, acabou deixando 12 mortos e cinco feridos. O jornal vinha, reiteradamente e há anos, publicando ilustraçõesroleta brasileira da evolutionMaomé eroleta brasileira da evolutiontemáticas islâmicas, sempre com fundo humorístico.
Segundo a antropóloga Francirosy Campos Barbosa, "a criaçãoroleta brasileira da evolutionimagens é uma questão controversa entre os muçulmanos devido às narrações proféticas que proíbem fortemente imagens associadas à idolatria e que rivalizam com a criaçãoroleta brasileira da evolutionAlá".
"No entanto, o profeta fez uma concessãoroleta brasileira da evolutionrelação a imagens e os estudiosos modernos permitiram imagens se elas servissem a um propósito útil", explica. "Todos os estudiosos muçulmanos permitem fotos e imagensroleta brasileira da evolutioncoisas que não têm alma, como árvores, pedras, paisagens e assim por diante. Essa concessão foi dada por Ibn Abbas quando lhe foi pedido um julgamento sobre imagens."
Parenteroleta brasileira da evolutionMuhammad, Ibn Abbas é considerado, pelos muçulmanos, um dos primeiros especialistasroleta brasileira da evolutionAlcorão.
A proibição das imagens, conforme explica Barbosa, é baseada nos hádices do profeta. São diversos os que versam sobre isso. "Segundo algumas opiniões, é totalmente proibido fazer imagensroleta brasileira da evolutioncoisas com uma alma. Essa é a opinião mais estrita e a mais segura para os muçulmanos que desejam evitar imagens ilegais", contextualiza a especialista. "No entanto, existem fortes evidências que sugerem que não são as imagensroleta brasileira da evolutionsi mesmas que são ilegais, mas é a intenção para a qual elas são usadas."
"Desde o início, o profeta Muhammad havia proibido o desenho da imagem dele, pelo medoroleta brasileira da evolutionque as pessoas pudessem adotá-la como íconeroleta brasileira da evolutionadoração,roleta brasileira da evolutionidolatria", diz Kus.

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"Desde o início, o profeta Muhammad havia proibido o desenho da imagem dele, pelo medoroleta brasileira da evolutionque as pessoas pudessem adotá-la como íconeroleta brasileira da evolutionadoração,roleta brasileira da evolutionidolatria", diz Atilla Kus
Maomé ou Muhammad?
O líder religioso acabou ficando conhecido,roleta brasileira da evolutionportuguês, como Maomé. Para muçulmanos e estudiosos do islã, contudo, a transliteração não é bem-vinda — pode soar até como ofensiva. Não há um consenso, contudo.
A antropóloga Barbosa cita um estudo realizado pela Universidade Jean Moulin Lyon 3, da França, para argumentar que houve uma "deformação" do nome do profeta do islã que remonta à Idade Média.
Nas primeiras traduções latinas do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, Muhammad foi transcrito como Mahumet ou Mahomet. "Alguns muçulmanos na França acreditam que 'Mahomet' tenha sido forjado a partirroleta brasileira da evolutionum raiz xenófoba denegridora, ou que tenha vindoroleta brasileira da evolution'ma houmid', expressão que significaria 'o indignoroleta brasileira da evolutionlouvor'", aponta Barbosa.
Ela lembra que esse nome não foi o único a ser distorcido durante a transição do árabe para o látim. "Nomesroleta brasileira da evolutiongrandes estudiosos muçulmanos sofreram o mesmo destino, sem que isso tenha dado origem à menor disputa. Como o filósofo Ibn Sina [estudioso que viveu entre 980 e 1037], que se tornou Avicena", comenta ela. "A corruptela do nome foi seguidaroleta brasileira da evolutionPortugal. Muhammad para Mahumet e, daí, Maomé."
"Eu acredito que o uso do nome Maomé é inapropriado e errado, pois por mais que os prenomes sejam traduzíveis, os nomesroleta brasileira da evolutionpessoas que marcam a história geralmente são preservados emroleta brasileira da evolutionforma original", argumenta Kus.
É uma verdade parcial. Kus usa como exemplo o fatoroleta brasileira da evolutionque o atual monarca do Reino Unido seja tratado, no Brasil, como Rei Charles 3º, e não Rei Carlos 3º. Entretanto, muitos países "traduzem" o nome do britânico, chamadoroleta brasileira da evolutionCarlosroleta brasileira da evolutionPortugal, Carlo na Itália e Karel na Eslovênia, por exemplo.
E mesmo no Brasil há uma tradiçãoroleta brasileira da evolutiontransliterações, considerando outras figuras históricas. Nas escolas, por exemplo, é comum que o príncipe neerlandês Willem Van Oranje (1544-1584) seja referido como Guilhermeroleta brasileira da evolutionOrange. E, navegando por searas religiosas, Moisés é plenamente aceito como a versãoroleta brasileira da evolutionportuguêsroleta brasileira da evolutionMoshé, assim como Jesus é a maneira como se nomeia Yeshu.
