O asteroide que deu pistas sobre a origem da vida na Terra:7games https apk

7games https apk O dia 87games https apkdezembro7games https apk2020 foi7games https apkcomemorações na cidade7games https apkSagamihara, no Japão.

Naquele dia, chegou ao campus da Agência Japonesa7games https apkExploração Espacial (JAXA) a cápsula7games https apkretorno com amostras do asteroide 162173 - Ryugu, coletadas pela sonda da missão Hayabusa 2.

O feito não só foi um grande sucesso para a tecnologia da exploração espacial, mas também colocava à disposição dos cientistas amostras estéreis retiradas diretamente da superfície7games https apkum asteroide no espaço, sem alterações nem contaminação.

Essa é a diferença com relação às amostras7games https apkmeteoritos, que sofreram o impacto da Terra, exposição ao ambiente e manipulação por muitas pessoas.

E o entusiasmo era também justificado por parte dos estudiosos da origem da vida, que se perguntavam quais surpresas Ryugu nos reservava a este respeito.

Essa pergunta começou a ser respondida com a publicação das primeiras análises dos compostos orgânicos nas amostras7games https apkRyugu. E os resultados são importantes.

Esclarecemos que elas não fornecem provas7games https apkque a vida teria chegado à Terra a bordo7games https apkmeteoritos (panspermia). Também não nos ajudam (por enquanto) a entender melhor qual foi a7games https apkorigem, nem comprovam que o impacto7games https apkmeteoritos foi necessário para isso.

Mas os resultados publicados são uma boa notícia para os estudiosos que tentam entender a química prebiótica - ou seja, os processos químicos que ocorreram antes da existência da vida.

Por que o asteroide Ryugu é tão interessante?

Uma das respostas é o carbono. Ryugu é um asteroide tipo C, rico7games https apkcarbono e compostos orgânicos.

Esses objetos existem7games https apkgrande quantidade no cinturão7games https apkasteroides, uma região situada entre os planetas Marte e Júpiter, onde se encontra entre outros, o planeta anão Ceres.

Acredita-se que os meteoritos do tipo condrito carbonáceo, como os famosos meteoritos7games https apkAllende e Murchison, sejam fragmentos7games https apkasteroides tipo C. Esses asteroides encontram-se entre os objetos mais antigos do Sistema Solar.

O material carbonáceo que eles contêm é o resultado7games https apkum longo processo químico, desenvolvido a partir da formação da matéria orgânica na nuvem molecular e na nebulosa protossolar, até o crescimento dos protoplanetas e a exposição do asteroide a milhões7games https apkanos7games https apkradiações cósmicas.

As amostras coletadas no asteroide Ryugu nos fornecem pistas sobre os compostos orgânicos formados e acumulados nos objetos do Sistema Solar e7games https apkevolução. Elas também nos informam sobre os precursores químicos disponíveis na Terra primitiva da era prebiótica, a partir dos quais, graças à água, ao ambiente e à geologia terrestre, pôde surgir a vida após uma complexa rede7games https apkprocessos químicos a que chamamos7games https apkevolução química.

As amostras analisadas do asteroide Ryugu contêm cerca7games https apk3,7%7games https apkcarbono. A maior parte encontra-se na forma7games https apkmaterial não muito diferente do carvão, mas elas também contêm carbono na forma7games https apkmoléculas orgânicas que, com a ação da água, liberam aminoácidos. Entre elas, foram identificadas a glicina, alanina, beta-alanina e alfa-aminobutirato.

De forma geral, os compostos identificados não são surpreendentes - mas esta é exatamente a razão da7games https apkimportância. Os aminoácidos são os componentes das proteínas dos seres vivos e, por isso,7games https apkpresença no espaço sempre foi sugestiva.

O primeiro experimento realizado para entender como surgiram as primeiras proteínas foi conduzido pelo bioquímico alemão Walter Löb7games https apk1913. Nele, Löb obteve grande quantidade7games https apkglicina por meio7games https apkdescargas elétricas7games https apkuma atmosfera primitiva simulada.

Desde então, sabemos que os aminoácidos são formados com facilidade a partir7games https apkgases simples. Por isso, imaginamos que eles estariam disponíveis7games https apkgrande quantidade no inventário químico do Sistema Solar.

O cientista norte-americano Stanley Miller identificou glicina, alanina, beta-alanina e alfa-aminobutirato na mistura orgânica obtida no seu célebre experimento7games https apk1953. Foi por acaso? Não, pois os processos químicos que causam a formação7games https apkaminoácidos possivelmente são imutáveis e universais.

No caminho até a vida7games https apkum planeta (como ocorreu na Terra e pode ter ocorrido7games https apkMarte), é provável que se parta7games https apkum inventário químico similar, com aminoácidos e outros compostos bem conhecidos. E o asteroide Ryugu nos fornece uma amostra valiosa desse inventário.

As regras da química talvez limitem as possíveis excepcionalidades e não seja surpreendente que estruturas proteicas similares àquelas que conhecemos sejam uma característica universal.

A bioquímica potencial não é uma questão7games https apkcombinações ao acaso. As regras da química não se aplicam apenas ao inventário7games https apkprecursores, como o exibido por Ryugu.

Na evolução química até a vida, ocorrem processos7games https apkseleção molecular e compressão combinatória que limitam a variedade das composições e estruturas. Considerando uma quantidade7games https apkaminoácidos iniciais, por exemplo, proteínas não surgem ao acaso dentre as estatisticamente possíveis, mas sim existem regras que determinam as estruturas resultantes.

Se somarmos a universalidade dos precursores às regras da evolução química, é possível que, no dia7games https apkque a humanidade vier a descobrir vida extraterrestre, possamos reconhecer similaridades na7games https apkcomposição molecular.

O asteroide Ryugu nos conta que os esforços realizados7games https apkum século7games https apkquímica prebiótica fazem sentido. Ele mostra que, no laboratório, podemos prever a química dos objetos celestes.

Pouco a pouco, vamos nos aproximando da formulação7games https apkuma teoria da evolução química, que formará o primeiro (ou talvez o último) capítulo dos livros7games https apkbioquímica.

* César Menor-Salván é professor-doutor7games https apkbioquímica e astrobiologia do Departamento7games https apkBiologia7games https apkSistemas da Universidade7games https apkAlcalá, na Espanha.

Este artigo foi publicado originalmente no site7games https apknotícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em espanhol).

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