Saques, incêndios e medo da falência: o impacto da convulsão social no Chile para as pequenas empresas:galera bet 365

Por estar localizado no setorgalera bet 365Tobalaba, que nas últimas semanas tem sido um dos pontosgalera bet 365encontro dos protestosgalera bet 365Santiago, Carreño foi forçado a fechar seu restaurante por dias, acumulando uma perdagalera bet 36550%galera bet 365suas vendas no mêsgalera bet 365outubro.

A situação, desde então, não mudou muito: Carreño só consegue abrir as portasgalera bet 365alguns dias, a depender do tamanho dos protestos.

No entanto, Carreño — que também possui um pequeno empóriogalera bet 365produtos italianos chamado Tantano — precisa continuar pagando aluguel e saláriosgalera bet 365seus funcionários, entre outras despesas do negócio.

"Esse é um terremoto silencioso. As reduções das vendas estão destruindo a economia chilena", lamenta o empresário.

Desemprego

A situaçãogalera bet 365Francisco Carreño não é isolada. Após três semanasgalera bet 365manifestações incessantes — que começaram depois que o governo do presidente Sebastián Piñera decidiu aumentar o preço da passagem do metrô — milharesgalera bet 365micro, pequenas e médias empresas chilenas foram duramente afetadas.

A paralisação do comércio, serviços e turismo foi um golpe econômico inesperado para quem não tinha reservasgalera bet 365dinheiro para se financiargalera bet 365momentosgalera bet 365crise.

Diante desse cenário, o temor égalera bet 365que as pessoas percam seus empregos.

"Até o momento, 70 mil empregos já foram perdidos, o que equivale a quase um ponto (percentual na taxa)galera bet 365desemprego. Se o país não voltar a funcionar normalmente nos próximos 10 dias, ouso dizer que mais 500 mil empregos estãogalera bet 365jogo", diz Juan Pablo Swett, presidente da Asociacióngalera bet 365Emprendedoresgalera bet 365Latinoamérica.

Carreño, por exemplo, teve que reduzirgalera bet 365equipegalera bet 36530%. "Não posso ser irresponsável e manter as pessoas se não posso dar a elas segurança a longo prazo", diz ele.

De acordo com Swett, das pouco maisgalera bet 365um milhãogalera bet 365pequenas empresas que existem atualmente no Chile, 15% hoje têm sérios problemasgalera bet 365liquidez devido à crise.

"A economia está completamente bloqueada. Consumo, decisõesgalera bet 365investimentogalera bet 365grandes empresas e empresas estrangeiras e contrataçãogalera bet 365pessoal estão paralisados. Em termos econômicos, uma tempestade perfeita está ocorrendo no Chile", diz Swett.

Como exemplo, o presidente da Asociacióngalera bet 365Emprendedoresgalera bet 365Latinoamérica diz que somente na indústria do turismo, composta por 9 mil empresas que empregam aproximadamente 170 mil pessoas, as reservas caíram 51%.

"A imagem do país piorou muito, as pessoas não querem mais vir para o Chile", acrescenta.

Vestuário

Outra área que está sendo muito afetada pela convulsão social é a vendagalera bet 365roupas.

A empresária Heidy Valdivia tem uma lojagalera bet 365roupas há 15 anos no bairro Patronato, a poucos metros da Plaza Italia, o principal pontogalera bet 365encontro dos protestosgalera bet 365Santiago.

Desde o início da crise, ela foi forçada a mantergalera bet 365loja fechada e ficar "em guarda" para evitar saques.

"Tivemosgalera bet 365nos revezar para cuidar da mercadoria porque a polícia não garante isso", ela diz à BBC.

"Tenho medo porque acho que isso vai piorar. Não tenho mais dinheiro e tenho medogalera bet 365perder tudo o que foi difícil construir durante anos", acrescenta.

Heidy diz que apenas com o aluguel gasta o equivalente a US$ 1.900 (R$ 7,9 mil) por mês. Aos funcionários, paga US$ 126 (R$ 525) por semana. As duas despesas continuam, apesargalera bet 365nos últimos 20 dias não ter conseguido vender quase nada.