Outro ponto levantado por Kus, contudo, merece reflexão: para muitos seguidores do islã, Maomé pode ter sido uma tradução mal-feita. "Acredito que devamos usar Muhammad ao invésroleta brasileira da evolutionMaomé porque, com se pode ver, um nome não tem nada a ver com outro", argumenta o pesquisador. "Pelo que tenho visto, português e francês são os únicos idiomas que fizeram essa adaptação nada a ver com o nome original."
Segundo Kus, uma possível explicação seria por contaroleta brasileira da evolution"nomesroleta brasileira da evolutionescravizados africanos que eram muçulmanos". "Um deles tem uma autobiografia, e se chamava Mahomah Baquaqua. Porém, as adaptações desses nomes não eram para substituir o original Muhammad. Era para derivar novos nomes para que as pessoas não ofendessem o nome do profeta", explica ele.
Nesse sentido, usar Maomé para se referir ao líder religioso seria um contrassenso, à medida que a transliteração torta teriaroleta brasileira da evolutionorigem justamente quando a ideia fosse não se referir a ele.
"Penso que isso pode ter sido uma transliteração do nome para facilitar a pronúncia", comenta a antropóloga Barbosa. "No entanto, nenhum muçulmano no Brasil vai se referir ao profeta com esse nome. O incorreto para os muçulmanos é dizer que se segue a Maomé, ou se referir a eles como maometanos."
É uma polêmica que já foi discutida na imprensa. Entre 2001 e 2006, por exemplo, naquele contexto pós-atentados do 11roleta brasileira da evolutionSetembro, a Folharoleta brasileira da evolutionS. Paulo adotou a grafia Muhammadroleta brasileira da evolutionvezroleta brasileira da evolutionMaomé. Conforme explicou o jornalista Marcelo Beraba, então ombudsman do jornal,roleta brasileira da evolutioncoluna publicadaroleta brasileira da evolution19roleta brasileira da evolutionmarçoroleta brasileira da evolution2006, isso ocorreu porque havia o entendimentoroleta brasileira da evolution"que Maomé era uma palavra ofensiva para os muçulmanos". E isso passou a constar inclusive do Manualroleta brasileira da evolutionRedação utilizado pela publicação.
Em seu texto, no entanto, Beraba justificou a volta do usoroleta brasileira da evolutionMaomé argumentando que "uma transliteração malfeita não significa que o termo transliterado seja uma ofensa". Em linhas gerais, contudo, a volta do termo outrora consolidado se apoiou, depoisroleta brasileira da evolutiontantas reclamaçõesroleta brasileira da evolutionleitores, na tradição. "O questionamento principal [dos leitores] tinha como base a tradição. Por que deveríamos adotar uma grafia novas se tínhamos uma consagrada, Maomé?", argumentou o jornalista.

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Muhammad e seus seguidores indo para a batalha, fólioroleta brasileira da evolutionum Hamla-yi Haidari, por voltaroleta brasileira da evolution1820. Artista desconhecido.
Diálogo interreligioso
Interessante notar que o islã, nascido após o judaísmo e o cristianismo, conservaroleta brasileira da evolutionsuas bases um diálogo com essas religiões predecessoras. "Isso vem desde os primórdios", diz Kus. "Segundo a tradição islâmica, quando o profeta Muhammad recebeu as primeiras revelações corânicas aos seus 40 anosroleta brasileira da evolutionidade e ficou espantado pela realidade sobrenatural que lhe aconteceu, Khadija,roleta brasileira da evolutionesposa, o levou até um primo próximo que era um estudioso cristão das escrituras sagradas."
Esse primo, Waraqa ben Nawfal, teria sido quem lhe deu amparo sobre o ocorrido e o orientado sobre os próximos passos. "Além disso, os primeiros muçulmanos foram bem recebido por reis cristãos como Najashi As-ham, da Abissínia, e Heracleio, do Império Bizantino", pontua Kus. "Já a relação com os judeus é muito mais estrita, conforme vemos na Constituiçãoroleta brasileira da evolutionMedina, que é meu objetoroleta brasileira da evolutionestudo no meu livroroleta brasileira da evolutionmesmo nome."
Ele ressalta que a maioria das figuras bíblicas, como Adão, Noé, Moisés, Jesus e Maria, faziam parte "de ensinamentos" do Alcorão, sempre "como exemplosroleta brasileira da evolutionfé e profetasroleta brasileira da evolutionDeus". "Particularmente, Noé, Abraão, Moisés e Jesus são citados como os maiores profetas e mensageiros enviados na históriaroleta brasileira da evolutiontoda a humanidade", comenta Kus.
"Jesus é conhecido e respeitado pelo islam como a palavraroleta brasileira da evolutionDeus encarnada e concebida por Virgem Mariaroleta brasileira da evolutionforma milagrosa. Maria é a única mulher citada por nome como um exemploroleta brasileira da evolutionfé e devoção e possui um capítulo do Alcorão propriamente dedicado a ela."
Barbosa ressalta que Jesus e Moisés são mais vezes citados no Alcorão do que o próprio Muhammad.
-Este texto foi originalmente publicadoroleta brasileira da evolutionhttp://www.mi-rob.com/geral-63635739








