COP27: Como poluição por petróleo no anfitrião da conferência ameaça uma das principais barreirasbet dnbcoral do mundo:bet dnb

Todos os dias, 40 mil metros cúbicos dessa água tóxica — o equivalente a 16 piscinas olímpicas — são despejados no Mar Vermelho, dizem os documentos.
Greg Asner, ecologista da Arizona State University, diz que a informação é "muito alarmante", pois indica contaminação por chumbo, cádmio, cobre, níquel e outros metais pesados. "Você não precisa ser especialista para entender que algo não está certo aqui", diz ele.
Os documentos vazados indicam que o governo do Egito tem conhecimento do problema das águas residuais desde pelo menos 2019, depois que a petrolífera britânica BP vendeubet dnbparticipaçãobet dnb50% no projeto para a empresa Dragon Oil, dos Emirados Árabes. Os outros 50% sãobet dnbpropriedade da estatalbet dnbpetróleo do Egito.
A venda da BP foi partebet dnbuma decisão da empresabet dnbse desfazerbet dnbativos no valorbet dnbUS$ 10 bilhões. Analistas diziam que o plano da BP era fazer com que a venda ajudasse a multinacional a cumprir suas metas climáticas.
A deputada do Partido Verde no Reino Unido Caroline Lucas afirma: "Não é surpresa que a BP e outros prefiram vender seus ativos mais sujos e ambientalmente destrutivos, do que limpá-los eles mesmos".
A BP disse à BBC que a vendabet dnbsua participação na Gupco foi por razões financeiras, e não como partebet dnbum plano para atingir metas climáticas. A empresa disse ainda que as questões sobre as águas residuais tóxicas cabe à Gupco.
Gupco e o Ministério do Meio Ambiente do Egito não responderam ao pedidobet dnbentrevista feito pela BBC.
O acesso às instalaçõesbet dnbRas Shukeir é restrito a trabalhadores petrolíferos e inspetores do governo. No entanto, a BBC conseguiu usar imagensbet dnbsatélite para examinar a extensão da poluição da água.

Crédito, Getty Images
A análisebet dnbimagensbet dnbsatélitebet dnbalta resolução mostra uma mancha verdebet dnbaté 20 km no mar ao sul,bet dnbáreas que abrigam vida marinha.
A empresabet dnbanálisebet dnbsatélite Soar.Earth usou técnicas remotasbet dnbmonitoramento da qualidade da água para examinar a mancha. O especialistabet dnbsensoriamento remoto da empresa, Sergio Volkmer, diz que a mancha "não é uma proliferaçãobet dnbalgas", mas sim algo abaixo da superfície, como sedimentos ou líquidos emitidos localmente.
Essa mesma mancha verde é visível na primeira imagembet dnbsatélite que a BBC conseguiu encontrar,bet dnb1985, indicando que o terminalbet dnbpetróleo pode estar despejando água tóxica no Mar Vermelho há décadas. Ela ainda aparece na imagem mais recente, feitabet dnbsetembrobet dnb2022.
Asner também examinou a área usando o Allen Coral Atlas, uma ferramentabet dnbsatélitebet dnbalta resolução que monitora os recifesbet dnbcoral.
Ele diz que, embora haja sinaisbet dnbum ecossistema prósperobet dnbambos os lados da área impactada, "de repente é difícil ver através da água" por causabet dnb"algo na superfície que parece poluição".
Gera Troisi — professora da Brunel University London que estuda os efeitos das toxinas nos organismos — diz que os compostos contidos na água despejada podem reagir com a água do mar, absorver o seu oxigênio e sufocar até mesmo a vida marinha mais resistente.
"Estamos sufocando [a vida marinha] e depois retirando o seu acesso à luz por causabet dnbtodos esses sólidos suspensos", diz ela.
A ONU alerta que, se as temperaturas médias globais aumentarem 1,5°C, 90% dos corais do mundo serão exterminados.
Mas apesar da temperatura do mar subir mais rápido no Mar Vermelho do que a taxa média global, o "super coral" nesta região provou que é resistente aos efeitos das mudanças climáticas.
Alguns cientistas acreditam que os corais do Mar Vermelho podem conter o segredo para salvar coraisbet dnbtodo o mundo. A oceanógrafa Sylvia Earle diz que mais pesquisas são necessárias para descobrir o que torna esse coral menos vulnerável ao aumento das temperaturas.
Mas ela diz que o coral do Mar Vermelho ébet dnb"enorme importância para a comunidade internacional por causa da possibilidadebet dnbtransplantebet dnbcorais do Mar Vermelho para reabilitar os recifes degradadosbet dnboutras partes do mundo, como a Grande Barreirabet dnbCorais [na Austrália]".
Apesarbet dnbcobrir apenas 0,1% dos oceanos, os recifesbet dnbcoral abrigam 30% da biodiversidade marinha. No Mar Vermelho, eles são uma tábuabet dnbsalvação para espécies ameaçadas, como as tartarugas, alémbet dnbajudar na pesca, agricultura marinha e turismo — servindobet dnbfontebet dnbrenda para milhõesbet dnbegípcios.
Cientistas — tanto no Egito quanto internacionalmente — recomendaram que a área onde a Gupco opera deve ser incluídabet dnbuma nova zonabet dnbproteção marinha no Mar Vermelho, para cobrir toda uma área conhecida como Great Fringing Reef. Atualmente cercabet dnb50% do recife está na zona.
Ativistas esperavam que a extensão da zonabet dnbproteção fosse anunciada pelo Ministério do Meio Ambiente do Egito na COP27. Mas até agora nenhum anúncio foi feito.
As companhiasbet dnbpetróleo Shell e Chevron realizaram pesquisas recentes para novos poçosbet dnbpetróleo e gás a cercabet dnb30 kmbet dnbpartes protegidas do Great Fringing Reef.
- Este texto foi publicadobet dnbhttp://www.mi-rob.com/geral-63647054http://www.mi-rob.com/internacional-63647284

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