5 pontos para entender a guerra civil no Iêmen, a pior crise humanitária do mundo:sport brasil apostas

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sport brasil apostas A guerra civil no Iêmen, o país mais pobre do mundo árabe, deixa 22 milhõessport brasil apostaspessoassport brasil apostassituaçãosport brasil apostasvulnerabilidade, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que considera essa a maior crise humanitária globalsport brasil apostascurso atualmente.
Só neste ano, 85 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas por conta do conflito iemenita, e o totalsport brasil apostasmortos ultrapassa 10 milsport brasil apostastrês anos.
É uma guerra que opõe duas potências do Oriente Médio. De um lado, estão as forças do governosport brasil apostasAbd-Rabbu Mansour Hadi, apoiadas por uma coalizão sunita liderada pela Arábia Saudita. Do outro, está a milícia rebelde huti,sport brasil apostasxiitas, apoiada pelo Irã, que controla a capital, Sanaa.
Em meio à guerra, o país sofre com bloqueios comerciais impostos pelos sunitas, que impedem que ajuda humanitária e itens básicos, como comida, gássport brasil apostascozinha e medicamentos, cheguem a 70% da população iemenita.
Os anossport brasil apostasconflito não só provocaram uma escassez agudasport brasil apostasalimentos como destruíram o sistemasport brasil apostassaúde do país, dificultando o combate a uma grave epidemiasport brasil apostascólera. Em dezembro, o númerosport brasil apostascasos suspeitossport brasil apostascólera alcançou 1 milhão.

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A BBC listou alguns pontos do conflito para explicar o que acontece nesse país da Península Arábica:
Por que essa guerra importa para o resto do mundo?
O que acontece no Iêmen pode aumentar muito as tensões na região e os temores do Ocidentesport brasil apostasataques vindos do país à medida que ele se torna mais instável.
As agênciassport brasil apostasinteligência consideram o braço da organização extremista Al-Qaeda na Península Arábica como o mais perigoso, por causasport brasil apostasseus conhecimentos técnicos e alcance global. O surgimento, na região,sport brasil apostasnovos movimentos afiliados ao grupo extremista autodenominado Estado Islâmico também é motivosport brasil apostaspreocupação.
O conflito entre os hutis e o governo também é visto como partesport brasil apostasuma batalha regional por poder entre os xiitas, liderados pelo Irã, e os sunitas, liderados pela Arábia Saudita.
Os países do Golfo Pérsico, que apoiam o presidente iemenita, Abd-Rabbu Mansour Hadi, acusam o Irãsport brasil apostasapoiar os hutis (xiitas) financeiramente e militarmente, apesarsport brasil apostaso Irã negar.
O Iêmen é estrategicamente importante, porque está no estreitosport brasil apostasBab-el-Mandeb, que faz ligação com a África e é rotasport brasil apostasnavios petroleiros. Além disso, muitas potências lucram indiretamente com a guerra iemenita: a coalizão saudita que bombardeia o Iêmen compra armassport brasil apostaspaíses como Estados Unidos, Reino Unido e França.
Questionado a respeito disso na última terça-feira (6), o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, afirmou ser "verdade que há muitas armas sauditas (no conflito), mas também muitas armas iranianas".
Só as empresas britânicas teriam lucrado £6 bilhões ( R$27 bilhões, aproximadamente) com vendasport brasil apostasarmas à Árabia Saudita desde o início da guerra no Iêmen, segundo pesquisa da ONG War Child UK.
Como tudo começou?

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Essa guerra tem suas raízes no fracassosport brasil apostasuma transição política que supostamente traria estabilidade ao Iêmen após uma revolta na sequência da Primavera Árabe,sport brasil apostas2011, que forçou a saída do poder do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, após 33 anos – ele acabaria sendo mortosport brasil apostasdezembro, acusadosport brasil apostastraição. Na época, ele passou o comando do país para o seu então vice, Abd-Rabbu Mansour Hadi.
Hadi enfrentou uma variedadesport brasil apostasproblemas, incluindo ataques da Al-Qaeda, um movimento separatista no sul, a resistênciasport brasil apostasmuitos militares que continuaram leais a Saleh, assim como corrupção, desemprego e insegurança alimentar.
O movimento huti, que segue uma corrente do islã xiita chamada zaidismo e havia travado uma sériesport brasil apostasbatalhas contra Saleh na década anterior, tirou proveito da fraqueza do novo presidente e assumiu o controle da provínciasport brasil apostasSaada, no nordeste do país.
Desiludidos com a transição, muitos iemenitas – incluindo os sunitas – apoiaram os hutis e,sport brasil apostassetembrosport brasil apostas2014, eles entraram na capital, Sanaa, montando acampamentos nas ruas e bloqueando as vias.
Em janeirosport brasil apostas2015, eles cercaram o palácio presidencial e colocaram o presidente Hadi e seu gabinetesport brasil apostasprisão domiciliar. O presidente conseguiu fugir para a cidadesport brasil apostasÁden no mês seguinte.