"Quem vai se preocupar agoragalera bet 365comprar roupas? Ninguém", diz ele.

"Ontem pude abrir a loja por um tempo e vendi apenas três peças. Apóio as demonstrações porque acho que o Chile é muito desigual, às vezes até vou lá. Mas isso já está me influenciando bastante e estou começando a ver que afeta meu bolso também ", acrescenta.

Devido àgalera bet 365localização, todo o bairrogalera bet 365Patronato (um dos centrosgalera bet 365vendasgalera bet 365roupas mais famosos da capital do Chile) tem sido afetado por gás lacrimogêneo vindo da Plaza Italia.

Além disso, hoje suas paredes estão pichadas com parte dos slogans dos protestos, como "Chegagalera bet 365abuso" e "O Chile acordou". E, assim, as poucas lojas abertas estão cheiasgalera bet 365ofertasgalera bet 365última hora, tentando liquidar seus produtos.

Em um espanhol obstinado, um taiwanês proprietáriogalera bet 365uma das lojas diz: "Esses dias eu só chorei".

Empresas saqueadas

Pior ainda é a realidade das empresas que foram saqueadas nas últimas três semanas no Chile.

De acordo com um estudo realizado pelo Ministério da Economia chileno, existem quase 6.800 pequenas empresas que relataram roubo, saque ou incêndiogalera bet 365seus negócios. De acordo com Juan Pablo Swett, com os últimos eventos, esse número pode ter subido para 10 mil.

É o casogalera bet 365Karina Cáceres, donagalera bet 365uma farmáciagalera bet 365medicina natural chamada Panul, que foi completamente saqueada no dia 20.

"Foi um pesadelo. Quando soube que eles haviam levado tudo, quase desmaiei", lembra a farmacêutica, que está grávidagalera bet 365quatro meses.

O marido dela foi ao local tentar resgatar o pouco que restava.

"Eu disse a ele para não arriscar, não ir. Mas ele estavagalera bet 365um estado comogalera bet 365um zumbi, nós dois choramos. No fim, ele conseguiu salvar cinco caixas, um oitavo da farmácia", conta Karina.

No total, foram roubados aproximadamente US$ 12.800 (R$ 53,5 mil), alémgalera bet 365computadores e televisões.

Desde aquele dia, a farmacêutica acha que seus negócios podem ir à falência. O problema, ela diz, é que ainda tem dois empréstimos para continuar pagando e, estando grávida, acha muito difícil encontrar outro emprego.

"A incerteza é terrível. Estamos vivendo dia a dia, tentando vender o que nos resta... estou angustiada", diz.

"Além da farmácia, criamos uma fundação, pensando nas pessoas que nos saquearam. Vamos às comunidades ensinar as crianças a controlar suas emoções. Então, a traição dói... porque também vendíamos nossos produtos a preços populares", diz.

Karina deve continuar pagando o aluguelgalera bet 365US$ 2.280 (R$ 9,5 mil). No entanto,galera bet 365outubro, ela recebeu um oitavo do dinheiro que entragalera bet 365um mês normal. Para a filha, não poderá pagar pela educação no próximo ano.

E foi assim que,galera bet 365um minuto para o outro,galera bet 365vida deu uma guinada completamente inesperada.

Os casosgalera bet 365Francisco Carreño, Heidy Valdivia e Karina Cáceres são apenas alguns exemplos do que muitos pequenos e médios empresários vivem no Chile após o surto social.

Os três empresários afirmam que são simpáticos à motivação das manifestações: querem uma sociedade mais igualitária e justa, com melhores aposentadorias e melhor qualidadegalera bet 365saúde e educação.

No entanto, eles temem que essa luta implique uma recessão econômica que acabe com os negócios deles — apesargalera bet 365o governo ter anunciado na semana passada um planogalera bet 365apoio a essas empresas, que inclui facilidades para pagamentogalera bet 365impostos e flexibilidade para renegociaçãogalera bet 365dívidas.

"Os jovens estão brigando e não têm medogalera bet 365nada. Mas eu tenho. E quero que isso acabe", conclui Heidy.

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