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Os hutis tentaram então tomar o controle do país inteiro, e Hadi teve que deixar o Iêmen.
Alarmados com o crescimentosport brasil apostasum grupo que eles acreditavam ser apoiado militarmente pelo poder xiita local do Irã, a Arábia Saudita e outros oito Estados sunitas árabes começaram uma sériesport brasil apostasataques aéreos para restaurar o governosport brasil apostasHadi.
Essa coalizão recebeu apoio logístico esport brasil apostasinteligência dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França.
O que aconteceu desde então?
Há dois anos e meio, essa guerra estásport brasil apostascurso e nenhum dos lados parece disposto a ceder. A ONU tentou, por três vezes, sem sucesso, negociar um acordosport brasil apostaspaz.
Forças pró-governo, constituídas principalmente por soldados leais ao presidente Hadi. sunitassport brasil apostastribos do sul e separatistas conseguiram evitar que os rebeldes tomassem a cidadesport brasil apostasÁden após quatro mesessport brasil apostasuma batalha violenta, que deixou centenassport brasil apostasmortos.
Tendo assegurado um espaço no porto, tropas das forçassport brasil apostascoalizão desembarcaram e ajudaram a expulsar os hutis para o sul. O presidente Hadi estabeleceu residência temporáriasport brasil apostasÁden, apesar da maioriasport brasil apostasseu gabinete ter continuado exilada.
Os hutis, no entanto, conseguiram manter um cerco na cidadesport brasil apostasTaiz e lançar morteiros e foguetes através da fronteira com a Arábia Saudita.
Os jihadistas da Al-Qaeda na Península Arábica e rivaissport brasil apostasorganizações parceiras do Estado Islâmico têm tirado proveito do caos, confiscando territórios no sul e realizando ataques mortais, principalmentesport brasil apostasÁden.
O lançamentosport brasil apostasum míssilsport brasil apostasdireção a Riadsport brasil apostasnovembro levou a Arábia Saudita a intensificar o bloqueio no Iêmen.
A coalizão alegou querer parar o contrabandosport brasil apostasarmas para os rebeldes do Irã, mas a ONU disse que as restrições poderiam desencadear "a maior crisesport brasil apostasfome que o mundo já viusport brasil apostasdécadas".

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Qual o impacto na população?
A população tem suportado o caos da guerra e sido constantemente vítima do que o conselhosport brasil apostasdireitos humanos da ONU chamasport brasil apostas"incessantes violações do Direito internacional".
Os ataques aéreos da coalizão saudita foram as principais causas da mortesport brasil apostascivis. A destruição da infraestrutura do país e as restriçõessport brasil apostasimportaçãosport brasil apostascomida,sport brasil apostasmedicamenteos esport brasil apostascombustível causaram o que a ONU diz ser uma situação catastrófica.
Maissport brasil apostas20 milhõessport brasil apostaspessoas, incluindo 11 milhõessport brasil apostascrianças, precisamsport brasil apostasajuda humanitária imediata. Há 7 milhõessport brasil apostaspessoas dependentessport brasil apostasajuda para comer e 400 mil crianças sofrendosport brasil apostasdesnutrição.
Ao menos 14,8 milhões estão sem cuidados básicossport brasil apostassaúde, e apenas 45% dos 3,5 mil postossport brasil apostassaúde estão funcionando e lutando para conter a maior epidemiasport brasil apostascólera do mundo, que até o final do ano passado havia resultadosport brasil apostas2.196 mortes.

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E 2 milhõessport brasil apostasiemenitas estão desabrigados por causa da guerra, além dos 188 mil que fugiram para países vizinhos.
Por que há um racha entre os rebeldes?
O assassinato do ex-presidente Saleh por rebeldes,sport brasil apostasdezembro, evidenciou um racha. Saleh era aliado dos hutis, mas foi considerado "traidor" por se dizer disposto a dialogar com a Arábia Saudita, que apoia o governo iemenita.
Durante meses, houve sinaissport brasil apostasque a aliança entre os hutis e os apoiadoressport brasil apostasSaleh estava estremecida, o que se provou verdade com o assassinato do ex-presidente.
No dia 29sport brasil apostasnovembro, conflitos entre os antigos aliados emergiram na capital Sanaa. Com cada um dos lados culpando o outro pela ruptura, no dia 2sport brasil apostasdezembro, Saleh apareceu na televisão dizendo à coalizão saudita estar aberto a um novo capítulo nas relações.
Ele pediu à coalizão para interromper os ataques aéreos e afrouxar o bloqueio no país. Também se dispôs a um novo diálogo, o que foi bem recebido pela coalizão, mas visto como uma traição pelos hutis, que o assassinaram.











